BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade
WirelessBrasil
Janeiro 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
21/01/10
• Rádio Digital (58) - O prazo da "Consulta" terminou dia 17 mas a "novela" continua
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
01.
Recebi algumas mensagens de
participantes recém-chegados, intrigados com as atividades comunitárias. :-)
Sobre este assunto costumo repetir algumas ladainhas e uma delas está
aqui: Sobre
os debates em nossos Grupos.
Quem for conferir, por favor, anote esta atualização: hoje somos 4812 participantes, somados os efetivos dos dois Grupos vinculados. Mesmo sabendo que alguns participam dos dois fóruns, o número é bastante significativo!
Quando eu e alguns membros nos ocupamos de "atividades e programas governamentais" relacionados à nossa área de atuação, isto se dá em prosseguimento à uma tradição na ComUnidade de fazer um acompanhamento crítico "não para detonar mas para ajudar a dar certo".
Como a "campanha" eleitoral de 2010 está nas ruas e na mídia há um bom tempo, isto pode confundir os recém-chegados: acompanhamos e criticamos, não raro com alguma contundência, mas sem fazer política partidária.
"Rádio Digital" é um desses assuntos.
02.
No dia 17 próximo passado terminou o segundo prazo da "consulta" batizada pelo Minicom de "Aviso
de Chamamento Público
nº 1/2009" publicado em 22 de maio de 2009, para realização de
"experimentos com sistemas de rádio
digital nas diversas faixas de frequência das respectivas modalidades (OM, OT,
OC e FM) do Serviço de Radiodifusão".
Sabe-se, pela mídia, que o Aviso de Chamamento Público nº 1/2009 foi planejado para introduzir novamente o "sistema europeu" DRM na competição.
03.
Em 11 de dezembro de 2008 a ABERT entregou ao ministro (em
cerimônia pública) o
relatório dos testes a cargo do Instituto Mackenzie sobre o IBOC
"Com cerca de 500 páginas, o documento é resultado de nove meses de trabalho de
campo e análise de especialistas do Instituto e da própria entidade".
Como já citei inúmeras vezes, independente do
conteúdo, considero a conclusão deste relatório "sob suspeição".
E explico, transcrevendo trechos de "posts" anteriores.
Nas "Festas" de 2008, o Ministro veio à publico
e, em
artigo do próprio punho,
desistiu do Rádio Digital.
Eis um "recorte":
(...) Os mais recentes testes do rádio digital, realizados
na cidade de São Paulo pela Universidade Mackenzie, concluíram, em julho último,
que o IBOC, em ondas médias, apresenta sérios problemas de propagação, com áreas
de sombra maiores do que as que são observadas no sistema analógico. (...)
No site da ABERT encontrei o
Relatório de Rádio Digital,
em formato PDF.
Recorto das "Conclusões":
(...) Os resultados alcançados pelo padrão IBOC nos testes
realizados no Brasil, nos permitem concluir que ele é adequado à necessidade
premente de digitalização das estações brasileiras. (...)
E também recorto das "Recomendações":
(...) A principal recomendação ao final deste trabalho é
que seja adotado o padrão de transmissão IBOC no Brasil, tanto para AM quanto
para FM, permitindo às emissoras colocarem a tecnologia digital nas suas
transmissões.(...)
O Relatório esta assinado por Engª TEREZA DE
MACEDO MONDINO, TM Consultoria em Telecomunicações Ltda; Prof. GUNNAR BEDICKS,
Instituto Presbiteriano Mackenzie e Engº RONALD SIQUEIRA BARBOSA, Associação
Brasileira de Emissoras de Radio e Televisão.
A "desistência" do ministro Costa e a "condenação" do IBOC foram feitas com
pleno conhecimento deste relatório!
Constatação: O Instituto Presbiteriano
Mackenzie que "não considerava correto nem possível
recomendar um padrão sem conhecer o desempenho dos demais com a mesma
profundidade" mudou de ideia e assinou o relatório.
O conceito e a credibilidade do Instituto exigem uma explicação pública!
04.
Especulemos.
"Condenado" o IBOC, tornou-se necessário sacar do baú o "plano B", no caso o
"europeu DRM (alguns questionam este termo pois "europeu" seria o DAB enquanto o
DRM seria, como o nome já adianta, "mondiale", ou seja, de um consórcio
mundial).
Assim, o tal "Aviso de Chamamento Público
nº 1/2009" permite a volta do DRM ao páreo.
A possibilidade desta "consulta" foi aventada em março de 2009, a
publicação deu-se em maio, mas consta que os testes do DRM começaram realmente
em novembro.
Não há noticias sobre um novo teste do "condenado" IBOC no âmbito desta
"Consulta/Aviso".
E seria razoável esperar que fosse testado novamente. Se não foi, então é
razoável considerar que continua "condenado"! Elementar... :-)
As escassas notícias, no entanto,
dão conta
que a ABERT continua pressionando pelo adoção do IBOC:
"Ronald Siqueira Barbosa, engenheiro técnico da Associação Brasileira de Rádio e
Televisão (Abert), ficou surpreso com a possível escolha do modelo europeu de
rádio digital. “A gente continua optando pelo modelo americano. Ao optar por uma
tecnologia, temos que levar em conta vários fatores: ter receptores no mercado,
facilidade de acesso e tecnologia de transmissão. O americano é o melhor”,
afirmou".
O próprio ministro, em setembro de 2009, em pleno andamento da "consulta"
inaugurou uma rádio IBOC em Uberlândia!
Na época, comentei: "O
ministro Costa aparentemente faz um jogo duplo e continua devendo muitas
explicações à sociedade, pois não deixa de ser um funcionário do povo!!!"
Hoje, especulações de bastidores informam que
nada mudou e que os testes com O DRM servem apenas como termo de comparação para
se poder optar pelo IBOC, independente de suas falhas.
Logo vamos descobrir...
05.
Lamento ter lido esta declaração:
"Para Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o mais importante é
decidir rapidamente. “O principal é definir logo. As redes AM dependem muito de
ter a digitalização para ter qualidade semelhante à FM”, ressaltou."
Lamento e discordo.
Não há nenhum dado ou informação que comprove que o Brasil tenha necessidade
urgente de implantar o "Rádio Digital", a toque de caixa.
O que sabemos é que o ministro Calixto da Costa e o Sr. Pimentel Slaviero, da
ABERT, estes sim, estão "muito, muito necessitados"!
06.
Até o momento, podemos dizer que todo este processo está eivado de escusos
interesses comerciais e contaminado por relações espúrias entre membros do
governo e representantes empresarias. É um escândalo! É uma vergonha!
A escolha de um padrão para o Rádio Digital é mais uma decisão que se pretende
tomar sem amplo debate e que a Academia, o Congresso e a Sociedade continuam
sendo solenemente ignoradas.
Lembro que não estou sozinho nesta opinião:
(...) Há pelo menos dois anos, André Barbosa, assessor especial da Casa Civil da
Presidência da República, bate na mesma tecla: usar o mesmo processo de escolha
da TV Digital para o rádio digital, envolvendo universidades e indústrias nos
testes, além dos radiodifusores, para análise abrangente e proposição e
incorporação de possíveis melhorias técnicas adequadas ás necessidades
brasileiras (Fonte:
Universidade Presbiteriana Mackenzie).
(...) "Nenhum dos padrões de rádio digital existentes hoje no mundo teve sucesso
comercial. Todos têm algum problema sério de cobertura, interferências,
excessivo consumo de baterias dos receptores, e por aí vai... "Isso abre para
nós uma oportunidade, como tivemos com a TV Digital. A academia precisa
participar mais ativamente desse processo", explica Barbosa, que por muitas
vezes já revelou sua preocupação com as possíveis conseqüências da adoção de um
padrão de rádio digital ainda sujeito a essas intempéries, capazes de trazer
muito mais conseqüências negativas do que benefícios às emissoras e aos
ouvintes.
Com chapéu da Casa Civil, Barbosa continua defendendo a criação de um grupo
incumbido de testar e comparar os resultados das tecnologias DAB (Inglaterra),
HD Radio e IBOC (americanas), ISBD-T (Japão) e DRM (européia), com participação
majoritária de cientistas e acadêmicos da Universidade brasileira e do CPqD.(...)
07.
Transcrevo abaixo estes artigos e notícias recentes:
Fonte: Blog de Sidney
Rezende
[19/01/10]
Termina prazo de consulta pública para rádio digital brasileiro - por Luiz
André Ferreira
Fonte: Correio Braziliense
[20/01/10]
Rádio digital no Brasil deverá ter padrão europeu Governo estaria propenso a
adotar o modelo, mas a Abert prefere o sistema americano - por Karla Mendes
Fonte: Baixaqui
[12/01/10]
2010, o ano da Rádio Digital no Brasil - por Felipe Gugelmin
Fonte: Observatório do Direito à ComUnicação
[07/01/10]
Rádio digital no País está entre os EUA e Europa - por Gerusa Marques -
Agência Estado
Blog Radio Base Urgente
[07/01/10]
Definição de sistema de rádio digital continua indefinido - Redação Portal
IMPRENSA
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
---------------------------
Fonte: Blog de Sidney
Rezende
[19/01/10]
Termina prazo de consulta pública para rádio digital brasileiro - por Luiz
André Ferreira
Encerrou essa semana o prazo da consulta pública aberta pelo Ministério das
Comunicações para apresentações de propostas e discussões sobre o modelo a ser
adotado no processo de digitalização do rádio brasileiro.
"A consulta pública teve o prazo de seis meses que foi prorrogado por mais seis
e, agora, venceu. A expectativa do mercado é de que essa decisão venha a ser
tomada ainda no governo Lula para que o rádio brasileiro venha a entrar na Era
da modernização por que vive o mundo inteiro. " explica Ronald Siqueira -
Engenheiro-técnico da Associação Brasileira de Rádio e televisão.
Ao contrário da televisão, cujo processo de implantação do sistema digital
completou dois anos em dezembro, o mercado de rádio caminha a passos lentos
desde 2007.
Segundo especialistas o calcanhar de Aquiles é o alto custo, seguido pelas
dificuldades em atender satisfatoriamente a todas as faixas. Por isso, estuda-se
ainda a possibilidade de que dois modelos possam ser implantados: o americano (In-band
on-channel - IBOC) para AM e FM, e o europeu, para Ondas Curtas.
O último prazo dado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, para definição
tinha sido fevereiro, para que fosse anunciado pelo presidente Lula. Pelo andar
da carruagem, o prazo, não deve ser cumprido já que, segundos técnicos,
necessitam ser realizados novos testes. Segundo dados do Ministério das
Comunicações, atualmente existem 4,3 mil emissoras comerciais e 3,8 mil rádios
comunitárias.
------------------------
Fonte: Correio Braziliense
[20/01/10]
Rádio digital no Brasil deverá ter padrão europeu Governo estaria propenso a
adotar o modelo, mas a Abert prefere o sistema americano - por Karla Mendes
Tudo indica que o governo brasileiro vai adotar o modelo europeu de rádio
digital. O prazo para a entrega do relatório final dos testes com a tecnologia
europeia de radiodifusão terminou na segunda-feira e, segundo um funcionário do
alto escalão do governo, o anúncio deve ocorrer em fevereiro. Segundo a fonte, o
ministro das Comunicações, Hélio Costa, ficou impressionado com a qualidade das
transmissões tanto em FM quanto em AM, consideradas “muito satisfatórias”. Outra
vantagem do modelo europeu, segundo o funcionário, é que cada aparelho receptor
de rádio digital é praticamente uma central multimídia, que permitirá não só a
transmissão de áudio, mas também a de imagem.
“Com a adesão ao sistema europeu, a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e a
Rádio Nacional vão poder fazer transmissões para o país inteiro”, destacou a
fonte. Os testes com o Digital Radio Mondiale (DRM), denominação técnica do
modelo europeu (leia quadro) foram feitos em São Paulo. Agora, serão executados
também em Belo Horizonte. Quando a transição do modelo de rádio analógico para
digital começou a ser discutida, a tendência era que fosse escolhido um padrão
norte-americano. Porém, como os testes detectaram muita interferência nas
transmissões em AM, a tecnologia teria sido abandonada.
