BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Dezembro 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Telebrás, Eletronet e PNBL (306) - Tele.Síntese: "Banda larga: o governo precisa ter um plano para a iniciativa privada" - por Miriam Aquino
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
O PNBL - Projeto Nacional de Banda Larga - nasceu todo errado e continua uma
sucessão de erros.
Apesar da eleita Dilma ter, há alguns anos, passado a incentivar algum tipo de
projeto nesta área, inicialmente centrado na Eletronet, este tema nunca foi um
"vontade política" do governo Lula.
Faço um parênteses para informar e lembrar que Dilma fez parte da equipe de
transição do governo Lula em 2002, depois assumiu o Min. Minas e Energia
e em 2005 foi para a Casa Civil, após Dirceu ter sido defenestrado pela
crise do mensalão.
Pela sua forte influência sobre Lula, Dilma vai, efetivamente, para seu
"terceiro mandato"... :-)
Assim, ao contrário do que a oposição propalou na campanha, Dilma está muito
apta a governar, pelo menos um "governo tipo PT". :-)
Quanto à atual crise "governo x teles" em relação ao PGMU III e Telebrás, o
responsável maior é o arrogante, prepotente e inábil Rogério Santanna, que
mostrou enorme competência para conseguir para si a presidência da Telebrás.
Paulo Bernardo, titular do Ministério do Planejamento e futuro ministro das
Comunicações "não ficou bem na fita" do PNBL: não conseguiu "planejar" um
Projeto decente e perdeu o controle sobre seu funcionário Rogério Santanna, que
ganhou vida própria, agarrou-se na Casa Civil e atropelou a todos.
Não é improvável que o óleo da fritura de Santanna já esteja sendo aquecido...
Telebrás, uma excrescência vampiresca, que
precisa ser desativada, com uma bela estaca de madeira no coração, para não mais
ressuscitar.
PNBL, uma necessidade premente para o desenvolvimento do país, que precisa ser
repensado e replanejado, com seriedade, responsabilidade e competência.
02.
Transcrevo abaixo as seguintes matérias:
Fonte: Tele.Síntese
[13/12/10]
Banda larga: o governo precisa ter um plano para a iniciativa privada - por
Miriam Aquino
Fonte: IDG Now!
[14/12/10]
Pelo critério dos EUA, banda larga no Brasil praticamente não existe - por
ITworld/EUA
Fonte: Convergência
Digital
[13/12/10]
Universalização: Teles sinalizam retirada de ações e negociações sobre PGMU
recomeçam - por Luís Osvaldo Grossmann
------------------
Fonte: Tele.Síntese
[13/12/10]
Banda larga: o governo precisa ter um plano para a iniciativa privada - por
Miriam Aquino
Passou da hora de se efetivamente fazer banda larga no Brasil. Mais do que
discutir o conceito adotado pela UIT, que define banda larga fixa como aquela
que oferece velocidade de dados superior a 2 Mbps, é preciso discutir o país que
queremos ser.
A Telebrás é uma iniciativa legítima de política de governo, mas, sozinha, não
vai dar conta do recado. O orçamento da estatal para este ano é de R$ 400
milhões. A empresa aguarda há vários meses pela aprovação do Congresso de outros
R$ 600 milhões já autorizados pelo Executivo. Mesmo que o futuro Legislativo de
Dilma Rousseff seja mais governista do que foi o Legislativo de Lula e apoie com
mais vigor a Telebrás, a pergunta é saber se este R$ 1 bilhão será suficiente
para estimular a construção da rede de banda larga que devemos ter. Ou, mesmo,
se os R$ 3 bilhões de capitalização da estatal previstos no PNBL são capazes de
mudar a cara do país.
A resposta é simples: a conectividade que está sendo proposta pela Telebrás é de
253 Kbps. Ora. Isso é banda larga aonde? A iniciativa privada, por sua vez, não
é nada melhor. As celulares reconhecem, acertadamente, que não oferecem banda
larga, mas sim, “acesso à internet a velocidades mais rápidas”. Por mais que a
tecnologia sem-fio avance – e vai avançar, com a LTE e futuras gerações –, é no
cabo e na fibra óptica que se apoiam os maiores programas governamentais de
universalização de banda larga do mundo.
Por que? Ora, porque banda larga é imagem. Banda larga deve permitir o
transporte, em segundos, de conteúdo multimídia. Banda larga tem que estimular a
viagem do aluno ao fundo do mar, tem que possibilitar ao médico da capital
enxergar um tumor em um caboclo da Amazônia, tem que ser a guardiã da segurança
pública no morro do Alemão.
Por tudo isso, o mundo não aceita banda larga com menos de 2 Mbps. Os ricos
chegam a falar em 100 Mbps em todas as residências, dentro de alguns poucos
anos.
À exceção das empresas competitivas – como GVT e NET – que vendem e entregam
internet a velocidades de até 100 Mbps –, as ofertas das concessionárias locais
– Oi e Telefônica – são muito, muito lentas e restritas. A Telefônica até que
puxou fibra na região dos Jardins da capital paulista, mas o preço é impeditivo,
inclusive para aquela clientela.
Boa opotunidade
O adiamento do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) que deverá ser
sacramentado nesta segunda-feira dá chances para o novo governo repensar o setor
e estabelecer novos compromissos e condicionantes.
Espalhar internet rápida por este país a fora vai precisar de muito dinheiro.
Não se sabe quanto vai custar. Há, porém, uma certeza: o Orçamento da União não
poderá bancar sozinho a universalização da banda larga no país. Mas só o Estado
pode desenvolver uma política pública para estimular novos investimentos. E três
empresas que têm capital, capilaridade e disposição podem entrar rapidamente
nessa empreitada: as concessionárias de telefonia fixa e seus grupos
investidores (a espanhola Telefônica, a mexicana Embratel e a luso-brasileira
Oi).
O Estado tem muito o que pedir às operadoras e o que oferecer para que façam o
dever de casa e implantem banda larga no país. Por exemplo: a Anatel retirou a
claúsula 14.1 dos novos contratos de concessão (que impedia as teles de entrar
no mercado de TV a cabo). Quanto custou esta liberalidade? Esse passo rumo à
convergência não deveria ser precificado em troca de mais banda larga? É por
isso, entre outras medidas a serem pensadas, que também faz sentido o adiamento
do contrato de concessão.
O PLC 116, fruto do grande acordo setorial, por sua vez, vai permitir que as
concessionárias explorem qualquer serviço que não o STFC, e para isso, ele muda
a LGT. Qual será a economia para as empresas? Esse estímulo não deve ser
considerado para ampliação dos investimentos?
Outros estímulos
Há muitos itens regulatórios que podem promover mais atratividade e estimular
pesados investimentos em banda larga. Exemplo: reversibilidade da concessão.
Será que a prorrogação da concessão é importante para o investidor a ponto de
ele se comprometer a cumprir metas de investimento em banda larga na dimensão em
que o país precisa e na velocidade necessária?
A abertura da rede, a tarifa do atacado e a oferta no varejo. Tudo pode ser
fator de estímulo a atração de mais capital sem que os princípios da competição
ou da defesa do interesse público sejam quebrados. O fundamental é que a
universalização da banda larga aconteça.
O Estado tem todas as condições de exigir o máximo que puder pelo preço mais
justo para a sociedade. Basta avaliar as contrapartidas. Pode propor rede
aberta, rede única, rede compartilhada para a área rural. Pode fazer nova
licitação. Pode muito e pode mais. Mas o novo governo precisa ter uma política
definida, clara, e republicana sobre como pretende fazer com que a população não
perca a oportunidade de se transformar na protagonista desta Sociedade do
Conhecimento.
---------------------------------
Fonte: IDG Now!
[14/12/10]
Pelo critério dos EUA, banda larga no Brasil praticamente não existe - por
ITworld/EUA
Relatório revela que 68% da banda larga americana não atende ao critério mínimo
de 4 Mbps; no Brasil, 63,5% das conexões têm menos de 2 Mbps.
Segundo um relatório divulgado pela Comissão Federal de Comunicações dos Estados
Unidos (FCC, na sigla em inglês), 68% das conexões de Internet consideradas
“banda larga” pelos provedores de acesso não atingem os requisitos técnicos
mínimos para serem consideradas “banda larga”.
Traduzindo: mais de dois terços dos americanos que pagam pelo que pensam ser
banda larga estão sendo enganados. É como comprar uma cartela de uma dúzia de
ovos no supermercado e descobrir que dentro havia apenas 10 ovos. A diferença é
que muitos consumidores ficariam mais indignados com a falta dos ovos, pois é
algo que eles podem conferir.
Muito poucos poderiam determinar se sua conexão “banda larga” está ou não de
acordo com o real significado do termo.
A chave para entender o relatório da FCC é esta: para o órgão, “banda larga” é
uma conexão capaz de oferecer no mínimo 4 Mbps para download e 1 Mbps para
upload.
A conclusão do estudo é que, dos mais de 133 milhões de conexões de banda larga
existentes nos EUA, mais de 90 milhões falham em atingir o padrão mínimo
definido. Mais revoltante - para o consumidor americano – é saber que 58% têm
velocidades abaixo de 3 Mbps.
A definição de banda larga muda de tempos em tempos. O que era considerado
ultrarrápido em 2002 é muito diferente do que entendemos por alta velocidade
hoje. Bem, padrões são padrões e, com base nos últimos testes, muita gente nos
EUA não tem recebido banda larga.
Banda estreita
A julgar pelo padrão adotado pela FCC, o Brasil teria muito pouco a considerar
como “banda larga”, se considerarmos o estudo divulgado na segunda-feira (13/12)
pela empresa de tecnologia de redes Cisco.
Pelo levantamento, feito sob encomenda pelo IDC, em junho de 2010 63,5% das
conexões banda larga de Internet no País tinha no máximo 2 Mbps. O estudo não
informa o número de conexões acima de 4 Mbps.
Além disso, dos 12,3 milhões de conexões banda larga fixa que o Brasil tinha em
junho de 2010, cerca de 1 milhão tem velocidade de 255 Kbps ou menor. O número
de conexões com velocidades entre 256 Kbps e 999 Kbps é de pouco menos de 4
milhões.
No estudo que o IDC realizou para a Cisco, banda larga foi definida como
“conexão permanente à Internet com velocidade igual ou superior a 128 Kbps,
tanto para upload quanto para download”.
Segundo a consultoria Teleco, dados de 2009 colocavam o Brasil em 97.º no
ranking das bandas largas mais caras do mundo (28,03 dólares por conexão de 1
Mbps), abaixo da Nova Zelândia e acima da África do Sul. Os Estados Unidos
aparecem na lista em 123.º lugar, com custo de 19,95 dólares por 1 Mbps.
(com Redação do IDG Now!)
--------------------------------
Fonte: Convergência Digital
[13/12/10]
Universalização: Teles sinalizam retirada de ações e negociações sobre PGMU
recomeçam - por Luís Osvaldo Grossmann
O governo e as concessionárias fazem nesta terça-feira, 14/12, uma primeira
reunião técnica com o objetivo de medir até que ponto cada lado pode ceder em um
eventual acordo sobre o novo Plano Geral de Metas de Universalização, o PGMU 3.
Nesta segunda-feira, 13/12, na conversa com o atual ministro das Comunicações,
Arthur Filardi, e o futuro ministro do governo Dilma Rousseff, Paulo Bernardo,
além do presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg, as concessionárias sinalizaram
com a retirada das duas ações judiciais - uma contra o PGMU e outra contra o
Decreto que atribuiu funções à Telebrás no Plano Nacional de Banda Larga -
movimento tido pelo governo como imprescindível para um acordo.
“As empresas disseram que as ações aconteceram pela falta de conversa e que não
veriam problemas em retirá-las. Vamos ter uma reunião técnica para ver os pontos
mais polêmicos. Se avançarmos, podemos retomar a negociação já na quarta-feira,
15. até porque o tempo é curto”, afirmou o ministro das Comunicações, Artur
Filardi.
O tempo pode ser curto para uma solução ainda em 2010, mas o próprio ministro
confirmou que é bem possível um adiamento. Na verdade, o governo já trabalha com
um prazo até abril de 2011 para resolver o PGMU - e enquanto isso também fica em
suspenso a assinatura da revisão dos contratos de concessão.
“Não se falou em prazos nem se entrou em detalhes. Mas se houver um consenso,
não há problemas com um adiamento”, reconheceu Filardi. Em suma, ainda não há
sinal de quando as empresas desistirão das ações judiciais - admitidas pelas
próprias como um movimento mais político do que jurídico - mas o tom da conversa
foi suficiente para o governo acreditar em um acerto.
Como ficou confirmado da reunião com os presidentes de Oi, Telefônica, Embratel,
CTBC e Sercomtel, os tais pontos polêmicos são, na prática, a maior parte do
PGMU como proposto pela Anatel - a questão dos custos e suas respectivas fontes
de financiamento; a telefonia rural e, o mais importante dos problemas, o
conceito de backhaul.
Nesse ponto, por sinal, há profundas diferenças no governo. De um lado, há
aqueles que defendem a manutenção das metas relacionadas ao backhaul, em um
movimento alinhado com outras medidas que levam essa infraestrutura para o
regime público.
Até aqui, esse lado parece constituir maioria. Mas parece claro que, pelo menos
no Minicom, esse tratamento está sendo visto com ressalvas, seja pela aparente
fragilidade legal de levar a banda larga para dentro das concessões do STFC,
seja pelo potencial risco às próprias concessões. Afinal, o acesso à internet no
varejo ou, especialmente, no atacado, constitui fonte de recursos de primeira
grandeza.
Não é por menos que as concessionárias tenham feito ressalvas específicas à
Telebrás durante a reunião, repetindo a tese de que é injusto com uma estatal
que terá privilégios nas contratações com o governo - e principalmente nas redes
já existentes das empresas do setor elétrico e da Petrobras. Paulo Bernardo, já
confirmado como ministro das Comunicações do governo Dilma Roussef, reiterou que
não há intenção de a Telebrás se tornar uma concorrente das teles.
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil