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19/02/10
• Telebrás, Eletronet e PNBL (180) - Análise de Clóvis Marques sobre a reativação da Telebrás
Nota:
Clóvis Marques é Engenheiro Eletrônico
especializado em Business Administration
Helio Rosa
de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 19 de fevereiro de 2010 00:55
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e PNBL (179) - Blog do Reinaldo
Azevedo (Veja): "Está pintando um escândalo gigantesco na Telebrás" + Blog de
Leonardo Araujo: "Telebrás - o contra-ataque das oposições"
Olá Hélio e demais membros dos Grupos,
hoje estive me atualizando e acompanhando as notícias sobre o tema PNBL, que
está efervescente! :)
Sei que é difícil para quem vive de notícia ter que assimilar um mundo enorme de
informações em poucos dias a respeito de áreas nas quais nunca navegaram antes,
mas é lamentável ver publicações que simplesmente ignoram fatos relevantes.
As matérias contrárias à reativação da Telebrás não se dão conta que:
- A reativação da Telebrás está anunciada desde 2007 em fato relevante enviado à
CVM (basta entrar no site e pesquisar).
- O Governo é o principal acionista da Telebrás, concentrando 80% das ações da
Empresa. Ou seja, se alguns (mais de 2 milhões de acionistas) estão ganhando
bastante, o Governo está ganhando muito mais.
- O valor de mercado da Telebrás, que é atualmente de mais de R$ 2 bilhões, será
multiplicado muitas vezes assim que a Empresa estiver operacional.
- O Governo já capitalizou a Telebrás em R$ 200 milhões (também disponível no
site da CVM).
- A Rede da Eletronet já é de posse do Governo e é a Espinha dorsal do PNBL. Ela
será transferida à Telebrás.
- Os investimentos previstos para fazer chegar Banda Larga à 70% da população
até 2014 é estimado em R$ 20 Bilhões. Essa capitalização será realizada através
da Telebrás, aumentando ainda mais seu valor de mercado.
- A Telebrás tem funcionários (cedidos a outros Órgãos de Governo) e muitos
deles retornarão, pois todos já foram chamados de volta para tocar o PNBL.
Os críticos estão deixando de lado também declarações relevantes proferidas
pelas próprias Operadoras Privadas sobre a impossibilidade de atenderem a
demanda do mercado, seja nos grandes centros por falta de capacidade das redes,
seja nas Regiões menos privilegiadas por falta de "viabilidade" financeira.
Também não perceberam (ou estão se fazendo de desentendidos) que boa parte das
Operadoras e Provedores Locais estão torcendo para a reativação da Telebrás para
que elas possam concentrar investimentos nas redes de acesso (mais baratas) e
tenham assim sua participação garantida no PNBL.
Gostaria de lembrar àqueles que viveram a época da Privatização do antigo
Sistema Telebrás, arduamente conduzida pelo saudoso Ministro Sérgio Mota, que,
naquele momento após quase 30 anos de existência do antigo Sistema, o modelo
estava esgotado porque o Governo não possuía capacidade de investimento para
realizar a ampliação do sistema, as Operadoras eram cabide de emprego de
políticos e a corrupção corria solta, apesar dos excelentes quadros que muitas
Operadoras possuíam (alguns deles até hoje na ativa nas Teles Privadas). Há
méritos enormes no modelo Privatizado, que presenciamos nesses quase 12 anos,
mas não podemos deixar de apontar falhas insanáveis como a falta de abrangência
dos serviços, falta de qualidade dos serviços e do atendimento aos clientes,
preços fora da realidade do país e provavelmente a falta de um benchmark que
estimule as Operadoras atuais a buscar a excelência nos serviços. Tenho certeza
que se o Ministro Sergio Mota tivesse tido mais tempo ou se seus sucessores no
Ministério e na Anatel tivessem tido mais competência e comprometimento
certamente não teriam deixado nossa área de Telecom chegar onde se encontra
atualmente.
Vivemos um novo momento no país e precisamos de um modelo novo. Que venha então
o novo modelo.
Por fim, minha opinião: uma vez atingido o objetivo do Governo de universalizar
o acesso à Banda Larga, o que deve ocorrer até 2014, conforme previsto no PNBL,
quem disse que a Telebrás não pode ser privatizada novamente? Afinal de contas,
a primeira privatização rendeu R$ 30 Bilhões aos cofres do Governo (em moeda de
1998) e pode render outros R$ 30 Bilhões (em moeda de 2014), simplesmente porque
a Telebrás irá ocupar um espaço que NUNCA será ocupado pelas Operadoras Privadas
no Brasil.
Um abraço a todos,
Clóvis Marques
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