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Janeiro 2010 Índice Geral do BLOCO
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13/01/10
• 1ª Confecom (61) - "O que pode mudar no setor, depois da Confecom?" + Comentário de Rubens Alves
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
Enquanto aguardamos o retorno do Márcio
Patusco de merecidas férias, registramos esta matéria:
Fonte: Telebrasil - Origem: Tele.Síntese
[08/01/10]
O que pode mudar no setor, depois da Confecom? - por Lia Ribeiro Dias
Para os recém-chegados, sempre bem-vindos!
O participante e engenheiro Marcio Patusco fez um precioso trabalho de
acompanhamento da 1ª Confecom em nossos fóruns.
Não somos jornalistas e não competimos com nenhum órgão da mídia mas é preciso
deixar a modéstia de lado e dizer que os participantes da ComUnidade
acompanharam a gestação e a realização da Conferência, na "primeira fila". :-)
Tudo está registrado neste website capitaneado pelo Márcio:
1ª Confecom
Como sempre, nosso objetivo é apresentar aos leitores e participantes dos Grupos
uma diversidade de fontes e de pontos de vista para que cada um forme sua
opinião. E colecionar matérias para os nossos "arquivos implacáveis"... :-)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
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Fonte: Telebrasil - Origem: Tele.Síntese
[08/01/10]
O que pode mudar no setor, depois da Confecom? - por Lia Ribeiro Dias
Nota da Telebrasil:
Com o título acima, a experiente jornalista e publisher Lia Ribeiro Dias
publicou no Plantão tele.Síntese, de 8 de janeiro último, matéria analítica
referente à Conferencia Nacional de Comunicações – Confecom –, que definiu como
"um grande fórum democrático".
Um dos pontos cruciais, em destaque na matéria, é "a banda larga como serviço
público".
Veja, aqui, o texto na íntegra.
A Tele.Síntese é uma parceria da TELEBRASIL
Antes de mais nada, a 1ª Conferência Conferência Nacional de Comunicações (Confecom),
realizada entre 14 e 17 de dezembro, em Brasília, foi um grande fórum
democrático onde representantes da sociedade civil, do empresariado e do governo
discutiram temas polêmicos, excluídos da pauta nacional desde a Constituinte de
1988. Também deliberaram sobre questões relacionadas à democratização das
comunicações no país. Desse encontro, todos saíram se declarando vitoriosos,
apesar da polarização das posições, especialmente na discussão das chamadas
questões sensíveis. O setor de telecomunicações, representado pela Telebrasil,
que compareceu com uma bancada de 416 delegados, não foi exceção à regra.
Na avaliação de Cesar Rômulo, secretário executivo da Telebrasil e um dos
comandantes da delegação, o setor de telecomunicações saiu fortalecido da
Confecom. Não só porque participou ativamente dos trabalhos, enquanto outros
setores empresariais, sob liderança da Abert, abandonaram a Confecom ainda na
fase preparatória, mas porque, juntamente com a Abra (entidade da qual
participam Bandeirantes e Rede TV!), foi capaz de negociar com as demais
delegações e construir espaços de consenso. “Isso só foi possível porque nos
organizamos internamente, participamos da fase preparatória nas conferências
estaduais e regionais com mais de 1.400 delegados, apresentamos nossas teses.
Quem imaginava que poderia passar o rolo compressor sobre nós se surpreendeu com
a nossa participação”, comemorou César Rômulo, destacando que o apoio das
operadoras fixas e celulares foi vital para a organização do processo. E os
delegados do setor votaram unidos, orientados por um comando bem azeitado e
estrategicamente colocado em pontos do auditório. Também Walter Ceneviva,
vice-presidente da Rede Bandeirantes e representante da Abra, destacou os
resultados e a performance de sua delegação. Aliás, reivindicação da Abra sobre
critérios de votação nas comissões quase levou os trabalhos de abertura da
Confecom ao impasse, superado após longas negociações.
Banda larga, como concessão
Como as resoluções aprovadas na Confecom não têm caráter deliberativo, sua
implementação pelo Executivo (no caso de medidas que podem ser encaminhadas via
decreto) ou pelo Legislativo (as que requerem mudanças na legislação ou
aprovação de novas leis) vai depender do poder de pressão dos que apoiam as
teses aprovadas. No caso do setor de telecom, a resolução que pode ter uma
repercussão de curto prazo é o enquadramento da banda larga como serviço
público. Levada pelos delegados da sociedade civil, a proposta foi aprovada com
o voto dos empresários. “Votamos pelo Brasil”, resume César Rômulo, embora
reconheça que esta não é uma questão totalmente pacífica entre as empresas. Para
que a resolução vire realidade, basta um decreto presidencial reenquadrando o
serviço. E, a partir daí, a edição de regulamentação que defina as áreas de
concessão, as obrigações de universalização dos concedentes, os critérios de
participação no leilão. E de que banda larga estamos falando? Só a oferecida por
rede fixa (pares de cobre e cabo) ou também a banda larga móvel?
A complexidade do tema vai demandar um aprofundamento dos debates. Nada indica,
pelo menos até agora, que o grupo de trabalho encarregado de traçar as
diretrizes do Plano Nacional de Banda Larga, que será apresentado ao presidente
Lula antes do carnaval, vá definir essa questão de imediato. Até porque se a
transformação da banda larga em serviço público for pré-condição para o
lançamento do Plano, ele não acontece em 2010. Mas se o governo decidir
transformar já a banda larga em serviço público, contará com o apoio da
Telebrasil. “A população entende a banda larga como serviço público, mesmo não
sendo, e cobra isso das operadoras”, resume um executivo de uma concessionária
para explicar porque é melhor que o serviço seja reenquadrado.
A grande vitória da Telebrasil, apoiada pela Abra e por setores do governo, no
entanto, foi impedir a aprovação da proposta de separação estrutural das redes,
também defendida pela sociedade civil. Enquadrada como questão sensível, a
proposta caiu por não conseguir o quórum necessário de 60% mais um. Se ganhou
aí, a entidade perdeu na redução de tributos para a banda larga, embora o
plenário tenha deliberado que esse serviço é um direito fundamental do cidadão.
Essa incoerência entre as duas votações indica a enorme desconfiança que a
sociedade civil tem em relação à ética das operadoras, uma vez que a desoneração
se reflete imediatamente no bolso do consumidor. Outro sintoma dessa situação,
que deve obrigar o setor a uma profunda reflexão sobre sua imagem frente à
sociedade civil, foi o fato de a Confecom também negar o uso dos recursos do
Fust, pelas operadoras, para a massificação da banda larga. Sob a palavra de
ordem “O povo não é bobo, o Fust é do povo”, os delegados da sociedade civil
derrubaram a proposta dos empresários.
Rumo à convergência
Teses importantes do setor de telecom e da fatia do setor de radiodifusão
presentes à Conferência, como a convergência de serviços, também foram
aprovadas, com amplo apoio da sociedade civil. A convergência deve orientar o
futuro marco regulatório, mas essa convergência deve se dar, como observa Celso
Schroeder, coordenador executivo do Fórum Nacional de Democratização da
Comunicação, dentro de um arcabouço legal que proteja a radiodifusão brasileira,
o conteúdo nacional e as expressões regionais. Ou seja, a Confecom ratificou os
princípios que orientam o PL 29, já aprovado pela Comissão de Ciência e
Tecnologia da Câmara dos Deputados, que unifica a legislação de TV por
assinatura no país, permite que as operadoras de telecom prestem este serviço e
estabelece medidas de proteção ao conteúdo nacional. A defesa da construção de
um Estado digital e do avanço dos serviços de governo eletrônico, especialmente
em áreas vitais como educação e saúde, foram outras conceitos incorporados nas
deliberações da Confecom, o que representa, na visão de César Rômulo, um avanço
importante na conceituação do novo Estado de bem estar social. O conceito de
parceria público-privada também foi incorporado nas resoluções, embora muitos
embates tenham girado em torno da hegemonia das empresas privadas na prestação
de serviços de telecomunicações, de um lado, e da concentração da prestação de
serviços de banda larga por uma estatal forte, de outro.
Ao lado da convergência de meios e serviços, Schroeder destaca como principal
avanço da Conferência a proposta de criação de um Conselho Nacional de
Comunicação, ligado ao Executivo, que seja um espaço de controle público da
mídia. Amplamente criticado pelos donos dos veículos de comunicação, a ideia do
Conselho atende a uma antiga reivindicação do movimento social, também apoiada
pelos setores empresariais presentes à Confecom. “Não se trata de instituir
censura, mas de garantir que os meios de comunicação cumpram seu objetivo
social. Pensamos que o controle público é formado de espaços transversais, a
partir de um marco regulatório democraticamente constituído, nos quais
participam representantes da sociedade civil, das empresas e do Estado. As
empresas não estão acostumadas com isso, e confundem controle social com a falta
de liberdade de expressão. O que não podemos admitir é o que ocorre agora,
quando a liberdade de expressão é tutelada por uma empresa, por um setor, por
uma visão de mundo. Isso sim é autoritário e antidemocrático, porque inclusive a
concessão pública, que é uma concessão do espectro eletromagnético, não pode ser
apropriada por uma parte, apenas, seja ela de direita, ou de esquerda. Temos
exemplos pelo mundo todo, à direita e à esquerda, do desastre que é para a
democracia, para a humanidade, quando tais setores se atribuem a verdade
absoluta”, explica Shroeder.
Mais importante do que as resoluções aprovadas, foi a realização da Confecom, em
si, avalia Schroeder. Rômulo concorda que a experiência permitiu criar espaço de
diálogo entre os vários segmentos, que estabeleceu-se uma convivência de debate
franco e de respeito às posições divergentes. “Certamente, depois da Confecom
estamos em um novo patamar”.
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de Rubens <rublst@mandic.com.br>
responder a wirelessbr@yahoogrupos.com.br
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 13 de janeiro de 2010 11:05
assunto RE: [wireless.br] 1ª Confecom (61) - "O que pode mudar no setor, depois
da Confecom?"
Minha opinião estritamente pessoal: não creio que mude muita coisa, vai
continuar tudo +/- o mesmo. Acredito que o governo promove essas discussões
meramente para funcionar como "válvula de escape" à pressão exercida por
conhecidos grupos barulhentos de esquerda (que se arvoram no direito de
representar a sociedade civil), e não como uma real intenção de governo de
colocar em pratica as ideias muitas vezes completamente retrógradas desses
grupos.
Mesmo ideias que parecem boas, como a banda larga publica, são ideias que nada
devem à Confecom, já estavam sendo estudadas e até implementadas muito antes da
Conferencia.
A banda larga publica vai acontecer (ou não) INDEPENDENTE da existência da
Confecom.
Na verdade eu ate mesmo espero que a maior parte das "decisões" da Confecom não
vinguem mesmo, porque, para variar, elas incluem muito daquele lixo autoritário
do
pessoal de esquerda, como a insistente ideia fixa de controlar os meios de
comunicação (algo simplesmente abominável e inadmissível numa sociedade que se
pretende democrática!!!), bem como aquela velha e detestável ladainha morrenta
que meios de comunicação TEM QUE TER função social (como se televisão e radio
não fossem na verdade meios de ENTRETENIMENTO -- ideia que a esquerda, claro,
abomina).
Penso que o presidente Lulla, ao contrario das cabeças do seu partido PT, é um
democrata, e nunca permitiria que essas ideias impopulares de controle dos meios
de comunicação pelo Estado vingue. Deixem as emissoras fazerem o que sabem
fazer, que é entreter, e os jornais fazerem o que sabem fazer, que é informar.
Se os petistas não estão satisfeitos com isso, que criem suas emissoras e
jornais simpatizantes às suas ideias chatinhas e vão então à luta competir em
audiência com quem sabe fazer tv e jornal. Isso sim, seria democrático.
Rubens Alves
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