Ronald Siqueira Barbosa, engenheiro técnico da Associação Brasileira de Rádio e
Televisão (Abert), ficou surpreso com a possível escolha do modelo europeu de
rádio digital. “A gente continua optando pelo modelo americano. Ao optar por uma
tecnologia, temos que levar em conta vários fatores: ter receptores no mercado,
facilidade de acesso e tecnologia de transmissão. O americano é o melhor”,
afirmou. Ele observa que no europeu existe essa dificuldade, pois há menos de
100 estações em operação no mundo. “Nossa preocupação é que o modelo europeu
está aprovado desde 2003 e não deslancha nem na Europa.”
Preço
Outra preocupação da Abert é com o custo. Enquanto os equipamentos de
transmissão do modelo americano custam cerca de US$ 35 mil, o europeu fica entre
US$ 70 mil e US$ 90 mil. Barbosa alerta ainda que essa proporção deve ser
repetir para os receptores, ou seja, o rádio que o consumidor ouve. “Essa é a
nossa preocupação. Rádio é o produto mais barato do mundo que usa
radiofrequência. Só no Brasil, são cerca de 250 milhões”, pondera.
Arthur Luis Cardoso, gerente das rádios dos Diários Associados no Distrito
Federal, observa que as emissoras terão que fazer grandes investimentos e
questiona até que ponto eles trazem retorno para as empresas. “Com exceção do
Japão — onde além de a população ter uma renda alta, há um forte consumo de
tecnologia —, nos lugares onde a rádio digital foi implantada não houve aumento
de audiência para as emissoras”, compara. Para Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, o mais importante é
decidir rapidamente. “O principal é definir logo. As redes AM dependem muito de
ter a digitalização para ter qualidade semelhante à FM”, ressaltou.
----------------
Fonte: Baixaqui
[12/01/10]
2010, o ano da Rádio Digital no Brasil - por Felipe Gugelmin
Novo sistema de radiodifusão oferece uma maior qualidade de recepção, além de
permitir que emissoras transmitam vários programas simultaneamente.
Quando os primeiros testes com o rádio digital começaram no Brasil, em 2005, a
perspectiva é que ainda naquele ano diversas emissoras estariam adaptadas ao
novo sistema e já seria possível encontrar à venda aparelhos adaptados à
tecnologia.
Fora algumas notícias pouco animadoras, pouco se ouviu falar de rádio digital
até o ano de 2007, em que mais uma vez surgiu a promessa de que, em pouco tempo,
as transmissões digitais já seriam algo comum. O que se seguiu desde então foi
um longo período de testes, e mais um longo período sem que houvesse notícias
sobre a implementação da tecnologia do país.
Apesar das perspectivas desanimadoras que a falta de notícias pode trazer, tudo
indica que 2010 será o ano em que a rádio digital vai decolar no país. Foi o que
anunciou no final de 2009 o ministro das Comunicações, Hélio Costa, em reunião
com empresários e dirigentes de associações de radiodifusão. Segundo o ministro,
até metade de fevereiro deve ser anunciado qual o sistema de rádio que deverá
ser adotado pelo Brasil.
Problemas na definição do padrão
O principal obstáculo para a adoção do rádio digital em grande escala no Brasil
está na definição de qual deve ser o padrão adotado pelas emissoras e
fabricantes de equipamentos. Assim como aconteceu com a televisão digital, o
governo tem a opção de adotar um entre diversos padrões de transmissão
diferentes, cada um com pontos fortes e fracos que devem ser considerados antes
de uma decisão.
Os principais concorrentes na briga para definir qual o padrão de rádio digital
que deve ser implementado no Brasil são o sistema norte-americano IBOC (In-Band-On-Channel)
e o europeu DRM (Digital Radio Mondiale). Apesar de em essência oferecerem os
mesmos serviços para o usuário final, a diferença na qualidade de transmissão de
sinais AM e FM ainda gera dúvidas e incerteza para as emissoras brasileiras.
Enquanto em 2007 tudo indicava que o IBOC seria escolhido por sua versatilidade,
que permite enviar sinais analógicos e digitais de maneira simultânea, os testes
realizados com o sistema mostraram que a qualidade das transmissões AM ficava
aquém do esperado. Já o sistema DRM se mostrou competente na transmissão de
ondas curtas, mas faltavam testes que comprovassem sua eficiência quando sinais
FM são enviados.
Dessa forma, para que houvesse tempo de as emissoras testarem o padrão DRM, a
decisão sobre o futuro das transmissões digitais no Brasil teve de ser adiada
novamente. Após testes exaustivos, a expectativa é que em 2010 finalmente deve
surgir a palavra final sobre o tema.
Quais as diferenças entre o IBOC e o DRM?
O IBOC, também conhecido como Radio HD, tem como principal atrativo a
possibilidade de transmitir sinais híbridos, que transportam as informações
tanto de maneira digital quanto analógica utilizando a mesma frequência. Ou
seja, quem não possui um receptor digital poderá receber o sinal da emissora
através dos velhos aparelhos que só trabalham com o sinal analógico.
A desvantagem do IBOC está na transmissão do sinal AM, que tende a apresentar
uma série de ruídos, e na transição do sinal analógico para o digital. Como os
aparelhos compatíveis com a tecnologia são compatíveis com os dois sinais, há
uma troca automática para o sinal analógico quando há problemas de recepção do
sinal digital.
O problema surge pelo fato de haver um intervalo de oito segundos entre a
transmissão dos dois sinais. Ou seja, caso o usuário esteja captando o sinal
analógico e mude para o digital, terá de ouvir novamente toda a programação
transmitida nos últimos oito segundos, o que representa um grande problema em
áreas de instabilidade da recepção do sinal.
O DRM é utilizado principalmente para a transmissão de sinais AM e apresenta
ótimos resultados no que diz respeito à qualidade de recepção. Esta tecnologia
também representa uma utilização melhor das frequências disponíveis, o que
permite que mais emissoras transmitam programações diferentes no espectro de
ondas disponível.
Assim como o IBOC, o DRM é capaz de transmitir tanto sinais analógicos quanto
digitais de maneira simultânea, e tem como vantagem exigir menos investimentos
por parte dos rádiodifusores para ser implementado. Porém, como é concentrado na
transmissão de sinais AM, ainda há incerteza sobre a eficiência da tecnologia na
transmissão de rádios FM.
Um fator que pode influenciar na decisão tomada pelo governo é o investimento
feito por várias emissoras no padrão IBOC. Como desde 2005 tudo apontava que
esta seria a tecnologia padrão adotada pelo Brasil, vários empresários quiseram
se adiantar às novas transmissões e jáinvestiram nos equipamentos necessários
para acompanhar a novidade.
Dessa forma, não será surpreendente se o padrão for adotado mesmo que o DRM se
mostre uma alternativa viável para a transmissão de sinais FM. Isso porque a
opção pelo formato europeu significaria que grupos poderosos teriam de investir
novamente na compra de equipamentos, e todo o investimento feito no sistema IBOC
teria sido em vão.
O que muda com a rádio digital?
Assim como acontece nas transmissões de televisão pelo sinal digital, a
principal mudança que pode ser notada automaticamente pelos usuários está na
qualidade do sinal recebido. Enquanto as transmissões de AM ficam com qualidade
semelhante à das emissoras FM analógicas, é possível obter áudio semelhante ao
de CDs nas transmissões de sinais FM pelo método digital.
Além de representar um ganho na qualidade de áudio, a transmissão de sinais
digitais também pode representar o fim dos chiados e falhas. Ao contrário das
transmissões atuais, que utilizam sinais analógicos deteriorados facilmente
devido a interferências externas, o sistema digital divide o sinal enviado em
várias porções, tornando-o mais resistente à ação de impedimentos como condições
atmosféricas e obstáculos geográficos.
Além de permitir uma recepção mais clara das informações enviadas, a divisão dos
sinais permite investir em diversas programações simultâneas transmitidas pela
mesma frequência. Ou seja, o usuário poderia optar entre ouvir a transmissão de
um jogo ou continuar ouvindo músicas, sem ter que trocar de rádios. Isso só para
citar uma das possibilidades.
