BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
07/12/10
• Cabos submarinos: WikiLeaks e Tutorial do Teleco
Olá, WirelessBR e
Celld-group!
O site WikiLeaks (obs: msg de "servidor não
encontrado" na pesquisa Google) continua fazendo estragos na diplomacia do
planeta e dando sua contribuição para escancarar a enorme hipocrisia que envolve
esta área.
Notícia de hoje informa que seu fundador, Julian Assange, foi preso em Londres.
Como estamos em tempos em que tudo "converge", aproveito para "linkar" uma
notícia de ontem e a série sobre "Tutoriais do Teleco", fazendo uma
reciclagem sobre "cabo submarino".
Os cabos submarinos são considerados "instalações sensíveis", e nem é preciso
explicar o porquê.
Todas as nações têm obrigação de defendê-los!!!
De qualquer modo, obrigado, WikiLeaks, pela lembrança, trazendo à tona os cabos
submersos! :-)
Aqui está a notícia:
Fonte: Tele.Síntese
[06/12/10]
Cabo submarino brasileiro na lista secreta dos EUA vazada pelo WikiLeaks
E este é o tutorial, transcrito mais abaixo:
Fonte: Teleco
[22/09/03]
Cabos Submarinos no Brasil - por Mario Sergio Palacios e Sergio Eduardo
Espírito Santo
Leitura amena e agradável: vale conferir! Prefira ler na
fonte!
O tutorial é de 2003.
Novidades de lá pra cá? :-)
Boa leitura!
Boas Festas e um ótimo 2011!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
------------------
Fonte: Tele.Síntese
[06/12/10]
Cabo submarino brasileiro na lista secreta dos EUA vazada pelo WikiLeaks
Os cabos de telecomunicações de Fortaleza e Rio de Janeiro fazem parte da lista
norte-americana contra ataques terroristas.
Cabos submarinos de telecomunicação em Fortaleza (CE) e no Rio de Janeiro (RJ) e
minas de manganês, ferro e nióbio em Araxá (MG) e Catalão (GO) estão na lista
secreta de locais sensíveis em todo o mundo que os Estados Unidos desejam
proteger de ataques terroristas, de acordo com documentos do Departamento de
Estado americano divulgados pelo site WikiLeaks.
Segundo a correspondência confidencial, a perda desses locais "afetaria de
maneira significativa" a segurança americana, especialmente no que diz respeito
à capacidade de comunicações e ao suprimento de materiais essenciais à
indústria.
Um telegrama do Departamento de Estado com data de fevereiro de 2009 pede às
embaixadas americanas em todo o mundo um inventário das infraestruturas e
empresas "cuja perda afetaria de maneira significativa a saúde pública, a
segurança econômica e/ou a segurança nacional dos Estados Unidos".
Em seguida, o documento enumera as instalações que, em 2008, faziam parte dessa
mesma lista, entre as quais cabos submarinos de telecomunicações, portos, minas
e empresas que fabricam, entre outras coisas, produtos farmacêuticos importantes
para a saúde pública.
O documento faz parte de um lote de mais de 250 mil correspondências
diplomáticas que o WikiLeaks vem publicando desde o dia 28 de novembro. Entre
informações corriqueiras e fofocas da vida diplomática dos Estados Unidos, é
possível encontrar alguns dados importantes, como a pressão do rei da Arábia
Saudita para que os EUA atacassem o Irã, por exemplo.
A divulgação dessas "instalações sensíveis" para os EUA pode gerar novos
protestos do governo americano, que acusa o WikiLeaks de colocar em risco a vida
de americanos e estrangeiros em todo o mundo.
Em outras ocasiões, o site, dirigido pelo australiano Julian Assange, publicou
documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão que, de acordo com o
Departamento de Defesa, poderiam colocar em risco a vida de soldados e
diplomatas. ( Fonte: agências internacionais).
-----------------------------------
Fonte: Teleco
[22/09/03]
Cabos Submarinos no Brasil - por Mario Sergio Palacios e Sergio Eduardo
Espírito Santo
Cabos submarinos: Histórico
O que é
Cabo submarino é um cabo telefônico especial,
que recebe uma proteção mecânica adicional, própria para instalação sob a água,
por exemplo, em rios, baías e oceanos. Normalmente dispõe de alma de aço e de um
isolamento e proteção mecânica especiais.
