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Setembro 2009 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
24/09/09
• Rádio Digital (46) - O ministro Helio "IBOC" Costa agora "prefere" o sistema europeu DRM!
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
miriam@momentoeditorial.com.br
data 24 de setembro de 2009 09:50
assunto Rádio Digital (46) - O ministro Helio "IBOC" Costa agora "prefere" o
sistema europeu DRM!
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
Estou nos Grupos, hoje vinculados informalmente
à ComUnidade, há 9 anos.
Neste período, sou testemunha de uma quase tradição em nossos fóruns: acompanhar
os programas governamentais que envolvem assuntos de TI, Telecom e afins que
possam interferir na nossa área de interesse e no mercado de trabalho que
atuamos.
Sempre tivemos e temos o cuidado de divulgar e criticar construtivamente estes
temas, sem fazer política partidária, com a ideia básica "não de detonar,
mas de ajudar a fazer dar certo".
Um desses "programas governamentais" é o "Rádio Digital".
Pela polêmica e pelos "quase escândalos", o relato dos antecedentes - que
fazemos desde setembro de 2005 - poderia até ser chamado de "folha
corrida".
Para comprovar esta afirmação basta fazer um voo panorâmica pelos títulos dos "posts"
do website comunitário sobre o tema em
Rádio Digital.
O ministro Helio Costa, que defendeu com unhas e dentes, descarada e
escandalosamente (vejam os títulos dos "posts"!) o sistema americano IBOC,
protagonizou uma "manobra" surpreendente ao praticamente abandonar o projeto do
Rádio Digital no final do ano passado, quando criticou o sistema americano.
Mais tarde voltaria à cena, para anunciar uma consulta pública patrocinada pelo
Minicom.
Tenho o desprazer de registrar o início de uma novo "prontuário" com o nosso
incansável ministro (candidatíssimo ao governo de Minas) anunciando a
"preferência", agora pelo sistema europeu, mesmo antes dos testes determinados
pela esquisita consulta pública que ainda está "rolando"!
"Meno male", o DRM pode até ser melhor que o IBOC mas esta "preferência"
prévia", novamente, exala odores pútridos que se misturam aos outros miasmas
planaltinos.
Abaixo estão três notícias recentes.
Como costumo dizer, a mídia, salvo honrosas exceções, "noticia mas não informa"
pois, quem está se interessando agora pelo tema, deveria ser apresentado aos
tenebrosos antecedentes.
Desde nosso último "post" sobre o Rádio Digital, a ComUnidade recebeu mais de
duas centenas de novos participantes.
Assim, no retorno ao assunto (tenho mais algumas matérias colecionadas)
permito-me, a titulo de ambientação e recordação, reproduzir nesta e nas
próximas mensagens, os últimos "posts" sobre Rádio Digital.
Continuo com a mesma opinião: trata-se de mais um assunto para ser estudado pela
nossa "academia" (universidades, centros de pesquisa, etc), com recursos
governamentais, tempo suficiente e com amplo debate pela sociedade através do
Congresso.
A mídia pautada já repercute a "quase decisão" do ministro como se nada tivesse
acontecido nos últimos anos.
Na ComUnidade, não somos jornalistas e nem temos "redação" mas registramos e
arquivamos nossas mensagens e "posts", que mantêm "acesa" nossa memória.
Só temos acesso ao noticiário mas podemos especular que veremos, na sequência,
uma forte "queda de braço" entre o ministro "DRM" Costa e a poderosa "IBOC"
ABERT.
Face à "sintonia" anterior entre o ministro e a ABERT, muitas emissoras,
provavelmente esperando "sair na frente", adquiriram transmissores IBOC "para
teste" e agora estão com o popular "mico".
Mas especula-se que, como no caso dos caças franceses, aí tem impressões
digitais do agressivo presidente Sarkozi (Sarkô para os franceses),
turbinadas pelo irresistível charme da primeira-dama Carla Bruni... :-)
Vamos acompanhar os desdobramentos "comércio-eleitorais" mas traremos também
artigos técnicos sobre os "padrões".
Para os curiosos, aqui estão os links:
[Mai 2007] O
sistema de rádio digital DRM (Digital Radio Mondiale)
[Fev 2005] ISDB-Tsb:
o padrão de rádio digital no Japão
[Dez 2004] IBOC
– Sistema de Rádio Digital nos Estados Unidos
[Nov 2004] DAB
Eureka 147
Abaixo estão as notícias citadas e, logo após, a mensagem nº 41 reprisada, para
início da recordação e ambientação dos fatos mais recentes.
Radio Digital: um bom tema para TCCs de cursos de Telecom... :-)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Fonte: AdNews
[23/09/09]
Rádio
digital vai levar 20 anos para vingar no Brasil
Até o final deste ano, o Ministério das Comunicações deve decidir pela adoção do
padrão europeu de rádio digital, encerrando uma indefinição de três anos. O
ministro Hélio Costa afirmou a Rádio Senado ontem (22/09), que somente o sistema
DRM (Digital Radio Mondiale) contempla as transmissões digitais em ondas médias,
para atingir a região amazônica.
Entretanto, a notícia não significa que a tecnologia estará disponível em breve
aos brasileiros. Segundo Costa, a definição do padrão deve fazer com que troca
do sistema analógico pelo digital demore 20 anos, mesmo tempo para a
implementação da rádio FM no Brasil. O ministro também defendeu a participação
da indústria eletrônica no processo para produzir receptores digitais. Nos EUA,
com o padrão Iboc, os receptores custam cerca de US$ 100.
De acordo com o portal Tele Síntese, o ministro atribuiu à Abert (Associação
Brasileira de Rádio e Televisão) a culpa pela indefinição. Segundo ele, a
entidade era responsável pelos testes em emissoras de 10 capitais com o padrão
norte-americano Iboc (In Band on Channel) durante dois anos e quando apresentou
o relatório favorável, o trabalho foi reprovado pela Universidade Mackenzie, que
reúne os maiores especialistas de rádio digital do país.
Os equipamentos para iniciar os testes do modelo europeu devem chegar logo ao
Brasil e serão acompanhados pela Anatel. Costa afirmou que o padrão
norte-americano, que não transmite em OM, também não resolveu os problemas das
"sobras" nas transmissões em grandes cidades. Outro problema é a questão sobre o
pagamento de royalties à empresa detentora do sistema.
O ministro apresentou as vantagens do sistema digital em rádios como o som puro,
multiplicação de canais onde existe dificuldade de espectro e convergência.
Segundo ele, o novo sistema dará uma nova vida ao rádio, que utiliza
praticamente os mesmos recursos há 80 anos.
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Fonte: TelecomOnline
[22/09/09]
CCT do Senado quer explicações de Costa sobre escolha do padrão de rádio digital
Ministro das Comunicações informa que a definição pelo padrão europeu deve ser
oficializada até o final do ano
O governo deve oficializar até o final do ano a escolha do padrão a ser adotado
para o sistema digital de rádio. Em entrevista ao programa Estação Mídia, da
Rádio Senado, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, reconheceu a preferência
pelo modelo europeu, por ser o único que contempla transmissões nas faixas de AM
e FM e também de ondas curtas. Atualmente dois padrões estão em estudos: o
norte-americano (In Band on Channel - IBOC) e o europeu (Digital Radio Mondiale
- DRM).
Sobre as vantagens do rádio digital, o ministro destacou que, com o novo
sistema, as rádios terão uma melhor qualidade de transmissão, além da
possibilidade de as emissoras transmitirem simultaneamente vários programas na
mesma frequência. Costa reconheceu que o alto custo do aparelho receptor pode
atrasar a popularização da nova tecnologia.
A informação dada por Costa repercutiu junto à Comissão de Ciência e Tecnologia
do Senado. Para o presidente da CCT, Flexa Ribeiro, o ministro deve ser
convidado a dar explicações sobre a escolha para os parlamentares, de forma a
apresentar as razões técnicas que o levaram a essa definição. Para o senador
Roberto Cavalcanti (PRB-PB), a declaração de Costa sobre a escolha do padrão
europeu foi uma surpresa. “Uma discussão como essa deve preceder de mais
discussão”, disse ele, também em entrevista à Rádio Senado.
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Fonte: Geek
[22/09/09]
Ministro das Comunicações pretende adotar padrão Europeu de Rádio Digital -
por Matheus Gonçalves
Senadores contestam e pedem explicações.
Em entrevista à Rádio do Senado, o Ministro das Comunicações Hélio Costa disse
ter informações suficientes para considerar que o Brasil pode adotar o Sistema
Digital de Rádio no padrão Europeu, ainda em 2009.
