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Novembro 2009 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
03/11/09
• Msg de Flávia Lefèvre: AET e os investimentos (?) da Telefonica
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 3 de novembro de 2009 12:23
assunto Msg de Flávia Lefèvre: AET e os investimentos (?) da Telefonica
Olá, Grupos!
Encaminho "post" de hoje no Blog da Flávia Lefèvre.
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
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03/11/09
• AET e os investimentos (?) da Telefonica
de Flávia Lefèvre Guimarães <flavia@lladvogados.com.br>A Telefonica realmente conta com muito respaldo do Poder Público - ANATEL, BNDES, CADE e MINICON e, pasmem, também da OI, que está feliz da vida que é a espanhola que vai comprar a GVT e não a Vivendi.
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Fonte: Folha
[03/11/09]
Associação pede investigação de investimento da Telefônica - por Elvira
Lobato
Engenheiros questionam gastos de R$ 2,34 bi no balanço da empresa de 2008
Associação de Engenheiros de Telecomunicações envia carta a órgão do mercado
dos EUA dizendo haver "indícios de fraude'; Telefônica nega
A Associação dos Engenheiros de Telecomunicações acusou a Telefônica perante a
SEC (Securities & Exchange Commission, responsável por fiscalizar o mercado de
ações nos Estados Unidos) de suposta fraude nos dados divulgados no balanço de
2008 sobre os investimentos para a modernização de sua rede em São Paulo.
Em carta enviada à presidente da SEC, Mary Schapiro, o engenheiro Ruy Bottesi,
presidente da associação, contesta a informação do balanço de que a companhia
investiu R$ 2,342 bilhões na rede no ano passado e afirma existirem ""fortes
indícios de fraude" no dado.
A Telefônica não quis responder à acusação do presidente da AET. A empresa disse
que não foi informada oficialmente sobre a queixa feita à SEC e que reafirma os
dados de investimentos publicados no balanço do ano passado.
Na carta à SEC, Bottesi afirma que a associação consultou todos os fornecedores
de equipamentos e de serviços de telecomunicações presentes no Brasil e que
nenhum deles recebeu encomenda da Telefônica nem assinou contrato com a
Telefônica. Entre as empresas consultadas, o presidente da associação cita
Ericsson, Huawei, Motorola, Siemens, Lucent-Alcatel, Nortel e Nokia.
""Não conseguimos companhias que tenham fornecido serviços ou equipamentos [à
Telefônica] em 2008. Não há registro de para onde os investimentos declarados
foram, nenhum traço", diz a carta, que relata os colapsos no serviço de banda
larga da Telefônica, o Speedy, em São Paulo, e diz que a empresa é campeã em
reclamações dos consumidores.
No balanço de 2008, a Telesp (concessionária de telefonia fixa da Telefônica no
Estado, que ainda mantém sua antiga razão social) informou ter gasto R$ 459,2
milhões no ano passado em desenvolvimento de sistemas e R$ 471,8 milhões em
equipamentos de assinantes, entre outros investimentos.
A associação levantou suspeita de que a empresa tenha contabilizado pagamentos
de serviços de tecnologia como se fossem investimentos, quando seriam despesas
operacionais. ""Apenas uma pequena parte relativa à compra de software pode ser
considerada investimento, mas, mesmo os softwares mais caros custam apenas
algumas centenas de milhares de dólares, não milhões", diz a associação de
engenheiros.
A associação compara o investimento em comunicação de dados declarado em 2008
pela Telefônica (R$ 559,8 milhões) com contratos de valor menor de outras
empresas no exterior, e concluiu que o dado seria falso.
""Se eles realmente investiram em banda larga, os colapsos dramáticos da rede em
2008 e em 2009 não teriam acontecido", prossegue a associação na carta.
Outro dado do balanço questionado foi o investimento de R$ 471, 8 milhões em
equipamentos de assinantes. Segundo a carta, não fica claro se o investimento se
refere a aparelho telefônico ou a modem para banda larga e que, como os preços
unitários desses dois itens são de cerca de R$ 30, significaria que a empresa
teria substituído 9 milhões de aparelhos no ano, para uma base de 13 milhões de
clientes.
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Fonte: Valor Online
[03/11/09]
Na Vivendi, clima é de suspense e surpresa - por Daniela Fernandes, para o
Valor, de Paris
Simon Guilham, vice-presidente de comunicação da Vivendi: "maior concorrência
vai contribuir para melhores preços ao consumidor brasileiro"
Uma certa mágoa, misturada a um clima de suspense, paira no sexto andar de um
prédio a poucos metros do Arco do Triunfo, em Paris. Ali, na avenida Friedland,
fica a sede do grupo francês de telecomunicações e entretenimento Vivendi, que
assinou, em setembro, um acordo para a compra da operadora brasileira GVT. Isso
antes que a Telefônica fizesse, no mês passado, uma oferta hostil superior à
iniciativa dos franceses, criando um mistério em relação ao desfecho do negócio.
Fontes ligadas à empresa francesa dizem que a acolhida de uma nova companhia
capaz de aumentar a concorrência no setor poderia ter sido melhor. A Vivendi tem
muitos planos para desenvolver as atividades da GVT, ao passo que a Telefônica,
afirmam, quer "engolir" a operadora.
Executivos que acompanham as negociações se disseram surpresos com o que
consideram uma indiferença das autoridades brasileiras em relação ao caso e,
principalmente, no que diz respeito à investida da Telefônica, cuja oferta de
compra da GVT é vista como uma iniciativa "anticompetitiva". Também
incompreensível para essas pessoas foi a postura da Oi de apoiar a oferta dos
espanhóis.
Simon Guilham, vice-presidente de comunicação da Vivendi, se recusa a comentar
essas observações, mas diz que o grupo tem muitos planos para a operadora
brasileira. "A Vivendi poderá acelerar o crescimento da GVT com novos
investimentos e tecnologias, incluindo as de internet em banda larga, já
desenvolvidas por nossas filiais. A maior concorrência vai contribuir para
melhores preços ao consumidor brasileiro", afirma o executivo ao Valor. Segundo
ele, a Vivendi poderá também desenvolver uma TV paga com a GVT, nos moldes da
filial Canal +, na França.
O grupo francês espera a resposta da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) em relação à proposta de compra, que deve ser anunciada este mês. A
empresa informa apenas que "está analisando diferentes possibilidades" e não
comenta quais elas seriam. "A compra da GVT corresponde perfeitamente à
estratégia da Vivendi de investir em mercados em crescimento. O Brasil é um país
estratégico para a Vivendi e ficamos apaixonados pela GVT", diz Gilham.
Vivendi é um nome pouco conhecido do grande público, sobretudo no exterior, mas
famoso entre investidores e analistas financeiros. A companhia, que registrou um
faturamento de € 25,4 bilhões no ano passado e possui 43,2 mil empregados em 77
países, integra o índice CAC 40 da bolsa de Paris, das maiores capitalizações. O
grupo francês afirma ser o líder mundial nos mercados de videogame e música, com
suas filiais Activision Blizzard (criada com a fusão entre Vivendi Games e
Activision, em julho de 2008) e Universal Music.
A companhia também é a número dois nas telecomunicações da França, com a
operadora SFR, que faturou 11,5 bilhões em 2008 e reúne 19,7 milhões de clientes
de telefonia celular e quase 4 milhões de usuários de internet em banda larga no
país, além de ser a número um em TV paga, com o Canal +. O grupo controla também
a Maroc Télécom, que é líder de telecomunicações no Marrocos e está expandindo
suas atividades em outros países africanos, como Burkina Faso e Gabão.
É muito provável que os 15 milhões de consumidores que compraram o videogame "Guitar
Hero" ou os 12 milhões de assinantes do "World of Warcraft", o maior jogo
on-line no mundo, nunca tenham ouvido falar na Vivendi, mas para a direção da
empresa isso está longe de representar um problema. O objetivo, afirma Guilham,
não é tornar a marca da holding forte em detrimento das filiais. Por isso, o
comando das empresas do grupo é descentralizado e tem muita autonomia. "A
Vivendi é uma marca empresarial. É importante que ela seja conhecida pelos
líderes de opinião e pela comunidade financeira, não pelo consumidor", diz
Simon.
Segundo o executivo, isso representa até um fator de força para o grupo. "Os
negócios da Activision Blizzard se desenvolvem muito bem atualmente. Já as
atividades da Universal estão mais lentas por causa da diminuição da venda de
discos e da pirataria. Se todas as empresas se chamassem Vivendi, diriam que o
grupo não vai bem por causa da divisão de música. Mas a Vivendi vai bem com o
setor de videogames", afirma.
O grupo Vivendi foi criado por meio de inúmeras fusões e aquisições que sempre
fizeram parte da estratégia da empresa. Sua atuação nas áreas de comunicação e
entretenimento é relativamente recente se comparada a sua longa história, que
começou no século 19. Inicialmente, ela se chamava "Compagnie Générale des Eaux"
(Companhia Geral das Águas ou CGE, na sigla em francês) e foi criada, por
decreto imperial, para fornecer água à cidade de Lyon. Nos anos 80, a CGE, líder
mundial do setor, ampliou suas atividades para as áreas de tratamento de lixo,
energia e transportes e também participou da criação da TV paga Canal +.
Em meados dos anos 90, sob a presidência do hoje controvertido Jean-Marie
Messier, a companhia se voltou para as novas tecnologias e atividades de mídia,
sem abandonar o setor de infraestrutura. Messier, que responde atualmente a
processos movidos por acionistas na Justiça dos Estados Unidos e da França por
fraude contábil entre 2000 e 2002, decidiu mudar, em 1998, o nome da empresa
para Vivendi sob o argumento de que era difícil para os estrangeiros
pronunciarem Compagnie Générale des Eaux.
A mudança não foi apenas superficial. Messier passou a fazer investimentos em um
ritmo frenético em empresas de tecnologia e mídia. Com essa estratégia de
conquistas por todos os lados, a Vivendi chegou a ter o número inacreditável de
6,6 mil filiais. O grupo possuía dois polos: comunicação e "ambiente", com
atividades nos setores de água e energia, entre outros.
A derrocada, impulsionada pela explosão da bolha de internet e a deterioração da
situação econômica mundial, não demorou muito. Em 2002, o grupo estava à beira
da falência, com uma dívida de € 36 bilhões, e Messier foi obrigado a pedir
demissão. A Vivendi, sob a nova direção de Jean-Bernard Lévy, passou por um
grande processo de reestruturação. O novo comando vendeu inúmeros ativos, se
desfez do polo "ambiente", que se transformou no grupo Veolia, e decidiu se
concentrar em poucos setores. As dificuldades financeiras duraram até 2004,
quando a Vivendi voltou a ser rentável. Hoje, são apenas cinco filiais, além dos
20% que a Vivendi detém no conglomerado de mídia americano NBC Universal.
"Todos pensavam que iríamos manter as atividades de água e energia e vender as
demais. Fizemos exatamente o contrário porque acreditamos que as novas
tecnologias digitais representam o futuro", diz Guilham.
Agora, com o grupo bem mais enxuto, também é mais fácil para a equipe de direção
em volta de Jean-Bernard Lévy tomar decisões. "O dossiê sobre o Brasil foi
montado rapidamente", diz Guilham. Dos tempos da estratégia de Messier, uma
coisa restou: o forte interesse da Vivendi pelo mercado brasileiro.
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