Este tipo de cabo telefônico é utilizado principalmente em redes internacionais
de telecomunicações, que interligam países e continentes. No Brasil, pelo seu
tamanho continental, o cabo submarino é utilizado para interconectar toda a sua
costa. Seu tipo pode ser metálico, coaxial ou óptico, sendo este último o mais
utilizado atualmente.
História do Cabo Submarino
Muito embora existam divergências quanto às datas, o primeiro cabo submarino
de que se tem notícia foi um cabo telegráfico lançado em 1851 no Canal Inglês de
Dover. Em 1858 foi lançado o primeiro cabo submarino metálico transatlântico
interligando a América do Norte e a Inglaterra. O sistema era lento com uma
largura de banda capaz de transportar apenas duas palavras por minuto.
Seu funcionamento, no entanto, foi efêmero. O primeiro cabo submarino
transatlântico lançado com sucesso só correu em 1866. O número de cabos
submarinos metálicos continuou crescendo, mas ainda se limitavam à transmissão
de mensagens telegráficas.
O cabo submarino coaxial surgiu em 1956 e permitiu a comunicação de
várias pessoas ao mesmo tempo. No início dos anos 70, com o desenvolvimento do
cabo óptico e a sua aplicação na comunicação submarina, este meio de transmissão
tornou-se a melhor opção.
O primeiro sistema óptico, precursor dos sistemas de cabos submarinos atuais,
foi implantado nas Ilhas Canárias em 1982. A era do cabo óptico submarino de
longa distância teve início efetivamente em 1988 com o lançamento de um cabo
óptico submarino transatlântico entre os oceanos Pacífico e Atlântico
(interligando USA, França e Inglaterra) com capacidade de transmissão em massa.
A primeira rede de fibra ótica projetada para utilização da técnica DWDM
(Dense Wavelength Division Multiplexer) foi implementada em 1988 e interligou os
Estados Unidos com a Grã Bretanha, a Alemanha e a Holanda. Este cabo era
associado ao sistema TAT-8 e elevou a capacidade de tráfego entre os EUA e a
Europa para 20.000 circuitos de voz.
No final do século XX e início do século XXI o mundo viu um aumento efetivo de
oferta de banda através dos novos sistemas de cabos submarinos que foram
lançados neste período no Oceano Pacífico, Oceano Atlântico, Sudeste da Ásia, e
América do Sul. Neste período as Américas vivenciaram o lançamento de três novas
redes ópticas submarinas de grande capacidade e alta tecnologia que interligam
as três Américas circundando-as pelo Atlântico e o Pacífico: SAM1 da Emergia, o
South American Crossing da Global Crossing e o 360 Network (Globenet).
Uma combinação de fatores foi responsável por este aumento de banda, como a
demanda reprimida, o aumento de tráfego telefônico e de TV internacional, a
Internet, a desregulamentação do setor de telecomunicações em vários países, a
competição e o avanço tecnológico como o DWDM, técnicas de amplificação óptica
(amplificador óptico em linha, pós-amplificador, pré-amplificador, amplificação
remota, etc.). Tais fatores permitiram ampliar as bandas e reduzir os custos de
equipamentos, cabos e os serviços de instalação e lançamento, tendo sido
determinantes para que os preços de banda passassem a um novo patamar.
Em paralelo implementaram-se mecanismos de proteção mecânica (dos cabos
submarinos) e de sistema (por exemplo, estrutura em anel de autocorreção),
conferindo aos sistemas ópticos submarinos novos paradigmas de confiabilidade e
disponibilidade. Hoje se tem vários sistemas com capacidade de terabits e
técnica de DWDM com 60 – 90 lambdas (comprimentos de onda).
O tempo de transmissão de um sinal, que nos primórdios da telegrafia ainda era
medido em minutos, caiu para milissegundos com o emprego da fibra ótica.
Atualmente o maior cabo óptico submarino do mundo em extensão é o SEA-ME-WE 3,
que mede 38 mil quilômetros e interliga 32 países do Sudeste Asiático, do
Oriente Médio e da Europa.