Entre as vantagens de se adotar um padrão digital de rádio, Costa citou a
melhoria da qualidade do sinal e a possibilidade de uma mesma Rádio transmitir
vários programas distintos usando a mesma freqüência.
Duas opções estão em fase de estudo : O padrão dos EUA, denominado IBOC (In Band
on Channel) e o padrão Europeu, chamado DRM (Digital Radio Mondiale). Ambos são
métodos de transmissão de rádio digital e analógico com sinais simultâneos que
usam a mesma freqüência, funcionando com sinais AM e FM. A vantagem do padrão
DRM, segundo o Ministro, é que ele também trabalha com ondas curtas. Segundo o
site oficial deste sistema, por enquanto as bandas contempladas estão abaixo dos
30Mhz, mas já existe um projeto que visa atingir 174MHz. A conclusão dessa
melhoria está prevista para o final de 2009.
Costa se declarou convencido a adotar o padrão Europeu: “Depois das informações
que eu comecei a receber do sistema DRM, acho que agora já dá pra se tomar uma
decisão até o final do ano.” – afirmou o Ministro.
Essa declaração vai contra o que era defendido por ele mesmo até 2006. Segundo
notícia publicada no site FNDC no dia 18 de outrubro deste ano, o ministro
dizia-se “absolutamente convencido de que o sistema americano para o rádio
digital é o melhor”.
Para complicar ainda mais, Senadores da Comissão de Ciência, Tecnologia,
Inovação, Comunicação e informática, o CCT, se disseram surpresos quanto às
declarações do Ministro:
“Acho que na opção nossa pelo sistema digital de rádio deveria preceder mais
alguma discussão na CCT. Me surpreendi com essa declaração do Ministro de
considerar que o sistema Europeu foi o sistema que será adotado pelo Brasil” –
revelou o Senador Roberto Cavalcante do PRB da Paraíba.
Já o Senador Flexa Ribeiro, do PSDB do Pará, disse que vai tentar marcar uma
reunião com o Ministro para que sejam apresentadas as razões técnicas que o
levaram a essa definição.
O Senador Sérgio Zambiasi, do PTB do Rio Grande do Sul, saiu em defesa de Hélio
Costa, dizendo que “o Ministério tem técnicos e qualificação pra isso” e “que
esse é um processo que vem sendo estudado há anos.” – garantiu.
Mais detalhes sobre o padrão DRM podem ser encontrados na página oficial do
sistema: www.geek.com.br
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01.
O "Serviço ComUnitário" acompanha o tema "Radio Digital" desde
setembro de 2005 com registro no
BLOCO - Blog ComUnitário.
Reunimos estes registros numa
Seção Rádio Digital
do site WirelessBR.
Após a leitura desta mensagem creio que todos concordarão que o
Minicom, a Anatel, o Instituto Presbiteriano Mackenzie e a ABERT devem
explicações públicas sobre o assunto "Rádio Digital".
Temos uma longa tradição na ComUnidade de acompanhamento de programas
governamentais na nossa área de atuação, com cuidado para não resvalar
para política partidária, sempre com um olhar crítico visando ajudar a
"fazer funcionar", como temos repetido à exaustão.
É o caso do Rádio Digital, onde criticamos e muito a escolha "não
técnica" de um padrão estrangeiro sem a imprescindível passagem pela
nossa competente Academia.
Devido à escandalosa preferência e forte atuação para impor o padrão
IBOC, o "vilão" natural desta novela sempre foi o atual ministro das
Comunicações Helio Costa.
Mas ele não está ou estava sozinho: como "vilã companheira" sempre teve
ao seu lado - ou na retaguarda - mas com menos holofotes da mídia, a
ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão.
Aqui está a mensagem anterior:
21/04/09
•
Rádio Digital (40) - Ressurreição à vista? - A ABERT faz apresentação
nos EUA sobre a "experiência brasileira" com o padrão IBOC de Rádio
Digital!
02.
Fiz um "dever de casa" - não muito trabalhoso, afinal tudo
está registrado na ComUnidade -, e reuni algumas referências à ABERT
vinculadas ao tema Rádio Digital a partir de 2007. Está mais abaixo.
03.
Com vimos na mensagem anterior, nas vésperas do Ano Novo, o Ministro
veio à publico e, em
artigo do próprio punho,
desistiu do Rádio Digital.
Eis um "recorte":
(...) Os mais recentes testes do rádio digital,
realizados na cidade de São Paulo pela Universidade Mackenzie,
concluíram, em julho último, que o IBOC, em ondas médias, apresenta
sérios problemas de propagação, com áreas de sombra maiores do que as
que são observadas no sistema analógico. (...)
No site da ABERT encontrei o
Relatório de Rádio Digital,
em formato PDF.
Recorto das "Conclusões":
(...) Os resultados alcançados pelo padrão IBOC
nos testes realizados no Brasil, nos permitem concluir que ele é
adequado à necessidade premente de digitalização das estações
brasileiras. (...)
E também recorto das "Recomendações":
(...) A principal recomendação ao final deste
trabalho é que seja adotado o padrão de transmissão IBOC no Brasil,
tanto para AM quanto para FM, permitindo às emissoras colocarem a
tecnologia digital nas suas transmissões.(...)
O Relatório esta assinado por Engª TEREZA DE MACEDO MONDINO, TM
Consultoria em Telecomunicações Ltda; Prof. GUNNAR BEDICKS, Instituto
Presbiteriano Mackenzie e Engº RONALD SIQUEIRA BARBOSA, Associação
Brasileira de Emissoras de Radio e Televisão.
Consta que este Relatório foi entregue ao ministro em 09 Dez 08,
antes, portanto, da sua "desistência".
Constatação: O Instituto Presbiteriano Mackenzie que "não
considerava correto nem possível recomendar um padrão sem conhecer o
desempenho dos demais com a mesma profundidade" mudou de ideia e
assinou o relatório.
O conceito e a credibilidade do Instituto exigem uma explicação pública!
04.
Assim, ou o ministro fez uma "retirada estratégica" para
evitar mais desgaste ou "perdeu a sintonia" com a ABERT neste assunto.
O fato é que, com base na declaração do ministro, é licito crer que a
conclusão do Relatório está sob suspeita.
E, pelo que se depreende do noticiário, a ABERT não desistiu do Rádio
Digital padrão IBOC.
Sobre a "suspeita", não estou
sozinho:
Fonte: Observatório do Direito à Comunicação
[04/07/08]
Ministério e Anatel não se entendem sobre
rádio digital por Lucas Krauss
(...) Se a intenção da entidade é clara, as dúvidas em relação aos
testes ficam por conta da participação do Instituto Mackenzie. “O
professor que vem conduzindo os trabalhos lá é uma pessoa séria, mas
talvez ele esteja sendo muito cauteloso. Ele não vai querer bater de
frente com os interesses da Ibiquity (empresa proprietária do Iboc)”,
diz o colunista do jornal O Estado de São Paulo, Ethevaldo Siqueira.
“Sabe-se que ele vai registrar os problemas, mas as conclusões serão
redigidas pela Abert e aí não há isenção.”
Para Diogo Moyses, do Intervozes, a Abert pode elaborar quaisquer tipos
de pareceres, sejam eles jurídicos, técnicos, e enviar ao ministério. “O
que não pode é o Estado brasileiro aceitar tais relatórios como
definidores para a decisão pelo padrão. A Abert é um grupo de interesse,
ela não representa o interesse público”, diz.
Sobre a "não desistência" da
ABERT, lembro o registro que fizemos desta notícia recente sobre a
apresentação da ABERT na NAB Show 2009 em Las Vegas:
Fonte: Rádio Fandango
[19/04/29]
Sistema Fandango Comunicação presente em feira de
radiodifusão em Las Vegas
(...) No painel Relatório sobre os
resultados dos testes em estações AM e FM que utilizam o padrão IBOC,
será apresentado o resultado de nove meses de trabalho de campo e de
análise de especialistas da Abert e do Laboratório de TV e Rádio Digital
da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Segundo Barbosa, a exposição
será importante para que outros países conheçam a experiência brasileira
com o padrão digital. Os testes foram realizados em emissoras AM e FM de
Belo Horizonte, Ribeirão Preto e São Paulo. Foram analisadas as
condições de transmissão e recepção e a robustez do sinal, com
acompanhamento de engenheiros do Ministério das Comunicações e da
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). (...)
E temos esta notícia mais recente ainda
(o grifo é meu):
Fonte: Senado
[28/04/09]
Abert convida Sarney para abrir encontro
do setor
(...) O presidente
do Senado, José Sarney, recebeu, na manhã desta terça-feira (28),
convite da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert) para participar da abertura do 25º congresso que a instituição
realiza, de 19 a 21 de maio, em Brasília. No encontro, 1.300 empresários
e profissionais do setor discutirão o ambiente econômico, a evolução
tecnológica, a implantação da TV Digital e a futura definição do
rádio digital, entre outros assuntos. (...)
05.
Assim, creio que o Minicom, a Anatel, o Instituto Presbiteriano
Mackenzie e a ABERT devem explicações públicas sobre o assunto "Rádio
Digital".
Que tal um "Comunicado Oficial" do Minicom sobre o tema?
Todos que estudaram e debateram o assunto merecem uma explicação
definitiva além do "artigo de desistencia" do ministro!
Repito também a opinião de sempre: apesar dos pesares, temas polêmicos
como este devem ser levados ao Congresso, que deve ser prestigiado como
instituição.
07.
E a Mídia precisa se dedicar a este tema!!!
Na Seção
Rádio Digital, com registros desde 2005, podem ser garimpados
todos os profissionais, parlamentares e autoridades que manifestaram
sobre o assunto.
Vamos entrevistá-los novamente?
Que tal obter um depoimento de "todos" os proprietários das emissoras
que compraram transmissores digitais IBOC?
08.
Então, mais abaixo, estão:
- A ABERT na mídia: Coleção de referências sobre o forte envolvimento da
ABERT com o Rádio Digital padrão IBOC;
- Relatório parcial da ABERT sobre os testes com o Rádio Digital padrão
IBOC: "Conclusões" e "Recomendações";
- Notícia de 2008:
Ministério e Anatel não se entendem sobre rádio digital
E, novamente, o "artigo da desistência":
-
E o rádio digital? Uma análise responsável por Hélio Costa
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
A ABERT na mídia: Coleção de referências sobre o forte envolvimento da ABERT com o Rádio Digital padrão IBOC:
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Fonte:
Observatório do Direito à Comunicação
[12/03/07]
Rádio digital avança sem debate
público por Ana Rita
Marini e Laura Schenkel - Redação FNDC
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Em sua aberta defesa, a Associação Brasileira de Rádios e Televisão, Abert, tem incentivado experiências com o padrão norte-americano. Todavia, o consultor técnico da associação, Djalma Ferreira, reconhece que o Iboc possui notáveis falhas no que diz respeito à transmissão de ondas médias. Falhas estas acentuadas no período noturno. Ainda assim, Djalma Ferreira afirma ser uma "alternativa indesejável" aguardar conclusões sobre o padrão DRM.
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Relatório parcial da ABERT sobre os testes com o Rádio Digital padrão IBOC: "Conclusões" e "Recomendações":
CAPÍTULO VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
VIII.1 – Conclusões
Os resultados alcançados pelo padrão IBOC nos testes
realizados no Brasil, nos permitem concluir que ele é
adequado à necessidade premente de digitalização das
estações brasileiras.
Essa necessidade não é somente dos radiodifusores, mas
também de toda a sociedade, que tem no Rádio o principal
veículo de comunicação social, e mantê-lo como tal é um
dos objetivos centrais de todo esse trabalho.
Atualmente, não há outro padrão disponível, em situação
operacional, para a digitalização do Rádio,
principalmente se levarmos em conta o interesse da
Radiodifusão Brasileira em dispor de um padrão que
atenda, ao mesmo tempo, a FM e a OM.
O padrão IBOC é o que proporciona a transição de
tecnologia com o menor impacto possível, tanto para as
emissoras como para o público em geral:
- A emissora opera no seu próprio canal, não implicando
novo planejamento de canais e reforçando a fidelização
do público ouvinte;
- Não há necessidade imediata para o público ouvinte de
adquirir novos receptores, uma vez que as transmissões
híbridas permitirão que ele aguarde até que os preços
lhe sejam acessíveis;
- Mais de dez fabricantes mundiais, entre eles os
maiores, já têm o padrão IBOC em sua linha de produção;
Cada radiodifusor poderá iniciar a transição de acordo
com sua disponibilidade, mas levando em conta a
necessidade de manter o seu público ouvinte.
A digitalização do Rádio traz a oportunidade de as
emissoras recuperarem a competitividade no mercado
nacional, conquistando um público que já nasceu na era
digital.
VIII.2 – Recomendações
Em função dos testes realizados, dos resultados obtidos,
das observações e análises deles decorrentes,
consideramos importante apresentar algumas
recomendações,
conforme apresentamos a seguir.
- A principal recomendação ao final deste trabalho é que
seja adotado o padrão de transmissão IBOC no Brasil,
tanto para AM quanto para FM, permitindo às emissoras
colocarem a tecnologia digital nas suas transmissões.
- A segunda recomendação é que a adoção do padrão seja
feita no menor prazo possível, de modo a não retardar
ainda mais o ingresso do Rádio na
tecnologia digital, para que ele não perca a capacidade
de competição com os outros meios de comunicação, todos
digitais.
- Diante da constatação das enormes fontes de ruído
existentes nos grandes centros, recomendamos que seja
planejado e executado um levantamento de ruídos
radioelétricos em todas as faixas de freqüências em que
haja serviços autorizados de telecomunicações, incluindo
os de radiodifusão, de modo a permitir um maior controle
sobre suas causas, preservando a qualidade na prestação
dos serviços.
- Diante das discrepâncias encontradas entre os valores
previstos teoricamente e os medidos, principalmente na
faixa de onda média, recomendamos que seja promovido um
levantamento dos dados do Brasil, especialmente no que
respeita à condutividade do solo e ao comportamento da
ionosfera, de modo que possamos contribuir
internacionalmente com a nossa base de dados para um
melhor aproveitamento dos modelos de internacionalmente
reconhecidos.
- Outro importante passo a ser dado é incentivar a
indústria nacional de receptores a produzir a tecnologia
IBOC no Brasil, ao mesmo tempo inserindo seus produtos
em todas as mídias.
Engª TEREZA DE MACEDO MONDINO
TM Consultoria em Telecomunicações Ltda.
Prof. GUNNAR BEDICKS
Instituto Presbiteriano Mackenzie
Engº RONALD SIQUEIRA BARBOSA
Associação Brasileira de Emissoras de Radio e Televisão
Fonte:
Observatório do Direito à Comunicação
[04/07/08]
Ministério e Anatel não se entendem sobre
rádio digital por Lucas Krauss
O Ministério das Comunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) não vêm se entendendo muito bem sobre a definição do padrão de
rádio digital a ser adotado no Brasil. O ministro Hélio Costa afirma que
a decisão sobre a tecnologia a ser adotada ocorrerá ainda no segundo
semestre a partir dos testes feitos por empresas privadas e avalizados
pelo órgão regulador. Só que o ministro, ao que tudo indica, esqueceu de
combinar com a agência reguladora. A Anatel informa que não tem
acompanhado tais testes e ainda espera receber informações do
ministério.
Em 24 de junho, Costa declarou que até setembro deverá enviar ao
presidente Lula o parecer que definirá a escolha do Executivo --
provavelmente o norte-americano HD Radio IBOC para as faixas AM e FM e o
padrão europeu DRM (sigla para Digital Radio Mondale) para as
transmissões em Ondas Curtas. Em entrevista ao programa “Bom dia,
ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Costa disse ainda que
testes recentes feitos pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio
e Televisão (Abert) teriam sido acompanhados por “diversas entidades”,
incluindo o Instituto Mackenzie, de São Paulo, além do Ministério das
Comunicações e da Anatel.
Na tentativa de entrevistar o engenheiro Ara Minassian, superintendente
de Comunicação de Massa da Anatel, o Observatório do Direito à
Comunicação obteve a seguinte declaração da assessoria de imprensa: “O
superintendente não vai falar porque não acompanhou esses testes.
Ninguém aqui acompanhou esses testes. O relatório da Abert e do
Mackenzie será entregue para nós e, então, faremos o nosso para depois
encaminharmos ao Ministério.”
Desde o final do ano passado, o entrosamento entre governo e Anatel não
é dos melhores quando a questão da digitalização do rádio vem à tona.
Pressionado pelos radiodifusores comerciais, Hélio Costa vem tentando há
tempos convencer a agência de que o padrão Iboc é a melhor alternativa
para o país. Os engenheiros da Anatel, no entanto, protelam sua
avaliação. Eles pedem mais tempo para o desenvolvimento dos testes com
as cerca de 20 emissoras comerciais que pediram autorização
governamental para realizá-los.
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, em setembro do ano
passado, Minassian disse que os resultados até então apresentados à
agência não garantiriam tecnicamente a implementação do padrão Iboc.
Além de reconhecer as boas resoluções que o padrão DRM obteve em outros
países, disse ainda que novas pesquisas poderiam ser pedidas à
universidades e centros de pesquisa. Uma das preocupações do engenheiro
à época dizia respeito ao alcance do sinal digital.
“Ninguém conseguiu responder se uma rádio analógica, hoje com alcance de
70 quilômetros, cobrirá com o sinal digital essa mesma distância ou se
parte dos ouvintes ficará sem o sinal”, afirmou. A preocupação do
engenheiro mantêm-se até hoje, já que passados 9 meses o problema não
foi solucionado. “No analógico, o normal é atingir até 50 quilômetros de
cobertura. No digital, atingimos uns 20 quilômetros. Num raio de 4 a 5
quilômetros vai bem, mas depois começa a esbarrar com outras”, diz o
engenheiro Alfredo Marcouizos, do grupo CBS de São Paulo.
Sem critérios públicos
É bom lembrar que em março de 2007 a Anatel abriu consulta pública para
definir a metodologia a ser utilizada nos testes feitos com o Iboc-AM.
Além dos resultados não terem sido divulgados até hoje, sequer foram
abertas consultas públicas para a metodologia de testes com FM e Ondas
Curtas. “Não há parâmetros públicos. As consultas públicas da Anatel
sinalizaram uma política de Estado para se ter regras mínimas para a
realização de experimentos. Mas o que o Ministério faz? Terceiriza os
testes para a Abert, diz Diogo Moyses, do Intervozes – Coletivo Brasil
de Comunicação Social. “Ou seja, o Estado brasileiro não vai ter
opinião. Se a Abert disser que tudo bem, então o Iboc será o escolhido.”
Se ainda não há plena aceitação dos radiodifusores comerciais com o
padrão norte-americano, as poucas experiências feitas com o padrão DRM
no Brasil também ainda não foram concluídas. Os testes, iniciados ano
passado pela Universidade de Brasília (UnB), sob coordenação do
professor Lúcio Martins, foram praticamente abandonados. “Foram feitos
testes em Ondas Curtas e Médias (AM), sendo que os de Ondas Médias foram
interrompidos no meio do processo. Precisaríamos de mais tempo e seriam
necessários mais testes”, diz Martins.
Para ele, o argumento do Ministério das Comunicações e da Abert de que o
Iboc é o único sistema que opera em FM, já não tem mais sustentação. “O
consórcio DRM elaborou um sistema para o FM, que transmite analógico e
digital juntos, que não está sendo considerado. Ele foi testado em
alguns países da Europa e tudo indica que seja um sistema mais flexível
que o americano”, diz.
Para este ano, porém, o professor não acredita que os testes na UnB
serão reiniciados. “Não há vontade por parte do Ministério das
Comunicações. Ano passado, a UnB tomou a iniciativa e entrou em contato
com o consórcio europeu para a realização dos testes. Agora, não temos
mais recursos e a Universidade não tomará mais a iniciativa”, completa.
Testes sem isenção
Já que ainda há testes de emissoras comerciais com o Iboc que não foram
entregues à Anatel e que os experimentos com o padrão DRM foram
desconsiderados pelo ministério, a solução emergencial apresentada por
Hélio Costa e Abert foi recorrer ao Instituto Mackenzie, de São Paulo.
De março a junho deste ano, foram realizados testes de campo nas cidades
de São Paulo, Ribeirão Preto e Belo Horizonte, comandados por Ronald
Barbosa, engenheiro de telecomunicações da Abert, e acompanhados pelo
Laboratório de TV e Rádio Digital do Mackenzie.
Os testes feitos com o padrão Iboc em AM e FM já foram concluídos e
estão em fase de finalização dos relatórios. Segundo matéria publicada
no site da Abert no dia 30 de junho, os resultados finais serão
entregues nas próximas semanas.
Se a intenção da entidade é clara, as dúvidas em relação aos testes
ficam por conta da participação do Instituto Mackenzie. “O professor que
vem conduzindo os trabalhos lá é uma pessoa séria, mas talvez ele esteja
sendo muito cauteloso. Ele não vai querer bater de frente com os
interesses da Ibiquity (empresa proprietária do Iboc)”, diz o colunista
do jornal O Estado de São Paulo, Ethevaldo Siqueira. “Sabe-se que ele
vai registrar os problemas, mas as conclusões serão redigidas pela Abert
e aí não há isenção.”
Para Diogo Moyses, do Intervozes, a Abert pode elaborar quaisquer tipos
de pareceres, sejam eles jurídicos, técnicos, e enviar ao ministério. “O
que não pode é o Estado brasileiro aceitar tais relatórios como
definidores para a decisão pelo padrão. A Abert é um grupo de interesse,
ela não representa o interesse público”, diz.
Para a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), uma
decisão arbitrária, se concretizada, deverá resultar em ações do
Ministério Público Federal. “Essa pressa sem necessidade vai permitir
que se consigam decisões judiciais para barrar isso. Vai atingir a
questão do direito do consumidor, do livre mercado. É ilegal”, diz
Joaquim Carlos Carvalho, ex-assessor jurídico da entidade. “O padrão
Iboc não atende os interesses da sociedade brasileira”, avalia.
Problemas para as pequenas emissoras
Carvalho refere-se ao fato de que a tecnologia desenvolvida pela
Ibiquity para o Iboc “seqüestra” espectro. Para transmitir uma
programação em FM hoje, o sinal analógico ocupa uma faixa de 200 khz. A
transmissão no padrão Ibco deverá ocupar uma faixa de 400khz. “Haverá
desperdício de banda com o Iboc”, afirma Lúcio Martins.
Para o professor da UnB, o FM desenvolvido pelo padrão europeu – que, em
princípio, ocuparia uma faixa de 100 khz para cada programação – deve
ser melhor estudado justamente para evitar essa maior concentração do
espectro e a conseqüente eliminação da possibilidade de entrada de novos
atores. “A questão é que no Brasil a decisão política poderá se sobrepor
aos fatores técnicos. Se isso acontecer, boa parte da população sairá
prejudicada, inclusive boa parte dos radiodifusores”, analisa.
Carvalho compartilha da mesma opinião. Para ele, a defesa do padrão
americano não está sendo feita pela entidade Abert, mas sim por um grupo
dominante na associação. “Acredito que os pequenos e médios
radiodifusores, que são maioria na Abert, não estejam acompanhando essa
discussão. O grupo que está no poder não deve estar repassando
informações do que realmente pode acontecer com a maioria, que não vai
ter dinheiro para a transição”, diz.
A título de exemplo, a tese de mestrado “Implantação do Rádio Digital no
Brasil: Testes, Impacto e Perspectivas”, da jornalista Patrícia Rangel,
defendida na Faculdade Cásper Líbero em 2007, mostra bem o tamanho do
obstáculo. O investimento total realizado pela Rádio CBN, de São Paulo,
para a transição, chegou a US$ 150 mil, o equivalente a cerca de R$ 240
mil. Detalhe: nem mesmo a emissora comercial conseguiu financiamento e
teve que arcar todas as despesas com recursos próprios.
Dúvidas sobre a demanda
Além da preocupação com o preço dos transmissores, há ainda o fator
produção em escala. Se a tecnologia Iboc for mesmo a escolhida, o preço
dos aparelhos receptores poderá chegar a R$ 400,00 e, se não houver
interesse na compra, o preço não diminuirá com o passar do tempo. “O
usuário ainda não vê nenhuma vantagem no digital. Eu entrevistei alguns
ouvintes e eles não estão interessados em comprar um novo rádio
digital”, diz Ethevaldo Siqueira.
Para demonstrar a dificuldade que será a produção em grande escala dos
aparelhos digitais, Siqueira apresenta os números nos EUA, pátria mãe do
IBOC: “Das 15 mil emissoras que atuam lá, 90% não aderiram ao padrão.
Apenas 2% dos consumidores compraram o HD Radio. A Ibiquity não consegue
massificar a produção”, diz.
Mesmo que o governo brasileiro ofereça subsídios aos radiodifusores ou
às empresas fabricantes de receptores no Brasil, os problemas técnicos
referentes ao padrão persistem (saiba mais ) e dificilmente serão
solucionados no curto prazo.
Mas perguntas anteriores precisam ser feitas, segundo Diogo Moyses, do
Intervozes. “Na TV Digital você tinha um processo de digitalização
mundial acontecendo. No rádio não há nem isso”, avalia Moyses, lembrando
ainda que em nenhum país a digitalização do rádio avançou simplesmente
porque não há demanda. “As próprias pesquisas andam a passo de tartaruga
porque não há demanda, não há justificativa para uma migração para o
rádio digital que mantenha o mesmo modelo que nós temos hoje. Qual o
interesse público na digitalização do rádio hoje no Brasil?”, pergunta.
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