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Setembro 2009 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
03/09/09
• Mensagem de Flávia Lefèvre: Temas que não podem ser esquecidos
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL!
Permito-me apresentar a participante Flávia
aos muitos recém-chegados:
Flávia Lefèvre Guimarães é advogada e coordenadora da Frente dos
Consumidores de Telecomunicações, consultora da associação Pro Teste e foi
representante das entidades de defesa do consumidor no Conselho Consultivo da
ANATEL de fevereiro de 2006 a fevereiro de 2009.
Recebi da Flávia a mensagem abaixo destinada
aos Grupos e repasso após um pequeno esforço de formatação.
Vieram anexados alguns arquivos que estão
transcritos ou disponíveis para download.
Recomendo a leitura!
A ComUnidade mantém um
website com as participações e trabalhos da Flávia.
Obrigado pela valiosa contribuição, Flávia!
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
Queremos que se apurem as devidas responsabilidades.
Abaixo estão transcritas estas
matérias:
- Lula convoca governo para uniformizar política de banda larga
- Banda larga: Estados Unidos e China investem na cobertura rural. E no aumento
da velocidade.
- Na China, até conteúdo.
-A Telebrás e o modelo australiano
- Carta que a Associação dos
Engenheiros em Telecomunicações - AET enviou à Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática da Câmara Federal
Matérias acessíveis por download:
-
Denúncia contra a ANATEL no Tribunal de Contas da União
-
O abandono dos orelhões - por Pro Teste
-
E o mundo dos fundos
Abraço a todos.
Flávia Lefèvre Guimarães
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Publicação semanal da Momento Editorial
nº 207 do Tele.Síntese Análise.
[28/08/09] Lula convoca governo para uniformizar política de banda larga
O governo vai reunir, dentro de um mês, todos os ministérios envolvidos com a
questão de banda larga, para definir as linhas gerais da política setorial e
lançar a construção de um plano de banda larga, em parceria com a indústria e a
sociedade. O anúncio da decisão, que atende a uma das principais reivindicações
do setor, foi feito ontem, durante o encerramento
do 53° Painel Telebrasil, realizado no Guarujá (SP), por Cezar Alvarez, assessor
especial da Presidência da República e coordenador das ações de inclusão
digital. “Vim aqui com este mandato do presidente”, disse ele.
O anúncio respondeu às principais questões levantadas durante os debates –
incluir a banda larga na agenda de prioridades do governo e da sociedade. A
estratégia da Telebrasil de fazer um encontro mais enxuto e com os debates
concentrados em um único tema, a banda larga, parece ter dado certo.
Se já era consenso a necessidade de definir urgentemente um plano de banda larga
para o país, para garantir o desenvolvimento econômico, a competitividade e a
inclusão social dos brasileiros na Sociedade da Informação, agora decidiu-se
partir das discussões para a ação.
Durante os debates, a diretoria da Telebrasil propôs a criação de um Fórum do
Estado Digital e de um pacto entre indústria, governo e sociedade, para a
construção de um plano de banda larga, com metas bem definidas.
“O que é preciso, agora, é definir onde se quer chegar, como se quer chegar e
com que recursos”, resumiu o deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB/CE),
representante da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. E o
palco para essas definições é, na visão de Antonio Carlos Valente, presidente da
Telefônica e da Telebrasil, o Fórum do Estado Digital ou outro espaço
semelhante, que trace a estratégia e estabeleça o cronograma de trabalho.
“Queremos que a banda larga seja, efetivamente, prioridade de governo. E, para
isso, é preciso construir não só um plano mas todo um ecossistema favorável ao
seu desenvolvimento, que envolve a produção de conteúdo e a redução da carga
tributária do serviço e de toda a cadeia, como os equipamentos necessários ao
acesso à rede, os modems, por exemplo”, disse Valente.
Experiência bem-sucedida
As experiências do Programa Escola Conectada e da negociação da troca de metas
de universalização dos Postos de Serviços de Universalização pela construção do
backhaul de banda larga em todos os municípios devem orientar as próximas ações,
disse João de Deus, diretor da Oi. Segundo ele, o acordo firmado permitiu criar
uma parceria entre Telebrasil e governo, entre indústria e governo, com muito
bom resultado concreto,parceria essa que deve ser reproduzidana construção do
plano de banda larga.
O programa de banda larga nas
escolas, que prevê a conexão de 56 mil escolas urbanas até dezembro de 2010,
depois de ter passado por alguns atrasos, está sendo cumprido à risca, assinalou
Carlos Eduardo Bielschowsky. Segundo ele, já estão conectadas 29 mil escolas
rurais, espalhadas em 3.124 municípios e que atendem 24 milhões de alunos. “Dois
são os novos desafios”, alertou. O primeiro e mais fácil é o de antecipar, para
algumas escolas urbanas, o aumento da velocidade de banda de 1Mbps para 2 Mbps.
A oferta de 2Mbps está prevista para apenas o final do próximo ano, mas o
secretário avisou que as escolas com mais de um laboratório demandam mais
velocidade.
O outro desafio é instalar a banda larga nas 86.233 escolas rurais, que atendem
a 17% dos alunos da rede pública.
“Temos que integrar o projeto pedagógico dessas escolas, a maioria delas seriada
– um mesmo professor para turmas de diferentes séries –, as tecnologias de
comunicação e infor-
mação. O MEC está colocando laboratórios de informática nessas escolas, 15%
delas estão atendidas, mas a maioria não tem conexão à internet”, relatou
Bielchowsky.
Banda larga: Estados Unidos e China investem na cobertura rural. E no aumento
da velocidade.
Desde a semana passada, está aberto nos Estados Unidos o debate público para a
construção de um plano nacional de banda larga, que pretende conectar todos os
cidadãos e cobrir
a zona rural, num investimento de R$ 7,2 bilhões. Nos últimos cinco anos, a
China investiu quantia quase equivalente (US$ 6, 7 bilhões) para levar telefone
e internet rural para 130 mil vilas, em todo o país. Segundo o Ministério da
Indústria e Informação Tecnológica, até o final do ano, 99,8% das vilas terão
serviço telefônico e 99%, acesso à internet. É importante conhecer e acompanhar
os planos de banda larga desses dois países no momento em que se consolida no
Brasil a consciência de que, para crescer e ser competitivo, o país tem de
seguir caminho semelhante.
Anunciado por Barack Obama ainda durante sua campanha a presidente dos EUA, o
programa de banda larga pretendia, inicialmente, conectar todas as comunidades
sem banda larga ou
com acesso deficiente. Após a publicação do American Recovery and Reinvestment
Act, em 17 de fevereiro, que estabelece que o plano nacional de banda larga tem
de ser apresentado em um ano pela Federal Communication Comission (FCC), ele
começa a ganhar novos horizontes. Há uma pressão na sociedade norte-americana,
principalmente por parte das empresas, para que o governo estabeleça mecanismos
que estimulem aumento da velocidade e da qualidade da banda larga. Segundo
relatório da OCDE de setembro de 2008, a velocidade média dos planos de banda
larga ofertados nos Estados Unidos é de 9,6 Mbps, bem mais baixa em relação às
taxas de outros países desenvolvidos, especialmente os asiáticos. No Japão, que
lidera o ranking, a velocidade média é de 92,8 Mbps e na Coréia, de 80,8 Mbps.
Diante do tamanho do desafio, o próprio Departamento de Comércio, que vai prover
os fundos para o desenvolvimento do plano, já reconheceu que o investimento de
US$ 7,2 bilhões, embora substancial, não será suficiente para atender às
necessidades de banda larga do país. Para elaborar o plano, a FCC anunciou um
rigoroso cronograma de atividades, que incluem consulta pública aos diferentes
segmentos da sociedade – usuários residenciais e comerciais, associações de
classe e governos estaduais e locais –, workshops e muita análise dos dados
relativos à banda larga nos EUA e no mundo.
Um dos primeiros desafios do cronograma é a definição do que é banda larga,q ue
pode ter um grande impacto econômico nas indústrias de telecomunicações e
tecnologia. Desde o ano passado, a FCC adotou o conceito de que a banda larga
básica é o acesso em alta velocidade à internet de 768 kbps a 1,5 Mbps. O
Departamento de Comércio já sinalizou em
direção ao mesmo standard, mas muitos consideram essa velocidade baixa, frente
aos planos já oferecidos nas redes de cobre e, especialmente, pelas redes de
cabo, que chegam em alguns casos a 50Mbps. O prazo para essa definição é 31 de
agosto.
De acordo com Julius Genachowski, chairman da FCC, o desafio de fazer o plano e
implantar a infraestrutura de banda larga tem a mesma dimensão de desafios
anteriores, como a implantação da estrada de ferro, do telefone e da
eletricidade. “Temos de assegurar que todos os cidadãos dos Estados Unidos
tenham acesso à internet... E que a nossa infraestrutura de banda larga e de
serviços atenda aos propósitos nacionais, incluindo criação de empregos e
crescimento da economia”, disse ele, no encontro de lançamento do processo para
a construção do plano de banda larga, no início de julho. A prioridade do
governo norte-americano são os serviços à distância de educação, saúde e
segurança, e o incremento do comércio eletrônico, com a adesão das pequenas
empresas. Há uma enorme preocupação, como destacou Genachowski em seu
pronunciamento, em incluir os pequenos negócios na Sociedade da Informação e
garantir uma melhoria de produtividade de toda a economia.
Na China, até conteúdo.
Uma das coisas que chama atenção no plano de banda larga para a área rural do
governo chinês é a construção de um ecossistema de provimento de conteúdo, em
especial de infor-
mações relacionadas à agricultura. Até o final deste ano, as três operadoras do
país – China Telecom, China Mobile e China Unicom – vão ter de instalar centros
de informação com base de dados sobre agricultura em 10 mil cidades pólo dentro
dos compromissos assumidos com o governo.
Há pelo menos quatro anos a China Mobile, por exemplo, fornece serviços
customizados para os agricultores.
De acordo com a apresentação feita por Men Rujing, da Academia Chinesa de
Telecomunicações, em workshop realizado em Singapura, em abril deste ano, o
mercado rural abre grandes oportunidades para as operadoras em função de seu
desenvolvimento nos últimos anos, com o aumento da renda per capita de 134 yuans
(cerca de US$ 20), em 1978, para 4.140 yuans (US$ 606), em 2007. Mesmo assim,
para atender aos agricultores é preciso oferecer serviços baratos, pois o poder
aquisitivo é menor do que nas cidades.
Segundo a China Telecom, a conta média mensal na zona rural é de US$ 8 contra
US$ 12 em toda a sua base. Maior operadora celular do país, ela responde por 74%
das 679 milhões de linhas celulares do país (abril de 2009).
Os dados apresentados por Rujing mostram que a banda larga na zona rural cresceu
60% no ano passado, e que os internautas dessas áreas somam 87 milhões, menos de
12% da população total que vive no campo (57% dos 1,3 bilhão de chineses). Já
nas cidades, 95% das quais atendidas por banda larga e 98% por internet, vivem
300 milhões de internautas.
O plano de atendimento a zona rural está, agora, na terceira fase: de
informatização das comunidades rurais. A primeira fase foi de universalização do
serviço telefônico e, a segunda, de aumento de sua densidade no campo. Para
desenvolver essa terceira fase, desde o ano passado os computadores e aparelhos
celulares para os agricultores
e comunidades rurais contam com um subsídio de 13%. Centenas de modelos de
aparelhos celulares e quase 200 modelos de microcomputadores, de diferentes
fornecedores, foram homologados pelo governo chinês dentro desse programa.
A Telebrás e o modelo australiano
Com frequência, alguns representantes do Executivo citam a iniciativa do governo
australiano, que decidiu criar uma empresa estatal para universalizar a banda
larga, para justificar a intenção de se usar a Telebrás como veículo para a
construção de uma estatal de comunicação de dados.
Mas a única coincidência entre o modelo australiano e a vontade brasileira está
no fato de contar com uma estatal. Na Austrália, duas são as premissas para
justificar os investimentos de US$ 48 bilhões. O Estado decidiu que vai levar
banda larga de 100 Mbps a todo o vasto país (quase do tamanho territorial do
Brasil, mas com muito menor densidade populacional) e estabeleceu também que
essa rede estatal só poderá oferecer serviço no atacado. Ou seja, a
infraestrutura será estatal, mas a oferta do serviço ao cliente final será feita
por empresas privadas.
Pelo que se conhece do modelo que está sendo desenhado no Ministério do
Planejamento, a estatal brasileira tem o objetivo, em primeiro lugar, de atender
ao próprio governo, provendo serviços de dados (e também levar serviços de
governo à população em áreas não atendidas pelas operadoras (conectar as escolas
rurais,
no exemplo citado). E o terceiro, admitem técnicos, é vender capacidade no
atacado
para multiplicar os prestadores de serviços na ponta, quebrando o paradigma de
preços nesse mercado que é monopólio das operadoras.
Na visão do governo, o elevado custo dos links e a falta de disponibilidade para
atender a demanda por capacidade no atacado impedem a expansão da banda larga no
país, inibem o
desenvolvimento dos pequenos provedores,atrapalham o desenvolvimento econômico e
os próprios serviços de governo.
Algumas das novas agências que estão sendo abertas pelo Ministério da
Previdência no país afora estão sem conexão, porque a Embratel, vencedora da
licitação, não conseguiu, a
tempo e hora, comprar link da Oi, por falta de oferta.
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Carta que a Associação dos Engenheiros em Telecomunicações - AET enviou à Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal
ASSOCIAÇÃO DOS ENGENHEIROS DE
TELECOMUNICAÇÕES
Fundada em 16 de Outubro de 1989
Gestão 2009-10
CT-AET-044/2009
São Paulo, 31 de Agosto de 2009
À Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI)
A/c Deputado Eduardo Gomes
Câmara dos Deputados - Anexo II.
Pav.Térreo, Ala A, Sala 49
70.160-900 – Brasilia - DF
Fax (61) 3216-6465/6467
Assunto:
Telefonica – Investimentos em Telecomunicações
Prezado Ilustre Deputado,
Vimos por intermédio deste documento manifestar nossa preocupação em relação às
declarações dos representantes executivos da Telefonica, concessionária de
serviços públicos, no que tange ao volume de investimentos na infra-estrutura
telecomunicações do Brasil. A referida empresa tem divulgado na imprensa que no
ano de 2008 investiu R$ 2,0 bilhões e que em 2009 está previsto o montante de R$
2,4 bilhões, sendo R$ 750 milhões para a rede de dados.
Ocorre que não estamos conseguindo identificar, junto aos tradicionais
fornecedores de equipamentos e soluções, com ponto de presença no Brasil, a
realização de contratações para
ampliação e modernização da planta de telecomunicações, em 2008 e 2009,
especificamente na telefonia fixa.
No entanto, verificamos que nos últimos anos a referida concessionária deixou
degradar a qualidade dos serviços básicos prestados aos clientes, ficando
evidente a falta de atenção e
prioridade às atividades de operação e manutenção (O&M) da rede, resultando na
má impressão deixada nos canais de interface com o cliente (Serviço Auxílio à
Lista, Serviço de Reparos,
Atendimento Comercial, poucos postos de serviços, telefones públicos abandonados
sem conservação, e falta de manutenção na rede física).
Em função disso, solicitamos a Vossa Excelência um questionamento e solicitação
de esclarecimentos por parte da Telefonica sobre os volumes de recursos
destinados (e realizados)
para CAPEX (Capital Expenditure) e OPEX (Operational Expenditure) nos últimos
anos no Brasil, bem como comprovação dos contratos firmados com todos os
fornecedores, de forma
transparente, de modo a validar as declarações divulgadas na imprensa, cujas
informações influenciaram e ainda influenciam positivamente nas cotações das
ações nas Bolsas de Valores.
Atenciosamente,
Eng° Ruy Bottesi
Presidente
rbottesi@aet.org.br
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