Cabos Submarinos no Brasil
No Brasil, o primeiro cabo submarino fez parte da primeira linha telegráfica
brasileira. Foi inaugurado em 1857 e interligava a Praia da Saúde no Rio de
Janeiro com a cidade de Petrópolis. A linha tinha extensão total de 50km, sendo
15km em cabo submarino.
Os primeiros cabos totalmente submarinos foram inaugurados por D. Pedro II em
1874, interligando o Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém. A linha Recife,
João Pessoa, Natal foi estabelecida em 1875. A primeira ligação internacional
por cabo foi feita no mesmo ano, com Portugal, tendo sido concluída por meio de
contrato com a empresa British Eastern Telegraph Company.
A ligação com a Europa foi resultado do espírito empreendedor de Irineu
Evangelista de Souza, Barão e depois Visconde de Mauá, que participou da
organização e financiamento da instalação do cabo submarino.
Em 1893 a companhia inglesa South American Cables Ltd instalou um cabo submarino
em Fernando de Noronha. Posteriormente, em 1914, a concessão deste cabo foi
transferida para a França. Um segundo cabo submarino em Fernando de Noronha foi
lançado pelos italianos da Italcable em 1925.
Principais Cabos Submarinos com presença no Brasil
AMERICAS II
O cabo submarino Américas II entrou em operação em setembro de 2000,
interligando o Brasil (Fortaleza) aos Estados Unidos. Resultado de um consórcio
formado por diversas operadoras internacionais (Embratel, WorldCom, Sprint,
CANTV, entre outras), opera com a tecnologia SDH (hierarquia digital síncrona),
que permite que o sinal seja transmitido e recebido com sincronização.
Com 9.000km de extensão, quatro pares de fibras óticas e capacidade de
transmissão de 80 Gbps, o Américas II interliga o Brasil, a Guiana Francesa,
Trinidad e Tobago, Venezuela, Curaçao, Martinica, Porto Rico e Estados Unidos. O
Américas II tem a capacidade de transmitir 151.200 ligações simultâneas e possui
8 lambdas em cada par de fibra, com uma velocidade de 2,5 Gbps por lambda.
O Americas I segue o mesmo caminho do Americas II (Brasil, Trinidad & Tobago,
Porto Rico e Estados Unidos). Foi inaugurado em setembro de 1994 e sai de
Fortaleza rumo à Flórida.
ATLANTIS-2
Este cabo submarino pertence a um consórcio internacional formado por 25
grandes empresas de telecomunicações e que representam as maiores operadoras de
telecomunicações do mundo. Exigiu recursos da ordem de US$ 370 milhões. Setenta
por cento do empreendimento foi feito pelas operadoras Embratel, Deutsche
Telecom, Telecom Itália, STET-France Telecom, e Telefonica de Espanha.
Com cerca de 12 mil quilômetros de extensão e em operação desde o inicio de
2000, liga o Brasil (de Natal até o Rio de Janeiro) à Europa, África e América
do Sul. O cabo possui dois pares de fibras óticas sendo um utilizado para
serviço e o outro para restauração.
É o único cabo submarino transatlântico que interliga diretamente a América do
Sul à Europa. A capacidade atual deste cabo é de 20 Gbps, sendo a sua capacidade
final prevista de 40 Gbps. Possui 8 lambdas no par de serviço, com uma
velocidade de 2,5 Gbps por lambda.
Utilizando a infra-estrutura do Atlantis 2, a Embratel implantou ainda, para seu
uso exclusivo, dois pares adicionais de fibras óticas com capacidade de 40 Gbps,
entre Fortaleza e Rio de Janeiro.
Através do cabo submarino Atlantis 2, o Brasil participa da rede digital que
conecta os cinco continentes e que será composta pela interligação de 73
sistemas de cabos de fibras óticas, totalizando uma extensão de 385 mil
quilômetros. Esta rede irá formar a infra-estrutura global da sociedade da
informação.
EMERGIA – SAM 1
O cabo submarino SAM 1 da Emergia é um sistema construído pela Telefónica
S.A., que investiu US$ 1,6 bilhão na sua realização. Ele interliga as três
Américas por meio de cabos que somam 25 mil quilômetros de extensão. Possui
quatro pares de fibras óticas, 48 lambdas em cada par de fibras, com uma
velocidade de 10 Gbps por lambda o que lhe garante uma capacidade de transmissão
final igual a 1,92 Tbps.
Diferente dos outros cabos submarinos que tocam o Brasil, o SAM 1 é um anel
óptico que circunda as Américas através dos oceanos Atlântico e Pacífico. Ele é
auto-restaurável o que permite garantir maior qualidade, velocidade e segurança
ao tráfego de voz e dados entre as principais cidades do continente.
Devido ao emprego da tecnologia DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexer), o
circuito pode ser restabelecido caso haja interrupção em algum trecho do cabo
submarino. Assim, a informação percorre o caminho inverso, já que o anel possui
capacidade de auto-restauração para reagir a possíveis falhas em menos de 300
milissegundos, sem queda de transmissão.
A capacidade inicial do cabo da Emergia que entrou em operação em fevereiro de
2001 é de 40 Gbps, expansível até 1.92 Tbps. Os serviços de comunicações de
banda larga permitem a conexão porta a porta, na América Latina, América Central
e os Estados Unidos, atendendo ao Brasil, Argentina, Chile, Peru, Guatemala,
Porto Rico e Estados Unidos.
No Brasil, o cabo interliga as cidades de Santos, Rio de Janeiro, Fortaleza e
Salvador. Além disso, um dos centros de operação em rede mundial da Emergia (eNOC)
localiza-se na cidade de Santos, Brasil.
GLOBAL CROSSING - SAC
Em operação comercial desde o início de 2001 o SAC da Global Crossing teve
um custo estimado da ordem de US$ 2 bilhões. O cabo submarino tem 15 mil
quilômetros e interliga os principais países da América do Sul, Central e Norte
(Brasil, Argentina, Chile, Peru, Panamá e USA).
O SAC é um anel óptico auto-restaurável que circunda as Américas através dos
oceanos Atlântico e Pacífico. Esta configuração garante ao sistema uma qualidade
que permite o fornecimento de um serviço em alta velocidade com qualidade e
segurança entre as principais cidades do continente.
Em sua configuração final, o SAC terá quatro pares de fibras ópticas, 32 lâmbdas
em cada par de fibras, com uma velocidade de 10 Gbps por lambda o que lhe
garantirá uma capacidade de transmissão final igual a 1,28 Tbps. A capacidade
inicial do cabo SAC é de 40 Gbps.
GLOBENET/360 NETWORK
Recentemente adquirida pela Brasil Telecom, o cabo da Globenet entrou em
operação comercial no início de 2001. Diferente dos cabos da Emergia e da Global
Crossing o da Globenet não circunda as Américas. Seu anel se fecha pelo próprio
Atlântico interligando os Estados Unidos, as Ilhas Bermudas, a Venezuela e o
Brasil. No Brasil os pontos de entrada são as cidades do Rio de Janeiro e de
Fortaleza.
Com 22,5 km e 303 repetidores, o cabo da Globenet terá em sua configuração final
4 pares de fibras ópticas, 34 lâmbdas em cada par de fibras, com uma velocidade
de 10 Gbps por lambda o que lhe garantirá uma capacidade de transmissão final
igual a 1,36 Tbps. A capacidade inicial do cabo SAC é de 40 Gbps.
UNISUR
Inaugurado oficialmente em 1 de novembro de 1994, o sistema de
telecomunicações UNISUR interconecta os países do Mercosul, Argentina (La Plata),
Brasil (Florianópolis) e Uruguai (Maldonado).
Resultado de um consórcio formado pelas operadoras internacionais Embratel,
Antel (Uruguai) e Telintar (Argentina), compõe-se de um cabo submarino de fibra
ótica com 1.741 quilômetros de extensão, 10 repetidores e 15.120 canais. Permite
o tráfego de todos os tipos de meios de comunicação, como televisão, telex,
telefonia, dados, etc.
Cabo Submarino: Estrutura Básica do Sistema
A principal característica dos sistemas de comunicações de cabos ópticos
submarinos, além da sua alta capacidade de transmissão é a distância que se pode
atingir, chegando a até 9.000 km sem necessidade de regeneração do sinal.
Nos sistemas que utilizam fibras ópticas de terceira geração (1300nm)
consegue-se atingir espaçamentos de até 60km entre repetidores. Já nos sistemas
que utilizam cabos com fibras óticas de quarta geração (1550nm), estes
espaçamentos podem atingir até 100 Km.
Além disso, o cabo óptico, amplificadores e regeneradores utilizados em sistemas
submarinos são projetados para resistirem a pressão de água de até 8.000m de
profundidade (pressão igual a 800 atmosferas). A estrutura dos componentes,
incluindo os componentes ópticos, é de altíssima confiabilidade, normalmente
assegurando 25 anos de vida útil.
Estrutura em anel
As redes que utilizam cabos submarinos são normalmente construídas em anel o
que permite que a mesma circunde um continente, um país, uma ilha, oferecendo
conectividade em toda a sua extensão e garantindo redundância, através do uso de
sistemas SDH padrão para proteção e auto-restauração de tráfico da rede em caso
de falha.
Através da característica de auto-fechamento e da bidirecionalidade do anel
pode-se partir de qualquer ponto do anel e chegar-se a qualquer outro ponto,
trafegando-se com os dados em qualquer direção.
A detecção de falhas é realizada através do equipamento de roteamento de
tráfego. Ao detectar uma falha ele redireciona o tráfico automaticamente
possibilitando uma reparação instantânea. O padrão ITU tem sido utilizado com
sucesso nos principais sistemas submarinos do mundo inteiro, conferindo aos
sistemas ópticos submarinos novos paradigmas de confiabilidade e
disponibilidade.
Apresenta-se a seguir os principais componentes de um sistema de comunicação de
longa distância utilizando cabos submarinos.
Estação Terrena
Na Estação Terrena estão os equipamentos responsáveis pela regeneração do
sinal óptico e pela demultiplexação dos sinais separando-os em canais e
posteriormente disponibilizado-os para a distribuição aos usuários finais. É na
Estação Terrena que o cabo submarino chega quando entra no continente.
Além da Estação Terrena, os sistemas submarinos completam-se com os Pontos de
Presença (POP). Normalmente as Estações Terrenas situam-se em pontos distantes
dos centros consumidores dos serviços. Assim, para permitir que se tenha uma
distribuição eficiente dos serviços, criam-se os POPs para onde são levados os
sinais da Estação Terrena.
Tanto a Estação Terrena como os POPs são dotados de sistemas de energia e
segurança com redundância de 100% incluindo a entrada de energia da
concessionária, geradores, sistema ininterrupto de energia (no-break) e ar
condicionado. Os sistemas de prevenção, proteção e combate a incêndio também são
itens cuidadosamente estudados e implementados.
O centro de gerência do sistema (NOC – Network Operation Center) geralmente é
construído em uma Estação Terrena ou POP. Através de alarmes e sistemas de
monitoração, o NOC permite o controle de tráfego, a vigilância dos sinais,
identificação de problemas e a manutenção do sistema, 24 horas por dia, 7 dias
na semana.
Multiplexação por Divisão de Onda Densa (DWDM)
Os sistemas submarinos atuais têm capacidade de transmitir vários sinais ópticos
independentes, cada um com um comprimento de onda característico (lambda). O
método pelo qual vários sinais em diferentes comprimentos de onda são combinados
numa única fibra é conhecido pelo nome de multiplexação por divisão de onda
densa (DWDM). Os DWDM atualmente em funcionamento nos cabos submarinos trabalham
com comprimentos de onda com velocidade de transmissão de 2,5Gbps e 10Gbps.
Os equipamentos de DWDM ficam nas Estações Terrenas. Seu projeto, normalmente,
permite um crescimento gradual, desde um único comprimento de onda até múltiplos
comprimentos, a medida que aumentem as necessidades de capacidade.
Equipamento SDH
O equipamento SDH oferece às redes ópticas funções de multiplexação e
proteção. Todas as interfaces são de padronizadas de acordo com normas
internacionais, permitindo a sua interligação com outras redes submarinas,
terrestres e de satélite. Podem estar instalados tanto na Estação Terrena como
no POP.
Amplificadores Ópticos
Os amplificadores ópticos compensam as perdas no cabo submarino devidas à
atenuação do sinal. Eles são conectados ao cabo a intervalos de distância
apropriados e devolvem aos pulsos óticos a sua amplitude original, sem
necessidade de ter que convertê-los à sua forma eletrônica nos repetidores
submarinos. Eles não realizam a regeneração do sinal, que é feita na Estação
Terrena.
