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Junho 2009
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03/06/09
• 1ª Confecom (08) - Msg de Márcio Patusco:
Orçamento e 1ª reunião da Comissão Organizadora
Encaminhamento, com cópia para as Comissões
Estaduais da Conferência.
As mensagens do Márcio Patusco, que coordena o tema em nossos fóruns,
estão registradas também nesta Seção do site WirelessBR:
1ª Confecom
Helio Rosa
----- Original Message -----
From: Marcio Patusco
To: Helio Rosa e Grupos
Sent: Wednesday, June 03, 2009 4:17 PM
Subject: 1ª Confecom (8) : Orçamento e 1ª reunião da Comissão Organizadora
Olá Comunidade!
Continuamos por aqui, relatando os
acontecimentos mais importantes desta caminhada para a 1ª Confecom, a se
realizar em dezembro deste ano, com conferências regionais no transcorrer de
2009. O objetivo da conferência é coletar propostas que sirvam de subsídio ao
novo marco regulatório das comunicações brasileiras, visando dotar o país de
uma regulamentação moderna e que atenda aos anseios da sociedade.
O primeiro grande revés desse processo foi a
redução da sua dotação orçamentária, incialmente divulgada da ordem de R$ 8,2
milhões e que caiu para R$ 1,6 milhões, conforme noticiou o Diario Oficial da
União em 12 de maio passado. Aparentemente as forças políticas começam a
exercer suas influências e que podem determinar o sucesso ou o fracasso de um
evento dessa dimensão. De qualquer forma, esforços estão sendo realizados para
recuperar o valor original dos gastos previstos.
A primeira reunião da Comissão Organizadora foi
feita em 1º de junho no Ministério das Comunicações, em Brasília. Presentes
mais de 60 representantes das entidades participantes entre titulares e
suplentes.
Os trabalhos foram divididos em 3 subcomissões, e como não poderia deixar de
ser, um grupo foi formado para ir ao Ministério do Planejamento reinvidicar
uma recomposição do orçamento mutilado. A próxima reunião foi marcada para o
dia 19 de junho, quando será discutida uma primeira minuta do Regimento
Interno a ser encaminhado pelo Ministério das Comunicações.
No Congresso da ABERT que se encerrou em 21 de
maio, rivalizaram-se declarações e propostas, digamos, inusitadas. Pelo
Ministro Helio Costa, colocando o boné da radiodifusão e tirando o das
telecomunicações, esquecendo-se de que deveria vestir os dois, ouviu-se: "essa
juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem que assistir
mais rádio e televisão". Outra do congresso: " a internet deveria se submeter
às mesmas regras de controle restrito das concessões
de radio e tv". Ainda, "o programa A Voz do Brasil é um confisco". É claro
que na Confecom esses temas deverão ser discutidos, a sociedade ouvida, e as
propostas apresentadas.
Aqui estão artigos relacionados, transcritos
mais abaixo:
Fonte: Observatório do Direito à
Comunicação
Fonte: FENAJUFE
Fonte: Observatório da Imprensa
Fonte: Observatório da Imprensa
Manifestem-se! Discutam!
Marcio Patusco
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A primeira reunião do extenso grupo de
representantes do governo e da sociedade civil escolhido para tratar da
organização da primeira Conferência de Comunicação teve como resultado uma
situação no mínimo intrigante. Nenhum dos representantes presentes (estavam
todos os mais de 60 titulares e suplentes) quis integrar a subcomissão de
infraestrutura e logística. A maioria dos dirigentes das 26 entidades e do
governo quis integrar a subcomissão de seleção de delegados e definição de
temas, pois é a que vai definir a representatividade de cada segmento social e
os temas que serão discutidos. Há também a subcomissão de divulgação, que já
foi constituída.
O Ministério das Comunicações ainda tem a
expectativa de resgatar integralmente os R$ 8 milhões inicialmente previstos
para a conferência e, para isso, está negociando com o Ministério do
Planejamento, que promoveu um grande corte nessa verba, deixando apenas R$ 1,6
milhão para o evento. (Da redação)
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Fonte: Observatório do Direito
à Comunicação
As entidades que compõem as comissões nacional e
estaduais pró-Conferência Nacional de Comunicação, reunidas em plenária no
último dia 29 de maio, aprovaram uma moção sobre o corte drástico nas dotações
orçamentárias previstas inicialmente para a realização da 1a Conferência
Nacional de Comunicação. Segundo o texto, a redução sinaliza um "recuo no
propósito original do Presidente Lula de realizar a Conferência", uma vez que
finda por "reduzir exponencialmente suas dimensões e seus impactos".
Com os recursos resultantes da diminuição
executada pelo Ministério do Planejamento, a Conferência não deverá passar de
"um arremedo do grande encontro que a sociedade se preparava para realizar".
Partindo desta avaliação, as entidades revindicam a revisão imediata do corte
e a manutenção das dotações orçamentárias originais.
O Governo Federal anunciou um corte de 82% no
orçamento previsto para a realização da I Conferência Nacional de Comunicação
(Confecom). A verba prevista era de R$ 8,2 milhões e caiu para R$ 1,6 milhão.
Se aquele montante talvez não fosse suficiente para realizar a Conferência, o
novo valor é claramente insuficiente. Se o Presidente Lula convocou-a, o
ministro Paulo Bernardo, do Planejamento, ao fazer esse corte, compromete a
sua realização.
A Confecom será um marco no processo da
democratização das comunicações brasileiras, logo da própria sociedade. Ela se
realiza num momento histórico quando, em todo o mundo, vem ocorrendo ampla
mudança econômica e legal no campo das comunicações. No caso do Brasil, diante
do desenvolvimento do País, da consolidação da nossa democracia e do avanço
das tecnologias digitais e novas mídias, a Conferência se apresenta como um
momento ímpar para rediscutir todo o arranjo econômico e político das nossas
comunicações, delineando os pontos que poderão orientar a construção de um
novo marco legal-normativo.
O corte anunciado pelo Governo, caso seja
mantido, sinaliza à sociedade um recuo no propósito original do Presidente
Lula de realizar a Conferência, ou que aceitou reduzir exponencialmente suas
dimensões e seus impactos. Se, com os recursos ainda disponíveis, vier a
acontecer, será apenas um arremedo do grande encontro que a sociedade se
preparava para realizar. Se existem forças políticas e econômicas interessadas
em não realizar a Conferência, certamente estarão aplaudindo o corte
anunciado.
É absolutamente necessária a revisão imediata
dessa decisão. Solicitamos que o presidente Lula mantenha o valor estipulado
no orçamento da União para a realização da Confecom a fim de garantir o
compromisso do seu governo com a democracia e a participação plural da
sociedade.
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Para participar do encontro foram inscritas 72
pessoas, entre jornalistas, dirigentes sindicais, convidados e palestrantes,
de todas as regiões do país. Também estão sendo esperados militantes dos
movimentos sociais do Amazonas, que lutam pela democratização da comunicação e
que participam da Comissão Estadual Pró Conferência de Comunicação; além de
alunos e professores do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do
Amazonas [UFAM].
Com o tema “Construindo a 1ª Conferência
Nacional de Comunicação”, o encontro deste ano terá o objetivo central de
debater a participação da Fenajufe, dos sindicatos de base e dos servidores do
Judiciário Federal e MPU no processo de organização e elaboração da
Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada nos dias 1º, 2 e 3 de
dezembro deste ano.
Com o seu 5º Encontro, a Fenajufe pretende
envolver os sindicatos e a categoria nas discussões dos temas que estarão na
pauta da Conferência, como: concessões dos canis de rádio e TV, convergência
digital, comunicação pública, estatal e privada, controle público e social do
conteúdo da programação dos meios de comunicação, concentração de propriedade
dos meios, legislação, entre outros pontos. O assunto será abordado nos
painéis A Conferência Nacional de Comunicação e a importância do engajamento
dos movimentos sociais e sindical nesta luta e Os desafios da comunicação
alternativa e popular na mídia eletrônica.
Além dos assuntos referentes à 1ª Conferência
Nacional de Comunicação, o 5º Encontro da Fenajufe terá o painel Comunicação
Pública e imprensa Sindical, momento em que os participantes poderão debater a
importância dos canais de TV públicos, conteúdo de sua programação e também a
comunicação produzida atualmente pelas organizações dos trabalhadores.
A coordenadora Sheila Tinoco, que tem
representado a Fenajufe nas reuniões da Comissão Nacional Pró-Conferência,
ressalta a importância de todos participarem desse debate e espera que os
sindicatos enviem para o encontro não somente os diretores de comunicação e os
jornalistas, como também os diretores de outras áreas dos sindicatos. O
objetivo, de acordo com ela, é garantir, a partir do Encontro de Comunicação,
o envolvimento de todos os sindicatos na organização das conferências
estaduais que serão realizadas antes da Conferência Nacional, em dezembro.
Confira abaixo programação do 5º Encontro
Nacional de Comunicação da Fenajufe.
04/06/09 – [quinta-feira]
09h30 – Abertura e apresentação do Clipe
10h00 - A Conferência Nacional de Comunicação e
a importância do engajamento dos movimentos sociais e sindical nesta luta
· Comissão Amazonense Pró-Conferência de Comunicação – Moisés Aragão
· MST – Maria Mello
· Abraço – José Sóter
· Intervozes – Jonas Valente
· CFP [Conselho Federal de Psicologia] – Roseli Goffman
· Fenajufe – Sheila Tinoco de Oliveira – Representante da Fenajufe na Comissão
Nacional Pró-conferência e Coordenadora de Comunicação da Fenajufe
12h00 – Intervalo para almoço
13h30 - Os desafios da comunicação alternativa e
popular na mídia eletrônica
· Maurício Hashizume – Editor da Repórter Brasil
· Paulo Miranda – Vice-presidente da ABCCOM [Associação Brasileira de Canais
Comunitários]
15h45 – Intervalo para lanche
16h00 – Comunicação pública e imprensa sindical
· Caio Teixeira - Diretor do programa Justiça em Movimento e apresentador do
programa Justiça do Trabalho na TV, produzidos pela Assessoria de Comunicação
do TRT/SC
· Beto Almeida - Jornalista da TV Senado e âncora dos programas Cidadania,
Espaço Cultural e Memória Brasileira
· Cláudia Santiago - Jornalista e coordenadora do NPC
17h30 – Encaminhamentos
18h30 – Encerramento
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Fonte: Observatório da
Imprensa
[21/05/09]
Congresso da Abert: quando falam os
dinossauros por Luciano
Martins Costa
Termina na quinta-feira (21), em Brasília, o 25º Congresso Brasileiro de
Radiodifusão, com pífia cobertura da imprensa escrita. Um dos destaques do
evento é o patrocínio das empresas de rádio e televisão a uma emenda do
deputado paraibano Vital do Rego Filho ao Projeto de Lei 29, propondo
submeter os serviços de acesso à internet à lei de comunicação social.
Isso significa que a internet, no Brasil, teria
de se submeter a regras como a que prevê um limite para o capital estrangeiro
e a que estabelece controles sobre a transmissão de conteúdos.As poucas
reportagens sobre o encontro foram um primor de transcrição de discursos e
declarações.
Nenhuma palavra da chamada grande imprensa sobre
as questões que têm realmente importância, como a democratização do acesso aos
meios e a concentração da propriedade dos negócios de mídia.
Pauta urgente
Um dos pontos altos do congresso foi o discurso
do ministro das Comunicações, Hélio Costa, no qual ele proferiu a seguinte
pérola: "Essa juventude tem que parar de só ficar pendurada na internet. Tem
que assistir mais rádio e televisão". O ministro das Comunicações parece
ignorar que, neste momento, muitas pessoas estão ouvindo rádio e assistindo
televisão… pela internet.
Faltou acrescentar que todos deveriam evitar os
aviões e metrôs e voltar ao tempo dos tílburis e das carruagens. Outra
declaração "bombástica" registrada pela imprensa foi produzida pelo presidente
da Abert, Associação Brasileiras das Emissoras de Rádio e Televisão, Daniel
Slaviero: "A internet é aberta mas não desvinculada do mercado", afirmou,
segundo o registro dos jornais.
E se a internet é vinculada ao mercado, no
raciocínio do dirigente, tem que se submeter às regras que mantém sob controle
restrito as concessões de rádio e televisão. Os milhões de jovens que trocaram
a atitude passiva diante da televisão pelo protagonismo na rede mundial de
computadores devem estar assombrados. É como se tivessem entrado virtualmente
no parque dos dinossauros.
Enquanto isso, a imprensa segue ignorando os
temas que deveriam estar em pauta sobre comunicação no Brasil: a concentração
do setor, a propriedade cruzada de meios de comunicação e o controle das
concessões em vastas regiões do País por parlamentares, que se se eternizam no
Congresso por conta da manipulação de emissoras de rádio e televisão.
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Fonte: Observatório da
Imprensa
Carlos Castilho é Professor de
Jornalismo Online no curso de Mídia Eletrônica, Faculdades ASSESC
(Florianópolis), autor do capítulo Webjornalismo no livro No Próximo Bloco
- Editora PUC-Rio -2005, cursando pós graduação em Mídia e Conhecimento no
EGC/UFSC.
-Reside em Florianópolis (SC) e-mail
ccastilho@gmail.com.
Se alguém tinha alguma dúvida de que as coisas
estão realmente mudando na comunicação, a evidência definitiva poderá ser a
realização em Brasília, no início de dezembro, da 1ª Conferência Nacional de
Comunicação (CONFECOM), um evento nacional onde pela primeira vez governo,
empresários e sociedade civil vão discutir, olho no olho, o futuro da mídia
brasileira.
É uma ocasião única porque uma conjuntura muito
particular colocou os três blocos numa situação em que um precisa do outro
para sobreviver à crise dos modelos convencionais de comunicação num país onde
a tradição é o monólogo nesta matéria.
A coincidência de um processo eleitoral, da
crise de um modelo de negócios e do crescimento do caráter social da internet
fez com que o Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil passassem a
apostar na comunicação como a principal ferramenta para alcançar seus
respectivos objetivos estratégicos.
Cada um dos três protagonistas tem seus próprios
objetivos: o governo quer romper o cerco imposto pelos interesses corporativos
privados na área da informação, enquanto as indústrias da comunicação buscam
condições mais favoráveis para absorver as mudanças impostas pela era digital.
Já as organizações sem fins lucrativos e não estatais querem ampliar o espaço
público na produção e disseminação de informações.
Os objetivos são tão amplos e diversificados que
dificilmente a CONFECOM poderá ser avaliada pelos seus resultados concretos. É
utópico pensar que burocratas estatais, executivos privados e ativistas
sociais consigam resolver suas divergências nos três dias de conferência, cujo
público é estimado em aproximadamente 300 pessoas.
Mas a inédita decisão de sentar-se à uma mesma
mesa já dá esperanças de que os protagonistas tenham entendido que o histórico
monólogo na abordagem da questão comunicacional no país precisa ser
substituído por um diálogo, por mais frágil que seja. Se este estado de
espírito for alcançado ele será muito mais importante do que os comunicados
finais, geralmente inócuos e suficientemente vagos para acomodar posições
diametralmente opostas.
A posição do governo está facilitada pelos
dilemas dos principais grupos privados na área de comunicação no país. Os
grandes conglomerados da imprensa estão debilitados pelas incertezas em torno
do futuro do seu negócio e pela pressão das operadoras de telefonia móvel,
interessadas em entrar para valer na área de produção de conteúdos
audiovisuais.
As empresas apostam tudo na manutenção do
laissez faire total na área de comunicação, denunciado tanto supostas — como
reais — intenções estatizantes do governo ao mesmo tempo em que vêem com
desconfiança o renovado ativismo de organizações sociais, cujo poder de fogo
foi ampliado pela internet.
O setor não governamental e não lucrativo é o
maior interessado na CONFECOM porque é a sua estréia como protagonista de peso
no debate das políticas de comunicação no país. Por menores que sejam os
resultados do evento, ainda assim as organizações sociais têm grandes chances
de cantar vitória porque elas finalmente terão sido reconhecidas como ator
político relevante na arena informativa.
As estratégias setoriais ainda estão sendo
elaboradas, mas boa parte delas ainda passa ao largo da grande questão: como o
cidadão da rua poderá ser ouvido. Eventos desta natureza normalmente acabam
sendo monopolizados pelos líderes e articuladores, enquanto o cidadão comum
fica relegado à posição de espectador passivo.
O argumento é que a sociedade civil é
essencialmente desorganizada, mas agora o quadro mudou. A internet oferece a
possibilidade de as pessoas comuns falarem um pouco mais alto e grosso, usando
os weblogs, comunidades, correio eletrônico, Twitter etc etc para expressar
suas opiniões. Comparado ao total de população, os incluídos digitalmente
ainda são uma minoria, mas comparado ao índice de 1999, houve um vertiginoso
aumento no número de atores digitais.
Só que eles não usam o jargão dos políticos e
lideranças. A voz da rua e dos blogueiros, por exemplo, é bem menos
sofisticada. Ela assusta e, muitas vezes, se expressa através de demandas que
nem sempre podem ser chamadas de politicamente corretas.
Mas se a cidadania é considerada uma parte
obrigatória no funcionamento de uma comunicação livre, então ela terá que ser
aceita em seu estado bruto. Caberá aos demais protagonistas entender e
contextualizar a participação social como ela é, e não como gostariam que
fosse.
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