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Janeiro 2010
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forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão
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04/01/10
• Rádio Digital (55) - Testes, testes e mais
testes...para nada! + Atuação da mídia
de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 4 de janeiro de 2010 22:11
assunto Rádio Digital (55) - Testes, testes e mais testes...para nada! + Atuação
da mídia
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL!
01.
Estamos no início de 2010. Desde 2005 o Brasil realiza testes com o sistema de
Rádio Digital IBOC (americano) e desde 2006 com o sistema DRM (europeu).
O último período de testes encerra-se no próximo dia 17 de janeiro.
Fiz um dever de casa consultando nossos "arquivos implacáveis" e
selecionei títulos e trechos de matérias que citam os "testes" desde 2005
até hoje. A coleção está mais abaixo.
02.
Verifica-se, pela simples leitura, que nunca houve realmente seriedade e
intenção de chegar à resultados isentos e definitivos, por parte das autoridades
e entidades que determinaram a execução dos tais testes.
Certamente o pessoal técnico escalado para o serviço fez um bom trabalho mas,
sem uma coordenação superior, o resultado... ninguém sabe, ninguém viu.
Quando foi divulgado, no caso do relatório sobre o IBOC contratado pela ABERT
junto ao Instituto Mackenzie, o resultado ficou sob forte suspeição.
03.
Em resumo, verificamos que a Anatel "foi autorizando" algumas emissoras a
realizar os testes com o IBOC, com transmissoras adquiridos pelas mesmas.
Como a "promessa" do Minicom e da ABERT era o IBOC, as emissoras comerciais mais
afoitas aproveitaram para garantir alguma vantagem.
O DRM, nitidamente, era só "pra constar" e foi atribuído à Radiobrás e à UnB,
entidades não comerciais.
Como não podia deixar de ser, os resultados não serviram para nada, pois não
houve padronização dos testes.
Num segundo momento, a Anatel padronizou os testes mas também não se sabe o
resultado.
Encerrados os períodos de testes, emissoras foram autorizadas a continuar
operando, a pedido da ABERT, como que para "marcar território", mesmo na
ausência de receptores e ouvintes.
Em 2008, praticamente descartado o sistema DRM, o Minicom, via ABERT, contratou
o Mackenzie para avaliar o IBOC e deu no que deu.
De qualquer modo, em 2009, o resultado do teste mackenziano serviu para o
ministro "repensar", condenar o IBOC e voltar a considerar o DRM.
Agora, na correria, o ministro-candidato em vias de deixar o governo para
dedicar-se à campanha, pretende decidir por um padrão (não se sabe bem qual) nos
próximos dias.
Helio Calixto da Costa, do Minicom e Daniel Pimentel Slaviero, da ABERT fazem um
nítido jogo de disfarce e não há como prever o resultado.
O fato é que interesses empresariais se sobrepõem aos da sociedade num processo
escandaloso de decisão capitaneado por um ministro de estado.
De 2005 até hoje, se o o estudo dos sistemas de Rádio Digital tivesse sido
entregue à nossa "Academia", é provável que tivéssemos resultados concretos e
até sugestões de inovações nos padrões existentes.
Testes, testes e mais testes... Para nada, pois as decisões passam ao largo das
considerações técnicas.
04.
Espero sinceramente que a mídia possa mudar sua atitude sobre este e outros
temas de TI e Telecom.
Um leitor desavisado, fazendo um voo panorâmico sobre
nossa coleção de matérias sobre Rádio Digital, pode imaginar que a mídia tem
feito um acompanhamento cerrado sobre o assunto. Não tem.
As notícias são esparsas, repetitivas e sempre à reboque de pautas e
entrevistas.
A mídia tem a responsabilidade não só de noticiar mas também de informar.
Informar, no caso, é também reavivar a memória dos leitores por meio de resumos
periódicos que recuperem os antecedentes dos temas em pauta.
São estes antecedentes que vão permitir ao leitor avaliar a notícia atual,
formar sua opinião e, eventualmente se posicionar e interagir com as
autoridades.
Os necessários "resumos" não precisam ser tão críticos e contundentes como os
que fazemos em grupos de debates, em ambientes restritos e informais: podem ser
mais ponderados e isentos e, mesmo assim, conter muita informação!
Se não fazem isso, os órgãos da mídia podem passam uma imagem de conivência,
alheamento ou até mesmo de incompetência, e nós, leitores assíduos, sabemos que
não é este o caso.
É preciso um ajuste nos procedimentos das Redações!
Fica a sugestão!
05.
Abaixo, então, está a coleção de referências sobre os testes.
Ao debate!
Boa leitura!
Ótimo 2010!!!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Coleção de referências sobre "testes" de sistemas de Rádio
Digital
2005
Rádio Excelsior de São Paulo e a Rádio Tiradentes
de Minas Gerais receberam autorização da Anatel para fazerem os primeiros testes
de rádio digital no Brasil. (...)
(...) A Anatel deverá conceder nesta semana autorizações para outras emissoras.
O objetivo do teste é avaliar qual sistema é mais adequado às características de
cada localidade, como edificações e topografia.
(...) As rádios deverão apresentar no prazo de 30 dias resultados da transmissão
digital. No final dos experimentos, entregarão outro relatório acompanhado de
laudo conclusivo e considerações finais abrangendo todas as atividades
desenvolvidas. (...)
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Fonte: IDG Now!
[27/09/05]
Doze emissoras de rádio testam sinal digital
Em caráter experimental, 12 emissoras de rádio de seis capitais começaram a
transmitir sua programação em sinal digital nesta segunda-feira (26/09). A
autorização para testes foi concedida pelo Ministério das Comunicações por um
período de seis meses, que poderá ser prorrogado. (...)
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2006
Fonte: Anatel
[17/02/06]
Anatel autoriza primeiros testes de rádio digital em Onda
Curta
Brasília, 17 de fevereiro de 2006 – A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
concedeu hoje mais uma autorização para execução de Serviço Especial para Fins
Científicos ou Experimentais visando a realização de testes do Sistema de
Radiodifusão Sonora Digital. A autorização foi publicada no Diário Oficial da
União e concedida à Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília
(FT/UnB). Essa é a décima segunda autorização para testes do Sistema de
Radiodifusão Sonora Digital.
Ao contrário das autorizações anteriores, a Faculdade de Tecnologia da
Universidade de Brasília será a primeira a realizar testes do Sistema de
Radiodifusão Sonora Digital DRM – Digital Radio Mondiale, um dos dois sistemas
aprovados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), operando na faixa
de 26 MHz, com o objetivo de avaliar a qualidade do áudio, área de cobertura e
robustez do sinal digital em Onda Curta (OC) em relação a ruídos, interferências
e efeitos dos múltiplos percursos.(...)
(...) A Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília deverá apresentar no
prazo de 60 dias o relatório inicial constando, no mínimo, as características
que serão utilizadas na transmissão digital e a descrição dos testes. No final
dos experimentos, a emissora apresentará outro relatório acompanhado de laudo
conclusivo e considerações finais abrangendo todas as atividades
desenvolvidas.(...)
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Fonte: adNEWS
[08/03/06]
Anatel apresenta projeto do rádio digital no Senado.
O conselheiro substituto da Anatel, Ara Apkar Minassian, apresentou ao Conselho
de Comunicação Social (CCS) do Senado Federal um panorama da digitalização da
radiodifusão sonora no Brasil. A sessão foi presidida pelo conselheiro do CCS,
Arnaldo Niskier.
Durante a sessão de apresentação, Minassian afirmou que a digitalização será um
salto para a revitalização da radiodifusão sonora, devido à qualidade de áudio
próxima à de um CD para as emissoras de ondas médias e curtas, as quais se
tornarão tão atrativas para o ouvinte e o anunciante como hoje são as emissoras
FM.
O conselheiro relacionou as seis emissoras que obtiveram autorização para
realizar testes com o sistema de rádio digital na faixa de freqüência modulada
(FM) e outras cinco que preferiram fazer experimentos na faixa de ondas médias
(OM). Todas elas optaram pelo sistema norte-americano IBOC, por ser hoje o mais
desenvolvido para fazer a transmissão digital no mesmo canal da estação
analógica e ter custo de implementação baixo.
Já a Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB) realizou testes
em ondas curtas (OC) com o sistema DRM, desenvolvido por um consórcio
internacional.
Minassian adiantou que a Anatel está prestes a autorizar mais uma instituição a
realizar testes com sistema DRM: a emissora estatal Radiobrás (em Brasília e no
Rio de Janeiro), em ondas médias (OM).
O sistema DRM acaba de desenvolver a possibilidade de utilização do mesmo canal
da estação em OM, tanto para o sinal analógico como para o digital, o que
representa menores custos para sua implementação. (...)
(...) O conselheiro esclareceu que a Anatel se limitará a
analisar o processo de digitalização pelo ponto de vista técnico. Eventuais
desdobramentos de caráter político, como fixação de políticas públicas, política
industrial e outros, estão fora do âmbito dos experimentos atuais. O objetivo da
agência é colocar à disposição da sociedade e das autoridades envolvidas o
resultado dos testes alcançados após avaliação procedida por 13 instituições
privadas e públicas, radiodifusores e universidade.(...)------------------------
Fonte: adNEWS
[17/03/06]
Rádio Digital: Anatel autoriza teste da Record.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) concedeu ontem autorização para
a Rádio Record (AM 1000 kHz - São Paulo/SP) realizar testes do Rádio Digital no
sistema IBOC (In-Band On Channel).
Em um prazo de 60 dias, a Record deverá apresentar relatório inicial fornecendo
detalhes sobre as transmissões e os testes.
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Tele.Síntese
[13/11/06]
Rádio digital: emissoras têm dificuldades com padrão americano.
Embora os radiodifusores tenham pressa na definição do padrão de transmissão
digital de rádio e defendam o americano IBOC (In-band on Channel), da empresa
iBiquity, alguns setores do governo avaliam que ainda não há elementos técnicos
suficientes postos na mesa que permitam uma escolha responsável para o país.
Primeiro, é preciso conhecer o resultado dos testes feitos com o IBOC pelas 15
emissoras AM e FM que pediram à Anatel, a partir do final de 2005, autorização
para transmissões-piloto, durante um ano, em sinal digital testando o padrão
IBOC. Das 15 emissoras, apenas sete entregaram o relatório inicial pedido pela
agência. As outras oito ou não entregaram ou enviaram informações incompletas.
E das oito que deveriam entregar o relatório final até este mês, apenas duas
apresentaram. Outras sete emissoras têm que apresentar os resultados apenas em
2007. A agência ainda aguarda os documentos e as que atrasarem a entrega das
informações poderão ter as autorizações canceladas, embora não seja essa a
intenção da Anatel que também quer conhecer os resultados dos testes.
Problemas
Mas a agência já sabe que as emissoras têm enfrentado dificuldades com as
transmissões no IBOC. Segundo técnico do órgão regulador, há problemas, por
exemplo, na ligação transmissor estúdio e interferências nas bandas laterais de
freqüência. No caso das transmissões em ondas médias (AM), as emissoras tiveram
que estreitar a faixa do áudio e degradar a qualidade do som para melhorar a
qualidade do sinal de transmissão. (...)
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2007
Fonte: Observatório do
Direito à Comunicação
[12/03/07]
Rádio digital avança sem debate público -
por Ana Rita Marini e Laura Schenkel - Redação FNDC
(...) Testes não empolgam
Apesar da escolha dada, há informações de que os
radiodifusores não estão muito animados com os primeiros testes com o Iboc,
por conta do delay. Segundo Nélia, o digital apresenta um atraso (chamado
delay) de oito segundos em relação ao analógico, que, na fase de transição,
quando os dois sistemas conviverão por algum tempo, o ouvinte perceberá. “Você
começa a ouvir uma notícia, aí sai do digital, passa para o analógico e o
analógico já está lá na frente, pulando uma parte da notícia. A sensação é de
que há um avanço no tempo. Mas quando se dá o contrário, com a queda do sinal
digital e o retorno para o analógico, o ouvinte é obrigado a escutar a
repetição da fala do locutor pelos mesmos oito segundos”, explica.
O Iboc é uma tecnologia cara e que ocupa uma
faixa larga do espectro. Tanto que a empresa Ibiquity, proprietária do padrão
Iboc, pediu à Comissão Federal de Comunicações, agência reguladora dos setores
de radiodifusão e telecomunicações nos EUA, a ampliação do uso de espectro de
200 kHz para 250kHz. (leia
matéria - transcrição mais abaixo).
Se a ampliação da banda digital é requisito técnico para que o sistema
funcione sem interferência, o aumento da faixa concedido a uma emissora
significará que outras terão que sair para dar espaço a ela. Considerando
ainda o alto custo de implantação dessa tecnologia, pode-se deduzir que cairão
fora do espectro as pequenas rádios comerciais, as comunitárias e as
educativas.
A pesquisadora da UnB esclarece que, para ser
disseminada, uma nova tecnologia passa por aceleradores e freios de acordo com
a indústria, o poder econômico, pressões competitivas e políticas em confronto
naquele momento. “Atualmente, as rádios estão tentando entender como funciona
essa tecnologia. Falta capacitação técnica e em muitas rádios será necessário
trocar os transmissores. A rádio Globo em SP ainda funciona com transmissores
analógicos”, lembra. Nélia pondera, entretanto, que por mais que a tendência
seja a indicação do Iboc, é provável que se abra espaço para o padrão aberto
europeu DRM (Digital Radio Mondiale), por exemplo, para atender às emissoras
públicas. Quanto às comunitárias, diz, “pouco se fala e não parece ser uma
preocupação no momento”.
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Fonte: Anatel
[05/03/07]
Anatel: Consulta Pública nº 771 - Proposta de Critérios e Procedimentos para
Avaliação do Sistema de Rádio Digital AM IBOC.
CONSULTA PÚBLICA Nº 771
AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES
CONSULTA PÚBLICA N.º 771, DE 5 DE MARÇO DE 2007
Proposta de Critérios e Procedimentos para Avaliação do Sistema de Rádio
Digital AM IBOC.
O CONSELHO DIRETOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL, no uso
das atribuições que lhe foram conferidas pelos artigos 22 e 211 da Lei n.º
9.472, de 16 de julho de 1997, e art. 35 do Regulamento da Agência Nacional de
Telecomunicações, aprovado pelo Decreto n.º 2338, de 7 de outubro de 1997,
deliberou em sua Reunião n.º 424, realizada em 1º de março de 2007, submeter à
Consulta Pública, para comentários e contribuições do público em geral, nos
termos do art. 42 da Lei n.º 9.472, de 1997, e do art. 67 do Regulamento da
Agência Nacional de Telecomunicações, Proposta de Critérios e Procedimentos
para Avaliação do Sistema de Rádio Digital AM IBOC, nos termos do Anexo à
presente Consulta Pública. (...)
----------------------------------
Além de tecer considerações técnicas sobre a
metodologia sugerida pela Universidade de Brasília, o Intervozes critica a
“adoção açodada de um padrão ou sistema, sem que existam testes exaustivos
que demonstrem claramente os seus benefícios e as suas limitações”. A
entidade reclama do grande número de autorizações expedidas pela Anatel para
que as rádios testem o sistema americano. “Se mantidos os testes em escala
do IBOC, a tendência é que as grandes emissoras consolidem a aquisição
precoce dos equipamentos pertencentes ao sistema da iBiquity. Num futuro
próximo, esse parque de transmissores "já instalados" pode se tornar um
argumento para inviabilizar a definição por qualquer outro padrão”, diz a
manifestação.
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Fonte: Observatório
do Direito à Comunicação
[15/05/07]
Padrão norte-americano não serve para o
Brasil, diz Frente
(...)
Outra questão apontada pelas entidades se refere à metodologia de avaliação,
que “indica a realização de testes pulverizados, em lugar de um teste mais
amplo realizado por um consórcio de entidades”, citando como exemplo a ser
seguido o método realizado com a TV Digital em São Paulo. Ainda no âmbito da
metodologia, o documento critica a falta de clareza em relação à amostragem
nas diversas etapas dos testes. “Na falta deste plano, qualquer resultado
‘quantitativo’ terá um aspecto tecnicamente frágil, pois um resultado num caso
específico não será indicador seguro de que aquele comportamento se dará em
todas ou pelo menos na maioria das situações”.(...)
----------------------------------
Fonte: Abert
[30/05/07]
Helio Costa defende produção nacional na ampliação da Rádio e TV
Digitais
(...) Em relação a rádio digital, em fase de
testes há dois anos, Hélio Costa afirmou que o governo deverá adotar o sistema
norte-americano IBOC. “A intenção do governo é optar o IBOC, mas sem os
radiodifusores brasileiros tenham que pagar royalties”. (...)
-------------------------
Fonte: Clica Brasília
Teste para mudança da freqüência de rádio de analógico para digital deve ser
feito com exclusividade na Universidade de Brasília (UnB) no mês de julho. Hoje
professores da UnB, técnicos da empresa de comunicação da Radiobrás e do
Ministério das Comunicações reuniram-se para debater sobre o teste de
transmissão da freqüência AM no rádio. O sistema escolhido para a realização dos
testes na Radiobrás foi o DRM - Digital Radio Mondiale - que possui transmissão
para radiofusão em ondas médias e curtas. Ou seja, freqüências abaixo de 30 mega
hertz (MHz). (...)
------------------------
Fonte: Info Online
[01/08/07]
Governo pode definir rádio digital sem testes
Apenas uma emissora de rádio já entregou à Anatel o relatório com os
resultados dos testes realizados no padrão digital de transmissão. De acordo
com o presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert), Daniel Slaviero, as emissoras entregarão os relatórios em até 60
dias. Mas a definição do governo sobre o sistema ideal pode sair antes disso.
Se cumprir o prazo anunciado, o conselho consultivo apresentará sua proposta
final até o dia 14 de setembro. Atualmente, 16 emissoras de rádio AM e FM
operam em caráter de teste no sistema norte-americano In Band on Chanel
(Iboc).
(...) O diretor de TV Digital do Centro de
Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Juliano Castilho
Dall`Antonia, alerta que "é preciso ter um volume razoável de dados para
responder categoricamente qual sistema é o melhor. O que parece é que a
discussão está incipiente. Precisava ter mais informação. Não é só uma
discussão teórica. São tantos os parâmetros e os padrões possíveis, que
precisa fazer um monte de testes, depois um monte de análises", diz.(...)
(...) O pesquisador do CPqD Takashi Tome ressalta,
no entanto, que é "fundamental realizar um teste completo com ambos os padrões.
Para ele, enquanto não for feito, todas as discussões carecem de embasamento. No
caso da TV, foi realizado um teste na cidade de São Paulo envolvendo várias
emissoras e analisamos todos os parâmetros. Foi um teste que demorou quase um
ano".
Takashi Tome diz que, entre as características tecnológicas que precisam ser
observadas na prática estão a cobertura, qualidade do sinal recebido, recepção
em todos os pontos e qualidade do áudio de cada um dos dois sistemas (o
americano e o europeu). "Em cada sistema existem várias configurações. Não é
como comparar melancia com melão", diz o pesquisador. (...)
----------------------
Depois de reunir-se com o conselho consultivo, o
ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que o padrão de rádio digital
que será adotado no Brasil será constituído por um sistema híbrido. O modelo
adota os sistemas o americano In Band on Chanel (Iboc), da Ibiquity, para as
rádios AM e FM e o europeu, Digital Radio Mondiale (DRM), para as rádios de
ondas curtas (OC), como antecipado pelo Meio & Mensagem Online - leia aqui.
Hélio Costa informou ainda que o texto do decreto
que estabelece o padrão de rádio digital que será adotado no País será
encaminhado até 14 de setembro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A
reunião serviu para discussão da solução encontrada pelo ministério e também
para a fixação de prazos para entrega de relatórios pelas emissoras que testam o
sistema digital. Dentro de 30 dias as rádios AM e FM que realizam testes com os
sistemas deverão entregar os relatórios finais com a análise desse período
estudo do rádio digital. (...)
-----------------------------
Fonte: TIInside
[02/08/07]
Escolha de sistema de rádio digital será adiada até conclusão de testes
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, garantiu nesta quinta-feira (2/8) que
o ministério vai aguardar os resultados dos testes com o sistema norte-americano
In Band on Chanel (Iboc) antes de fechar a proposta do conselho consultivo sobre
qual sistema de rádio digital o país deve adotar.
De acordo com o ministro, não há possibilidade
de anunciar o sistema sem ter os resultados dos testes do Iboc.
“Definitivamente, não podemos anunciar os resultados se não tivermos os testes,
que precisam ser analisados tanto pelo ministério quanto pela Anatel”, afirmou.
Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de
Rádio e Televisão (Abert), seriam necessários 60 dias para que todas as rádios
fizessem suas conclusões. O prazo inicial era que o conselho consultivo
sugerisse até 14 de setembro o modelo ideal. Ontem (1º), após reunião com o
conselho, o ministro deu um prazo limite de mais 30 dias, mas afirmou hoje à
Radiobrás que o prazo poderá chegar a 60 dias, se for o caso. “Se é totalmente
impossível esse relatório ficar pronto em menos de 60 dias, vamos aguardar”,
disse.
Hélio Costa afirmou, no entanto, que não tem
como esperar a realização de testes com o sistema europeu Digital Radio Mondiale
(DRM). “Os testes DRM tem que ser feitos por eles [os técnicos que defendem o
sistema europeu]. Eles têm que trazer um transmissor da Europa, colocar em São
Paulo, fazer o teste, indicar para as emissoras que estão dispostas a montar o
sistema. Se não trazem esse transmissor até São Paulo, não tem teste. Ou eles
fazem os testes, ou não tem como participar”.
Até o momento, nenhuma das rádios que operam em
caráter de testes com o sistema Iboc encaminhou seu relatório final à Anatel. O
ministro diz que 21 rádios já operam digitalmente em caráter de testes com o
Iboc. Os testes definitivos com o DRM ainda nem começaram.
Hélio Costa afirmou que os técnicos do DRM
foram convidados a realizar os testes, “mas infelizmente não tivemos uma boa
resposta”. Agora, segundo Hélio Costa, os europeus foram convidados para fazer
uma exposição do sistema ao conselho consultivo. Ontem (1º), dois técnicos do
Iboc participaram da reunião do conselho e, posteriormente, fizeram uma
exposição sobre o funcionamento do sistema norte-americano aos radiodifusores e
empresas fabricantes de equipamentos.
-------------------------
Fonte: Agência Brasil
[27/08/07]
Entidades civis criticam testes de rádio digital sem método definido por
Alessandra Bastos
Brasília - A falta de uma metodologia que traga critérios e parâmetros para os
testes com a nova tecnologia digital é a principal crítica dos especialistas e
das entidades civis que fazem parte do conselho consultivo criado pelo
Ministério das Comunicações para a digitalização do rádio no país. “Os testes
foram feitos sem a existência de uma metodologia que pudesse dar unidade a
eles”, diz a representante da Universidade de Brasília (UnB) no conselho,
Nelia Del Bianco.
O representante da Frente Nacional por um
Sistema Democrático de Rádio e TV Digital no conselho, Jonas Valente, reclama:
“Não há uma avaliação concreta sobre as tecnologias. Não há nenhum técnico do
Estado acompanhando esses testes. Vai haver só uma coletânea dos relatórios”,
reclama. A Frente representa cerca de cem entidades da sociedade civil. (...)
Para a professora da UnB, mesmo os testes feitos
com o o sistema de rádio digital norte-americano In Band – On Chanel (Iboc)
são de pouca serventia. “Você não pode comparar o resultado dos testes, uma
vez que há divergência sobre a forma de realização dos mesmos”, diz,
referindo-se à falta da metodologia.
A metodologia que deverá ser aplicada pelas
rádios AM no testes com o padrão americano Iboc foi encomendada pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) à UnB e já está pronta. A metodologia
passou por um processo de consulta pública e os resultados estão sendo agora
analisados pelos técnicos da Anatel. A metodologia poderá ser usada a partir
do momento em que for publica no Diário Oficial, e a previsão da Anatel é que
isso ocorra em um mês.
Entretanto, a metodologia para testes na faixa
FM com o padrão americano e na freqüência ondas curtas (OC) com o padrão
europeu DRM ainda não foram concluídas. As duas, depois de prontas, também
passarão pelo processo de consulta pública. A Anatel não têm previsão de
quando os testes poderão ser iniciados.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão (Abert), cujas rádios membro realizam os testes com o Iboc, informou
que as emissoras não terão que refazer os testes depois que a Anatel publicar
a metodologia. Os relatórios dos testes com o Iboc serão apenas adaptados, diz
o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero.
“Não há necessidade de novos testes. Não
precisam de mais testes AM e FM, porque eles já vêm ocorrendo com as 15
emissoras que já estão no ar. O que realmente precisa é de uma consolidação
desses números de uma maneira uniforme, que são os critérios propostos pela
Anatel”, explica Slaviero.
De acordo com o ministro Hélio Costa, 21 rádios
espalhadas por quase todas as capitais brasileiras já operam em testes com o
Iboc. Dessas, 15 emissoras - localizadas nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre - são registradas na Abert.
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SÃO PAULO - O ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou que vai enviar a
avaliação sobre o padrão para rádio digital nos próximos dois meses para o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terá palavra final sobre o assunto.
Nós do ministério estamos trabalhando em conjunto
com deputados e senadores das comissões de telecomunicações do Congresso para
finalizar o projeto do padrão da rádio digital, que depois será encaminhado ao
presidente , disse Costa hoje durante cerimônia de abertura da feira Broadcast &
Cable, em São Paulo.
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Brasília - Os testes com o sistema de rádio digital norte-americano In Band –
On Channel (Iboc), que já vem sendo realizados pelas emissoras ligadas à
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, não terão que ser
refeitos depois que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) definir a
metodologia deles. Os relatórios dos testes com o Iboc serão apenas adaptados,
diz o presidente da Abert, Daniel Pimentel Slaviero.
“Não há necessidade de novos testes. Não
precisam de mais testes AM e FM, porque eles já vêm ocorrendo com as 15
emissoras que já estão no ar. O que realmente precisa é de uma consolidação
desses números de uma maneira uniforme, que são os critérios propostos pela
Anatel”, explica Slaviero.
Na última reunião do conselho consultivo, no
último dia 1º, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, solicitou às
emissoras de rádio que enviassem seus relatórios em até 30 dias, mas depois
disse que poderia prorrogar o prazo, se fosse necessário. “Este prazo é
absolutamente factível. As rádios precisam agora adequar aos critérios da
Anatel”, diz o presidente da Abert.
Segundo a Anatel, a expectativa é publicar em
breve a metodologia que deverá ser aplicada nos testes pelas rádios AM - que
já está pronta, após passar por consulta pública. Porém, a metodologia para as
rádios FM e Ondas Curtas (OC) ainda não está terminada. Depois de pronta,
ainda terá que passar pelo processo de consulta pública, da mesma forma que
ocorreu no processo com a AM.
Os resultados da consulta pública são passados
aos técnicos da Anatel que, após análise, repassam a metodologia para
aprovação da diretoria da agência. Só então o texto é publicado no Diário
Oficial - o que, segundo a assessoria, não tem previsão de ocorrer.
“Entendemos que essa é uma decisão que precisa
ser tomada agora, com máxima urgência, porque todos os competidores do rádio
já estão operando no âmbito digital, inclusive a televisão, que começa as
transmissões em dezembro. E o rádio está fora”, reclama Slaviero.
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BRASÍLIA - A Anatel disse que não tem data para
definir qual padrão de rádio digital o país vai adotar.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
está criando padrões para os testes com os sistemas de rádio digital que
poderão ser implantados no Brasil.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, pediu
que as rádios enviem, o quanto antes, o relatório final com o resultado dos
testes.
Os testes, entretanto, terão que se enquadrar
nos padrões exigidos pela Anatel para serem validados, e não há data para a
definição da metodologia para os testes nas freqüencias de FM e Ondas Curtas (OC).
A metodologia que deverá ser aplicada pelas
rádios AM no testes com o padrão americano Iboc (In Band On Channel) foi
encomendada pela Anatel à Universidade de Brasília (UnB) e já está pronta.
Após passar por um processo de consulta pública,
os resultados estão sendo agora analisados pelos técnicos da Agência. A
metodologia poderá ser usada a partir do momento em que for publica no Diário
Oficial, e a previsão da Anatel é que isso ocorra em um mês.
Entretanto, o padrão para testes na faixa FM com
o padrão americano e na freqüência ondas curtas (OC) com o padrão europeu DRM
ainda não está definido. As duas, depois de prontas, também passarão pelo
processo de consulta pública e a Anatel não têm previsão de quando os testes
padronizados poderão ser iniciados.
O autor da metodologia dos testes em AM, Lúcio
Martins da Silva, avalia que uma quantidade “muito grande” de testes foram
feitos nos Estados Unidos por entidades confiáveis. “Tem uma série de testes
que não precisariam ser repetidos. Podia ser fazer uma avaliação nos pontos
onde se têm alguma dúvida de como o sistema se comporta e se aproveitar os
testes já feitos nos EUA, porque o modelo de radiodifusão deles e o nosso são
muito parecidos. Em normas, procedimentos e canalizações, são quase
idênticos”, afirma o professor.
Segundo ele, que é professor do departamento de
engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador na UnB dos
testes com o sistema europeu DRM, “aparentemente, não houve grandes problemas
ou problemas relevantes na implantação do sistema nos Estados Unidos”.
Associações e entidades de rádios comunitárias
divergem da opinião de Martins. Afirmam que, no modelo americano Iboc de rádio
digital, rádios comunitárias deixariam de existir. Pela legislação brasileira,
a potência máxima permitida a uma rádio comunitária é 25 Wattz. O consultor
jurídico da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço),
Joaquim Carlos Carvalho, diz que, no Iboc, 25 Wattz equivale à potência dos
ruídos.
Na prática, portanto, “só se ouviria ruído.
Estarão fora do mercado todas as rádios comunitárias, educativas e as rádios
comerciais pequenas. Só ficarão as grandes emissoras”. Segundo Joaquim
Carvalho, o ministério das Comunicações está “pegando um sistema americano,
que não é uniforme nos Estados Unidos, atende a poucas empresas e querem
unificar isso como um padrão brasileiro”.
Para o pesquisador do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) Takashi Tome, São Paulo é um caso
onde seria preciso fazer muitos testes, já que por causa da grande quantidade de
rádios operando poderia ocorrer interferência nas transmissões. Há também, em
muitas transmissões, pontos ou viadutos que funcionam como obstáculos ao sinal.
“O interessante seria um conjunto de emissoras realizarem um teste exaustivo na
localidade”, diz o pesquisador.
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(...)
Os testes com o padrão digital estão sendo
feitos em 20 emissoras de rádio no Brasil, mas os equipamentos com a nova
tecnologia já estão sendo vendidos em São Paulo pela Chilena
Continental/Lenza, que, segundo o assessor técnico da Associação Brasileira de
Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Ronald Siqueira Barbosa, instalou um
parque de fabricação de antenas digitais no país. Além disso, Harris Digital,
Nautel e BE, todas americanas, estão comercializando a tecnologia em
território brasileiro. “A Harris está montando um grande parque no Brasil para
a fabricação de emissores”, conta. Na avaliação dele, os fabricantes locais,
ainda presos ao sistema analógico, não serão prejudicados pelas mudanças, mas
serão forçados a negociar com a Ibiquity Digital Corporation a aquisição do
direito de uso do Iboc. A outra opção, economicamente inviável, seria
desenvolver um padrão próprio.
“Se o governo não deixar claro que essa
tecnologia deverá ser repassada para os fabricantes nacionais, as empresas do
setor vão simplesmente fechar as suas portas”, diz o presidente do Sindicato
das Indústrias de Eletroeletrônica do Vale da Eletrônica de Santa Rita do
Sapucaí (Sindvel), Roberto de Sousa Pinto. Segundo ele, o município abriga
oito das 10 fabricantes nacionais de equipamentos radiotransmissores e
receptores. “Só aqui seriam fechados mais de mil postos de trabalho”, avisa. A
estimativa é de que a substituição do padrão analógico pelo digital vai
demandar investimentos de US$ 500 milhões nas emissoras de rádio AM e FM do
país.
Segundo Rogério de Souza Correia, sócio da
Teletronix, fabricante de transmissores para radiodifusão em FM há 11 anos, que
emprega 40 empregados no chão de fábrica, com salário médio de R$ 900, os
equipamentos que produz são vendidos em todo o território brasileiro, na América
Latina – “do México à Argentina” – e até na Espanha. “O Iboc é um padrão
fechado, se o governo não negociar a transferência de tecnologia para as
indústrias nacionais, estaremos fora do mercado, porque nem sequer sabemos se os
americanos têm intenção de negociá-la”, sustenta. (...)
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O superintendente de Serviços de Comunicação de
Massa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ara Minassian,
explicou durante a reunião da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática que os testes que estão sendo feitos atualmente no País em relação
ao padrão que será adotado para a rádio digital levam em conta o desempenho do
sistema, a robustez quanto a perturbações causadas por ruídos radioelétricos,
e as interferências de outras transmissões analógicas e digitais.
Segundo ele, também são avaliadas a extensão da
área de cobertura; a qualidade áudio-digital; a compatibilidade do sinal
digital com o sistema analógico; e a interferência provocada pelo sinal
digital nas transmissões analógicas existentes.
O debatedor informou que, nos últimos anos, a
Anatel autorizou dez emissoras FM e oito emissoras AM a fazer testes com o
sistema norte-americano, conhecido como In Band On Channel (Iboc). Também foi
dada uma autorização para a Universidade de Brasília (UnB) testar o sistema
DRM para ondas curtas.
Ara Minassian participa da audiência pública
promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática
sobre a implantação da rádio digital no País.
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(...)
O superintendente da Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), Ara Minassian, afirmou que, pelos relatórios
enviados pelas emissoras de rádio à instituição, ainda não é possível escolher
um padrão digital para o país. No entanto, ele mesmo informou que a Anatel já
autorizou dez emissoras FM e oito emissoras AM a fazer testes com o sistema
americano. A Universidade de Brasília (UnB) também foi autorizada a testar o
sistema europeu DRM para ondas curtas, principalmente nas transmissões
voltadas para a Amazônia.
- Os relatórios ainda não permitem qualquer
conclusão por parte da agência - disse Minassian.
Mas a expectativa do governo, já divulgada pelo
ministro das Comunicações, Hélio Costa, no início do mês passado, é de que o
país possa adotar um sistema híbrido no rádio. O padrão americano IBOC para as
rádios AM e FM e o europeu DRM para ondas curtas, que tem maior alcance, podendo
inclusive substituir as transmissões por satélite na região Amazônica.(...)
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BRASÍLIA - A Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel) ainda não tem
condições de indicar o modelo de rádio digital a ser adotado no país, com base
nos testes já realizados por diversas emissoras. Há dois anos, 21 rádios
testam o padrão norte-americano In Band on Chanel (Iboc) e o europeu DRM. Para
a Anatel, no entanto, essas experiências estão incompletas e a Agência pode
pedir novas pesquisas.
Nesta terça-feira, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o
representante da Anatel, Ara Apkar Minassian, defendeu que os testes não
demonstram a possível interferência dos sistemas digitais em rádios com sinal
analógico nem o alcance da freqüência das emissoras com qualquer dos modelos.
A Anatel, explicou, quer garantir que o novo sinal não afetará as rádios
analógicas durante o período de transição.
- Ninguém conseguiu responder se uma rádio analógica, hoje com alcance de 70
quilômetros, cobrirá com o sinal digital essa mesma distância ou se parte dos
ouvintes ficará sem o sinal - afirmou Minassian, que é superintende do Serviço
de Comunicação de Massa da Anatel.
A digitalização, segundo ele, pode tirar emissoras do ar. Por isso defendeu a
importância das pesquisas para a busca de medidas de precaução. Como o alcance
ainda não foi avaliado e “os relatórios não foram apresentados de forma
conclusiva, podemos pedir testes adicionais”.
Na semana passada, a Anatel recebeu relatórios de testes de seis emissoras com
os dois sistemas. Nesta terça, durante a audiência pública, o representante da
Rádio Bandeirantes, Flávio Lara Resende, revelou que com o modelo europeu
(DRM) não é possível manter a transmissão digitalizada na mesma faixa e no
mesmo canal. Ou seja, com a transição o ouvinte poderá não encontrar suas
emissoras favoritas no visor dos aparelhos.
- Depois de dois anos de testes, observamos que os modelos [Iboc e DRM] não
funcionam da mesma maneira. Percebemos que no Iboc dá para operar com a mesma
freqüência tanto no sistema analógico quanto no digital - apontou.
Resende informou ainda que a Rádio Bandeirantes considera o modelo americano
melhor, mas defendeu que a opção não é conclusiva e que a escolha do padrão
deve ser feita sem pressa pelo governo. - Se pudéssemos adiar essa escolha nós
o faríamos - acrescentou.
O resultado dos testes feitos pela Rádio Bandeirantes é referendado pela
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), cujo
representante, Ronald Barbosa, lembrou que a transmissão simultânea (analógica
e digital) com o modelo europeu sofre mais interferência. Quinze emissoras
filiadas à Abert testam os dois sistemas.
Os resultados já apresentados, no entanto, não correspondem à expectativa da
Anatel. - Até onde sabemos, os modelos norte-americano e europeu operam da
mesma forma. Dependendo da configuração, operam na mesma freqüência e no mesmo
sinal - rebateu Minassian, ao informar que outros países obtiveram sucesso nos
testes com o DRM.
Ele disse ainda que devido à falta de subsídios técnicos para os testes podem
ser pedidos novos estudos a instituições de pesquisa e universidades. O prazo
para as emissoras apresentarem os resultados terminaria nesta semana, mas foi
prorrogado e algumas delas só o farão em abril de 2008. Esses resultados irão a
consulta pública. Em agosto, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que
a escolha do sistema digital não será feita antes da entrega e da análise dos
testes com o modelo americano e que não pretende esperar o resultado das
pesquisas com o europeu, que estariam atrasadas.
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Brasília - Pesquisadores e professores da área de Comunicação alertaram na
última semana para os rumos dos testes com rádio digital. Em carta divulgada
pela internet, eles enumeram sete “preocupações” com o processo de escolha do
novo modelo, entre elas a falta de metodologia nos testes e a baixa eficiência
de transmissão no padrão In Band - On Channel (Iboc), defendido pela
Associação Brasileira de Emissores de Rádio e Televisão (Abert).
Em relação aos testes, além de cobrar a
padronização de critérios, os professores afirmam que não estão sendo testados
recursos de interatividade e mecanismos que favoreçam a integração do rádio
com outras mídias. “O que pode significar a perda da possibilidade de
intensificar a participação dos ouvintes na programação das emissoras”, diz o
documento.
Os professores e pesquisadores acompanham,
voluntariamente, testes de emissoras cadastradas à Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel). Há dois anos, cerca de 20 emissoras testam dois
modelos de rádio digital, o norte-americano Iboc e o Digital Radio Mondiale
(DRM). As experiências devem subsidiar a escolha do modelo a ser adotado no
Brasil. No entanto, até agora, a Anatel disse não ter elementos para realizar
uma análise técnicas dos modelos.
No documento, também não faltaram críticas ao
modelo norte-americano Iboc. “Os pesquisadores observaram problemas de
interrupções abruptas do sinal digital em locais onde havia fios de alta
tensão (rede elétrica), prédios e túneis, forçando o aparelho receptor a
transmitir no modelo analógico, com atraso que pode chegar a oito segundos”,
diz o texto.
O professor Luiz Artur Ferraretto, da
Universidade Luterana do Brasil, explica que com esse atraso, chamado de delay,
o brasileiro pode até ter que mudar o hábito de assistir jogos de futebol
acompanhado de seus aparelhos de rádios.
“Nos testes realizados, esse delay significa que
o sujeito verá o gol na frente dele no estádio e ouvirá o grito de gol depois
de seis ou 12 segundos”, disse. Para ele, não existe a necessidade de migrar
de tecnologia antes de ter certeza da qualidade do novos sistema.
Os pesquisadores também destacaram que devido
aos custos do processo de digitalização, rádios educativas e comunitárias
podem ter dificuldades para fazer a transição, já que 50% das emissores
provavelmente terão que trocar os transmissores a válvula por modulares e
adequar a produção radiofônica, com a troca de equipamentos do estúdio, por
exemplo.
Outra preocupação diz respeito ao modelo
proprietário de tecnologia do Iboc. Diferentemente do sistema europeu (DRM), o
norte-americano pode obrigar os radiodifusores a pagarem royalties à empresa
Ibiquity, que administra o modelo. A sociedade civil também alerta para os
altos custos da digitalização. Porém, o Ministério das Comunicações já
sinalizou com financiamento público para a transição.
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Fonte: O Globo Online / Agência Brasil
[07/10/07]
Não há prazo para fim dos testes com rádios digitais, diz Anatel
BRASÍLIA - O prazo para o fim dos
testes com rádios digitais vai depender dos esforços que serão realizados por
cada grupo. A afirmação é do superintendente de Serviços de Comunicação de Massa
da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ara Apkar Minassian, sobre o
tempo que se levará para concluir os testes oficiais de rádio digital dentro da
nova metodologia.
- Se tiver um esforço integrado com universidades, em dois, três meses, é
possível ter, pelo menos, alguma finalização. Porém, o último pedido de
autorização para realização de teste individual foi feito em abril deste ano. Ou
seja, até abril do ano que vem, ainda haverá rádios testando - explica.
Minassian diz não querer gerar expectativas sobre quando os testes oficiais com
os sistemas de rádio digital estarão prontos.
- Hoje, eu não tenho resultados confiáveis - avisa o superintendente. - O
importante é ter resultados confiáveis porque a sociedade internacional vai
olhá-los com lupa e não pode ter furos - afirma.
O superintendente conta que, no processo de escolha da TV digital, "muita gente
questionou o resultado dos testes, mas nós tínhamos tanta confiança que
confirmamos tudo e tínhamos razão. Então você não pode vacilar", diz Minassian.
Para ele, só agora, com a metodologia elaborada, é que o processo de escolha do
sistema digital começa a andar.
- Estamos na estaca, se não zero, incipiente ainda. Recentemente conversamos com
os radiodifusores que têm vontade de prosseguir com os testes e também com as
associações de classe envolvidas.
Segundo Minassian, o prazo final será dado pelo desenrolar dos testes.
- Temos que avaliar com muita cautela esses resultados. Se, na hora de testar,
surgir um imprevisto? É difícil você identificar agora os problemas que vão
surgir - avalia.
O superintendente conta que a maioria da empresas - tanto AM, quanto FM - que
realizaram testes individuais, optaram por testar o sistema americano Iboc. Duas
a três rádios serão escolhidas para fazerem os testes oficiais.
Já o modelo europeu DRM será testado pela Universidade de Brasília (UnB) em
parceria com a Radiobrás. O transmissor já está com a equipe da UnB e será
instalado na estação transmissora da Rádio Nacional, em Brasília. O aparelho
receptor será instalado em um veículo móvel da Radiobrás. Onze rotas distintas
foram traçadas para testá-lo em diversas localidades. Para iniciar os testes, a
equipe aguarda a visita de um técnico alemão que finalizará a instalação dos
equipamentos.
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Fonte: Hoje
[30/10/07]
Sistema digital deve ser testado por três rádios
Nas próximas semanas, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) vai
enviar a duas ou três emissoras de rádio escolhidas a metodologia criada para a
realização de testes com os sistemas de rádio digital.
De acordo com o superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da agência,
Ara Apkar Minassian, a escolha das rádios fica a cargo do setor. “Nós pedimos
que escolhessem, entre eles, quem vai ser o cobaia para estes testes. É mais
fácil do que você impor”. Para tanto, as especificações e metodologia serão
entregues à Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) e à
Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores).
Três principais questões deverão ser avaliadas: a qualidade do sinal, a
abrangência da cobertura e possíveis interferências entre emissoras do sistema
digital sobre o analógico.
O superintendente destaca que concentrar os testes em duas rádios “não significa
que são as duas melhores. Não tem nada a ver. Mas tenho que fazer um teste na
praça de São Paulo porque é crítica. Tenho edifícios altos e um monte de
obstáculos. Se o sistema der certo em São Paulo, a tendência de dar certo em
outras cidades mais planas é muito maior”.
Ele cita também Belo Horizonte e Rio de Janeiro como cidades que têm a
topografia bem diversificada. “Não pretendo remeter para 20 emissoras porque,
quando você abre muito o leque, vai ter resultados dispersos”, acrescenta.
RELATÓRIOS
Há dois anos, a Anatel começou a autorizar emissoras a realizarem testes com
sistema digital. Ao todo, 19 emissoras pediram autorização, no entanto, a Anatel
não sabe dizer quantas efetivamente realizaram testes.
Minassian conta que cada rádio testava o sistema da sua forma e o resultado dos
relatórios entregues à Anatel não responderam a uma série de dúvidas sobre os
sistemas. “Ninguém até agora conseguiu apresentar um resultado concreto, sólido,
que possa dizer o seguinte: ‘Eu usei o sistema e ele me atendeu, não perdeu
cobertura, não gerou interferência nos sistemas analógicos vizinhos’. Ninguém me
apresentou isso”, diz.
A Anatel definiu as metodologias que devem ser usadas pelas rádios nos testes.
Com ela, “vamos tentar fazer isso de forma coordenada”, completa o
superintendente.
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A partir de janeiro, a
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e o Instituto
Mackenzie vão fazer os últimos testes de rádio digital. O trabalho terá
duração de cerca de 40 dias e vai utilizar a tecnologia IBOC
(In-Band-On-Channel). O primeiro teste ocorrerá na cidade de São Paulo e vai
durar 10 dias. Depois, a equipe irá para Ribeirão Preto (SP), onde permanecerá
avaliando a tecnologia pelo mesmo período. Por fim, os testes ocorrerão em
Belo Horizonte (MG). O trabalho será coordenado pelo assessor técnico da Abert
Ronald Barbosa.
- Passaremos um período em cada
cidade, analisando todos os aspectos da transmissão digital. O objetivo é
fazer uma análise profunda do comportamento do sinal, para que o governo tenha
total segurança de optar pela tecnologia - disse Barbosa.
Os técnicos da Agência Nacional
de Telecomunicações (Anatel) serão convidados a acompanhar os testes porque é
importante que todos os passos tenham a concordância da Anatel, explicou
Barbosa. Para a Abert, o IBOC reúne as melhores condições para ser adotado no
Brasil porque é o único padrão capaz de promover a transmissão simultânea, ou
seja, mesmo com o funcionamento da tecnologia digital, o sinal analógico
continuará sendo transmitido.
A expectativa da associação é
que até meados de janeiro do ano que vem os trabalhos sejam concluídos para
serem encaminhados ao governo.
- Vamos solucionar qualquer
dúvida a respeito do IBOC, colaborando com o governo no processo de escolha do
padrão tecnológico - afirmou Ronald Barbosa.
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2008
Fonte: Convergência Digital
O segmento de radiodifusão vai entregar até o
dia 15 de outubro ao ministro das Comunicações, Hélio Costa, e para o
presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Mota Sardenberg, o relatório final
dos testes realizados para adoção de padrão de rádio digital.
A informação foi anunciada pelo presidente da
Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Daniel
Pimentel Slaviero, nesta terça-feira, 23/09, durante coletiva à imprensa para
apresentar a pesquisa do perfil sócio-econômico do serviço de rádio.
Segundo Slaviero, os dados estão sendo
consolidados, mas por exclusão, o padrão que melhor se adaptou para
transmissão de AM e FM foi o sistema norte-americano IBOC
(In-Band-On-Channel). "Com base nos dados dos testes será possível para o
Governo decidir qual será o padrão implementado no país",frisou.
Os testes aconteceram a partir de uma iniciativa
que reuniu a Abert, o Minicom, a Anatel e o Instituto Mackenzie, de São Paulo.
O diretor da Abert, Flavio Cavalcanti, enfatizou que não há no mundo outro
padrão que, hoje, opere com qualidade as faixas de AM e FM.
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Abert quer sistema americano, mas Mackenzie pede
novos testes
O Instituto Mackenzie concluiu os testes sobre o
desempenho do padrão norte-americano de rádio digital Iboc (In Band on
Channel, ou HD Radio) feitos sob a direção do professor Gunnar Bedicks, mas
não recomenda sua adoção pelo Brasil sem que se façam testes comparativos com
outros padrões. Essa é a razão por que o Mackenzie se recusa a assinar o
relatório final dos testes, nos termos solicitados pela Associação Brasileira
de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Defensora ardorosa do padrão norte-americano, a
Abert insiste na adoção dessa tecnologia digital pelo Brasil,
independentemente de qualquer comparação com outros padrões. Para tanto, vai
elaborar relatório final sobre os testes feitos pelo Mackenzie e levar o
documento ao Ministério das Comunicações.
O Instituto Mackenzie não considera correto nem
possível recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos demais com a mesma
profundidade. Os testes de campo do padrão Iboc foram contratados em novembro
de 2007 pela Abert, e foram acompanhados pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) e pelo Ministério das Comunicações.
"Ao fazer esses testes, nossa missão foi avaliar
o desempenho do padrão Iboc, isoladamente, acompanhando os testes que vinham
sendo feitos em várias emissoras em São Paulo, Ribeirão Preto, Cordeirópolis e
Belo Horizonte", diz Bedicks. "Medimos o alcance do sinal digital em
comparação com o sinal analógico, as eventuais interferências, a qualidade da
transmissão e da recepção móvel e fixa, tanto em amplitude modulada (AM) como
em freqüência modulada (FM). Não podemos, entretanto, recomendar a adoção
desse padrão sem compará-lo com outros padrões europeus, como o DRM (Digital
Radio Mondiale) e DAB (Digital Audio Broadcasting)."
Bedicks reitera que o Mackenzie aprova o
objetivo geral de digitalização das emissoras de rádio. "Mas não pode
recomendar o padrão Iboc sem comparar seu desempenho com o de outros padrões.
E não queremos fazer nada de forma apressada, senão corremos o risco de adotar
um padrão que será como a lei que não pega. Além disso, é bom reconhecer que a
digitalização do rádio em todo o mundo está numa fase incipiente, muito menos
avançada do que a TV."
OS TESTES
Os testes de cobertura de área foram feitos com
as Rádios Bandeirantes (FM), Cultura (AM), Ribeirão Preto (FM), Belo Horizonte
(AM) e Cordeirópolis (AM) classe C, ou seja, rádio comunitária. Os resultados
dos testes com emissoras de AM na área da cobertura predefinida mostraram que
o alcance do sinal digital é praticamente equivalente ao do analógico, e a
qualidade, satisfatória.
O padrão Iboc testado permite a transmissão
simultânea do mesmo programa tanto na forma digital quanto analógica, no mesmo
canal de freqüência. É a característica chamada simulcast - que permitirá aos
receptores analógicos sintonizar as mesmas emissoras, durante 10 anos ou mais,
até que todas as rádios encerrem suas transmissões analógicas e passem a
transmitir exclusivamente com sinal digital. Até aqui, o Iboc era o único
padrão que permitia o simulcast.
Esse padrão digital, entretanto, enfrenta alguns
problemas ainda insanáveis, como o atraso de 4 a 8 segundos do sinal digital
em relação ao analógico. Quando o sinal digital perde intensidade e não é
recebido, entra o analógico. Ao retornar, o sinal digital está atrasado alguns
segundos em relação ao analógico, causando a repetição de trechos já ouvidos.
Pior do que isso é o consumo excessivo de
baterias dos receptores digital, que torna praticamente impossível o uso de
receptores portáteis. Essas limitações parecem ser de todos os padrões de
rádio digital existentes atualmente e, talvez, só venham a ser superadas com a
evolução tecnológica futura.
O professor Gunnar Bedicks acha essencial que o
Brasil compare o desempenho do padrão norte-americano com os padrões europeus
DRM e DAB. Até porque a versão DRM-Plus também permite a transmissão simultânea
de programa analógico e digital no mesmo canal, tanto em AM como em FM, conforme
foi demonstrado no evento International Broadcasting Conference (IBC), realizado
há duas semanas em Amsterdã. (...)
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Como se vê, claramente, nem mesmo nos Estados
Unidos e na Europa o rádio digital está aprovado. O Brasil está atento a tudo
isso e só tomará uma decisão quando ela for tecnicamente correta e atender o
interesse público. A demora não é nossa. O rádio digital, mesmo nos países de
origem, tem ainda muitos problemas que precisam ser solucionados antes de
tomarmos uma decisão que terá um impacto direto nas comunicações, na indústria
eletroeletrônica e principalmente nas políticas públicas de inclusão digital.
Por outro lado, como fez na decisão da TV Digital, o Governo Brasileiro não
escolherá “um sistema de rádio digital até o fim de 2008″, como diz
equivocadamente a articulista. Vamos indicar as ferramentas que devem compor a
arquitetura do rádio digital. Na verdade, entre outras exigências, já amplamente
divulgadas, o sistema terá de contemplar a transmissão em FM e OM, no mesmo
canal, cobrir todas as zonas de sombras do rádio analógico, dar à indústria
brasileira acesso aos detalhes técnicos do padrão, promover a transferência de
tecnologia e não ter custo para o rádio-ouvinte.(...)
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2009
Fonte: Coluna Circuito -
Convergência Digital
[21/05/09]
TV Digital: Brasil pode ter o quarto padrão mundial reconhecido pela UIT -
por Cristina De Luca
Há pelo menos dois anos, André Barbosa, assessor especial da Casa Civil da
Presidência da República, bate na mesma tecla: usar o mesmo processo de escolha
da TV Digital para o rádio digital, envolvendo universidades e indústrias nos
testes, além dos radiodifusores, para análise abrangente e proposição e
incorporação de possíveis melhorias técnicas adequadas ás necessidades
brasileiras. E isso, agora, tem uma chance real de acontecer, com as decisões do
Minicom de ampliar por seis meses os testes tanto com o sistema americano,
quanto com o sistema europeu, para tirar a melhor proposta em conformidade com a
realidade brasileira, e de lançar a consulta pública de 90 dias para ouvir a
população.
"Nenhum dos padrões de rádio digital existentes hoje no mundo teve sucesso
comercial. Todos têm algum problema sério de cobertura, interferências,
excessivo consumo de baterias dos receptores, e por aí vai... "Isso abre para
nós uma oportunidade, como tivemos com a TV Digital. A academia precisa
participar mais ativamente desse processo", explica Barbosa, que por muitas
vezes já revelou sua preocupação com as possíveis conseqüências da adoção de um
padrão de rádio digital ainda sujeito a essas intempéries, capazes de trazer
muito mais conseqüências negativas do que benefícios às emissoras e aos
ouvintes.
Com chapéu da Casa Civil, Barbosa continua defendendo a criação de um grupo
incumbido de testar e comparar os resultados das tecnologias DAB (Inglaterra),
HD Radio e IBOC (americanas), ISBD-T (Japão) e DRM (européia), com participação
majoritária de cientistas e acadêmicos da Universidade brasileira e do CPqD.
"Os testes que serão feitos agora, em São Paulo, já são um grande avanço", diz
Barbosa. "Agora precisamos envolver a indústria. Você acredita que há 11 anos
não fabricamos rádio no Brasil, com exceção dos rádios para automóveis? Não
podemos deixar de escolher o melhor padrão e empregar todos os esforços para
reduzir custos na sua implantação". Além disso, o padrão IBOC não é totalmente
aberto. Já o europeu, diz ser. essa é uma outra questão que, a exemplo do que
aconteceu com a TV Digital, deve pesar na balança.
Embora os radiodifusores tenham pressa na definição do padrão de transmissão
digital de rádio e defendam o americano IBOC (In-band on Channel), da empresa
iBiquity, a verdade é que ainda não há elementos técnicos suficientes postos na
mesa que permitam uma a melhor escolha para o país, considerando todos os
segmentos envolvidos.
O principal argumento dos radiodifusores a favor do IBOC é que ele permite o
simulcast – a transmissão analógica e digital na mesma banda de freqüência, sem
necessidade de um novo canal. Mas, em ondas médias, apresenta sérios problemas
de propagação, com áreas de sombra maiores do que as que são observadas hoje no
sistema analógico, segundo testes realizados no ano passado pelo Universidade
Mackenzie. "Eles farão testes agora com o padrão europeu, DRM, que, no mundo, é
o que tem apresentado melhores resultados", afirma Barbosa.
Nos corredores do congresso da Abert, em Brasília, é possível esbarrar com um
dos membros da delegação europeia especializada no padrão, que veio ao país
especialmente para acompanhar os testes.
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Fonte: Geek
[22/09/09]
Ministro das Comunicações pretende adotar padrão Europeu de Rádio Digital -
por Matheus Gonçalves
Senadores contestam e pedem explicações.
Em entrevista à Rádio do Senado, o Ministro das Comunicações Hélio Costa disse
ter informações suficientes para considerar que o Brasil pode adotar o Sistema
Digital de Rádio no padrão Europeu, ainda em 2009.
Entre as vantagens de se adotar um padrão digital de rádio, Costa citou a
melhoria da qualidade do sinal e a possibilidade de uma mesma Rádio transmitir
vários programas distintos usando a mesma freqüência.
Duas opções estão em fase de estudo : O padrão dos EUA, denominado IBOC (In Band
on Channel) e o padrão Europeu, chamado DRM (Digital Radio Mondiale). Ambos são
métodos de transmissão de rádio digital e analógico com sinais simultâneos que
usam a mesma freqüência, funcionando com sinais AM e FM. A vantagem do padrão
DRM, segundo o Ministro, é que ele também trabalha com ondas curtas. Segundo o
site oficial deste sistema, por enquanto as bandas contempladas estão abaixo dos
30Mhz, mas já existe um projeto que visa atingir 174MHz. A conclusão dessa
melhoria está prevista para o final de 2009.
Costa se declarou convencido a adotar o padrão Europeu: “Depois das informações
que eu comecei a receber do sistema DRM, acho que agora já dá pra se tomar uma
decisão até o final do ano.” – afirmou o Ministro.
Essa declaração vai contra o que era defendido por ele mesmo até 2006. Segundo
notícia publicada no site FNDC no dia 18 de outrubro deste ano, o ministro
dizia-se “absolutamente convencido de que o sistema americano para o rádio
digital é o melhor”.
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Fonte: Tele.Síntese
[29/09/09]
Hélio Costa recoloca o Iboc na disputa pelo padrão de rádio digital - por
Lúcia Berbert
Os testes com o sistema europeu de rádio digital devem começar nas
próximas semanas, em São Paulo. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio
Costa, a decisão final sobre o padrão sairá depois de novembro, quando acaba o
prazo da consulta pública para os testes.
Além do sistema DRM (Digital Radio Mondiale), da Europa, o Brasil testou o
norte-americano, o Iboc (In Band on Channel), por dois anos, mas que apresentou
problemas de interferências. Além do mais, o sistema Iboc não trabalha com Ondas
Curtas (OC), essenciais para atingir a região amazônica.
Já o sistema europeu, que trabalha com OC, ainda não obteve a homologação da
transmissão em FM pela UIT (União Internacional de Telecomunicações). “Acho que
eles conseguem a homologação em poucos meses, assim como os norte-americanos
podem resolver as questões das sombras nas transmissões, verificadas nos
testes”, disse Costa, recolocando o sistema Iboc na disputa.
Segundo Costa, a maioria das grandes emissoras de rádio já possui o equipamento
para o sistema Iboc, o que apressaria a implantação desse sistema no país. Ele
avalia que a implantação do sistema europeu demore pelo menos um ano. “Para
fazer um processo democrático, aberto, temos que assegurar as mesmas condições
que oferecemos aos americanos. Eles [os europeus] terão que fazer os testes e
mostrar que o sistema DRM é bom”, disse.
Iboc
Os testes realizados com o sistema Iboc, sob a coordenação da Abert (Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), demoraram dois anos, porém, o
trabalho foi reprovado pela Universidade Mackenzie, que reúne os maiores
especialistas de rádio digital no Brasil. Além de não transmitir em OCM, o
padrão norte-americano também ainda não superou os problemas das “sombras” nas
transmissões em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Além disso,
não foi solucionada a questão referente a royalties, já que é um sistema
proprietário.
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Fonte: A Rosa dos Reis
Engenharia de Radiodifusão
[24/11/09]
Testes com o padrão europeu de rádio digital serão iniciados em 30/11 - por
Eng.º André Ippolito Bouças
Finalmente os testes com o padrão europeu DRM (Digital Radio Mondiale) terão
início na próxima semana. Após atrasos devido à burocracia e autorizações para
entrada e permanência no território nacional, os equipamentos já estão prontos
para serem instalados e testados em São Paulo. A entidade que realizará as
medições será o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro), que foi designado pelo Governo Federal como o responsável
pela padronização da rádio digital em âmbito nacional, conforme notícia
veículada na
página do INMETRO, em 25/09/2009.
A escolha do padrão de rádio digital vem sendo discutida e tem sido alvo de
muitas críticas por parte dos radiodifusores brasileiros por ter apresentado,
até o momento, testes realizados apenas com o padrão americano HD Radio,
resultados estes que têm sido muito criticados pela insuficiência de dados para
a tomada de decisão. Apesar de alguns radiodifusores e fabricantes levantarem a
hipótese da criação de um padrão brasileiro de rádio digital, o padrão europeu,
que teve sua eficiência já comprovada no sistema de Ondas Curtas, tem agora a
oportunidade de testar seu novo padrão, englobando a faixa de FM, o padrão DRM+
e a faixa de AM com o DRM.
Assim como o padrão americano, o padrão europeu traz a oportunidade de uma
competição mais justa entre as rádios AM e FM, já que os padrões permitem a
inclusão de novas emissoras dentro da mesma faixa de frequência e tornam o som
de ótima qualidade e livre de interferências, além de outros benefícios através
da digitalização. Depois do padrão americano não ter alcançado o sucesso
esperado para a faixa de AM, a realização dos testes com o padrão europeu tornam
o processo mais democrático e justo e dá sobrevida aos radiodifusores de AM até
a escolha definitiva do padrão.
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