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Junho 2009
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25/06/09
• Flávia Lefèvre comenta a manifestação da
Associação dos Engenheiros de Telecom - AET sobre as paralisações da Telefonica
O Conselho Consultivo da Anatel
realizará a sua 126ª Reunião amanhã, dia 26 de junho de 2009, às
10h00, em Brasília/DF.
A AET - Associação dos Engenheiros de
Telecomunicações, foi convidada a comparecer e se manifestar sobre as
recentes paralisações dos serviços de telefonia fixa e de Internet, no
estado de São Paulo, na área de prestação do serviço da Telesp.
Na impossibilidade do comparecimento, a AET se manifestou por escrito e o
fato foi noticiado pelo
Tele.Síntese:
[24/06/09] Engenheiros afirmam que
rede da Telefônica não atende a demanda de tráfego (transcrição
nesta mensagem).
(...) A Associação dos
Engenheiros de Telecomunicações (AET), em documento ao Conselho Consultivo
da Anatel, afirma que a rede de banda larga da Telefõnica não atende mais
à demanda crescente de dados, uma vez que não tem recebido investimentos
em nova topologia. Acusa ainda de a rede possuir diversidade de
fabricantes dos equipamentos com múltiplas funções, o que é prejudicial,
e ser "muito complexa", com crescimento desordenado. " A atual topologia
de rede tem que ser revista e reestruturada", afirmou o presidente da
entidade, Ruy Bottesi. (...)
A nossa Flávia Lefèvre tece
comentários sobre o assunto e transcreve o convite do Conselho Consultivo à
AET e a manifestação assinada pelo seu presidente, Engº Ruy Bottesi.
Na mensagem a Flávia faz referência à esta
matéria do Teletime, também transcrita mais abaixo:
Oposição elogia privatização e ataca a
reativação da estatal
Obrigado, Flávia, por compartilhar!
Parabéns, Ruy Bottesi e AET, pela manifestação franca e corajosa!
Ao debate!
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----- Original Message -----
From: Flávia Lefèvre Guimarães
To: Helio Rosa e Grupos
Cc: Ruy Bottesi
Sent: Thursday, June 25, 2009 2:03 PM
Subject: Convite da Anatel à AET para manifestação sobre as paralisações de
serviços da Telesp
Caro Helio e Grupos
A Associação dos Engenheiros de Telecomunicações
reúne técnicos do mais alto gabarito e que conhecem como poucos cada cabinho,
central etc ... da nossa antiga Telesp.
Portanto, o parecer deles, ainda que resumido, é
um sinal importante de alerta. Fica claro que a ANATEL foi omissa na sua
atribuição de garantir e preservar o bem estratégico que são as redes de
telecomunicações.
E, volto a repetir, acredito que a medida de
proibir a Telefonica de vender Speedy por tempo indeterminado cai muito bem
para a agência, pois faz o jogo de cena tentando convencer que atua de forma
forte na defesa do interesse público, e para a Telefonica também, que, por sua
vez, não tem de assumir o ônus de negar a venda de serviço público essencial.
Notem que a Telefonica sequer vai pagar uma
multa. A multa de R$ 15 bilhões é só para o caso de a Telefonica descumprir a
ordem da ANATEL. E tudo foi feito de modo que, mesmo com a publicação da
medida no Diário Oficial da União na segunda-feira - dia 22.06 - a
concessionária só fosse pessoalmente intimada nas últimas horas daquele dia.
Ou seja, o prazo só passou a correr a partir do dia 23 e, por isso, não houve
descumprimento.
Que se saiba, a Telefonica, que conta com um
corpo de advogados e escritórios de advocacia cinematográficos, não vai
recorrer da decisão da ANATEL. Por que será?????
Seria porque para ela é cômodo que a ANATEL a
proíba de continuar a vender o Speedy, pois ela não pode deixar de prestar
esse serviço público essencial por falta de investimentos?
Para quem duvida que o serviço de comunicação de
dados é serviço público essencial, ainda que prestado em regime privado
(ilegalmente - art. 65, parág. 1°e 2°, da LGT), sob a denominação de SCM -
Serviço de Comunicação Multimídia, batizado pela ANATEL, por meio da Resolução
272/2001, convido para um breve tour no nosso ordenamento jurídico:
Art. 21, inc. XI, da
Constituição Federal; "Compete exclusivamente a União: explorar, diretamente
ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos
serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais"
Art. 69, parágrafo único, da
LGT: "As modalidades de serviço serão definidas pela Agência em função de sua
finalidade, âmbito de prestação, forma, meio de transmissão, tecnologia
empregada ou de outros atributos. Parágrafo único. Forma de telecomunicação é
o modo específico de transmitir informação, decorrente de características
particulares de transdução, de transmissão, de apresentação da informação ou
de combinação destas, considerando-se formas de telecomunicação, entre outras,
a telefonia, a telegrafia, a comunicação de dados e a transmissão de imagens"
Art. 10, inc. VII, da Lei de
Greve: "São considerados serviços ou atividades essenciais: VII -
telecomunicações".
Ou seja, a comunicação de dados, sendo serviço
de telecomunicações é essencial e, portanto, está sujeito às obrigações de
continuidade, nos termos do art. 175, da Constituição Federal e art. 22, do
Código de Defesa do Consumidor, que dispõe:
"Art. 22. Os órgãos
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações
referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a
reparar os danos causados, na forma prevista neste código".
Que coisa, não!!!! A Telefonica vem descumprindo
sua obrigação de prestar o Speedy de forma contínua, eficiente e segura e a
ANATEL, DEPOIS DE UM ANO, manda que ela pare de vender o serviço.
Quem são os maiores prejudicados nessa história?
Alguém ainda duvida que a reativação da
Telebrás, para gerir a rede de dados nacional vai ser um tremendo ganho para a
sociedade?
Talvez por isso as superteles estejam tão
preocupadas e fazendo lobby pesado no Congresso. Conseguiram uma audiência
pública ocorrida no dia 23 de junho agora, mas parece que não conseguiram o
resultado que pretendiam. Vale a pena conferir a matéria publicada no
Teletime:
"Oposição
elogia privatização e ataca a reativação da estatal".
Vamos acompanhar, então, os próximos
emocionantes capítulos e, aqueles paulistas que estão em áreas onde a Net não
chega e precisam do Speedy usem o acesso discado ... e, boa sorte.
Abraço.
Flávia Lefèvre Guimarães
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Manifestação da AET
CT-AET-022/2009
São Paulo, 24 de Junho de 2009
Ao
Conselho Consultivo da Anatel
A/c do Sr. Átila Augusto Souto
Presidente
SAUS Quadra 6 – Bloco H
70.070-940 – Brasília – DF
Fax 061 2312-2640
Assunto: Convite para manifestação sobre as
paralisações de serviços da Telesp
Ofício n# 32/2009/CC – Anatel, de 18/06/2009
Prezado Senhor,
Tomamos conhecimento do ofício de Vossa Senhoria
e agradecemos o convite para manifestar nosso parecer sobre as paralisações
dos serviços de telefonia de voz e dados prestados pela Telefonica.
Entretanto, informamos que estamos impossibilitados de comparecer à 126ª
Reunião do Conselho Consultivo da Anatel em 26 de Junho de 2009 em função de
outros compromissos assumidos anteriormente.
A título de colaboração informamos que nosso
corpo técnico tem acompanhado as paralisações dos serviços da Telefonica
através de informações junto a profissionais do setor, sobre as quais temos as
seguintes considerações a fazer:
Rede de Dados (Banda Larga)
1. A atual topologia da rede de dados (banda
larga) já não atende à demanda crescente de tráfego, uma vez que a rede:
- É muito complexa, baseada em camada 3 (MPLS e divulgação de rotas), com
crescimento desordenado;
- Possui diversidade de fabricantes dos equipamentos com múltiplas
configurações;
- Não tem recebido investimento em nova topologia (apenas no crescimento da
rede MPLS).
Acrescentamos que a atual topologia de rede tem
que ser revista e reestruturada, reduzindo a troca de informações internas à
mesma, minimizando o impacto provocado pela troca de tabelas de endereçamento
do MPLS em camada 3.
Em função do exposto acima, apresentamos 2
propostas mais simplificadas, que são:
- Alternativa 1 – Rede MPLS no centro com camada 2 nas bordas.
- Alternativa 2 – Rede Metro Ethernet com camada 2 no centro e roteamento MPLS
nas bordas.
2. Em função das alternativas propostas é
necessário efetuar um estudo técnico de impacto/investimento na rede atual com
o objetivo de reduzir a troca de tabelas de endereçamento, tornando-a mais
leve e com uma melhor performance trazendo benefícios significativos para o
usuário final.
Vale salientar que a interrupção da
comercialização dos serviços Speedy não garante a ocorrência de novas
paralisações da rede de dados (banda larga), uma vez que na atual topologia da
rede existe uma instabilidade crônica em função do consumo dos recursos de
rede para troca de tabelas de endereçamento na camada 3. Ainda não conseguimos
entender por que, tecnicamente, a Telefonica, com aval da Anatel, garante
apenas 10% da velocidade do serviço prestado através de tecnologia ADSL para o
usuário final, enquanto em determinados momentos chega a consumir até 90% do
recurso da rede dando prioridade à troca de tabelas de roteamento em relação à
aplicação do usuário.
Rede de Voz
Até o presente momento nada temos a comentar
sobre a interrupção da rede de voz, uma vez que é de nosso conhecimento que
houve problemas no sistema de sinalização entre centrais (SS7), comprometendo
o completamento de chamada no sistema de voz em toda a rede da Telefonica.
Acrescentamos ainda que não temos informações suficientes sobre impacto da má
performance da rede de dados no encaminhamento de chamadas de voz.
Diante das referidas ocorrências envolvendo a
Telefonica entendemos que o contrato de concessão em sua cláusula 4.2, e
parágrafo único, estabelecem que a Concessionária têm a obrigação de prestar o
serviço de forma contínua e que o desrespeito a essa obrigação pode implicar
em severas penas contratuais, cuja obrigação e competência de fiscalização
ficam a cargo exclusivo da Anatel.
A título de informação, informamos que em
08/Jun/09 encaminhamos ofício à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação
e Informática, da Câmara dos Deputados, com cópia ao Governo do Estado de São
Paulo, propondo a revisão do atual modelo de atuação da Anatel mediante a
Criação de Agências Estaduais de Telecomunicações, conforme resumo abaixo:
a) No âmbito do Governo Federal propomos que a
ANATEL continue a deliberar e promover sobre a macro-política nacional de
telecomunicações, sempre em consonância com as recomendações e padrões de
qualidade de renomados órgãos internacionais.
b) No âmbito dos governos estaduais propomos a
criação de agências estaduais:
- Com atribuição principal de regulamentar, aplicar e fiscalizar a macro
política nacional de telecomunicações emanadas da ANATEL, dando ênfase nas
ações sobre os contratos e os respectivos planos de metas;
- Com visão para adequar as regulamentações às variadas condições regionais do
Brasil.
- Com competência técnica para propor medidas que possam ser adequadas ao
cumprimento da lei e atendam à sociedade na prestação dos serviços;
- Com capacidade de auxiliar no cumprimento do Código de Defesa do Consumidor;
- Que poderiam ser criadas ou ainda adaptadas a alguma entidade existente na
estrutura do governo estadual, sem onerá-lo.
Para finalizar a AET se coloca à disposição para
prestar novos esclarecimentos, e eventuais serviços de consultoria que se
façam necessários, para que os serviços prestados pela Telefonica voltem à
normalidade o mais rápido possível, dando ao Governo do Estado de São Paulo a
segurança para que o crescimento sócio-econômico não seja afetado nos próximos
anos.
Atenciosamente,
Engº. Ruy Bottesi
Presidente
11 3105-9487
www.aet.org.br
Com cópia:
1. Palácio dos Bandeirantes – A/c do Governador José Serra.
2. Palácio dos Bandeirantes – A/c do Vice-Governador Alberto Goldman.
3. Procurador da República – Dr. Duciran Van Marsen Farena.
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Ofício da ANATEL à AET
Ofício nº 32/2009/CC-ANATEL
Brasília, 18 de junho de 2009
Ao Senhor
RUY BOTTESI
Diretor da Associação dos Engenheiros de Telecomunicações - AET
Rua Santo amaro, 71 - conjunto 4C, Bela Vista - S. Paulo
01.325-001 - São Paulo - SP
Assunto: Convite para manifestação sobre as
paralisações de serviços da Telesp.
Senhor Presidente,
1. O Conselho Consultivo da Anatel realizará a
sua 126ª Reunião no dia 26 de junho de 2009, às 10h00, no SAS - Quadra 6 -
Edifício Anatel - Bloco H, sala de reuniões do 11º andar, em Brasília/DF.
2. Nesse sentido, com o objetivo de subsidiar a
formação de opinião, este Colegiado convida Vossa Senhoria a se manifestar
sobre as recentes paralisações dos serviços de telefonia fixa e de Internet,
no estado de São Paulo, na área de prestação do serviço da Telesp. Informo,
adicionalmente, que a AET disporá de 10 (dez) minutos para apresentação e
comentários iniciais sobre o tema.
3. Por fim, solicito a gentileza de confirmar a
presença na reunião até o dia 24 de junho de 2009, por intermédio do telefone
(61) 2312-2357 ou do endereço de correio eletrônico:
tarcisio@anatel.gov.br.
Atenciosamente
ÁTILA AUGUSTO SOUTO
Presidente do Conselho
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Fonte: Tele.Síntese
[24/06/09]
Engenheiros afirmam que rede da Telefônica não atende a demanda de tráfego
A Associação dos Engenheiros de
Telecomunicações (AET), em documento ao Conselho Consultivo da Anatel,
afirma que a rede de banda larga da Telefõnica não atende mais à demanda
crescente de dados, uma vez que não tem recebido investimentos em nova
topologia. Acusa ainda de a rede possuir diversidade de fabricantes dos
equipamentos com múltiplas funções, o que é prejudicial, e ser "muito
complexa", com crescimento desordenado. " A atual topologia de rede tem que
ser revista e reestruturada", afirmou o presidente da entidade, Ruy Bottesi.
Ele afirma ainda que não há razões técnicas
para a operadora garantir apenas 10% da velocidade contratada do ADSL ao
usuário final, enquanto em determinados momentos chega a consumir até 90% dos
recursos da rede priorizando a troca de tabelas de roteamento, reclamando que
esse procedimento tem o aval da Anatel. A AET defende que sejam criadas
agências reguladoras estaduais para fiscalizar as concessionárias de
telecomunicações de cada unidade da federação.
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A audiência pública realizada nesta
terça-feira, 23, na Câmara dos Deputados, para discutir a reativação da
Telebrás acabou virando um palanque para os opositores ao projeto. Os
representantes do governo convidados pelos parlamentares não compareceram ao
encontro e praticamente todas as apresentações criticaram o projeto e
aproveitaram a ocasião para elogiar a privatização das telecomunicações. Os
elogios foram tantos que o deputado Paulo Bornhausen (DEM/SC) chegou a
comparar a privatização com o Bolsa Família, programa de distribuição de
renda do governo federal. "O maior programa social do país não é o Bolsa
Família. É a privatização das telecomunicações", afirmou.
Bornhausen, no entanto, não estava sozinho da
defesa contundente do modelo privado das telecomunicações. "Sou fã número um
de todo o sistema de privatização", declarou o deputado Júlio Semeghini
(PSDB/SP), que disse concordar "100%" com os comentários de Bornhausen sobre
o impacto social das privatizações. O presidente da Abrafix, José Fernandes
Pauletti, também afirmou que o processo de privatização foi muito bem
sucedido no Brasil e apresentou números para reforçar a declaração. Segundo
a associação, o setor investiu R$ 165 bilhões no modelo privado e é um dos
grandes empregadores do país. "O que a gente pode dizer é que foi um sucesso
a política adotada. É inegável."
Convocação
A ausência dos representantes do governo foi
duramente criticada pelos parlamentares. Era esperada a presença de três
instâncias do governo envolvidas com o projeto de reativação da Telebrás. O
mais aguardado era Rogério Santanna, secretário de Tecnologia da Informação
do Ministério do Planejamento. Mas o secretário está em viagem internacional
e não mandou representante.
Já o Ministério das Comunicações declarou à
comissão que o "objeto" da audiência não existia uma vez que não havia uma
decisão do governo com relação à reativação da Telebrás e, por isso, não
mandou representante. A Telebrás, por sua vez, também não compareceu
alegando "constrangimento" com o fato de seu órgão superior, o Minicom, não
participar do debate.
As ausências foram entendidas pelos deputados
como uma tentativa de esvaziamento da audiência e uma espécie de "confissão"
de que o projeto está em andamento de fato. "É uma prova inequívoca de que
este assunto está sendo tratado a portas fechadas pelo governo. De que o
projeto está mais vivo do que nunca", avaliou Bornhausen, que se disse
"frustrado" com a atitude do governo.
Bornhausen e Semeghini decidiram preparar um
requerimento solicitando formalmente informações ao governo sobre a
Telebrás. O documento ainda precisa ser aprovado pela Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e os órgãos têm 180 dias para
responder. Em princípio, a solicitação de informações será feita ao Minicom,
ao Ministério do Planejamento e à Casa Civil.
Além disso, os deputados cogitam a
possibilidade de convocar os representantes do governo para um novo debate.
Caso aprovem uma convocação, os membros do Executivo não poderia se negar a
comparecer na audiência. Mas, por outro lado, não há um prazo para que eles
respondam à convocação, ficando o agendamento do debate à mercê da agenda
das autoridades.
Nada oficial
Único agente público a comparecer no debate de
hoje, o conselheiro da Anatel Antônio Bedran conseguiu manter-se fora do
conflito. A Anatel estaria envolvida no projeto por conta de deter o maior
número de funcionários da Telebrás em atividade. O governo já pediu que a
agência reguladora devolva 50 funcionários, sendo 15 engenheiros, à estatal
para sua reativação, mas Bedran negou que exista qualquer movimento
"oficial" neste sentido. "Em nenhum momento a Anatel recebeu oficialmente um
comunicado a este respeito", disse o conselheiro.
Bedran, que tem formação em direito e já foi
procurador da Anatel, disse não ser capaz de avaliar se é legalmente
possível reativar a estatal apesar de a Lei Geral de Telecomunicações (LGT)
prever sua extinção. "É muito difícil responder a esta questão", disse aos
parlamentares. Mais tarde, ao sair da audiência, o conselheiro afirmou aos
jornalistas que "não sabe" se a lei permite ou não a reativação da Telebrás.
Temores
Empresas fixas e móveis concordam com os
riscos que um projeto de reativação da Telebrás pode trazer para a economia
do país. "Uma possível mudança nas regras do jogo com a possibilidade de
prestação dos serviços de telecom pelo Estado pode gerar inseguranças
sistêmicas e reflexos negativos na entrada de capital estrangeiro", analisou
o presidente da Telcomp, Luiz Cuza. Para a Abrafix também há uma preocupação
com a perda de receita, provocada pela substituição das concessionárias pela
Telebrás na oferta de serviços ao governo. O impacto dessa troca seria em
torno de 20% a 30% da receita das empresas, segundo Pauletti.
Já a Acel teme que, uma vez iniciado, o
projeto se expanda e atinja também a telefonia móvel. Por ora, os
comentários são de que a Telebrás funcionaria apenas para a oferta de
telecomunicações do governo e expansão dos serviços de banda larga. Mas,
para o assessor parlamentar da associação das operadoras móveis, Luis de
Mello Júnior, nada impede que, no futuro, o governo decida ampliar o escopo
da estatal e concorrer em todos os mercados. "Nós acreditamos que isso
(reativar a Telebrás) pode gerar uma instabilidade regulatória", afirmou o
assessor.
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