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da
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
01/12/10
• Dois textos de Ethevaldo Siqueira: "Conselhos ao novo ministro das Comunicações" + "Media Lab supera a ficção"
Olá, WirelessBR e
Celld-group!
Aproveitando a experiência adquirida ao logo dos anos na construção do
BLOCO Tecnologia e
"páginas comunitárias vinculadas", estou utilizando o mesmo procedimento na
manutenção do
BLOCO Cidadania/Resistência.
Uma das séries de mensagens leva o título "A turma da Presidenta" e os "posts"
estão colecionados
nesta página, com conteúdo que complementa o que é divulgado na mídia.
Sobre o Ministério das Comunicações fiz este "post" reunindo várias
matérias recentes e perfis de Paulo Bernardo:
29/11/10
•
A turma da Presidenta (15) - "Dilma pode nomear Bernardo para Comunicações" +
"Paulo Bernardo, o curinga em situação desconfortável"
Sobre este assunto, que
interessa a todos os profissionais de TI e Telecom, o jornalista Ethevaldo
Siqueira, que já participou de debates em nossos Grupos, publicou hoje este
texto em seu Blog no
Estadão:
Fonte: Blog do
Ethevaldo
[01/12/10]
Conselhos ao novo ministro - por Ethevaldo Siqueira
[Prefiram sempre ler na fonte mas está transcrito mais
abaixo]
Mudando de assunto, mas
permanecendo com Ethevaldo, :-) vale conferir também esta matéria publicada em
sua coluna do Estadão de domingo, 28 de
novembro de 2010:
Fonte: Blog do Ethevaldo
[27/11/10]
Media Lab supera a ficção - Ethevaldo Siqueira
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Fonte: Blog do Ethevaldo
[01/12/10]
Conselhos ao novo ministro - por Ethevaldo Siqueira
Dirijo-me aqui ao futuro ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Prezado
ministro: não sei se senhor está interessado em minhas sugestões e opiniões.
Mesmo assim vou dá-las.
Conheço-o e acompanho sua vida política à distância. A única vez que conversamos
foi em 1994, num seminário em Foz do Iguaçu, chamado Semint (Seminário
Internacional de Telecomunicações), promovido pela Telepar, evento que, desde o
ano 2000, se transformou no Futurecom. Não sei se o senhor se recorda, mas
tivemos um debate sobre o futuro do modelo de telecomunicações do Brasil. O
senhor defendia a continuidade do modelo estatal da Telebrás, enquanto eu
mostrava a necessidade de uma mudança profunda, com a quebra do monopólio
estatal e a privatização da Telebrás, diante da situação dramática das
telecomunicações brasileiras naquele tempo. O Brasil tinha apenas 8 linhas
telefônicas por 100 habitantes, e um telefone custava mais de US$ 1.000 no Plano
de Expansão, com prazo de instalação superior a dois anos.
Assim, com a única credencial de jornalista que cobre há 43 anos os setores de
Comunicações e de Tecnologia da Informação, ouso dar-lhe as sugestões e os
conselhos que se seguem:
1. Não perca esta oportunidade histórica, ministro. Resgate o papel e a
importância do Ministério das Comunicações, hoje esvaziado e reduzido a uma
repartição sem nenhuma importância. Veja o que aconteceu com essa pasta apenas
nos últimos 12 meses. As discordâncias entre o ex-ministro das Comunicações,
Hélio Costa, de triste memória, levaram um grupo palaciano, integrado, entre
outros, por Rogerio Santanna, ex-secretário de Logística do Ministério do
Planejamento, e Cezar Alvarez, assessor do presidente Lula para inclusão
digital, a assumir a dianteira na formulação do Plano Nacional de Banda Larga e
da reativação da Telebrás.
2. Não permita que o Ministério das Comunicações seja alijado da discussão dos
grandes temas, como aconteceu com o PNBL, a volta da Telebrás e mais
recentemente a elaboração do anteprojeto da futura Lei da Comunicação
Eletrônica.
3. Essa lei é uma prioridade, ministro. No entanto, se o senhor quiser servir
realmente ao País de forma completa e definitiva, será melhor lutar para que o
Brasil tenha um novo marco regulatório muito mais amplo, que englobe todas as
formas de Comunicações (aí incluídas a telefonia, a radiodifusão, os correios, a
TV por assinatura, a internet e outras formas de comunicação eletrônica), sob o
guarda-chuva de uma única agência reguladora (a Anacom, ou Agência Nacional de
Comunicações), digirida por profissionais competentes e íntegros.
4. Por que uma única agência reguladora para todas as formas de Comunicações?
Porque essa é a tendência mundial. Diante da convergência tecnológica, a maioria
dos países está unificando as funções regulatórias sob a responsabilidade de um
único órgão regulador. Assim acontece, por exemplo, na Grã-Bretanha, nos Estados
Unidos, em Portugal, no Canadá e em outros países, que modernizaram recentemente
sua legislação setorial nos últimos 10 anos.
5. Não aceite o loteamento político-partidário que vigorou até aqui. Não se
esqueça do que se passou no Correio, nos últimos anos. Depois de recuperado
desde os anos 1970 e transformado numa instituição modelar até o início do
primeiro mandato do presidente Lula, foi assaltado por um bando de delinquentes.
6. Procure fortalecer e prestigiar a Anatel, enquanto o País não contar com a
futura Anacom (Agência Nacional de Comunicações), altamente profissionalizada,
empenhada e harmonizar setores como os de radiodifusão e de telecomunicações –
em lugar de acirrar as discordâncias entre ambos. Exija que a agência fiscalize
todos os prestadores de serviço e atue com rigor em defesa do usuário e da
sociedade.
7. Dialogue com todo o setor, ouça especialistas de renome e independentes,
negocie planos de cooperação com as operadoras privadas, para formular políticas
públicas. O Brasil precisa de uma lei que contemple a modernidade e atenda à
realidade da convergência tecnológica, das novas perspectivas de mercado em
todos os segmentos que integram esse setor.
8. O Brasil espera muito de seu trabalho, ministro. Pense grande, portanto, e
leve avante o projeto de reestruturação setorial. Vá muito além de uma Lei de
Comunicação Eletrônica. Não aceite meros remendos na legislação. E o fórum mais
adequado para esse debate é o Ministério das Comunicações. Cabe à sua Pasta
conduzir e coordenar os debates e o encaminhamento do projeto da futura Lei
Geral das Comunicações.
9. O modelo institucional deste grande setor, ministro, exige prioridade e
atenção especial. Não perca este momento especial de sua vida política, agindo
como a maioria dos políticos que ganham um ministério e só pensam no varejo, nas
coisas menores, nas barganhas político-partidárias, no seu interesse pessoal ou
partidário.
10. Lute pela desoneração fiscal dos serviços que utilizam a banda larga e a
própria telefonia, que pagam mais de 40% de tributos aos governos estaduais. Que
prioridade governamental poderá ter uma banda larga com esse ônus? Será pura
hipocrisia falar na importância dos acessos de alta velocidade para o
desenvolvimento do País. Lute contra o confisco dos fundos setoriais, como Fundo
de Universalização das Telecomunicações (FUST), o Fundo de Fiscalização das
Telecomunicações (Fistel), e o Funto de Tecnologia das Telecomunicações (Funttel).
Ao longo dos últimos 10 anos, o governo surrupiou mais de R$ 30 bilhões desses
fundos, para lançar essa fortuna na vala comum do superávit fiscal.
11. O Brasil tem hoje mais de 120 telefones por 100 habitantes. Há mais
celulares do que gente. Mas nem tudo vai bem, ministro. Temos que pensar na
qualidade dos serviços de telecomunicações. Há, sim, muita coisa a melhorar na
telefonia brasileira, em especial na área da qualidade, nos padrões de
atendimento.
12. Por fim, amplie o debate de todos os grandes temas setoriais e não deixe
exclusivamente nas mãos de companheiros de partido que querem, no final de
contas, defender posições e cargos no setor de telecomunicações.
13. Pense no quadro dramático da Radiodifusão, sem uma legislação moderna,
disputada por políticos e igrejas, que não querem servir à população com os três
grandes objetivos previstos na Constituição para todas as emissoras de rádio e
TV: informação, entretenimento e cultura.
14. Nunca pense em censura nem em controlar o conteúdo. Aja com rigor, sim, a
posteriori, contra todos os abusos da comunicação eletrônica. Não dê ouvido aos
autoritários imaturos que falam em “controle social da mídia”, como suposta
forma de “democratização dos meios de comunicação”.
15. Em lugar de controlar o conteúdo da mídia, controle a corrupção, ministro.
Essa é a grande esperança do povo brasileiro. Estamos cheios de promessas
vazias, de frases demagógicas, de mentiras.
16. Dialogue com todos os segmentos, antes de tomar decisões mais importantes de
seu Ministério.
Minha grande surpresa, ministro Paulo Bernardo, será saber que o senhor deu
ouvidos à maioria dos pontos alinhavados acima.
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Fonte: Blog do Ethevaldo
[27/11/10]
Media Lab supera a ficção - Ethevaldo Siqueira
Coluna do Estadão de domingo, 28 de novembro de 2010
O Media Lab está completando 25 anos. Sua contribuição nesse período não se
limitou a antecipar o futuro das comunicações, mas a construí-lo. Relembremos
apenas alguns projetos e conceitos nascidos nesse laboratório: a) o programa
internacional One Laptop per Child (OLPC), que visa oferecer Um Computador para
cada Aluno; b) Guitar Hero, Lego e Mindstorms, jogos eletrônicos e sistemas
robóticos educacionais; ou ainda c) Tinta eletrônica (E-ink), também conhecida
como papel eletrônico, que é uma tela na qual se pode escrever e apagar milhares
de vezes com a aparência idêntica às de impressões sobre papel.
Concebido em 1980 pelos professores Nicholas Negroponte e Jerome Wiesner, o
Media Lab – cujo nome completo é Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT) – começou a funcionar em 1985. Em seus primeiros 10 anos,
o laboratório provou ser a vanguarda mundial da revolução digital, contribuindo
com inovações que cobriram desde a compreensão mais profunda do processo de
aprendizagem à música eletrônica ou à holografia.
Na segunda década, o Media Lab desenvolveu conceitos tão ousados como o das
máquinas do bom-senso, novas formas de expressão artística, abordagens
inovadoras que buscam explicar como as crianças aprendem, concepções tão
abrangentes como a das comunicações virais – aquelas que se difundem como vírus,
a serviço de cada cidadão, embutidas em seu mundo, na internet, no e-mail, no
celular, na música MP3, nas redes sem fio de banda larga e em todos os tipos de
convergência digital – ou ainda o uso eficaz das ferramentas tecnológicas na
sociedade da informação, na economia ou no governo eletrônico.
Adaptabilidade.
Segundo seu diretor geral, Frank Moss, o foco principal do Media Lab é a
“adaptabilidade humana” – conceito que abrange desde as iniciativas para tratar
vítimas do mal de Alzheimer e de depressão até robôs sociáveis que podem
monitorar a saúde de crianças e idosos, ou até o desenvolvimento das chamadas
próteses inteligentes que podem imitar ou mesmo exceder o desempenho dos membros
ou brônquios biológicos ou naturais.
Em um mundo onde os avanços da tecnologia são vistos como naturais, os
pesquisadores do MediaLab desenvolvem tecnologias para que as pessoas possam
criar um futuro melhor.
Impressões.
Tenho acompanhado com algumas visitas periódicas o trabalho do Media Lab desde o
final dos anos 1980. Lá estive sempre em outonos frios, típicos da Nova
Inglaterra, em que tapetes de folhas vermelhas e alaranjadas cobrem os estreitos
caminhos que circundam os edifícios da velha e famosa universidade.
O Media Lab, diferentemente do que se poderia imaginar, não está preocupado em
criar novas tecnologias nem em desenvolver novos produtos mas, sim, em repensar
seus usos, estudar seu impacto, propor correções, discutir questões como
segurança, aspectos culturais e todas as formas possíveis de inclusão social e
cooperação internacional, em favor da difusão do conhecimento.
Além de promover o estudo de novas tecnologias da informação e da comunicação, o
Media Lab se torna um laboratório de idéias, comprometido em reavaliar
criticamente a aprendizagem e a escola, o uso de equipamentos e de recursos de
informática, as telecomunicações, a eletrônica de entretenimento e a
convergência digital. Até a evolução das cidades e os desafios do carro do
futuro têm sido seus temas de discussão.
O programa de pesquisas do Media Lab cobre não apenas temas diretamente ligados
à educação – como a aprendizagem de línguas via internet e as redes cooperativas
mundiais para democratização da informação – assim como o lazer na era digital
ou os brinquedos de amanhã, a inclusão digital em São Paulo, na África ou nas
camadas mais pobres da América Latina ou dos Estados Unidos.
Independente
O professor Nicholas Negroponte, um dos fundadores dessa instituição única,
dedica-se hoje exclusivamente ao projeto OLPC. “O Media Lab – diz ele – foi
criado como um departamento independente dentro do MIT, para que o laboratório
pudesse tomar suas próprias decisões e escolher seus alunos de pós-graduação.
Essa escolha é muito importante, pois a maioria dos departamentos aceitam
estudantes de pós-graduação com base em suas perspectivas de sucesso acadêmico.
O Media Lab prefere selecionar aqueles que mais poderão ajudar a instituição em
seus projetos em curso”.
Diferentemente de outros departamentos acadêmicos do MIT, o Media Lab é
inteiramente patrocinado ou financiado pela indústria. Por serem patrocinadoras,
as empresas têm o direito à propriedade intelectual que possa advir do trabalho
do Media Lab.
Fundado com base na convicção de que a tecnologia digital ultrapassa os limites
da mídia tradicional, como a arte e a arquitetura, o Media Lab tem produzido
avanços surpreendentes – muito além do que supomos ser mídia – como como as
redes Mesh – que se baseiam na interligação de células como as da telefonia
móvel.
Nenhum documento talvez possa exemplificar melhor o trabalho do Media Lab do que
o vídeo que descreve o projeto Sexto Sentido, com a pesquisadora Pattie Maes, do
MIT, (no site TED.com, que você pode ver pelo link
http://www.ted.com/talks/lang/por_br/pattie_maes_demos_the_sixth_sense.html).
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