Os amplificadores ópticos são projetados de modo a poder transportar a
capacidade da fibra através dos vários milhares de quilômetros entre as Estações
Terrenas.
A alimentação dos amplificadores ópticos de um sistema óptico submarino é feita
remotamente a partir das Estações Terrenas. A voltagem necessária para a
alimentação dos amplificadores gira em torno de 4.000V.
Cabos Submarinos: Estrutura de um Cabo Submarino
Cabo Submarino Típico 1 – Uso no oceano
O cabo submarino acompanha a topografia do fundo do oceano e fica praticamente
“estacionado” no leito submarino. Isto se deve ao próprio peso do cabo e ao peso
dos amplificadores (em torno de 500 kg cada um).
Assim, na parte oceânica o cabo submarino não necessita de uma maior proteção
além da utilizada para resistir à pressão de água em grandes profundidades.
Pode-se utilizar vários tipos de cabo de acordo com as condições do leito
oceânico e as funções da rede. O cabo tronco normalmente possui quatro pares de
fibras e os ramais dois. Em águas profundas o tronco e ramais são leves, não
havendo a necessidade de uma blindagem mais pesada.
Perto da costa utilizam-se cabos blindados de vários tipos para minimizar as
ameaças externas das âncoras das embarcações e barcos pesqueiros.
A fibra é desenvolvida especificamente para aplicações submarinas e produzida
especialmente para transportar a capacidade da fibra através dos vários milhares
de quilômetros entre as Estações Terrenas.
1 - Proteção externa
2 - Cabos de aço galvanizado responsáveis pela resistência do cabo
3 - Camada de cobre (condutor da energia da alimentação remota dos
amplificadores)
4 - Fibras óticas
Cabo Submarino Típico 2 – Uso já na plataforma
Por estar mais exposto e sujeito a danos, ao chegar à plataforma continental o
cabo submarino passa a ser enterrado a uma profundidade média de 1m. Para lhe
conferir mais confiabilidade no sentido da proteção mecânica, o cabo submarino
instalado na plataforma possui uma proteção extra.
1 - Proteção externa.
2 - Cabos de aço galvanizado responsáveis pela a resistência do cabo.
3 - Proteção interna.
4 - Segunda camada de aço galvanizado para a resistência do cabo.
5 - Camada de cobre (condutor da energia da alimentação remota dos
amplificadores).
6 - Fibras ópticas
As fibras ópticas podem ser do tipo: monomodo (single mode), dispersion shifted
(dispersão alternada), non-zero dispersion shifted ou outra, dependendo do tipo
de aplicação, distância entre os amplificadores e da eletrônica utilizada no
sistema.
Por questões técnicas, num mesmo cabo óptico submarino pode-se ter diferentes
tipos de fibras, ou seja, a dispersão das fibras pode variar em cada trecho do
trajeto, dependendo da distância entre as estações terrenas e dos
amplificadores.
Cabos Submarinos: Considerações Finais
Este tutorial apresentou a estrutura básica de sistemas de comunicação de
longa distância utilizando cabos submarinos.
Nos últimos anos foram construídos vários cabos submarinos que interligam o
Brasil às varias partes do mundo. A implantação de um cabo submarino é um
projeto complexo. A estrutura para o lançamento de um sistema óptico submarino
baseia-se em três pontos:
* fabricante/fornecedor do cabo óptico submarino/equipamentos;
* companhia especializada no lançamento do cabo;
* operadora de telecomunicações.
A operadora de telecomunicações (consorciada a outras empresas ou não)
geralmente é a responsável pela encomenda de um sistema de rede óptica
submarina.
O fornecedor do cabo é o principal contratado, que recebe a incumbência de
fabricar os cabos ópticos e os equipamentos de transmissão.
A terceira empresa envolvida nesta estrutura é a especializada no lançamento do
cabo. Através de um navio especialmente desenvolvido e equipado para esta
operação, realiza um minucioso estudo das características do leito oceânico como
as suas zonas de profundidade, perfil topográfico e geológico, bem como as suas
características físicas e químicas.
A partir destes dados traça a rota mais segura para o lançamento e a instalação
do cabo óptico submarino. Posteriormente, esta empresa também pode ser a
responsável pela manutenção da rede.
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil