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Maio 2009
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06/05/09
• "Espectro de 2,5 GHz": "Espectro para
mobilidade: quem dá mais? por Jana de Paula" + Notícia: "Empresas de MMDS temem
ser prejudicadas"
Na mensagem/"post" anterior reproduzimos uma
matéria da Revista Teletime de fevereiro:
Teletime:
"Ouro eletromagnético" - Uma "aula" sobre a "faixa de 2,5 GHz"
A ideia foi fazer uma ambientação para nivelamento geral e lembrar alguns
aspectos do MMDS para que todos possam acompanhar e entender o noticiário.
Em abril, a nossa Jana de Paula esteve na "9º RioWireless" e
entrevistou importantes atores do cenário "2,5 GHz".
A matéria, já divulgada no boletim do e-Thesis, está transcrita mais abaixo
(com a recomendação de "vale conferir!): :-)
Fonte: e-Thesis
[16/04/09]
Espectro para mobilidade: quem dá mais?
por Jana de Paula (jana@e-thesis.inf.br)
Após a leitura, já "dominando o assunto",
vamos entender esta notícia de ontem: :-)
Vamos comentar?
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Fonte: e-Thesis
[16/04/09]
Espectro para mobilidade: quem dá mais?
por Jana de Paula
O consultor Newton Scartezini, que participou de todas as edições do Rio
Wireless, importante arena para debate dos players de mobilidade, se disse
surpreso que, após as oito anteriores, a de ontem, a nona, realizada num hotel
da Barra da Tijuca (RJ), foi a primeira em que, mais do que divergências em
torno da convergência, houve, de fato, um ponto comum, real, das idéias
apresentadas. E o ponto para o qual todos convergiram foi a necessidade de
mais espectro. Palestrantes e assistência presentes, oriundos de cada elo
chave da cadeia, se esmeraram em explicar - e tentar compreender - como,
porque e quando o mercado brasileiro de mobilidade precisará de mais espectro.
Mas, como bem lembrou o diretor do WiMAX Forum no Brasil, Luiz C. Moraes
Rego, "uma coisa é a prática, outra coisa é power point". De qualquer forma, o
recado do governo foi dado: "O que queremos, no momento, é a apresentação de
contrapartidas. Mais do que palavras, queremos que nos apresentem projetos
concretos que impliquem sustentabilidade econômica. O que vamos fazer com o
espectro? Para decidirmos isto precisamos de sugestões concretas que resultem
em ampliação de nossa capacidade educacional", disse André Barbosa Filho,
assessor especial da Casa Civil.
Mais do que necessidade de espectro, os presentes ao 9º Rio Wireless
trataram, especificamente, da faixa dos 2,5GHz. Ricardo Tavares,
vice-presidente de políticas públicas da GSM Association (GSMA), foi
peremptório: "Com o atual espectro disponível estaremos paralisados até 2015.
Nas áreas urbanas o colapso está previsto para acontecer já em 2010, quando
todo espectro utilizado nas grandes capitais estará ocupado. A única forma de
evitar isso é com a banda em 2,5GHz". Hoje, os 2,5GHz estão largamente
ocupados pelas MMDS, prestadoras de TV aberta do país e, antes mesmo de se
rearranjar o espectro (o que Edilson Ribeiro dos Santos, superintendente de
Radiofreqüência e Fiscalização da Anatel, disse que será feito), a GSMA já se
preocupa em definir quanto vai ficar com quem:
"A idéia é usar a banda de 2,5GHz de maneira estruturada. As operadoras de
MMDS vão mudar de tecnologia analógica para digital. Com isso, todos os seus
serviços passam a ocupar menos espectro. Assim, acreditamos que esta faixa
possa ser reutilizada destinando-se duas vezes 70 MHz (subida e descida) para
o WiMAX, 50 MHz para as MMDS e 140 MHz para as quatro operadoras de redes
móveis brasileiras (Telefônica, Oi, Claro e TIM) implantarem serviços em LTE.
A visão da GSMA é de que estas faixas sejam regulamentadas este ano e
leiloadas no ano que vem e a concessão seja baseada no conceito de banda
neutra em termos de tecnologia", disse Tavares.
Quanto aos preços a serem praticados, Tavares imagina que, como de praxe, o
preço mínimo elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sirva de base
para garantir preços competitivos. Sua sugestão é que se use o modelo do
contrato de concessão da 3G, de dezembro de 2007, em que se previu o uso de
parte do custo para expansão da rede, com cunho de inclusão social.
Governo se mantém agnóstico
Mas ainda é cedo para se fazer o tratado de Tordesilhas dos 2,5GHz. E neste
caminho é de bom alvitre que se aproveitem todos os recursos disponíveis, de
todos os players dispostos a colaborar, sejam eles do ecossistema do WiMAX ou
da LTE. Sim, porque se o espectro foi o tema principal do evento de ontem,
grande foi o leque de apresentação das próximas soluções em LTE para o mercado
local. Mas, se o peso das quatro operadoras de redes móveis é grande e
incontestável seu poder no mercado local, o governo, pelo que depreendeu de
ontem, não pretende abandonar o WiMAX.
O próprio Plínio Aguiar, da Casa Civil, destacou que a meta do governo é
formatar um modelo de uso de um bem público (o espectro) que atenda a
coletividade e que também traga remuneração do negócio e retorno do capital.
"A utilização de banda larga nas escolas, através do acordo de uso da rede de
DSL das teles, foi o primeiro grande encontro da iniciativa pública e privada
no mercado de comunicações brasileiro, que também pode ser expandido para o
uso das tecnologias sem fio. Onde a cobertura cabeada for mais difícil, ela
pode ser complementada por WiMAX, WiBro, 3G etc." Ou seja, o governo estuda a
adoção de todas as novas tecnologias disponíveis.
Esta postura da Casa Civil trouxe uma brisa primaveril ao espírito dos
apostadores do ecossistema de WiMAX presentes ao 9º RioWireless. Muitos dentre
eles se ressentem de forma dramática dos atrasos na regulamentação do mercado
de WiMAX no Brasil. Contratos postergados, acordos que não se realizam,
necessidade de se adiar estratégias agressivas de atuação no mercado são
fatores que mexem com os nervos dos players de WiMAX, nos mais diversos níveis
- rede, dispositivos, homologação, treinamento, marketing e um longo etc. A
ótica é que, se o espectro será agnóstico e o governo mantém compromisso de
adoção de WiMAX, as coisas estão melhores do que se esperava, para o lado do
WiMAX. Já que quanto a LTE a situação já é clara - as MNO brasileiras migrarão
em sua direção, como seguidoras do mundo GSM/3GPP/LTE
Quem chega primeiro
"Estamos num momento em que muito se fala em LTE. Os grandes vendors de
origem européia se engajam neste ambiente tecnológico. Mas, na prática,, há um
atraso da LTE em relação ao WiMAX", disse o professor Moraes Rego, do
escritório brasileiro do WiMAX Forum. Ele lembra que montar um ecossistema não
é coisa que aconteça da noite para o dia. E como, de fato, não há muita
diferença tecnológica entre as duas tecnologias, a vantagem é de quem chegar
primeiro, em âmbito mundial.
O caso brasileiro tem suas características próprias, sobretudo no tocante aos
2,5GHz: Enquanto não se organizar esta banda de freqüências, as coisas ficam
paradas. "A prioridade número um é espectro. A prioridade número dois é
espectro. E a prioridade número três é espectro", enfatizou o professor Moraes
Rego.
3,5GHz começa a caminhar
No caso dos 3,5GHz as coisas parecem caminhar mais claramente,com a
perspectiva de regulamentação de seu uso para o WiMAX em um mês, segundo
anúncio feito pela Anatel. "Pouca gente sabe, mas o WiMAX Fórum do Brasil tem
participação importante nisso. Contribuímos de forma responsável para o
chamado 'refarming', ou a reorganização dos 3,5GHz, de maneira que este
processo não causasse problemas aos atuais proprietários das suas licenças de
uso. Ou seja, num acordo de cavaleiros, negociou-se com as operadoras que
detêm atualmente o espectro, um modo de chegarmos a um consenso e apoio
mútuo", destacou ele.
MMDS, WiMAX, 3G, LTE: todos querem os 2,5GHz
Quanto aos 2,5GHz, é uma questão ainda em aberto. Como lembrou o professor
Moraes Rego, pouco se divulga que os 2,5GHz foram legados gratuitamente às
MMDS, há 15 anos, por força da necessidade de disseminação do sinal de TV
paga, que não chegava a determinadas áreas. Ou seja, as operadoras de MMDS
receberam o espectro para repetirem o sinal de satélite e permitir o acesso da
TV paga em várias localidades onde o cabo não chegava a contento, num modelo
de negócios que permitia a venda de publicidade. A tecnologia analógica
adotada na época consumia muito espectro e, portanto, elas ganharam 190MHz
para prestarem o serviço.
Após esta concessão, os donos das faixas investiram em tecnologia digital.
Esta digitalização da tecnologia de radiodifusão e uma série de novas
capacidades de compressão de dados etc. reduzem, hoje, a necessidade de
espectro para as transmissões de TV por parte das MMDS.
O caso da TVA
Entre o segmento das MMDS, a TVA foi a que mais avançou, pois, já que ela
dispunha de espectro, decidiu utilizá-lo para a prestação de outros tipos de
serviços. Surgiu daí sua opção pela prestação de serviços de WiMAX. Mas, neste
ínterim, a TVA foi vendida para a Telefônica que, com a transação, certamente
adquiriu um benefício muito grande a um custo excelente. E como a Telefônica,
por DNA, tende a se comprometer com a LTE, não se sabe qual o caminho se irá
tomar, aí, quando as coisas ficarem definidas.
A força da UIT
Ora, à pressão do mercado pelo uso da faixa dos 2,5GHz para outros serviços
que não a TV paga acrescentou-se, ao final de 2007, a decisão da UIT de
reservar a faixa de 2,5GHz para mobilidade plena numa base tecnológica
agnóstica. A Anatel é uma das signatárias da UIT e costuma seguir as decisões
do organismo internacional. Assim, quando o governo renovou as licenças das
MMDS, há pouco mais de um mês, ele contingenciou seu uso à existência de um
mercado de mobilidade, o que demonstra por si só que a Anatel pretende mesmo
seguir o caminho apontado pela UIT.
Hoje a situação em relação aos 2,5GHz está no seguinte: Em um ano, tem que se
levantar quanto custa o uso faixa de mobilidade e, no mesmo período,
estabelecer as regras de uso da faixa e o quanto dela será destinado aos
vários serviços e tecnologias. Sim, porque hoje, segundo os players presentes
ao 9º Rio Wireless, os 2,5GHz são uma das faixas chaves para se garantir o
crescimento da banda larga móvel sem apagões, nem interrupção de estratégias
de investimentos por um colapso na disponibilidade de espectro.
O que ocorre nos bastidores do poder
As operadoras de MMDS e agora a Telefônica, através da TVA, tentam mobilizar
os políticos para que se destine uma ampla faixa dos 2,5GHz para elas, as
atuais licenciadas. Mas os players de WiMAX não estão ociosos. E enquanto os
apostadores da LTE acenam com alguns trials a serem iniciados ao final deste
ano, além da própria força do setor, o grupo que aposta no WiMAX também quer
sensibilizar os legisladores e políticos, apresentando o WiMAX como uma
tecnologia que já tem seu ecossistema formado e pode apresentar um 'book' com
430 implementações e um ecossistema composto de 750 atores. Os dois pontos
chaves do lobby do WiMAX é a importância alegada por seu ecossistema quanto ao
impacto positivo na sociedade, sua capacidade de ampliar penetração em banda
larga a custos palatáveis e seu DNA, que o permite navegar com desenvoltura no
roadmap das tecnologia IP.
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Fonte: Teletime
[05/05/09]
Para ABTA, banda larga wireless não é
prerrogativa do SMP por Samuel
Possebon
Com a perspectiva de uma definição da Anatel em relação ao uso da faixa de
2,5 GHz, a ABTA (que representa os operadores de TV paga em geral) e a
Neotec (representante das principais operadoras de MMDS) estão afinando
discursos e devem encampar, alinhadas, a batalha pela preservação do espaço
reservado às operadoras atuais.
A ABTA deve, nos próximos dias, se manifestar formalmente ao conselho da
Anatel em relação às suas posições em defesa das empresas de MMDS.
Como argumento, usará as teses que já vêm sendo defendidas pelas empresas
individualmente ou pela Neotec: a de que os serviços de banda larga sem fio
não são prerrogativas das operadoras móveis. Segundo a argumentação da ABTA,
os operadores de MMDS estão, há muito tempo, desenvolvendo expertise e
tecnologia para a oferta de serviços de banda larga por meio das frequências
de 2,5 GHz, baseadas na convicção de que teriam o direito de uso a estas
faixas. Com a discussão atual da Anatel acerca da redistribuição do espectro
de 2,5 GHz, as empresas de MMDS temem ser prejudicadas.
A ABTA também endossará o discurso das empresas de MMDS, de que não
pretendem prestar o serviço móvel, mas apenas o serviço de banda larga
nomádico, já permitido pela legislação atual do MMDS. Segundo a associação,
esta é uma alternativa concreta para atender às demandas de massificação da
banda larga no Brasil, país que, por seu tamanho e disparidades regionais,
requer soluções alternativas.
Sobre a discussão de que o espectro para o MMDS estaria superdimensionado
frente ao tamanho reservado para operadoras móveis, o argumento é que, dada
a natureza atual, com vídeo, e futura do serviço (com grandes taxas de
transmissão de dados para muitos usuários) esse espectro é necessário. Além
disso, os serviços de 3G, dizem os operadores de TV paga, sequer utilizam as
faixas específicas para eles destinadas. Por fim, as empresas argumentam que
a Anatel está obstruindo o desenvolvimento de uma tecnologia pronta para que
se ganhe tempo para o desenvolvimento de uma tecnologia alternativa (LTE).
A conselheira da Anatel Emília Ribeiro relata o processo que prevê a
revisão da destinação do 2,5 GHz. A matéria pode ser apreciada na reunião
desta semana, dia 8. O texto, no entanto, ainda precisa passar por consulta
pública caso seja aprovado nesta semana.
Vale lembrar que hoje controlam outorgas de MMDS, entre outras empresas, a
Telefônica/TVA, a Net Serviços e a Sky (após a aquisição da ITSA), que são
as maiores operadoras de TV paga do Brasil.
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