O sinal digital traz mais versatilidade para as transmissões radiofônicas
tradicionais ao transformar o rádio em um meio multimídia, assim como a
televisão ou a internet, por ser capaz de enviar textos e imagens para os
aparelhos receptores. Dessa forma, enquanto o narrador de um programa fala sobre
um acontecimento, podem-se ver fotografias tiradas no local, enquanto o leitor
do aparelho mostra um texto com a previsão do tempo, por exemplo.
E o rádio analógico, como fica?
Mesmo representando ganho de qualidade na recepção da programação e uma maior
diversidade de conteúdo, o rádio analógico ainda carrega alguns fatores que
podem assustar quem pretende fazer a transição. Assim como na transição para a
televisão digital, será preciso comprar aparelhos totalmente novos para receber
os sinais radiofônicos digitais.
Como ainda se trata de uma tecnologia nova, naturalmente o preço destes
aparelhos é proibitivo, ainda mais levando em conta que não são produzidos em
território nacional. Como atualmente é possível comprar rádios do sistema
analógico por poucos reais em qualquer estabelecimento, seria um verdadeiro tiro
no pé realizar a transição de maneira descuidada.
Felizmente, o governo decidiu que a transição do sistema analógico para o
digital não terá nenhum prazo máximo como acontece para os aparelhos de
televisão, que até 2016 terão de obedecer ao novo padrão. Ou seja, não é preciso
se preocupar em guardar dinheiro desde já para comprar um novo equipamento, já
que as rádios analógicas tendem a permanecer no ar durante muitos anos.
------
E você, o que pensa sobre a rádio digital? Não deixe de
escrever sua opinião em nossa seção de comentários.
Comentário selecionado
Vinícius Giesbrecht Carreira Couto em 18/1/2010 às 19:43h
O rádio digital tá vindo para melhorar a qualidade de recepção e tem a
possibilidade de receber dados da emissora como nome da música e cantor, placar
de jogos, condições climáticas e movimento em rodovias através de um pequeno
display. O padrão primeiramente escolhido foi o iboc pois era o único dos
padrões existentes no mundo na época que transmitia em AM e FM e não precisaria
de alocação de outra faixa de frequência pois transmitia na mesma banda do sinal
analógico, 200khz para FM e 10 ou 20 khz para AM. Porém o padrão americano não
funciona bem para o am além de ser um padrão proprietário devendo os
radiodifusores pagarem royaltes para a empresa ibyquiti americana. O padrão drm
europeu é livre. Agora que já foi desenvolvido e já testado na frança a
transmissão em FM, ficando a partir daí sem desvantagens para o padrão iboc não
tem dúvidas de que o padrão drm é o melhor. O que pesa mais agora é a questão
dos grandes radiodifusores já terem investido no iboc. Vamos ver se o ministro
hélio costa, mesmo sabendo que o DRM é melhor vai ter "peito" para adotar como o
padrão para o Brasil! Acredito que sim pq ele já tá cheio desse pessoal que
estuda e não define nada e a ABERT querendo controlar tudo e manipular as ações
em busca de dinheiro. chega! chega! chega de corrupção! chega de querer olhar o
próprio umbigo sem pensar na sociedade! Vamos se não esse Brasil nosso vai
continuar como está!
---------------------------------------------
Fonte: Observatório do Direito à ComUnicação
[07/01/10]
Rádio digital no País está entre os EUA e Europa - por Gerusa Marques -
Agência Estado
Brasília (AE) - A televisão digital já completa dois anos em operação no País,
desde a sua inauguração na cidade de São Paulo, em dezembro de 2007, mas o rádio
ainda aguarda uma definição do governo sobre qual sistema digital será adotado
no Brasil. A disputa está entre o padrão americano - preferido pelas emissoras -
e o padrão europeu, ainda em fase de testes no Brasil.
A estimativa mais recente, feita em setembro pelo Ministério das Comunicações,
era de que o anúncio da decisão seria feito pelo governo até dezembro, mas não
há perspectivas de quando a escolha será feita. As emissoras de rádio tinham
optado pelo padrão dos Estados Unidos, sob o argumento que dá para manter na
mesma frequência tanto o sinal digital quanto o analógico, sem precisar de um
novo canal, como ocorre no caso da TV.O governo, porém, foi pressionado a pensar
melhor sobre a questão, em virtude dos problemas detectados no padrão americano,
como interferências entre sinais digitais e analógicos e redução no raio de
alcance das emissoras.
A escolha de um padrão digital para o rádio - veículo que tem uma história de
mais de 80 anos no Brasil - vem sendo discutida pelo governo desde 2007, quando
a tendência era a de se optar por um sistema híbrido. Assim, seria escolhido o
padrão americano para as emissoras AM e FM e o europeu para as emissoras de
ondas curtas, que atendem principalmente à região amazônica.
A decisão é importante pela dimensão que o rádio tem no Brasil, presente em
quase 90% dos domicílios do País. O principal ganho com a digitalização será a
melhoria na qualidade do som e da recepção, com o fim dos chiados. A nova
tecnologia permite que a rádio AM fique parecida com a FM, preservando o longo
alcance, e a rádio FM terá um som igual ao de um CD.
No sistema digital, o rádio também passa a ter algumas funções de texto, como
informar no painel do aparelho o título da música e o nome do cantor e do
compositor. As emissoras também passarão a oferecer outros serviços de texto,
como informações de trânsito, localização, previsão de tempo e resumo das
notícias do dia. Esses serviços agregados também poderão ser fontes de novas
receitas para as emissoras, com a venda de anúncios.
No Brasil, existem 4.339 rádios comerciais e 3.865 rádios comunitárias, segundo
dados de novembro do Ministério das Comunicações.
Das emissoras comerciais, 2.425 são FM, 1.774 são AM, 74 operam em ondas
tropicais e 66 em ondas curtas.
A expectativa de técnicos do setor é de que no prazo de um ano após a decisão
pelo governo, todas as capitais e grandes cidades do País terão pelo menos uma
emissora transmitindo em sinal digital. A partir do segundo ano, o rádio digital
começaria a ser instalado em cidades de médio porte, até chegar ao interior. A
estimativa é de que entre cinco e dez anos, o rádio digital estará em todo o
Brasil.
A indústria, por sua vez está de olho na possibilidade de troca dos 200 milhões
de aparelhos em funcionamento no País, o que reaqueceria o mercado. Entre estes
aparelhos, estão desde o radinho de pilha até os equipamentos mais sofisticados,
como os que vêm incorporados a aparelhos de home theater, por exemplo.
Um importante mercado para a expansão do rádio digital é a indústria
automobilística, uma vez que os novos veículos já sairiam da fábrica com o
aparelho digital. O prazo previsto pela indústria é de cerca de um ano entre a
definição das especificações até a colocação do produto na prateleira.
No caso das emissoras, a estimativa é de que serão necessários, em média, 90
dias depois da definição do padrão para a compra e instalação de equipamentos.
Assim como foi feito no caso da TV digital, o governo estuda a liberação de
linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), para financiar a troca de equipamentos de transmissão pelas emissoras.
----------------------
Blog Radio Base Urgente
[07/01/10]
Definição de sistema de rádio digital continua indefinido - Redação Portal
IMPRENSA
A implantação do sistema de rádio digital no Brasil, em discussão desde 2007,
ainda aguarda parecer do governo sobre o modelo a ser adotado, entre o padrão
norte-americano e o europeu. O anúncio da opção governamental deveria sair em
dezembro de 2009, mas foi adiado em virtude de problemas decorrentes de um dos
sistemas em disputa.
O padrão norte-americano é visto como o preferido entre as emissoras do setor,
sob o argumento de que possibilita a manutenção freqüências tanto no sinal
digital quanto analógico. Porém, no último ano, foram levantados problemas no
sistema, como interferência em sinais e redução do raio de alcance.
Segundo informou a Agência Estado, o debate sobre a implantação do sistema
digital de rádio existe desde 2007 e, na época, via-se como preferência a adoção
de um padrão híbrido: americano para as emissoras em AM e FM e europeu aos
veículos de ondas curtas.
Além da melhoria na qualidade do som, com a diminuição de ruídos na freqüência,
o sistema digital de rádio também possibilita ao ouvinte verificar funções de
texto, como nomes de músicas e informações de serviço nos painéis dos aparelhos.
A expectativa é de que no prazo de um ano após a decisão do governo, as capitais
e grandes cidades do país passem a contar, pelo menos, com uma emissora
transmitindo em sinal digital. No segundo ano, o serviço chegaria a localidades
de médio porte, até ingressar no interior. Em cinco anos, na avaliação do
governo, o sistema estará em todo o Brasil.
Em meio à adoção do sistema de TV digital, que completou dois anos em dezembro
de 2009, o mercado de rádio continua aquecido.Segundo dados do Ministério das
Comunicações, atualmente existem 4,3 mil emissoras comerciais e 3,8 mil rádios
comunitárias.
----------------------------------------
Essa foi a última notícia que conseguimos encontrar sobre a digitalização do
rádio. Do jeito que a coisa está, vai ficar tudo no analógico mesmo. Que
confusão, hein? Me parece que a solução é o padrão híbrido, mas de outra forma:
o sistema americano (Iboc) para as emissoras de FM e o europeu (DRM) para as
médias - que hoje o pessoal chama de AM - e ondas curtas, embora não há
comprovação total da eficácia de ambos.
Mas não se preocupe com essa exímia sopa de letrinhas. Se nem os técnicos do
governo parecem entendê-las, imagine nós, pobres ouvintes mortais. O Ministério
das Comunicações disse que em 10 anos desativaria os sinais analógicos de VHF da
TV - canais 2 ao 13 - e deixaria apenas sinais digitais em UHF - canais 14 ao
69. As emissoras já estão fazendo a sua parte. Os fabricantes e as lojas, mais
ou menos. O governo do Presidente Lula garantiu que iria subsidiar a fabricação
de conversores digitais para TVs analógicas. Resultado: ninguém se interessou
muito em fabricá-los. Preferiram produzir tela de LCD, Plasma, etc de 30, 40, 50
polegadas, já com o conversor, entrada de DVD, Blue Ray, CD, e o escambau.
Quem tem dinheiro ou crédito na praça, acaba comprando. Quem não tem, se vira
com o "tela plana" de 20 polegadas analógico mesmo, ou coisa mais antiga. Nenhum
fabricante - por má, boa fé ou mesmo burrice - Se aventurou em fazer um modelo
mais simples, de 20 polegadas ou menos com menos traquitanas, que pegasse
somente canais digitais. Ao contrário.Quiseram logo "agregar valor" em vez de
simplesmente oferecer algo pouco mais do que uma "commodity". Os fabricantes de
parabólica - que não são trouxas nem nada - já criaram um receptor pra sinais
digitais vindos do céu (dizem que é bem melhor que os transmitidos do chão). Os
serviços de tv por assinatura a cabo e por satélite, também.
Só fiz essa pequena explanação sobre TV só para dizer que, se o governo adotar
esta resolução - ou a minha sugestão - nós poderemos ficar conhecidos como o
"país do híbrido jeitinho", já que o sistema de transmissão em cores também é
híbrido (uia!). Originalmente, ele é alemão (PAl G) de 625 linhas de resolução.
Acontece que, quando instalaram a TV em preto e branco, o sistema era americano
e tinha a resolução de 525 linhas. Na época do Presidente Geisel, o governo
militar que estava xavecando os alemães ocidentais para conseguir a tecnologia
de enriquecimento de urânio para a Usina de Angra dos Reis, resolveu adotar o
padrão alemão de transmissão em cores, mas como os aparelhos seguiam outro
padrão (americano), transformaram o PAL G em PAL M. Ou seja, as TV fabricadas no
Brasil SÓ FUNCIONAM AQUI. Se for pra fora, para qualquer outro país, só vai
receber o sinal em preto e branco. Parece que, com a TV Digital, o governo Lula
resolveu seguir o padrão japonês, sem invencionices. Assim espero.
Para sistema analógico do rádio, que eu saiba, não inventaram nenhuma "hibridice"
em termos técnicos. De qualquer forma, não há motivo para desespero. Se nem lá
fora, o rádio digital provou que realmente é bom substituto para o que temos
hoje, por que ter pressa, não é mesmo? Deixem americanos e europeus queimarem
suas pestanas e descobrirem o que funciona melhor. Depois, se um dos dois der
certo, a gente vê qual instala aqui.
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010 | Enviado por Marco Ribeiro às 03:37
[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil