BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Agosto 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
25/08/10
• Celulares a bordo (1) - Explicações técnicas (atualização em 27/08/10)
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
Chegando em Brasília para mais uma pequena
temporada (familiar, longe do Planalto...) encontro este artigo no Correio
Braziliense (com z!): :-)
Fonte: Correio Braziliense
[23/08/10]
Conversa sem risco
De outra fonte, anoto o contexto:
(...) A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) liberou o
uso de telefones celulares e internet durante alguns períodos dos voos da TAM. A
empresa aérea cumpriu todas as determinações da agência e realizou todos os
testes necessários, como de interferência eletromagnética e modo de falhas no
sistema. O pedido da empresa aérea foi feito no ano passado, com a Airbus,
fabricante da maioria das aeronaves da companhia, mas não vale para as outras
companhias. A TAM informou que ainda não tem previsão de quando o serviço
começará a ser utilizado e nem quais serão os custos.(...)
Neste link do Correio Braziliense está um "infográfico" sobre o sistema,
como informação superficial para o leitor "genérico".
Em resumo, uma antena interna do avião capta o sinal do celular que é enviado à
um satélite e retorna para o sistema "terráqueo".
Os detalhes técnicos nos bastidores do tema são
muito interessantes e podem, quem sabe, estimular uma temporada de debates "about".
:-)
Por exemplo, recorto do artigo:
(...) uma antena instalada no interior do avião diminuiu a
potência do sinal, reduzindo o risco da interferência nos equipamentos (...)
E pergunto:
A "potencia do sinal" emitido por um celular é variável e ajustável?
Alguém poderia fornecer mais detalhes do sistema?
Comentários?
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
------------------
Fonte: Correio
Braziliense
[23/08/10]
Conversa sem risco - por Edson Luiz - com colaboração de Diego Abreu
Especialista da UnB afirma que não há provas de incidentes provocados pelo uso
de celulares durante o voo. TAM recebeu autorização na semana passada para a
utilização do aparelho em rotas dentro do país.
Apesar do avanço da tecnologia para permitir o uso de telefones celulares em
voos comerciais, até agora não existe a certeza de que os aparelhos ligados
podem interferir na navegabilidade dos aviões. Especialistas em tecnologia da
aviação afirmam que há o risco de isso ocorrer, mas não existem provas concretas
de incidentes provocados pelos celulares. Mesmo assim, várias empresas de
tecnologia de aeronáutica já apostam em novos equipamentos, e colocam o Brasil
entre os países que permitem as ligações à bordo. Na semana passada, conforme
antecipou o Correio, a TAM conseguiu o direito, já que adotou um sistema
desenvolvido na Europa pela Airbus, hoje a maior fornecedora da companhia aérea
brasileira.
De acordo com o professor de engenharia elétrica André Noll Barreto, da
Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasilia (UnB), uma antena instalada
no interior do avião diminuiu a potência do sinal, reduzindo o risco da
interferência nos equipamentos. Os dados são enviados da aeronave para um
satélite, que os retransmitem para uma antena captadora em terra e chega ao
destinatário, em seguida. Hoje, na maior parte das companhias aéreas
brasileiras, não existe esse tipo de equipamento, o que causou a proibição pelas
autoridades. Mesmo assim, com exceção do incômodo a outros passageiros, os
riscos de se falar ao celular é pequeno.
“Pelo que eu saiba, não existe nenhum estudo conclusivo que indique realmente
interferência de aparelhos celulares em equipamentos eletrônicos de aviões, já
que estes são blindados para evitar interferência eletromagnética, e os
celulares emitem uma potência relativamente pequena de ondas eletromagnéticas,
quando comparadas com outras fontes, como, por exemplo, TV e rádio”, afirma
Barreto. Porém, o especialista alerta que, apesar de não haver informações
finais sobre o assunto, o risco teórico existe. “Embora nenhum estudo conclua
que haja danos, é impossível excluir categoricamente esta possibilidade.”
Barreto explica que, tendo em vista o grande impacto de um possível acidente
aéreo, é, por medida de precaução, proibido o uso de celulares em aviões, embora
seja baixíssimo o risco de que isso possa realmente causar algum acidente. “Os
riscos existem, mas são ínfimos. Por exemplo, estudos indicam que sempre são
deixados alguns aparelhos ligados em cada voo, apesar da proibição, sem que isso
tenha causado algum acidente comprovado”, diz o engenheiro, ressaltando que, com
a tecnologia empregada pela TAM, o celular continua transmitindo, mas com menor
potência, e menor risco de incidentes.
Interesse
Inicialmente, a TAM vai comprovar a eficiência do novo sistema em três aviões
Airbus, sendo que um deles — um A321 — já tem o equipamento instalado, e outros
dois — A319 e A320 — estão prontos para receber a nova tecnologia. Apesar de os
aviões terem entre 144 e 220 assentos, apenas 12 passageiros poderão utilizar o
celular para falar ou trocar mensagens. Mas o uso só acontecerá dentro do
Brasil. “O sistema será testado apenas em voos domésticos e em várias rotas
diferentes para que a empresa avalie o interesse dos passageiros de todo o país
pelo serviço”, informou a TAM. Segundo a assessoria da companhia aérea, durante
a fase experimental de quatro anos, a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) acompanhará as operações. A intenção é assegurar o respeito aos
direitos dos consumidores e avaliar se há necessidade de regulamentação
adicional.
Nos pousos e decolagens, mesmo com a nova tecnologia instalada nos aviões, os
passageiros serão obrigados a seguir as mesmas regras: os telefones terão que se
manter desligados. A partir do momento em que a aeronave atingir a 3 mil metros
de altitude, o avião passará a fornecer os sinais. Segundo a TAM, nesse nível
não há mais interferências. Para evitar casos de pessoas que esquecem o aparelho
ligado, mesmo em solo, o sistema não causará risco aos voos, já que o sistema de
celular a bordo só vai autorizar os números definidos antecipadamente. Já a
internet, poderá ser acessada por meio de smartphones. E, nos dois casos, a
tarifa é definida pela operadora de telefonia.
Por meio da assessoria, a diretoria de marketing da companhia aérea, Manoela
Amaro, disse que a TAM é a primeira empresa das Américas a adotar o sistema. “O
uso de celular a bordo foi uma demanda detectada por meio de pesquisas com
nossos passageiros”, diz. Hoje, além do Brasil, países da Comunidade Europeia,
Ásia e Oriente Médio permitem o uso do aparelho durante os voos, enquanto que os
Estados Unidos proíbe e a Oceania já começa a adotar.
Estudos indicam que sempre são deixados alguns aparelhos ligados em cada voo,
apesar da proibição, sem que isso tenha causado algum acidente comprovado”
André Noll Barreto, professor de engenharia elétrica na UnB.
-------------------------------
de Eric Arantes <eric.arantes@gmail.com>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 08:09
assunto Re: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
Respondendo de forma simples e rápida a pergunta abaixo do Hélio:
"Por exemplo, recorto do artigo:
(...) uma antena instalada no interior do avião diminuiu a potência do sinal,
reduzindo o risco da interferência nos equipamentos (...)
E pergunto:
A "potencia do sinal" emitido por um celular é variável e ajustável?"
R. Sim. A "Potência do sinal" é variável e é ajustada (Controle de Potência) de
acordo com alguns critérios, que basicamente estão associados a qualidade do
sinal.
Quanto a antena instalada no interior do avião diminuir a potência do sinal, o
que ocorre de fato é que, hoje em dia com o avião a mais de 3mil metros de
altitude o celular vai ficar sem rede e vai funcionar na máxima potência durante
a procura da rede. Entretanto com uma antena instalada dentro do avião e como
não há interferência no sinal do celular, a qualidade do sinal vai ser excelente
o que vai permitir aos telemovéis operarem com a potência reduzida.
Espero ter ajudado e caso queiram algo mais detalhado favor contactar.
Att,
Eric Arantes
---------------------------------
e Jorge <jorge@mandic.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 09:11
assunto RES: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
E a antena interna do avião, ainda pode ser ajustada numa freqüência que cause
menos interferência.
Partindo do principio que qquer celular de R$ 99,00 é Dual Band, então, ainda
pode ser escolhida a freqüência de 900 ou 1.800 MHz, de modo a interferir menos
no sistema de navegação do avião.
Não tenho certeza, mas acredito que a ONDA de 900, por carregar menos
informação, seja a onda MENOS interferente nos avionicos!
O “saco” dessa história será: Um monte de gente querendo dormir dentro do avião,
e tem sempre aquele “MALA” com toque de pipoqueiro, palhacinho, apito de
futebol, vinheta do plantão da globo, entre muitos outros toques ridículos e
irritantes (no máximo VOLUME) tocando a noite TODA dentro do avião! E tudo isso,
ainda será pouco!
Imaginem se tiverem a idéia de LIBERAR o Nextel também?!!? Afinal, tem um monte
de proprietário de Nextel que só consegue falar no seu aparelhinho com METADE do
BAIRRO participando da conversa, NO VIVA-VOZ, no máximo volume.
Na minha opinião, muito particular, se a moda de celulares realmente pegar,
vamos voltar a historinha do avião com ala “fumante” e “não fumante”, ou seja,
“falantes” e “não falantes”. Imagino até o avião tendo uma cabine telefônica
(sem telefone) onde os usuários terão de ir até ela pra poder usar seus
telefones.
E quem leu tudo isso e achou “engraçado”, é pq nunca teve que viajar num ônibus
leito, a noite, querendo dormir e um MALA resolveu fazer uma reunião no celular,
de uma hora de duração!
Jorge
-----------------------------
de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
responder a wirelessbr@yahoogrupos.com.br
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br,
celld-group@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 12:45
assunto [wireless.br] Celulares a bordo de aviões... meus 10 centavos
Oi pessoal,
Só para deixar mais claro, em temos técnicos, o que o Eric e o Jorge disseram.
Temos três tópicos. Dois que eles levantaram, e um que eu vou trazer à baila:
1. Os celulares UMTS possuem potência de transmissão
variável?
Como o Eric disse, sim. Isso é consequência do uso da codificação CDMA. No FDMA
(usado no AMPS) ou no TDMA (usado no GSM) os sinais dos vários assinantes
compartilhando o acesso no setor da célula (3 setores por célula) são separados,
respectivamente, em frequência (subcanais) ou no tempo (time slots). Então não
faz diferença a potência que cada usuário transmite. No CDMA (usado no CDMA2000
e no UMTS) cada assinante que compartilha o setor tem o seu sinal "espalhado" ao
longo de toda a largura de banda do canal (Walsh codes, chip rates, muita
matemática...). Então se um assinante próximo da célula transmitir com potência
muito alta o sinal dele "afoga" o sinal dos assinantes mais distantes. Daí a
necessidade de, durante o processo de call setup, haver uma negociação entre a
célula e o aparelho do assinante para ajustar a potência de transmissão deste. O
o bjetivo é que todos os assinantes tenham o seu sinal mais ou menos com a mesma
potência qundo chegam à antena da célula.
Então, como observou o Jorge, com uma colocação inteligente da antena da "célula
voadora" (eu sugeriria mais ou menos no meio da cabine de passageiros, no teto),
todos os aparelhos a bordo podem trabalhar em potência de transmissão mínima, e
diminuir as chances de interferência nos aviônicos.
2. O potencial de interferência da portadora de 900 MHz é
maior ou menor que a de 1.8 GHz?
Como o Jorge observou, as frequências mais comuns para operação de celulares
UMTS são as de 900 MHz e 1.8 GHz, sendo mais comum a alocação da portadora de
1.8 GHz para o UMTS e reservando a portadora de 900 MHz para fallback GSM (a
maioria dos aparelhos UMTS é GSM também). Mas o problema de potencial de
interferência nos aviônicos é simplesmente física.
Sempre que algum componente dos circuitos elétricos/eletrônicos do avião tiver
uma dimensão próxima de um múltiplo ou submúltiplo do comprimento de onda do
sinal sendo propagado pelo ar ele pode funcionar com uma antena, induzindo um
sinal daquela frequência (possivelmente de baixa potência) naquele componente.
Então vejamos: temos f1 = 9 x 10^8 Hz, f2 = 1,8 x 10^9 Hz e c = 3 x 10^8 m/s.
Pela fórmula L = c/f temos os comprimentos de onda L1 ~ 0,333 m e L2 ~ 0,017 m.
Não sou especialista em antenas para opinar se seria mais fácil ou eficiente
blindar ou inserir filtros de linha em todos os componentes
elétricos/eletrônicos do avião que tenham cerca de 33 cm de comprimento ou
naqueles que tenham cerca de 1,7 cm de comprimento. Na pura intuição eu chutaria
a primeira hipótese, mas alguém mais teria que validar isso.
3. Esta "célula" voadora deve ser apenas para voz ou deve
suportar também serviços de dados?
A informação da imprensa é que o backhaul da nossa "célula" voadora é um link de
satélite. Dependendo da banda deste, oferecer serviços de dados pode gerar
congestionamento a bordo. Sem mais informação não dá para prever, mas meu chute
é que só vão oferecer (pelo menos inicialmente) voz. E isso é consistente com o
meu chute anterior sobre a faciidade maior de isolar interferências na faixa dos
900 MHz, que é a portadora típica para voz GSM. Mas seria melhor usar voz UMTS,
por causa da questão do controle de potência.
[ ]'s
J. R. Smolka
--------------
de Eduardo Fagundes de Souza <eduardo.fagundes@vivo.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 10:14
assunto RES: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
Prezado Jorge, bom dia...
Não creio que ao custo de aproximadamente US$9,00 o minuto (previsão inicial)
alguém vai “se esbaldar” na utilização do serviço ao não ser que seja
extremamente necessário. Outro ponto, falta de educação quanto ao uso do celular
podemos observar em vários ambientes (ex. teatros, cinema, ônibus) no avião não
creio que seja exceção.
abs,
Eduardo
---------------
e manu sapucahy <manusapucahy@yahoo.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 10:58
assunto Res: RES: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
Jorge,
ainda bem que voce nao tem certeza, pois a frase em destaque nao procede. 900
mhz nao carrega nem menos nem mais informação. A interferencia nos equipamentos
avionicos depende da frequencia que os mesmos operam.
Quanto aos malas concordo plenamente. principalmente os de Nextel.
-------------------------------
de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
responder a wirelessbr@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br,
wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 24 de agosto de 2010 20:29
assunto [wireless.br] Re: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
Pois é Bruno. Sinal até pode ter, e isso
traz um outro problema, citado neste
artigo da Wikipedia como sendo a
causa da proibição
feita pela FCC (repare, não pela
FAA, embora ela também tenha regulamentos neste sentido) do uso de celulares a
bordo de qualquer aeronave.
O receio é que, estando a uma certa altitude, mas ainda sendo capaz de usar o
canal de sinalização, um celular ligado cause problemas para o esquema de reuso
de frequência nas células, no caso do GSM, ou para as decisões de handover, no
caso do UMTS.
[ ]'s
J. R. Smolka
---------------------
de Bruno L F Cabral <bruno@openline.com.br>
data 24 de agosto de 2010 12:30
assunto Re: RES: [Celld-group] Celulares a bordo (1)
A parte interessante é que celular pega em 10 mil pés de atitude. Eu ja tive a
curiosidade de ligar durante um voo e... tinha sinal.
------------------------------
de manu sapucahy <manusapucahy@yahoo.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 25 de agosto de 2010 10:13
assunto Res: [Celld-group] Celulares a bordo de aviões... meus 10 centavos
Sistemas in-flight sao GSM 1800. 1800 é a banda mais comumente utilizada e GSM
mais abrangente que UMTS.
Diferente do que foi dito, GSM tem sim controle de potencia (lembre-se que
synthesized frequency hopping pode ser considerado uma forma de espalhamento
espectral).
M. Sapucahy
---------------------------------------------
de J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 25 de agosto de 2010 15:44
assunto [wireless.br] Re: Res: [Celld-group] Celulares a bordo de aviões... meus
10 centavos
Em 25/08/2010 10:13, manu sapucahy escreveu:
> Sistemas in-flight sao GSM 1800. 1800 é a banda mais
comumente utilizada e GSM mais abrangente que UMTS.
> Diferente do que foi dito, GSM tem sim controle de potencia (lembre-se que
synthesized frequency hopping pode ser considerado uma forma de espalhamento
espectral).
Manu,
Interessante a sua informação que as picocélulas para uso in-flight usam a faixa
de 1.8 GHz. Com relação às interfaces aéreas das redes celulares sou apenas um
generalista, então tome minhas afirmativas como tal. Mas...
a) Até onde sei, UMTS foi a proposição apresentada pelo 3GPP à ITU para adoção
como padrão 3G de telefonia celular (e foi aceita, entre outras). O padrão GSM é
anterior a isso, portanto não entendi quando você afirmou que GSM é mais
abrangente que UMTS, porque este representa uma ruptura tecnológica em relação
àquele. Enquanto o GSM original usava TDMA + FDMA, o UMTS partiu para o CDMA. Em
suma: para mim, embora o conjunto de patrocinadores das duas tecnologias seja o
mesmo, GSM é uma coisa e UMTS é outra, e um não está contido dentro do outro,
nem o outro dentro do um.
b) É fato que o GSM adotou o frequency hopping (em dois "sabores": base-band ou
synthesized) para permitir esquemas mais flexíveis no reuso de frequências entre
as células/setores adjacentes, e assim diminuir problemas de interferência e
aumentar a capacidade. Lendo este
paper de
2002, fiquei com a seguinte impressão: isto foi feito em um momento
politicamente delicado, quando as operadoras celulares tinham que decidir entre
seguir com o GSM até que a promessa do UMTS se materializasse ou usar um passo
intermediário (talvez o CDMA2000) para acomodar mais capacidade. Hoje, sabemos,
isto é história. Porém eu, pessoalmente, acho que a promessa de reuso de
frequências com N=1, o que realmente caracterizaria o GSM com SFH como um
sistema spread spectrum de verdade, é um pouco exagerada. Você conhece alguma
operadora, em qualquer lugar do mundo, que tenha atingido isto?
c) Curiosidade minha: se o frequency hopping, tanto base-band quanto synthesized,
ocorre sob controle da rede então porque o controle de potência do aparelho do
usuário é tão importante? Como o hopping ocorre a cada time slot
(aproximadamente 577 µs), qualquer interferência ou fading dura pouco e pode ser
corrigida pelo uso, por exemplo, de FEC. Fica parecendo que o dynamic power
control só é crítico em setores/células com alto tráfego.
[ ]'s
J. R. Smolka
-------------------------
de ram <ram_ufrn@yahoo.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 25 de agosto de 2010 19:41
assunto [wireless.br] GSM A BORDO
Caros:
O Smolka tem razão. Os handsets GSM são 'inteligentes'.
Sua potencia emitida é função da distancia entre eles e a estAção transmissora (BTS/ERB).
Por isto é que a carga de bateria dura tanto comparando-se com os antigos FDMA &
TDMA. Leve-se em conta tambem um bom desempenho das baterias com nova
tecnologia.
Uma experiencia prática disto é ir-se para a 'campanha' em área sem cobertura do
sistema. Em meio dia a bateria descarrega-se. Por que? Porque o handset usou
toda a sua potencia à procura de uma BTS inexistente, situada para ele no
infinito.
R.A. MARTINS
----------------------------
de Marcos Cardoso <cmarkoz@yahoo.com.br>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 26 de agosto de 2010 11:27
assunto Res: [wireless.br] GSM A BORDO
Além disso, a rede GSM tem Discontinuous Transmission - DTX lembram? Períodos de
silêncio sem transmissão...
Quanto a "pegar" sinal a 3Km de altura, não esqueçam dos lóbulos secundários,
principalmente em antenas com diagrama de irradiação simétrico e mínimo null
fill > -25db em relação ao lóbulo principal, entretanto, isso "detona" todos os
KPIs da célula em questão (TA=5 e TA=6), em relação a sinal a 35Km, pode ser,
mas é algo "especial" com a feature extended cell/range habilitada (você pode
ter chamadas ainda mais distantes que 35Km), e mais uma vez, um detalhe, avise
ao cliente para esquecer os KPIs, essas células impactam negativamente nos
indicadores da BSC inteira...
abçs
Marcos
------------------------
de Eric Arantes <eric.arantes@gmail.com>
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 26 de agosto de 2010 12:52
assunto Re: [wireless.br] GSM A BORDO
Marcos
Só para ficar mais claro, por definição o raio teórico de uma célula GSM é de
35Km (TA=63), a "feature extended cell/range" habilitaria o móvel a falar a
distâncias maiores de 35Km. Agora concordo contigo quando dizes que falar a 35Km
de distância é uma caso bastante especial, pois para se conseguir isto as
condições de rádio tem de ser perfeitas.
Abraços,
Eric de Albuquerque Jorge Arantes, MSc
eric.arantes@gmail.com
0244 925355606
Skype:eric.arantes
-----------------
de manu sapucahy <manusapucahy@yahoo.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 26 de agosto de 2010 14:36
assunto Res: Res: [Celld-group] Celulares a bordo de aviões... meus 10 centavos
J.R. ,
meus comentários no texto, em cor vermelha.
Abraços,
Emmanuel
--------------------------
Em 25/08/2010 10:13, manu sapucahy escreveu:
> Sistemas in-flight sao GSM 1800. 1800 é a banda mais
comumente utilizada e GSM mais abrangente que UMTS.
> Diferente do que foi dito, GSM tem sim controle de potencia (lembre-se que
synthesized frequency hopping pode ser considerado uma forma de espalhamento
espectral).
Manu,
Interessante a sua informação que as picocélulas para uso in-flight usam a faixa
de 1.8 GHz. Com relação às interfaces aéreas das redes celulares sou apenas um
generalista, então tome minhas afirmativas como tal. Mas...
a) Até onde sei, UMTS foi a proposição apresentada pelo 3GPP à ITU para adoção
como padrão 3G de telefonia celular (e foi aceita, entre outras). O padrão GSM é
anterior a isso, portanto não entendi quando você afirmou que GSM é mais
abrangente que UMTS, porque este representa uma ruptura tecnológica em relação
àquele. Enquanto o GSM original usava TDMA + FDMA, o UMTS partiu para o CDMA. Em
suma: para mim, embora o conjunto de patrocinadores das duas tecnologias seja o
mesmo, GSM é uma coisa e UMTS é outra, e um não está contido dentro do outro,
nem o outro dentro do um.
Para as operadoras o que interessa é atingir o maior
numero de usuários. Muitos ainda tem terminais somente GSM. Todos os 3G são
também GSM. Portanto, se a cobertura for GSM, todos falam. Se for 3G apenas
alguns. Nesse sentido, GSM é mais abrangente.
b) É fato que o GSM adotou o frequency hopping (em dois "sabores": base-band ou
synthesized) para permitir esquemas mais flexíveis no reuso de frequências entre
as células/setores adjacentes, e assim diminuir problemas de interferência e
aumentar a capacidade. Lendo este paper de 2002, fiquei com a seguinte
impressão: isto foi feito em um momento politicamente delicado, quando as
operadoras celulares tinham que decidir entre seguir com o GSM até que a
promessa do UMTS se materializasse ou usar um passo intermediário (talvez o
CDMA2000) para acomodar mais capacidade. Hoje, sabemos, isto é história. Porém
eu, pessoalmente, acho que a promessa de reuso de frequências com N=1, o que
realmente caracterizaria o GSM com SFH como um sistema spread spectrum de
verdade, é um pouco exagerada. Você conhece alguma operadora, em qualquer lugar
do mundo, que tenha atingido isto?
Sim, várias. inclusive eu
mesmo implementei em áreas de minha responsabilidade. Tendo separado uma banda
para BCCH e outra p TCH, todas as células usam todas as frequências de TCH. O
planejamento é feito por MAIO e HSN. Reuso 1/1 da banda de TCH.
c) Curiosidade minha: se o frequency hopping, tanto base-band quanto synthesized,
ocorre sob controle da rede então porque o controle de potência do aparelho do
usuário é tão importante? Como o hopping ocorre a cada time slot
(aproximadamente 577 µs), qualquer interferência ou fading dura pouco e pode ser
corrigida pelo uso, por exemplo, de FEC. Fica parecendo que o dynamic power
control só é crítico em setores/células com alto tráfego.
A densidade de reuso em áreas urbanas é muito grande, então mesmo com planejamento de MAIO e HSN, colisões ainda ocorrem. Diminuir a interferência é essencial para otimizar o uso do espectro e melhorar a qualidade de voz. Em todas as redes que trabalhei, o Power Control é utilizado, e a falta dele tem alto impacto negativo. Isso é visto na prática.
---------------------------------
Comentários de J. R. Smolka e Emmanuel Sapucahy
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 26 e 27 de agosto de 2010
assunto Re: Res: Res: [Celld-group] Celulares a bordo de aviões... meus 10
centavos
Smolka escreveu:
> a) Até onde sei, UMTS foi a proposição apresentada pelo
3GPP à ITU para adoção como padrão 3G de telefonia celular (e foi aceita, entre
outras). O padrão GSM é anterior a isso, portanto não entendi quando você
afirmou que GSM é mais abrangente que UMTS, porque este representa uma ruptura
tecnológica em relação àquele. Enquanto o GSM original usava TDMA + FDMA, o UMTS
partiu para o CDMA. Em suma: para mim, embora o conjunto de patrocinadores das
duas tecnologias seja o mesmo, GSM é uma coisa e UMTS é outra, e um não está
contido dentro do outro, nem o outro dentro do um.
Emmanuel escreveu:
> Para as operadoras o
que interessa é atingir o maior numero de usuários. Muitos ainda tem terminais
somente GSM. Todos os 3G sao tambem GSM. Portanto, se a cobertura for GSM, todos
falam. Se for 3G apenas alguns. Nesse sentido, GSM é mais abrangente.
Smolka escreveu:
Muito bem. Em termos estritamente comerciais eu concordo com você. A realidade da maioria dos handsets hoje é ou somente GSM ou dual UMTS + GSM. Então o sistema de bordo ofereceria um serviço decente de voz. Mas alguém mais falou que os projetos existentes são para oferecer serviço de dados também. Como sabemos que o EDGE não é essa coca cola toda, como fazer? Oferecer serviço de dados Evolved Edge (que nem sei se está padronizado e/ou se existem handsets/dongles compatíveis)? Oferecer cobertura HSPA (ou mesmo HSPA+) apenas para dados na faixa de 900 MHz?
Emmanuel escreveu:
Concordo que edge não seja lá
grande coisa. mas os aviões também oferecem wi-fi.
Smolka escreveu:
> b) É fato que o GSM adotou o frequency hopping (em dois "sabores": base-band ou synthesized) para permitir esquemas mais flexíveis no reuso de frequências entre as células/setores adjacentes, e assim diminuir problemas de interferência e aumentar a capacidade. Lendo este paper de 2002, fiquei com a seguinte impressão: isto foi feito em um momento politicamente delicado, quando as operadoras celulares tinham que decidir entre seguir com o GSM até que a promessa do UMTS se materializasse ou usar um passo intermediário (talvez o CDMA2000) para acomodar mais capacidade. Hoje, sabemos, isto é história. Porém eu, pessoalmente, acho que a promessa de reuso de frequências com N=1, o que realmente caracterizaria o GSM com SFH como um sistema spread spectrum de verdade, é um pouco exagerada. Você conhece alguma operadora, em qualquer lugar do mundo,
Emmanuel escreveu:
Sim, varias. inclusive eu mesmo implementei em areas de minha responsabilidade. Tendo separado uma banda para BCCH e outra p TCH, todas as celulas usam todas as frequencias de TCH. O planejamento é feito por MAIO e HSN. Reuso 1/1 da banda de TCH. que tenha atingido isto?
Smolka escreveu:
Interessante... Isto ocorre sempre ou só nos picos de
tráfego no setor/célula?
Emmanuel escreveu:
Quando se faz um plano de frequências (incluindo MAIO e HSN), o plano é fixo.
Smolka escreveu:
> c) Curiosidade minha: se o frequency hopping, tanto
base-band quanto synthesized, ocorre sob controle da rede então porque o
controle de potência do aparelho do usuário é tão importante? Como o hopping
ocorre a cada time slot (aproximadamente 577 µs), qualquer interferência ou
fading dura pouco e pode ser corrigida pelo uso, por exemplo, de FEC. Fica
parecendo que o dynamic power control só é crítico em setores/células com alto
tráfego.
Emmanuel escreveu:
A densidade de reuso em areas urbanas é muito grande, entao mesmo com planejamento de MAIO e HSN, colisoes ainda ocorrem. Diminuir a interferencia é essencial para otimizar o uso do espectro e melhorar a qualidade de voz. Em todas as redes que trabalhei, o Power Control é utilizado, e a falta dele tem alto impacto negativo. Isso é visto na prática.
Smolka escreveu:
Acho que a pergunta ainda é a mesma. Coisas como reuso 1/1
via SFH, controle de potência de transmissão no UE e DTX (supressão de silêncio)
funcionam o tempo todo ou são ativadas apenas quando o tráfego no setor/célula
chega perto da saturação? Eu sei, claro, que estas features vão ser levadas em
conta no planejamento de RF para usar o mínimo possível de BTS, portanto a rede
vai sempre evoluir no limite econômico próximo à saturação em HMM. Mas, e fora
da HMM? Todo este arsenal continua ativo?
Emmanuel escreveu:
Sim, todas essas features ficam
ativas o tempo todo. Os benefícios são mais notados em momentos de maior
trafego. O dimensionamento e configuração da rede é feita para o período de
maior trafego, mas se mantém ativa 100% do tempo
Não só as features mencionadas acima mas muitas outras, como intracell handover,
DTX (UL e DL), Dynamic half rate alocation, AMR, etc...
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil