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Novembro 2009               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


17/11/09

• 1ª Confecom (44): Msg de Márcio Patusco - Começa a sistematização

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br,
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 17 de novembro de 2009 09:42
assunto 1ª Confecom (44): Msg de Márcio Patusco - Começa a sistematização

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Encaminho mais uma mensagem recebida de nosso Márcio Patusco.
Obs: As mensagens do Márcio e dos demais participantes sobre este tema seguem numerações diferentes.

Esta "intermediação" destina-se à um pequeno esforço de formatação para publicação de um "post" no website comunitário 1ª Confecom, coordenado pelo Márcio.

As comissões estaduais recebem cópias desta mensagem:

claudiacardoso@gmail.comcnc@crpsc.org.brpresidente@sindijorpr.org.brbia@intervozes.org.brclaudiaverde@yahoo.com.brclerison_garcia@yahoo.com.br
carneiro.fred@gmail.comarlene743@gmail.com;valdicegomes@gmail.comrosario@cclf.org.brgdosales@gmail.com
sheila@sindjusdf.org.br
pedrodasartes@yahoo.com.brmarisahelenaa@hotmail.comnacional@proconferencia.org.br

Obrigado, Márcio!

Boa leitura!

Um abraço cordial
Helio Rosa

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de Marcio Patusco <marciopatusco@oi.com.br>
para Helio Rosa e Grupos
data 16 de novembro de 2009 19:46
assunto 1ª Confecom (29) : Começa a sistematização

Olá ComUnidade !

Com as etapas estaduais da conferência ainda em andamento em algumas regiões do país, as atenções começam a se voltar para o trabalho de sistematização das propostas já apresentadas. Devido à decisão da Comissão Organizadora Nacional (CON) de só haver sistematização na etapa nacional e que as teses deveriam ser encaminhadas para Brasília como foram apresentadas nas etapas estaduais, haverá necessidade de uma classificação muito criteriosa dessas propostas e essa tarefa está entregue à Fundação Getúlio Vargas - FGV.

Apesar disso, temos notícia de algumas iniciativas estaduais de produzirem uma sistematização de suas teses após o evento, já que, invariavelmente, em todos os estados, o tempo durante as etapas estaduais não foi suficiente para um abordagem que permitisse eliminar redundâncias e classificar por tema. Para se ter uma idéia da natureza grandiosa do trabalho de sistematização a ser executado, basta lembrar que na origem da criação dos eixos temáticos haviam sido listados mais de 50 temas que deveriam ser desenvolvidos.
Finalmente, apesar da falta de apoio do governo estadual, a conferência do estado de São Paulo se realizará no próximo fim de semana de 20 a 22 de novembro, datas limites para sua realização. Várias entidades já confirmaram presença. São aceitas inscrições pela internet até o dia 16. Resta saber como será a participação das entidades do governo no evento.

Quem desejar conhecer de perto um conjunto considerável de propostas, está disponível para consulta no site da Conecom RJ, nomeadas por entidade propositora, as teses apresentadas no caderno do inicio do evento no Rio de Janeiro. Já se encontra também no ar o site oficial da 1ª Confecom (ver abaixo) a ser realizada em Brasília de 14 a 17 de dezembro, com todas as instruções para os delegados e observadores participantes.

Como os delegados são em menor número do que as propostas que alguns estados levarão à Confecom, estes delegados deverão ser preparados para defender teses que eventualmente não conhecem. Para isso vem se criando pequenos seminários pra discussão de teses importantes mas pouco discutidas de forma a garantir a defesa de todas as teses nos grupos da conferência.

O fato é que, no pouco tempo que resta, procuram-se maneiras de aculturamento para os participantes do evento em Brasília, e neste sentido, realizou-se ainda, na semana que passou, na Câmara dos Deputados, pelo Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis de Comunicações, um seminário sobre as necessárias modificações no setor, destacando-se o papel da 1ª Confecom na explicitação concreta dessas propostas.

Abaixo uma relação de sites e matérias referentes aos assuntos acima.

Marcio Patusco

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Sites:

1ª CONFERÊNCIA ESTADUAL DE COMUNICAÇÃO RJ

Site oficial da 1ª Confecom

Inscrições pela internet na Conecom SP

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Sumário das transcrições:

Fonte: Tele.Síntese
[10/11/09]  Consolidação das leis de comunicações gera divergências - por Lúcia Berbert

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[11/11/09]  Deputados já pensam em mudar futura consolidação de comunicação - por Redação - Agência Câmara

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[11/11/09]  Confecom é destaque em seminário na Câmara - por Danyella Proença - Ministério das Comunicações

Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[10/11/09]  Controle público e social é debate central na Confecom - por Lia Segre e Cristina Charão

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Transcrições:

Fonte: Tele.Síntese
[10/11/09]  Consolidação das leis de comunicações gera divergências - por Lúcia Berbert

A consolidação das leis de comunicação, proposta na Câmara, é motivo de divergências entre representantes da radiodifusão, das teles e das emissoras comunitárias de rádio e televisão. Em seminário realizado hoje pelo Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis, os radiodifusores destacaram as desigualdades entre as normas do setor do de telecomunicações, a defasagem das normas e a necessidade de enquadrar os portais de internet como empresas jornalísticas, com a devida restrição à propriedade estrangeira.

“Antes da consolidação, é preciso revisar as desigualdades entre a radiodifusão, telecomunicações e portais de internet”, defendeu o diretor jurídico do Grupo RBS. Para os representantes das teles, as diferenças estabelecidas na Constituição devem ser preservadas, mas discordam da necessidade de inclusão da internet na normatização. “A internet pode ser enquadrada como uma empresa jornalística, mas também como uma instituição de ensino, como um parque de diversão, como uma casa de espetáculos, como um cassino ou como uma biblioteca. Então terá que ser enquadrada na legislação de todos esses setores”, questionou o diretor de Planejamento Executivo da Oi, João de Deus.

Para o vice-presidente da ABCCom (Associação Brasileira de Canais Comunitários), Paulo Miranda, a internet não é democrática e cobra caro para colocar no ar vídeos das TVs públicas. Ele defendeu o fortalecimento da Telebrás, para levar a banda larga à população de baixa renda, e a reestatização da Embratel. O representante da Oi, que foi funcionário da Telebrás por 27 anos, duvida que a empresa possa oferecer o acesso rápido à internet para a população carente. “A empresa perdeu credibilidade por falta de capacidade de investimento do Estado”, disse.

De manhã, o consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, disse que mais importante que a consolidação é a modernização que rege o setor. A advogada Vanda Nogueira, consultora da área de radiodifusão, destacou a necessidade de simplificar a legislação do setor e principalmente os procedimentos de outorgas e renovação de outorgas para as emissoras de Rádio e TV. Para ela, o projeto de consolidação das leis de telecomunicações e radiodifusão pode ajudar a desburocratizar o setor.

O relator da proposta, deputado José Mentor (PT-SP), disse que apesar de não alterar o mérito da legislação em vigor, a consolidação pode modernizá-la e atualizá-la. Ele disse, no entanto, que é preciso haver equilíbrio nesse procedimento para que o setor não seja desregulamentado em excesso.

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[11/11/09] Deputados já pensam em mudar futura consolidação de comunicação - por Redação - Agência Câmara

Mesmo antes de concluído o trabalho de consolidação da legislação de comunicações, os parlamentares estão de acordo em que as leis do setor no País precisam de uma profunda reformulação de forma a permitir que o Brasil se modernize e possa tirar proveito dos profundos avanços tecnológicos atuais.

O relator da proposta e coordenador do Grupo de Consolidação das Leis, deputado José Mentor (PT-SP), afirmou que esse era justamente o objetivo da seminário As Leis da Comunicação e sua Consolidação, promovido pela Câmara nesta terça-feira.

"A consolidação mostra como estamos hoje, e queremos saber quais os desafios que devemos enfrentar, debate que será enriquecido com a realização, em dezembro, da 1ª Conferência Nacional de Comunicação", disse Mentor, que relata o Projeto de Lei 3516/08.

Legislação superada

Os parlamentares que participaram do debate sobre o papel do Legislativo na modernização da legislação de telecomunicações e radiodifusão deixaram claro que consideram a legislação atual do setor bastante superada.

O deputado Paulo Bornhausen (DEM-SC), afirmou que, tão logo seja concluída a consolidação, ela precisará ser atualizada. De acordo com Bornhausen, o País precisa construir uma legislação que permita a entrada regulada das novas tecnologias de comunicação surgidas e ainda por surgir.

Para o deputado João Magalhães (DEM-BA), uma das dificuldades para essa atualização é porque os parlamentares têm dificuldade em acompanhar as mudanças do tempo. Para o deputado, além do ritmo necessariamente lento do trabalho legislativo, há resistência por parte do legislador em fazer mudanças que possam modificar sua situação.

Magalhães apontou como mudanças que deveriam ocorrer o fim da Voz do Brasil, do horário eleitoral e também uma liberalização para a concessão de rádios comunitárias.

Rádios comunitárias

O deputado Gilmar Machado (PT-MG) também destacou a regulamentação e liberalização das rádios comunitárias como um dos pontos fundamentais a serem enfrentados pelo Poder Legislativo. Também deve ser enfrentado, na opinião do deputado, o aumento da regionalização da programação e rádio e TV.

Machado apontou ainda a regulamentação da utilização dos fundos de telecomunicações como essencial. Ele explicou que todos os consumidores pagam para a manutenção desses fundos e eles não são utilizados exatamente para desenvolvimento e promoção do acesso.

Processo político

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) considera importante que se discuta a comunicação como um processo político. Comunicação, em sua opinião, deve atender às necessidades da construção da cidadania.

Nesse sentido, ele defendeu que os meios de comunicação devem ser acessíveis a todos os grupos sociais e não apenas às grandes empresas de comunicação. Segundo ele, hoje o Brasil vive praticamente um pensamento único, uma situação na qual todos os grandes órgãos de imprensa dizem a mesma coisa, do mesmo ponto de vista.

Íntegra da proposta: PL-3516/2008

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[11/11/09]  Confecom é destaque em seminário na Câmara - por Danyella Proença - Ministério das Comunicações

Brasília – A modernização da legislação que trata do setor de telecomunicações é fundamental para acompanhar o processo de convergência tecnológica. A afirmação é do consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara. Durante seminário realizado na Câmara dos Deputados sobre “As Leis da Comunicação e sua Consolidação”, o presidente da Conferência Nacional de Comunicação disse que a Confecom será um espaço fértil para aprofundar esse debate.

“O marco legal vigente para o setor é ainda o mesmo de 1962, com o Código Brasileiro de Telecomunicações. Não é uma lei ruim, mas merece reparos. A ordem legal vigente não dá conta plenamente das novas realidades, em que está cada vez mais difícil delimitar as fronteiras entre serviços de transmissão de dados, sons e imagens. A convergência atinge toda a comunicação”, destacou Marcelo Bechara.

Para ilustrar como a legislação não acompanhou os avanços tecnológicos, Bechara apresentou um panorama das principais estatutos que regem o setor, como o Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, e a Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. Ele também citou iniciativas do Ministério das Comunicações que se apóiam no processo de convergência tecnológica, como a TV Digital e o programa de Inclusão Digital. Essa última iniciativa do governo inclui, entre outras ações, a instalação de telecentros comunitários em todos os municípios brasileiros e a conexão gratuita à internet em banda larga de todas as escolas públicas urbanas até o fim de 2010.

Além do tema da modernização, também esteve na pauta do seminário realizado pela Câmara dos Deputados a possibilidade de se consolidar em um só documento a legislação do setor, hoje considerada esparsa. Esse é o objetivo do Projeto de Lei nº 3.516/2008, que tramita na Câmara dos Deputados, de autoria do deputado Bruno Rodrigues (PSDB-PE). Para Bechara, essa consolidação seria importante por organizar de forma mais objetiva a legislação.

O consultor jurídico do Ministério das Comunicações ressaltou o papel da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) para colocar em pauta todas essas questões. A etapa nacional da conferência será realizada entre 14 e 17 de dezembro, em Brasília, e contará com a participação do governo, sociedade e empresários. “Espero que a conferência possa dar contribuições importantes. Lá, serão discutidas todas as possibilidades de serviços que efetivamente atendam os anseios desse novo usuário, que tem sede de informação e quer ser protagonista do processo de produção de conteúdos”, disse.

O seminário “As Leis da Comunicação e sua Consolidação” é uma iniciativa do Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis, coordenado pelo deputado José Mentor (PT-SP). Segundo o parlamentar, que abriu as discussões da manhã, o objetivo é dar espaço para que a sociedade, empresas e órgãos do setor possam analisar em conjunto as oportunidades de atualizar a legislação.

O painel realizado na manhã desta terça-feira também contou com a participação da advogada especialista em radiodifusão, Vanda Jugurtha Bonna Nogueira. O seminário vai até o fim do dia e inclui debates sobre o papel do Legislativo no processo de modernização da legislação e também sobre a visão empresarial diante do tema.

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Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[10/11/09]  Controle público e social é debate central na Confecom - por Lia Segre e Cristina Charão

Tema que inspirou debates acirrados desde a convocação da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e teria, inclusive, sido usado como desculpa para a saída das entidades empresariais da Comissão Organizadora Nacional, o controle público e social da mídia é bandeira fundamental das organizações e movimentos sociais. O conjunto das propostas apresentadas por diversas entidades e os debates já realizados nas conferências livres e estaduais apontam a preocupação em estabelecer regulamentações, mecanismos de acompanhamento e órgãos regulatórios participativos que lidem tanto com os conteúdos midiáticos como as políticas públicas do setor.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) defende a instituição de mecanismos de controle social em suas propostas apresentadas como contribuição aos debates da Confecom e justifica afirmando que “a comunicação desempenha um papel central na formação da subjetividade e da coletividade”. O CFP mostra-se preocupado, especialmente, com a existência de instrumentos que possibilitem o acompanhamento crítico, o ajustamento e a reparação, quando necessário, dos conteúdos veiculados pela mídia, sobretudo em relação à imagem da mulher, do homem, das crianças e adolescentes e também à publicidade.

“O papel de homens e mulheres que se diferenciam apenas pela sensualidade ou por possuir algo, nos comerciais, desconhece lutas sociais de séculos, como a da emancipação feminina, ou mostra homens superficiais que não reconhecem valores éticos ou outras transformações culturais e comportamentais", critica o CFP. Os psicólogos também se mostram preocupados com o fato de o único órgão regulador da publicidade no Brasil seja uma entidade privada, o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária (Conar), que ainda por cima é organizado por publicitários com financiamento de anunciantes.

São propostas defendidas pelos psicólogos, além dos mecanismos de controle social, o fim da publicidade dirigida às crianças e o fim da publicidade de bebidas alcoólicas, além de uma avaliação dos conteúdos que relacionam trânsito e mídia.

O movimento de mulheres também indica as questões relacionadas ao conteúdo veiculado pelas mídias como central nos debates da Confecom. Assim como outros movimentos de minorias historicamente desprestigiadas pela mídia, as mulheres também defendem o controle social. Fazem parte da plataforma das mulheres propostas como a garantia de que “a imagem da mulher será veiculada sempre com pluralidade, diversidade e sem reprodução de estereótipos, inclusive na promoção do combate ao racismo e à violência contra a mulher”; a criação de espaços públicos dentro das rádios e TVs para os movimentos de mulheres; a fiscalização do conteúdo e punição de abusos.

A proposta consta da Plataforma das Mulheres para a 1ª Conferência Nacional de Comunicação. O documento traz as contribuições debatidas pelo conjunto dos movimentos que participaram em março do Seminário Nacional A Imagem da Mulher na Mídia, realizado em São Paulo pela Articulação Mulher e Mídia e a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres.

O Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social aborda a questão pelo viés da diversidade na mídia e respeito aos direitos humanos. Entre as propostas elaboradas pelo coletivo para a Confecom encontra-se, por exemplo, a previsão de punição a veículos que violem os DDHH. “A veiculação de informações que violem os direitos humanos deve incorrer em um sistema de punição, nos moldes daquele previsto no Código Brasileiro de Telecomunicações, que varie da correção ao cancelamento da licença concedida ao prestador do serviço, em caso de múltiplas reincidências”, propõe o Intervozes.

Ao mesmo tempo, o coletivo reforça a necessidade de se estabelecer uma regulamentação que estabeleça mecanismos de defesa do público, garanta o direito de resposta e que proíba a veiculação de conteúdos que promovam ou pratiquem todo e qualquer tipo de discriminação.

Empresários contra

Os empresários seguem investindo na estratégia de barrar qualquer debate sobre regulação, controle de conteúdo e participação popular. As reivindicações dos movimentos e organizações sociais têm sido tachadas como censura nos espaços em que as representações do empresariado têm falado sobre a conferência. “Para a viabilização da Confecom, é crucial que não haja o controle social do conteúdo, que significa censura e interferência política”, ameaçou Walter Ceneviva da Associação Brasileira de Radiofusores (Abra) em seminário sobre regulação da convergência tecnológica chamado pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Defendeu a mesma linha o diretor de Relações Institucionais das Organizações Globo, Evandro Guimarães, também representante da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert). Durante seminário sobre a Confecom realizado pela Escola de Comunicações e Artes da USP, afirmou inclusive que a pauta de controle social teria sido um dos motivos que levaram a Abert e outras entidades empresariais a abandonarem a comissão organizadora da Conferência. Sobre participação popular, limitou-se a dizer que a existência de TVs comunitárias não era contraditória a programação das TVs abertas.

Participação

Ao mesmo tempo em que se mostram preocupadas em estabelecer regras que estabeleçam parâmetros e formas de regulação dos conteúdos midiáticos, as diversas entidades que defendem medidas em favor do exercício do controle público e social das comunicações apontam a necessidade de criação de estruturas específicas para este fim. Em todos os casos, a premissa principal é a garantia da participação popular nestes órgãos, além da transparência.

A plataforma elaborada pelo conjunto das entidades do movimento de mulheres prevê a criação de "Conselhos de Comunicação municipais, estaduais e regionais para fiscalização do conteúdo e controle dos horários de veiculação das produções”. “Tais conselhos devem ser gestores, fiscalizadores e deliberativos, com configuração tripartite. Em nível nacional, o Conselho de Comunicação será o órgão fiscalizador dos meios de comunicação, de modo a dar maior impacto as ações e demandas propostas pela sociedade”, diz o documento.

Tanto o documento do Intervozes como a plataforma das mulheres indicam a criação de alguma espécie de ouvidoria do consumidor/telespectador. O Intervozes defende a implantação de uma comissão sobre violações dos direitos humanos. Seria composta por sujeitos indicados pelo CNC, “com a função de receber reclamações e denúncias e encaminhar sugestões de reparação ou punição aos órgãos responsáveis pela aplicação de sanções aos prestadores de serviços”.

Já o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) aponta a necessidade dos concessionários públicos de rádio e TV também contarem com obrigações neste sentido. O fórum propõe “a inclusão na estrutura das empresas de Rádio e TV de mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a programação, como conselhos com participação da sociedade, conselhos editorais e serviços de ouvidoria”.

Políticas públicas

Além de defenderem o controle de conteúdo, as organizações e movimentos sociais mobilizados no processo da Confecom fazem propostas de criação de instrumentos de participação popular e controle das políticas públicas para o setor das comunicações.

O Intervozes defende a instituição de mecanismos “de incidência e participação da população sobre as políticas no âmbito do Estado”. O pilar desta proposta seria a interação entre os órgãos reguladores do setor e instâncias e mecanismos de participação direta e indireta em todas as áreas do setor. Especificamente, o coletivo propõe a criação de um órgão federal - o Conselho Nacional de Comunicação - aberto à participação popular em suas diversas instâncias e sujeito a exigências rigorosas de transparência. De acordo com o coletivo, a composição deste órgão “deveria seguir o exemplo do Conselho Nacional de Saúde, reservando 50% das cadeiras a representantes dos usuários, 25% aos trabalhadores do setor, 25% aos prestadores de serviço”.

O CNC seria responsável pela regulamentação específica e a regulação do setor, pelo processamento das outorgas relativas aos diversos serviços, pela fiscalização e pelas ações de fomento. A função do conselho abrangeria os serviços, a infra-estrutura e o conteúdo, assumindo funções que hoje estão sob responsabilidade de agências reguladores (a Agência Nacional de Telecomunicações e a Agência Nacional do Cinema).

Além do CNC, o Intervozes avalia ser importante estabelecer conselhos municipais e estaduais que assumam o papel de espaços de participação e decisão sobre as políticas locais e regionais, notadamente em relação a políticas de acesso aos meios, à criação de veículos públicos de comunicação e ao fomento à diversidade da mídia. Além disso, tais conselhos deveriam assumir também também funções em relação ao processamento dos pedidos de outorgas e concessões de serviços de comunicação.

O FNDC defende a criação de um conjunto de mecanismos de controle público, entre eles “conselhos de comunicação municipais e estaduais, agências reguladoras, ombudsman e Conselho Federal dos Jornalistas”. Para a entidade, estas estruturas também teriam como função dar conta da aplicação do “princípio constitucional da proibição do monopólio e oligopólio na área da comunicação”. Para isso, segundo o FNDC, é “imprescindível aprofundar o debate entre o setor privado e a sociedade” para se formular uma legislação que garanta a efetivação deste princípio.

Especificamente, o fórum pede “a redefinição do papel do Conselho Nacional de Comunicação Social, independente do Senado, com caráter deliberativo e autônomo”, além da criação de “uma comissão no Ministério das Comunicações, com a presença de representantes da sociedade civil, para participar da avaliação das outorgas e, ainda, a obrigação dos processos serem apreciados no Conselho de Comunicação Social quando de sua tramitação no Senado”.

*** NA BIBLIOTECA DO OBSERVATÓRIO DO DIREITO À COMUNICAÇÃO você encontra a íntegra das propostas das entidades envolvidas no processo da Conferência Nacional de Comunicação. Clique aqui.
 


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