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• Telebrás e Eletronet: de novo...(38) - Msg de Márcio Patusco sobre a infraestrutura da Eletronet

Como nas mensagens sobre a Eletronet, vulgo Nova Telebrás, não tem havido comentários técnicos sobre a rede dessa operadora em estágio falimentar, gostaria de passar minhas impressões após uma análise de sua infraestrutura. Poderá ser de valia nas considerações que ajudem na formação de opinião a respeito.

Composta de anéis longuíssimos. Todos sabem que, em rede de fibras o temor da interrupção por uma falha, que reduz drasticamente o tráfego, ou por falha dupla, que interrompe o tráfego, só pode ser diminuído pela quebra dos anéis. Quanto menor forem os anéis, mais segura se torna a rede. Definitivamente esta rede da Eletronet não tem uma configuração confiável com apenas 4 anéis em 16.000 km de fibra! Ela terá que fazer uso de rotas das outras operadoras para dar confiabilidade à sua própria rede.

A quebra dos anéis por investimento próprio parece totalmente inadequado, já que existem fibras já instaladas de outras operadoras. Ainda, pela simples troca dos equipamentos de transmissão nas fibras, o aumento da capacidade pode ser realizado já que ainda não se atingiu seu limite. Ou seja, pode-se aumentar a capacidade das fibras pela simples troca dos equipamentos associados de transmissão.

Composta também de anéis metropolitanos longos, e as vezes com estruturas unifilares, que também caracterizam redes pouco confiáveis. Além disso, a rede de acesso não atinge muitos logradouros de uma cidade. Há necessidade, para atendimento mais capilarizado, de se contar com estruturas de acesso complementares em todas as cidades. É sabido que a maior dificuldade no acesso é chegar efetivamente na instalação do usuário.
Apenas com sua rede de acesso, a Eletronet não consegue atender aos requisitos de acesso de um usuário de rede corporativa, por exemplo, que tem vários endereços bem estabelecidos, fazendo com que se tenha que dar um atendimento individualizado de alto custo, ou por utilização de aluguel de recursos de terceiros.

Da combinação das duas dificuldades apontadas acima, só para ficar numa análise mais técnica, rede pouco confiável, adicionada de dificuldade de chegar ao usuário final, numa época de abundância de recursos, pode-se perceber em que arapuca se meteu essa estatal, contra as recém privatizadas operadoras, que já detinham os usuários em suas carteiras.
Poucos seriam os empresários que se arriscariam a mudar seu atendimento com os riscos e inadequações nesse atendimento.

Para que ela possa ser uma alternativa viável, um grande investimento deverá ser feito, pois em telecomunicações, dos investimentos em redes, o acesso é aquele que consome a maior parcela. Essa conta, com certeza, vai fechar com dinheiro do contribuinte ou do Fust, o que vem a dar no mesmo.