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• InfoMoney: Empresas de telecom devem focar em banda larga para continuar a crescer em 2011
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Leonardo Pedrini sugere este artigo:
Fonte: InfoMoney
[21/12/10]
Empresas de telecom devem focar em banda larga para continuar a crescer em 2011
- por Tainara Machado
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Fonte: InfoMoney
[21/12/10]
Empresas de telecom devem focar em banda larga para continuar a crescer em 2011
- por Tainara Machado
SÃO PAULO - 2010 foi um ano especialmente movimentado no setor de
telecomunicações, com ofertas, aquisições e alterações no controle das
principais empresas de telefonia atuantes no Brasil. Como disse Leonardo Nitta,
analista do BB Investimentos, quase "tudo o que havia para acontecer no setor já
aconteceu", com a definição das estratégias que os grupos adotarão no País e um
consequente movimento de fusões e aquisições para adaptar planos à realidade.
Pode-se afirmar que as mudanças começaram com o desejo da Telefónica em unir as
operações da Telesp (TLPP4), operadora de telefonia fixa, e da Vivo (VIVO4),
móvel. O problema estava no fato de que a Vivo era controlada por uma joint
venture entre a espanhola e a Portugal Telecom, que não tinha planos de sair do
País.
Assim, desencadeou-se uma novela com três tentativas de oferta por parte da
Telefónica, de € 5,7 bilhões, € 6,5 bilhões e € 7,5 bilhões, esta última aceita
por 74% dos acionistas mas rechaçada pelo governo português, que utilizou suas
golden shares na empresa para barrar a operação. A negociação só foi
concretizada no final de julho deste ano, por € 7,5 bilhões.
Para acomodar os interesses, foi anunciada quase simultaneamente a entrada da
Portugal Telecom no capital social da Oi (TNLP4), numa complexa operação que
envolve aquisição direta e indireta de fatias na companhia e capitalização da
empresa. Parte dos desdobramentos dos eventos ocorridos ao longo de 2010, no
entanto, deverão ter reflexos ainda em 2011.
Portugal Telecom traz vantagens para Oi
Leonardo Nitta espera que a consolidação da Portugal Telecom na Oi aconteça
ainda no primeiro trimestre do próximo ano, e o analista vê desdobramentos
positivos para a companhia. Por um lado, haverá um aporte significativo de
caixa, trazendo alívio financeiro a uma companhia que se viu muito alavancada
após grandes operações, como a aquisição da Brasil Telecom (BRTO4).
Além disso, a Portugal Telecom traz consigo grande experiência no mercado de
telecomunicações, não só com a bem sucedida administração da Vivo, mas também
com larga vivência no mercado europeu, já bastante consolidado e, mais
importante, integrado. Isso porque o oferecimento combinado dos serviços de
telefonia móvel, fixa, banda larga e televisão a cabo deve ser o principal
objetivo das companhias de telecomunicação no próximo ano, e a principal razão
para o esforço de Telefónica em reunir os ativos de Telesp e Vivo sob uma única
empresa.
A Fator Corretora afirma, em relatório de Jacqueline Lison, Mateus Renault e
Luiz Guilherme Fonseca, que a entrada da Portugal Telecom no bloco de controle
ainda poderá dar mais transparência à companhia e melhorar suas práticas de
governança corporativa. Para Nitta, a Oi oferece a melhor oportunidade de
investimentos no setor de telefonia, mas ao mesmo tempo os maiores riscos. Em
sua visão, por já ter passado pela reestruturação das operações, com organização
dos produtos e fortalecimento da estratégia para oferecer serviços integrados,
e, de certo modo, arrumando a casa, a companhia encontra-se um passo à frente de
Vivo e Telesp. No entanto, além da capitalização que será necessária para
acomodar a PT na estrutura da Oi, algumas questões societárias que incomodaram a
companhia em 2010 deverão ser enfrentadas no próximo ano.
Questões societárias
A principal delas ainda é a conversão das ações da Brasil Telecom em Telemar
Norte Leste (TMAR5). A companhia conta com uma complexa estrutura, em que além
das ações da Brasil Telecom ainda em circulação (pois os minoritários não
aceitaram o novo fator de troca introduzido pela empresa em 2010), a Oi tem dois
veículos distintos para investimentos, as ações da controladora, as TNLP, e as
ações da Telemar, as TMAR. O objetivo é, em algum ponto, simplificar a estrutura
com a existência apenas das ações da controladora.
James Rivett e Alexandre Garcia, analistas do Citigroup, lembram no entanto que
uma decisão nas mãos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre a
incorporação da Invitel, a controladora da Brasil Telecom, pode até mesmo
atrasar o prazo previsto para a conclusão do negócio com a PT.
Isso porque os minoritários entraram com um pedido para suspender a Assembleia
de Acionistas que deveria ratificar a incoporação da Invitel pela Telemar Note
Leste. Dependendo da decisão da CVM, o direito de retirada com base no valor
econômico, e não contábil, pode ser autorizado, o que exigiria compra de até R$
1,4 bilhão, com prêmio para os minoritários. "Além do atraso na capitalização da
companhia, acreditamos que isso poderia até levar a PT a revisar os termos da
aquisição", comentaram os analistas.
Mesmo que isso não aconteça, ajustes ainda necessários para a entrada da
Portugal Telecom na estrutura da Oi e a perspectiva de que os acionistas
minoritários serão diluídos ainda pesam sobre as recomendações dos papéis. O
Citigroup, por exemplo, avalia que as incertezas ainda existentes em relação a
qual será a fatia final com que a PT terminará são uma das razões para que a
recomendação para os papéis permaneça em neutra.
Já a Fator Corretora diverge nas classificações para cada veículo de
investimento na Oi. A recomendação é de compra, com preço alvo de R$ 50,00 para
as ações ordinárias da Oi (TNLP3) - um upside de 54,56% em relação ao fechamento
de 21 de dezembro - já que a companhia deverá ser comercialmente mais agressiva
em 2011 após ter dedicado este ano ao aumento da rentabilidade de suas operações
(as custas do market share, como lembrou Leonardo Nitta, do BB Investimentos).
Já a Telemar Norte Leste tem recomendação de manutenção, com preço-alvo de R$
70,00, um potencial de valorização de 45,41%.
Já a Brasil Telecom tem recebido destaque menor dos analistas após a
incorporação não ter sido aceita, mas os papéis da companhia apareceram dentre
as top picks do Barclays para 2011 na América. Michel Morin, do Barclays
Capital, lembra que a empresa é negociada com desconto em relação aos seus pares
e que o ingresso da PT no grupo controlador será um grande catalisador, porque
aumentará a governança corporativa. Além disso, para o Barclays, um bom uso do
dinheiro que ingressará com a capitalização seria a aquisição dos 51% que a
Telemar ainda não possui na Brasil Telecom, com compra em dinheiro, e não por
troca de ações.
Vivo e Telesp
Se a estrutura na Oi é complicada, ainda que promissora, com crescimento advindo
principalmente dos acessos em banda larga e em telefonia móvel, a Vivo terá pela
frente um ano em que serão focadas, provavelmente, questões internas, mais do
que uma estratégia agressiva de mercado. "Há todo um processo de adequação de
produtos e de montagem da estratégia que a Telefónica fará no ano que vem",
projeta Leornardo Nitta, do BB Investimentos.
Isso porque, como lembra a Fator Corretora, em relatório, a Telefónica, com Vivo
e Telesp, deverá também apostar na convergência de serviços para alavancar os
resultados nos próximos anos. Mas, para poder oferecer esses serviços, será
necessário juntar as operações. "Até mesmo porque as sinergias nos negócios,
estimadas pela Telefónica entre € 3,3 bilhões e € 3,9 bilhões, só aparecerão
quando forem unificadas as operações", lembra Nitta, do BB. No entanto, a
relação de troca ainda não foi anunciada, já que o processo só deverá ser
iniciado no segundo trimestre de 2011.
Assim, a Fator Corretora não levou em consideração, eu seu modelo de análise, a
integração das operações das duas empresas, mas as duas companhias são suas
favoritas no setor, ao lado da TIM (TCSL4). Para a Telesp, que tem recomendação
de compra com preço-alvo de R$ 55,00 (potencial de valorização de 39,24%), a
Fator enxerga esforço em continuar a oferecer serviços de valor adicionado e
planos alternativos, mais econômicos, de telefonia fixa. "A iminente fusão com a
Vivo deverá intensificar a oferta de serviços convergentes nos próximos anos",
avaliam os analistas da corretora em relatório.
A Fator recomenda ainda compra da Vivo, que não só é líder no mercado de
telefonia móvel como continua a investir em rede 3G para conseguir suportar
maior volume de dados de banda larga também em plataformas móveis. O preço-alvo
é de R$ 70,00 (upside potencial de 31,80%), e dentro da estratégia da Vivo para
o próximo ano, além da continuidade dos três pilares citados acima, deverá
aparecer a intensificação das políticas de retenção.
No entanto, para ambas as empresas, são esperadas margens operacionais estáveis.
A redução da participação dos negócios de telefonia fixa convencional, mais
rentável, pela Telesp deverá dificultar ganhos nesse sentido. Mas essa é uma
realidade para o setor como um todo, salvo algumas exceções, como a TIM. Isso
porque, explica a Fator, "se por um lado ainda há espaço para ganhos de escala,
por outro a consolidação do ambiente competitivo e o lançamento contínuo de
novos serviços inibirão aumento da rentabilidade operacional.
Banda larga é mais promissora
Ainda assim, a perspectiva é que o mercado de telefonia móvel continue a
crescer, com cerca de 16 milhões de novas linhas em 2011, apesar de o Brasil ter
atingido recentemente o patamar de uma linha por habitante. Nitta lembra, no
entanto, que esses números também se referem a chips vendidos para máquinas de
cartão de crédito, por exemplo, além de indíviduos com três linhas, uma de cada
operadora.
De qualquer modo, será uma expansão menor do que o que foi observado em 2010. Já
as perspectivas para a banda larga são mais promissoras. "O mercado de banda
larga é a bola da vez tanto em telefonia fixa quanto móvel, porque é o business
rentável", lembra Nitta. De acordo com o Ibope Nielsen Online, o número de
usuários ativos de internet subiu para 41,6 milhões em agosto de 2010, um avanço
de 17,2% frente ao mesmo período do anterior, como apontou a Fator. E a
expectativa é que em 2011 esse crescimento continue acelerado.
Para tanto, o Plano Nacional de Banda Larga deve contribuir, mas o quanto ainda
não é sabido. "O PNBL deve ganhar musculatura nesta nova gestão presidencial
petista", avaliam os analistas responsáveis pelo relatório da corretora. No
entanto, embora considere a ideia de levar acesso em banda larga a menores
preços aos consumidores louvável, a Fator lembra que não foi definida ainda a
participação das empresas de telecomunicações no Plano.
TIM é top pick
A TIM, por sua vez, aparece na contramão da tendência de convergência fixo-móvel,
já que aposta todas as suas fichas na substituição da telefonia fixa pela móvel,
como aponta a Fator Corretora. "A empresa também promoverá a convergência de
serviços, mas reunidos sob uma única plataforma móvel". A julgar pela reação do
mercado, a estratégia pode ser vencedora: o Citigroup, o JP Morgan, o Itaú BBA e
a própria Fator selecionaram o papel como top pick no setor.
De um lado, está o fato de que a empresa não esteve associada a grandes eventos
societários em 2010 e por isso sofrerá menos com esse tipo de incerteza no
próximo ano. Além disso, a companhia passa por um bem sucedido plano de
turnaround dos resultados, com aceleração da base de assinantes e lançamento de
planos que agradaram ao mercado, como Infinity e Liberty.
Andre Baggio, do JP Morgan, destaca além do turnaround, ainda em curso, a taxa
de crescimento maior do que de outras empresas do setor, aumento da presença
como provedora de serviços de dados e menor exposição às taxas de terminação
móveis (valor cobrado pela utilização da linha de outra operadora) mesmo se for
considerada a combinação entre Vivo e Telesp. A Fator, que recomenda compra com
preço-alvo de R$ 8,00 (potencial de valorização de 44,93%), indica que a
aquisição da Intelig foi um importante catalisador para ganhos em rentabilidade
justamente porque reduziu os gastos com aluguel de redes, além de criar novas
oportunidades em negócios em longa distância.
Baggio, do JP Morgan, ainda afirma ser possível que a estimativa de ganhos seja
elevada caso a companhia continue a ter sucesso em aumentar o número de adições
líquidas sem pressionar a receita média por usuário e reduzir despesas com
propaganda. Por outro lado, a companhia enfrenta riscos principalmente com a
necessidade de mais investimentos para suprir a falta de recursos destinados à
expansão da faixa 3G no passado, por exemplo. "Eles terão que investir em rede,
a maior deficiência da TIM", aponta Nitta, do BB.
A Fator lembra, por exemplo, que é possível que no futuro a companhia tenha que
antecipar novo ciclo de investimentos para aumentar a capacidade de rede e
implementar novas tecnologias.
Mais competição após leilão da banda H
Além disso, a TIM também enfrentará um ambiente mais competitivo no próximo ano,
o que vale para as outras companhias do setor. Na última terça-feira (14), a
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) iniciou o leilão para venda de
lotes da banda H e, no primeiro dia, a agência negociou 13 lotes, dos quais 11
foram arrematados pela Nextel. Desse modo, o Brasil passou a ter um quinto
competidor em serviços móveis pessoais, acrescentando concorrência a um ambiente
já bastante competitivo, como lembraram Carlos Constantim, Marin Lara, Susana
Salaru e Rodrigo Correa, do Itaú BBA.
O impacto, ao menos no curto prazo, não deverá ser negativo, avaliam os
analistas do Itaú, já que a Nextel precisará de tempo para implementar rede e
conseguir escala. Ainda assim, 2011 será um ano mais agressivo, segundo Nitta,
do BB, com companhias aumentando investimentos.
Vale lembrar ainda que a GVT deverá iniciar operações no primeiro semestre nas
cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Embora não ofereça todos os produtos, o
que é uma deficiência, o analista do BB Investimentos elogiou a banda larga da
companhia, toda baseada em cabos de fibra óptica, o que deverá contribuir para
movimentar o mercado.
Net: estável até leilão
No setor, a Net (NETC4) é a única que recebeu recomendação de venda pela Fator
Corretora, com preço-alvo de R$ 25,00 (upside potencial de 9,6%). As
perspectivas em termos operacionais permanecem positivas para a Net, com
crescimento tanto da TV por assinatura quanto de banda larga e voz. No entanto,
desde que a Embratel teve êxito em adquirir mais de dois terços das ações em
circulação da Net, houve significativa perda de liquidez das ações. "O preço da
operação, de R$ 23,00, deve continuar a balizar o comportamento dos papéis da
companhia até seu iminente fechamento de capital, que deve ocorrer após a
aprovação do PLC 116", declararam os analistas da Fator.
A Fator considera que as chances de aprovação do Projeto de Lei em 2011 são
grandes, já que a tramitação no Senado tende a ser mais rápida que na Câmara. O
projeto unifica a regulamentação da TV paga e permite que empresas de
telecomunicação ofereçam serviços de TV por assinatura, o que permitirá à
Embratel, caso seja aprovado, assumir o controle da Net, o que atualmente não é
previsto em lei.
As ações, assim, deverão permanecer arbitradas ao preço da oferta até 13 de
janeiro do próximo ano, já que a Embratel estendeu a oferta, nas mesmas bases,
aos acionistas remanescentes.
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