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Junho 2009
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forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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11/06/09
• Da Série "Apagões": "Siglas" + Msg
de Luciano Basso sobre matéria do Tele.Síntese + Msg de Jana de Paula
Minha formação é engenharia de telecom mas
todos sabem que não "estou" mais engenheiro há muito tempo. :-)
O Nacinovic e a Jana de Paula, no embalo do ressurgimento da
Telebrás, ressuscitaram a saudosa "rebimboca da parafuseta", tema
de um antigo "comercial" de TV. (*) :-)
A Jana, modesta, está mais engenheira do que eu!!!!
(...) Eu não entendo xongas de tecnologia, mas não
acredito que TODOS vendam gato por lebre e, assim, imagino que há farto
conhecimento tecnológico para se prever, ao menos prever, uma pane. Na minha
cabeça leiga não entra o fato de uma rede uptodate voltada para determinado
fim não ser capaz de evitar uma pane (exceto desastres, é claro). Estamos
falando de prestadoras (que têm a última milha) que investem em NGN, fibra
óptica e até IMS... enfim o supra-sumo do que há em termos de
tecnologia.(...)
E olha só o Rubens Kuhl comentando o Toledo:
(...) Lembrando que existe um bom motivo para
atualização de PTS que é a migração para NGN, algo que sabidamente está no
forno da TLF... deixo a montagem da teoria conspiratória para o leitor...
:-) (...)
Vai um pedido: sempre que possível e o tempo permitir, para fins de
ambientação e reciclagem, definam as siglas e acrescentem uma explicação das
mesmas, pois temos participantes de várias áreas em nossos Grupos. E uns
poucos semi-novos, como eu... :-)
PTS?
NGN?
IMS?
SS7?
"Que são isssô?" :-)
Assim, sem explicação, não parecem verdadeiras rebimbocas? :-)
Mais um pouquinho de "técnica", please! :-)
Mas não esqueçam de vincular tudo ao apagões e caladões Telefonicos
e outros... :-)
Peço desculpas.
O objetivo das pseudo-gaiatices acima é
nivelar para os dois Grupos e chamar a atenção para a boa
participação do Luciano Basso, que explica algumas das siglas e
repercute uma interessante matéria da Lia Ribeiro do Tele.Síntese.
Vale conferir também a participação especial da Jana de Paula. (tudo
transcrito mais abaixo)
Obrigado!
Um abraço cordial
Helio Rosa
(*) Da web:
Rebimboca da parafuseta - Termo utilizado por mecânicos e eletricistas
picaretas para designar qualquer parte mecânica de um equipamento que esteja
quebrado, cujo nome real eles não têm idéia.
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Hélio:
Ontem um amigo, especialista em software de
gerência de redes SS7 me perguntou como que uma falha na rede SS7 poderia
causar tantos problemas, se a rede não tinha redundância, etc. Abaixo minha
resposta a ele com minha opnião pessoal sobre o caso. Tavez esteja errada,
porém dois anos trabalhando com a portabilidade me levaram a essas
conclusões:
Não foi bem uma falha na rede SS7, apesar da
falha ter sido causada pelos PTS (Ponto de Transferência de Sinalização para
os não-telecom) da rede. Explico:
Para resolver a portabilidade numérica as
operadoras precisam consultar, a cada chamada feita, uma base de dados para
saber de que operadora que é o telefone de destino (antes da portabilidade
isso era feito com a análise de prefixos). Pois bem, a solução que todas as
operadoras brasileiras adotaram foi colocar PTS "inteligentes" na sua rede.
Estes PTS além de rotearem a sinalização das chamadas (que é sua função
original), têm a capacidade de "ler" os números dos telefones na sinalização
SS7 e modificar alguns parâmetros caso o telefone seja portado.
Foi uma briga de foice entre fornecedores, em
todas as operadoras e na Telesp quem ganhou e instalou os PTS foi uma
empresa brasileira que tem uma solução super-hiper-tecnológica (pois é nessa
os Brasileiros ganharam dos Chineses, Suecos, Americanos e Cia...). E antes
que falem que foi pela tecnologia ser brasileira que deu problema adianto
que provavelmente não foi.
Bom e também não foi por falta de redundância,
a Telesp instalou 3 pares, separados fisicamente e com capacidade para
suportar muuuito tráfego. E sei que o projeto é expandir mais ainda a rede.
Pelo que li a falha foi na parte de TI da
solução, a rede SS7 tem toda a redundância, mas fica na mão de uma base de
dados. Essa base é chamada de BDO, Base de Dados da Operadora e é aliment
ada com dados trocados por todas as operadoras que são armazenados na BDR,
Base de Dados de Referência. Pois bem, essa base é atualizada várias vezes
por dia e é a partir dela que os PTS fazem todas as consultas e modificações
de portabilidade.
Pois bem parece que no dia 10 pela manhã
alguém (que nunca será identificado publicamente) fez uma manutenção nos
PTS, nos 6 ao mesmo tempo. E também nunca será dito se a falha estava na
atualização instalada, nas bases de dados, na comunicação entre eles ou foi
puro erro humano. Com certeza não se faz upgrades numa terça-feira de manhã
e muito menos em 6 equipamentos ao mesmo tempo. O fato é que os 6 PTS
perderam a capacidade de resolver a portabilidade (e provavelmente de rotear
corretamente as chamadas) e a resolução foi demorada. E fica a pergunta,
quem dá a liberdade para uma única pessoa, alegadamente um terceiro, de
acessar e modificar equipamentos em operação nesse horário? Estranha ess a
história...
Portanto imagino que foi falha num equipamento
da rede SS7 mas não uma falha DA rede SS7.
abraços,
Luciano Cadaval Basso
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Fonte: Tele.Síntese
O que provocou a pane no
sistema telefônico da Telefônica hoje pela manhã, especialmente no período
entre 9 e 10 horas, foi uma falha de procedimento de um funcionário de um
fornecedor da Telefônica na atualização do software da plataforma de
sinalização da rede. Segundo informações da operadora, houve três erros de
procedimento: a troca foi realizada em horário comercial, o que não é
recomendado; no lugar de substituir o software em um PTS (ponto de tráfego
de sinalização) e aguardar o resultado, ele fez operação sequencial nos seis
PTS provocando um efeito sistêmico; e, por último, realizou a operação
sozinho, sem acompamento.
De acordo com o presidente da
Telefônica, Antonio Carlos Valente, tão logo foi verificada a pane, a equipe
técnica da operadora trabalhou para voltar a plataforma de software
anterior. O objetivo primeiro foi atender ao maior número possível de
assinantes, que durante a pane tiveram dificuldade para completar suas
ligações telefônicas locais e de longa distância. O problema também afetou
os serviços inteligentes, de call center e internet discada.
Os usuários que demoraram mais
tempo para ter o serviço regularizado foram os que solicitaram a
portabilidade numérica para a rede da Telefônica ou da rede da Telefônica
para outras redes, pois o serviço depende de informações que estavam na base
de dados que foi corrompida. Até às 20 hrs, os usuários com números portados
atendidos por dois dos seis PTS da operadora já estavam com o serviço
regularizado, e até as 23 horas a operação nos demais PTS, relativas a esse
serviço específico, seriam regularizados.
O presidente da Telefônica
destacou que a pane de hoje não tem nenhuma relação com os problemas
anteriores vividos pela empresa, por diferentes fatores, no serviço de banda
larga. “São redes diferentes, de tecnologias diversas e de diferentes
fornecedores”, disse ele, informando que avisou à Anatel da ocorrência tão
logo a pane foi detectada e que todas as informações técnicas, ao longo do
dia, foram colocadas à disposição da agência.
De acordo com Valente, o que
foi apurado por enquanto foi a falha humana de procedimento, mas não está
descartada a ocorrência de outros problemas como da própria informação
contida na base de dados. “Tudo está sendo examinado rigorosamente, e só
amanhã teremos um quadro mais completo”, informou. Valente destacou que o
fornecedor envolvido participou do projeto da rede, é fabricante do módulo
atingido e partic ipa da operação. “Não estamos falando de uma empresa
terceirizada sem envolvimento com o projeto, que cuida só de manutenção”,
observou.
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----- Original Message -----
From: Jana
To:
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, June 09, 2009 3:53 AM
Subject: Re: [wireless.br] Outra pane na Telefonica
Povo,
Acho que dizer assim: no
Flamengo pega, na Barra não pega, não sei aonde pega mais ou menos é tosco,
como diz minha filha. Tem que pegar 100% e ponto final. Independente do
provedor. No meu caso específico, moro na beira do mar. Não sei como é a
maresia no Flamengo ou na Barra. Mas na praia de Piratininga onde moro é
maresia pura e simples. Sem poluição. O custo disso é que a vida útil de
eletrodomésticos é muito menor. A fiação interna idem. Este custo é pago, é
óbvio, pelo morador que quer morar aí. Mas uma prestadora seja de eletricidade
ou telefonia, que tem cabos fios etc. e presta serviços numa área de mareia
(que deve ser pelo menos 50% do Rio de Janeiro) tem que arcar com os seus
custos de manutenção básica da rede, como nós moradores arcamos com os nossos.
Aqui o problema é corrosão do
par de cobre, da própria caixa onde fica a central... sei lá de que mais. Já
chamei a prestadora várias vezes e sempre é isso que é constatado: corrosão.
Mas e aí? O que é que eu tenho com isso? Quando vc pede uma verificação, a
prestadora avisa que se for constatado que a falha é na casa o cliente terá q
pagar uma taxa de 60 ou 70 reais, não me lembro exatamente. Mas sempre se
constatou a mesma coisa: corrosão da parte externa. Eles consertam, é claro,
mas o problema da conexão não é resolvido 100%.
Porque além isso e sob isso há
uma série de informações não divulgadas, uma série de caminhos que o usuário
não conhece, por ser leigo. Deve ser difícil enrolar especialistas como vcs.
Mas é flagrante que muitas vezes um plano de 1 Mega cai de velocidade por que
a rede tá lotada. Agora tem um velocímetro em que o usuário pode constatar
isso facilmente. Como uma conexão mais lenta requer menos qualidade da rede,
muuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitas vez ocorre isso: reduz-se a velocidade
para a rede não cair tanto. Até eu que sou leiga sei disso.
Mas o importante mesmo e acho
que é flagrante e difícil discordar é fragilidade desta rede. Por exemplo no
Orkut quando o servidor deles lá da pau eles soltam uma mensagem irônica tipo
o servidor tá doido... alg coisa assim. No Facebook pedi reenvio de minha
senha pois esqueci e recebi um e-mail de que isso duraria muito tempo, e de
fato tem cerca de um mês. O pessoal tira onda por que é de graça. Vc não paga
nada e vai reclamar? Mas no Twitter isto já está mais profissa: eles avisam
com 48 horas de antecedencia qualquer paralisação da rede. Para uma coisa que
vc não paga nada, isso é bem legal.
Eu não entendo xongas de
tecnologia, mas não acredito que TODOS vendam gato por lebre e, assim, imagino
que há farto conhecimento tecnológico para se prever, ao menos prever, uma
pane. Na minha cabeça leiga não entra o fato de uma rede uptodate voltada para
determinado fim não ser capaz de evitar uma pane (exceto desastres, é claro).
Estamos falando de prestadoras (que têm a última milha) que investem em NGN,
fibra óptica e até IMS... enfim o supra-sumo do que há em termos de
tecnologia.
Para concluir este texto escrito
apressadamente, o que eu quero dizer é que há certamente sonegação de
informações. Sabe-se muito mais do que se diz. Controla-e muito mais do que se
assume. E, no final, como sempre, a culpa é do computador... Da repimboca da
parafuseta como muito bem disse um colega do grupo. Ora, isto é tosco!
Investir centenas de milhares de dolares para se culpar uma repimboquinha?
E tb concordo com outro colega
que isso é muito mais profundo do que política. Porque política é uma coisa.
Serviço é outra. Discutir-se rumos políticos é uma coisa. Dar um serviço que
funcione é outra completamente diferente. O resultado é que banca serviço na
internet quem pode arcar com custos altíssimos, como os bancos que apostam
cada vez mais na internet mesmo conhecendo sua fragilidade. Pq eles têm como
pagar advogados, polpudas indenizações, campanhas maciças de convencimento
etc. (os bancos são só um exemplo, hem? Não estou em nenhuma cruzada contra ou
a favor deles). O que é preciso ver é que a base tem que ser boa e confiável
em termos de serviços para todos. E hoje não é. A internet é um troço bom prá
caramba, a banda larga é caminho de inclusão, mas há 'alguma coisa oculta' e
como tal precisa ser revelada. E não é levando o assunto para o tequiniquês
que se vai resolver a questão. Empresa é empresa, mercado é mercado. Empresa
de utility tem que ter responsabilidade com os clientes. Isto para mim não é
um problema de política. É uma questão de mercado. Serviço bom = cliente
satisfeito, continha em dia, dinheiro na conta da empresa. Jogo de empurra não
resolve.
Bom, é isso.
abraços e boa noite a todos
Jana de Paula
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----- Original Message -----
From: Rubens Kuhl
To:
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, June 11, 2009 12:19 AM
Subject: Re: [wireless.br] Re: Outra pane na Telefonica: "Retomada da
discussão técnica" e IDEC: "Como reclamar"
Lembrando que existe um bom motivo para
atualização de PTS que é a migração para NGN, algo que sabidamente está no
forno da TLF... deixo a montagem da teoria conspiratória para o leitor... :-)
Rubens Kühl
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----- Original Message -----
From: Toledo, Luis Carlos
To:
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Wednesday, June 10, 2009 7:24 PM
Subject: RES: [wireless.br] Re: Outra pane na Telefonica: "Retomada da
discussão técnica" e IDEC: "Como reclamar"
Em outra lista uma pessoa, se querer querendo,
postou uma mensagem onde descrevia o upgrade do DNS da telefonica feito "a
quente", ou seja, upgrade e teste de stress em pleno ambiente de produção.
Logo fazer upgrade "a quente" do PTS me parece uma prática meio que
absurdamente normal.
QQ empresa do mundo, se alguem fizer um upgrade "a quente" num ambiente de
produção a equipe inteira é demitida, inclusive o gerente da área, e até o
diretor tem que segurar firme na cadeira, dependo tamanho da merd...
O sujeito não acordou de manhã e do nada resolveu fazer o upgrade de todos os
PTS ao mesmo tempo. Cadê a gerência e os procedimentos?
Até o bar da esquina tem procedimentos definidos para fazer um "rabo de galo",
até de rollback se errar na dose do vermute tinto.
(...) Pois bem parece
que no dia 10 pela manhã alguém (que nunca será identificado publicamente) fez
uma manutenção nos PTS, nos 6 ao mesmo tempo. E também nunca será dito se a
falha estava na atualização instalada, nas bases de dados, na comunicação
entre eles ou foi puro erro humano. Com certeza não se faz upgrades numa
terça-feira de manhã e muito menos em 6 equipamentos ao mesmo tempo. O fato é
que os 6 PTS perderam a capacidade de resolver a portabilidade (e
provavelmente de rotear corretamente as chamadas) e a resolução foi demorada.
E fica a pergunta, quem dá a liberdade para uma única pessoa, alegadamente um
terceiro, de acessar e modificar equipamentos em operação nesse horário?
Estranha ess a história... (...)
Luis Carlos
Toledo
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