BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Maio 2009
Índice Geral do
BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem
forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
Celld-group
e
WirelessBR.
Participe!
09/05/09
• "Loteamento da Anatel": João Rezende
aprovado + "Não sou pascácio, na Anatel também quero um Nicácio" + Dora Kramer:
"De onde menos se espera é que saem as melhores surpresas"
Antes do conteúdo da mensagem respondo à um
participante distraído que escreveu em "pvt" achando que eu sou jornalista.
:-)
Fico lisonjeado mas sou apenas um jurássico engenheiro de telecom aposentado
(68 anos), fora do mercado e da universidade, tentando ainda dar alguma
contribuição: um pé já está na cova mas o outro ainda está bem animado... :-)
Assim, não sendo jornalista e com dificuldade para redigir "manchetes" preciso
dar um jeitinho para chamar a atenção para o conteúdo da mensagem lá no
"Assunto".
Então, vou logo explicando, para segurar a "audiência": :-)
Do meu "Houaiss Online" recorto:
Pascácio (substantivo masculino) - indivíduo muito simplório; tolo,
parvo, bobo
E "Nicácio" é o tenente-brigadeiro-do-Ar
Cleonilson Nicácio Silva, presidente da Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO).
"Neste país" do lulopetismo, Nicácio está protagonizando um "escândalo
ao contrário": está "desloteando" e "desaparelhando" a
Infraero!!!
Será que ele não tem um irmão para a Anatel? :-))
Mais no item 04 abaixo.
Para continuar na rima, eu poderia citar que temos eternamente no palanque
um Inácio que deveria estar trabalhando no palácio... mas está
é outra história..."off topic" para nossos Grupos... :-)
01.
Vamos então à Anatel...
O "Serviço ComUnitário" acompanha diversos
assuntos relacionados à Anatel, que a mídia vem tratando como "loteamento" da
Agência.
E o registro deste acompanhamento está nesta Seção do site comunitário
WirelessBR:
"Loteamento" da Anatel
Da mídia fazemos alguns "recortes" à guisa de
definição do tema:
(...) A agência é um órgão
de Estado, e não do governo. A idéia é que seja um organismo independente de
todas as pressões. Defende o mercado da ingerência indevida do governo;
defende a sociedade das distorções criadas pelo mercado; defende as empresas
participantes do abuso de poder de mercado de empresas dominantes. (...)
Fonte:
O erro original
de Miriam Leitão
(...) Desde o início do
primeiro mandato, o governo do presidente Lula vem trabalhando para destruir
o sistema de agências reguladoras. Agências desse tipo, existentes em países
desenvolvidos, são órgãos de Estado, não de governo. Devem funcionar com
independência política, proporcionando estabilidade e previsibilidade às
condições de investimento em setores básicos, como energia, transportes e
telecomunicações. O presidente Lula e seus principais auxiliares nunca
aceitaram essa concepção, assim como jamais aceitaram os critérios de
impessoalidade e competência na gestão pública. (...)
Fonte: Estadão -
Editorial - [18/06/08]
Loteamento de agências
02.
Dentro
do foco transcrevemos mais abaixo esta notícia:
Fonte: Teletime
[07/05/09]
Com 16 votos favoráveis, comissão aprova João
Rezende por Mariana Mazza
E recortamos o trecho inicial:
(...) A
Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 7,
a indicação do economista João Rezende para ocupar a última vaga do Conselho
Diretor da Anatel. O nome de Rezende recebeu 16 votos favoráveis e dois
contrários. A indicação ainda precisa ser aprovada no Plenário da Casa para que
a nomeação possa ser feita. A expectativa do PT, partido de onde partiu a
indicação, é que o nome seja analisado pelo Plenário na próxima semana.(...)
03.
Para lembrar porque o Sr. João Resende se enquadra no tema, vão
dois recortes da repercussão da mídia na época da indicação:
(...) O governo Lula
continua a usar os cargos das agências reguladoras como moeda política. O Diário
Oficial da União publicou ontem a mensagem presidencial com a indicação do
economista João Rezende para uma vaga no Conselho Diretor da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). Foi o despacho de um acordo político que daria ao PT
a indicação do posto na Anatel, caso o PMDB ficasse com o comando das duas Casas
do Congresso. (...) [Fonte: Estadão - 18/02/09 -
Rateio político dá ao PT cargo na Anatel]
(...) Representantes do
PT, dentro e fora do Palácio do Planalto, circularam nos últimos dias em busca
de alguém ligado ao partido e que pudesse ocupar a cadeira vaga no conselho
diretor da Anatel. A busca se intensificou depois que o presidente Lula disse
ao ministro Hélio Costa que o nome seria pensado sob a perspectiva além de 2010.
Ou seja, Lula indicou que quer uma pessoa de confiança do partido para o cargo.
Segundo fontes do Planalto e do Congresso que acompanham a questão, o único nome
do PT que se enquadraria no perfil é o de João Batista Rezende, atualmente chefe
de gabinete do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, mas que até 2006
ocupava a presidência da Sercomtel, o que lhe garante conhecimento do setor.
Rezende teria manifestado a vontade de ir para a Anatel e ao que tudo indica já
conta com apoio da ministra Dilma Rousseff, segundo fontes ouvidas por este
noticiário. (...) [ Fonte: Teletime - 27/11/08-
João Rezende é o nome do PT para o conselho
diretor por Samuel Possebon]
04.
Voltemos ao desaparelhamento feito Brigadeiro
Nicácio na Infraero.
Sobre o termo "pascácio" concedo crédito
total " ao leitor Antonio Siqueira do Globo Online que escreveu este
pequeno artigo, que encontrei via Google procurando por Nicácio:
Fonte: O Globo Online
[06/05/09]
Não sou pascácio, apóio a Infraero do Nicácio
- Artigo do leitor Antonio Carlos Gomes Siqueira
Soubemos nesta terça-feira
que a lista dos demitidos da Infraero inclui o irmão e a cunhada do líder Romero
Jucá (PMDB-RR), Oscar Jucá e Taciana Canavarro, que prestam serviços de
consultoria na Superintendência de Pernambuco; Mônica Azambuja, ex-mulher do
líder do partido, Henrique Alves (RN), lotada em Brasília; Eurico Loyo, indicado
por Carlos Wilson, que trabalhava em Pernambuco; Pedro Azambuja, ligado ao
Sindicato dos Aeronautas e ao PT, que prestava consultoria à empresa no Rio;
Edgar Brandão, da Superintendência de São Paulo, indicado pelo ex-presidente da
Câmara Arlindo Chinaglia.
Então quer dizer que, além desses que estamos vendo agora, existem outros 100 em
vários lugares do Brasil prestando serviços de consultoria? Estou com o
brigadeiro Nicácio: não dá para conviver com estes "especialistas" em funções de
especialistas.
O que acho fundamental é a participação de todos neste apoio. A Infraero
precisa saber que estas ações são apoiadas pela sociedade civil como um todo.
Não sou pascácio, eu apóio a Infraero do Nicácio
Este artigo foi escrito por um leitor do Globo. Quer participar também e enviar
o seu?
Clique aqui
Cleonilson Nicácio Silva é
tenente-brigadeiro-do-ar, tem 59 anos, é natural de Alagoas e ingressou na Força
Aérea Brasileira em 20 de março de 1965. Já exerceu o cargo de comandante do
sétimo Comando Aéreo Regional; ajudante-de-ordem do ministro-chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas; comandante da Base Aérea de Brasília; adido
aeronáutico junto à Embaixada do Brasil na França e diretor do Departamento de
Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.
05.
Mais abaixo, transcrevo estas duas matérias sobre o assunto:
Fonte: Agência Senado
[06/05/09]
Simon apoia Jobim e Nicácio pela diminuição no
número de cargos de indicação política na Infraero
Fonte: Jornal Cruzeiro do
Sul
[06/05/09]
O velho ditado
por Dora Kramer
A jornalista Dora Kramer é colunista do Estadão e de vários jornais sendo
conhecida pela inteligência, perspicácia e excelente texto.
Mas não é perfeita: falou do desaparelhamento, do Jobim mas não citou o Nicácio,
sô! :-)
Sorry, não resisto:
Xô, Inácio!
Pra presidente, Nicácio! :-))
Brincadeiras à parte, vai um recado à D. Dilma e ao Sr. Helio Costa,
pré-candidatíssimos:
Ainda há tempo de fazer um enorme bem ao Brasil e às sua biografias: sigam o
"tom" dado pelo Jobim e pelo Nicácio e desaparelhem o governo em suas áreas de
atuação!
De repente, vão descobrir que isto sim - "fazer o Brasil funcionar" -
dá voto garantido!!!
Parabéns, Ministro Nelson Jobim e Brigadeiro Nicácio!
Ao debate e à interação individual com as
autoridades!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
(Mensagem com cópia para
imprensa@infraero.gov.br;
dora.kramer@grupoestado.com.br;
casacivil@planalto.gov.br;
gabinete@mc.gov.br;
ascom@defesa.gov.br)
-----------------------------------------------
Fonte: Teletime
[07/05/09]
Com 16 votos favoráveis, comissão aprova João
Rezende por Mariana Mazza
A Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado
Federal aprovou nesta quinta-feira, 7, a indicação do economista João Rezende
para ocupar a última vaga do Conselho Diretor da Anatel. O nome de Rezende
recebeu 16 votos favoráveis e dois contrários. A indicação ainda precisa ser
aprovada no Plenário da Casa para que a nomeação possa ser feita. A
expectativa do PT, partido de onde partiu a indicação, é que o nome seja
analisado pelo Plenário na próxima semana.
Rezende foi o primeiro indicado a um cargo
público a ser sabatinado dentro das novas regras estabelecidas pelo presidente
da CI, senador Fernando Collor (PTB/AL), para avaliação de autoridades. A
reunião, no entanto, foi semelhante às sabatinas já realizadas no Senado. Em
sua apresentação inicial, Rezende destacou sua atuação na empresa Sercomtel e
mostrou intimidade com os assuntos do setor. Ele elogiou o trabalho conduzido
pela Anatel nos últimos anos e classificou a expansão da banda larga como o
maior desafio para a agência reguladora nos dias atuais.
"A expansão da banda larga interessa a todos: ao
governo, às empresas e à sociedade. A popularização da banda larga levará
necessariamente a uma queda nos custos e na melhoria dos serviços", avaliou. O
futuro conselheiro da Anatel rememorou a iniciativa do governo de trocar as
metas de universalização para incluir a expansão do backhaul como uma
obrigação para as concessionárias, considerada por ele o "cerne" do projeto
governamental de priorizar a banda larga daqui em diante.
Mais recursos
Logo no início do embate com os senadores,
Rezende foi pego de surpresa com uma pergunta um tanto inusitada. O senador
Paulo Duque (PMDB/RJ) perguntou ao sabatinado o que era banda larga - "que eu
não entendo direito", disse o parlamentar e porque se escolheu essa expressão
para a oferta do serviço. Feitas as explicações à Duque, o foco da sabatina
passou a ser o crescente contingenciamento de verbas da Anatel.
Diversos senadores fizeram questionamentos sobre
qual será a atuação de Rezende com relação à liberação de recursos para a
agência reguladora. Tanto interesse em saber o posicionamento do candidato
neste ponto se deve ao fato de Rezende responder, atualmente, pela chefia de
gabinete do Ministério do Planejamento, responsável pelos contingenciamentos.
O futuro conselheiro da Anatel evitou
comprometer-se com os senadores sobre a conquista de mais verbas para a
agência. Disse que, neste período de crise, é normal um controle maior sobre
as verbas e que não é só a Anatel que tem problemas de recursos. "Mas isso não
impede que eu, e outros conselheiros, continuem pressionando por mais recursos
que assegurem a continuidade das atividades essenciais da agência", declarou.
Fusão
Rezende mostrou-se favorável à criação da nova
Oi após a fusão com a BrT e avaliou positivamente a atuação da Anatel na
condução das mudanças regulatórias que permitiram a operação. "Não foi feita
uma mudança sequer sem que os parâmetros normais da agência fossem seguidos",
afirmou. "Nós precisamos, na minha opinião, de uma empresa de escala e
nacional". Na sua visão, a compra da Brasil Telecom não gerou nenhum monopólio
no setor e, ao contrário, garantirá um aumento de competição na telefonia
móvel, com a consolidação de mais um competidor de porte.
A necessidade de uma atuação autônoma e
independente da Anatel foi frisada em vários questionamentos do presidente da
comissão, Fernando Collor. Nas respostas, Rezende assegurou que seu mandato
será independente das demandas do governo. Ele lembrou que as decisões da
agência são colegiadas, o que impede a execução de mudanças no setor por um
único conselheiro.
------------------------------------------
Na batalha travada entre o presidente da
Infraero, brigadeiro Cleonilson Nicácio (apoiado pelo ministro da Defesa,
Nélson Jobim) e líderes de diversos partidos, sobretudo do PMDB, o senador
Pedro Simon (PMDB-RS) ocupou a tribuna do Plenário para anunciar que está do
lado da "dobradinha" Jobim/Nicácio. A disputa envolve a tentativa de por fim à
partidarização de cargos políticos nos quadros da Empresa Brasileira de
Infra-Estrutura Aeroportuária.
Pedro Simon lembrou que no dia 16 de abril
passado o brigadeiro Nicácio, obedecendo orientação do ministro Jobim,
conduziu reunião do conselho de administração da Infraero que aprovou mudanças
em seu estatuto social. Uma delas foi reduzir de 109 para 12 o número de
cargos comissionados especiais que eram preenchidos através da indicação de
políticos e de partidos.
- O que se esperava era um apoio total a essa
decisão, era solidariedade a esse gesto. Mas não foi o que aconteceu. Ocorreu
o contrário. Lideranças dos mais variados partidos, inclusive do meu, não
elogiaram nem o ministro nem o brigadeiro. Os líderes correram ao Palácio do
Planalto para se queixar. O presidente Lula foi obrigado a fazer uma reunião
de urgência para acalmar a ira dos líderes que se diziam feridos nos seus
justos interesses - descreveu Pedro Simon.
Na avaliação do senador pelo Rio Grande do Sul,
principalmente o PMDB deveria ter apoiado a iniciativa do ministro, que é
integrante do partido. Mas o partido, ao contrário, disse Simon, chegou a
ameaçar com uma comissão parlamentar de inquérito e a votar contrariamente a
projetos de interesse do governo.
Outra ameaça que o PMDB teria feito, acrescentou
Pedro Simon, foi a de apoiar José Serra na próxima eleição para a Presidência
da República em vez de Dilma Rousseff, a candidata declarada do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. O partido também teria dado um ultimato ao governo:
ou o brigadeiro é demitido da Infraero ou mantém na empresa os indicados pelo
partido.
- Nessa hora em que um partido como o PMDB
deveria estar pensando em candidatura própria à Presidência da República, está
barganhando meia dúzia de cargos. Vamos nos respeitar! - pediu Simon.
Em aparte, o senador Augusto Botelho (PT-RR)
também expressou seu apoio à decisão do brigadeiro Cleonilson Nicácio, sob a
orientação do ministro Nelson Jobim, de tentar profissionalizar a Infraero e
blindar a estatal contra a partidarização e a indicação de afilhados
políticos. Ele afirmou que decisões como essas fazem com que as pessoas
acreditem que o Brasil pode mudar.
-----------------------------------------------------
Fonte: Jornal
Cruzeiro do Sul
[06/05/09]
O velho ditado
por Dora Kramer
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acaba de
renovar um clássico. “De onde menos se espera é que saem as melhores
surpresas”, diz o ditado cujo sentido - de tão desmentido - já havia sido
substituído pela versão mais esperta do Barão de Itararé, “de onde menos se
espera é que não sai nada mesmo”.
Pois Jobim fez uma limpa na Infraero, deixou o
PMDB aos berros e mostrou que não é bem assim.
Na última leva foram demitidos o irmão e a
cunhada do líder do governo no Senado, Romero Jucá, a ex-mulher do líder do
PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, um sindicalista ligado ao PT e um
indicado pelo ex-presidente da Câmara, o petista Arlindo Chinaglia.
Realmente uma grata surpresa a ação na empresa
administradora dos aeroportos. Não só porque se trata de uma rara atitude em
prol da probidade nessa fisiológica República, como também por representar um
ponto (positivo) fora da linha de impropriedades em série que nos últimos anos
marcaram a atuação de Nelson Jobim
Em silêncio, distante da figura estridente que
presidiu o Supremo Tribunal Federal querendo presidir o País, depois assumiu o
Ministério da Defesa com pose de valente e fantasia de caçador, Jobim deu cabo
de um bom combate ao executar o desmonte na Infraero.
Evidentemente, o mérito deve ser dividido com o
presidente Luiz Inácio da Silva, cujo sinal verde foi indispensável para a
extinção de um dos inúmeros aparelhos partidários da Esplanada e adjacências.
Aprovou-se um novo estatuto para a empresa que
reduziu para 12 os cargos em comissão (hoje ainda são 109, mas já foram 240) e
estabeleceu que, dos 5 diretores da Infraero, 4 terão de ser necessariamente
funcionários de carreira.
A motivação, segundo alguns autores, foi a
necessidade de arrumar a empresa para o processo de privatização dos
aeroportos brasileiros. De acordo com outros mais descrentes da disposição do
governo em executar mesmo esse plano, usou-se o pretexto e aproveitou-se o
ensejo para esvaziar alguns cabides.
Tenha sido isso ou aquilo, o ato requer alguma
celebração. Ainda que não represente uma revisão de critérios para o
preenchimento de cargos, mesmo sendo a decisão pontual e com objetivo
específico, possibilita a realização de um teste de resistência do governo à
pressão de sua “base” partidária.
O PMDB pulou na frente. Esperneou, exigiu ser
recebido pelo presidente Lula em palácio, pôs o presidente da Câmara na
liderança da comitiva e marchou rumo ao Planalto para exigir seus “direitos”:
a revisão das demissões ou compensações em outras áreas da administração
federal.
Lula prometeu dar “um jeito”. Se não der - vale
dizer, se não recuar ou não recompensar - o PMDB promete retaliar. Votar
contra os “interesses do governo” no Legislativo.
Seria interessante assistir ao que aconteceria
se o presidente resolvesse pagar para ver.
Refém da crise no Congresso, onde preside as
duas Casas, até o pescoço, inseguro quanto ao cenário da sucessão de 2010,
inquilino de um naco substantivo dos postos federais em todos os escalões e
ocupante de governos estaduais absoluta e voluntariamente dependentes da boa
relação com Lula, o PMDB tem muito pouco espaço para se mexer.
Ameaçará morder, inclusive para manter acesa a
chama do mito da dependência, mas logo assoprará ante a realidade de que no
quesito dependência manda quem pode. E por ora, pode mais quem detém a caneta
e o controle do Diário Oficial: Luiz Inácio da Silva.
Lula precisa do apoio do PMDB para tentar eleger
Dilma Rousseff ou para levar adiante um plano B? Certamente. Só que o PMDB
precisa muito mais de Lula se quiser continuar de posse dos instrumentos que
lhe asseguram a condição de maior legenda do País.
O partido sabe bem a diferença entre disputar
eleições como aliado ou inimigo do poder. O festejado desempenho peemedebista
nos pleitos municipais de 2008, por exemplo, guardou relação direta com a
adesão total a Lula depois da reeleição em 2006.
Arriscaria seus projetos por meia dúzia de
parentes demitidos da Infraero? Nem por força de decreto imperial. Por tão
pouco anunciaria desde já adesão à candidatura da oposição? Nem por muito
mais. Vai continuar onde está. No poder e ao mesmo tempo cortejado pelos
oposicionistas, simplesmente porque não há razão para mudar.
Portanto, se o governo ceder será por pura
vontade de viver de braço dado com o descaso.
OUTRO PATAMAR
A crise no Congresso começa a deixar o terreno
da política para se transformar em caso de polícia. Investigada pelo
Ministério Público, a denúncia de que ex-diretores do Senado operavam esquemas
de contratos com prestadores de serviços, se confirmada, guardará - em
dimensão maior - semelhança com o caso de Severino Cavalcanti, obrigado a
renunciar por ter recebido propina para renovar o contrato de um dos
restaurantes que funcionavam na Câmara.
[Procure
"posts" antigos e novos sobre este tema no
Índice Geral do
BLOCO]
ComUnidade
WirelessBrasil