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Julho 2010 Índice Geral do BLOCO
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13/07/10
• Telebrás, Eletronet e PNBL (277) - Leitura de linhas e entrelinhas do noticiário + Artigo: "Para especialistas, novo estatuto da Telebrás beira a ilegalidade"
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
Retorno ao tema "Telebrás com PNBL", lendo
com atraso um "caminhão" de matérias indicadas pelo "Alerta do Google".
Acompanhamos o tema "Telebrás" desde 2007. Este procedimento não é, "pelamordeDeus",
:-) um processo crítico casuístico, de período eleitoral.
Copiando o José Dirceu na crise do mensalão até poderia dizer que "repilo"
:-) insinuações de simpáticos e cordiais participantes de ser de "direita", de "oposição" e do "PSDB". :-))
Brincadeiras à parte, vou emitir algumas opiniões baseado na leitura das linhas
e entrelinhas do noticiário, processo que aprendemos aqui com o ex-participante
Leonardo Araújo "owner" do Blog
Insight - Laboratório de Ideias,
que continua na sua prática, mas sempre puxando brasas enormes para a sardinha
Telebrás.
Um Plano ou Projeto de Banda Larga de âmbito
nacional nunca constou das intenções do atual governo como "vontade política" de
atender os anseios da sociedade.
O tema voltou a ser cogitado "seriamente" com a proximidade do ano eleitoral, como eventual
"combustível de campanha".
O Sr. Rogério Santanna, funcionário do Ministério do
Planejamento, impulsionou esta ideia para concretizar seu sonho dourado de
presidir a Telebrás, estatal em processo de extinção.
Santanna, escandalosamente legislando em causa própria, tanto fez que conseguiu
seu intento.
Neste processo, picado pela mosca azul, considerando-se possuído por um poder
que não tem, na esteira de uma conjuntura favorável e com retaguarda da Casa
Civil, Santanna fez desafetos, para não dizer inimigos, dentro e fora do governo.
Vitorioso na sua ambição, terminou por "levar" a Telebrás, uma empresa que nada produz,
envolvida em escândalos e enredada em processos judiciais e trabalhistas.
Santanna "está presidente" mas seus inimigos e desafetos continuam por aí...
Lembrando Machado de Assis, bem que poderíamos adaptar: "Ao vencedor Santanna, a Batatobrás"...
Por enquanto, Santanna desfruta a glória fugidia de presidir uma "estatal" mas suspeita-se
que é apenas um "boi de piranha", sendo preparado para bode expiatório caso a
Telebrás não vingue como gestora do PNBL.
Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir sabe que o PNBL, até o momento, é
apenas um conjunto de intenções.
A Telebrás, na verdade, ainda não foi concretamente reativada: trocou de
presidente, teve cancelada
uma antiga portaria do Minicom que determinava estudos para sua extinção, foi citada no tal PNBL criado por
um decreto facilmente alterável e mudou seu estatuto "beirando a ilegalidade", que ainda não foi aprovado. Ufa!
O Sr. Santanna, com toda a retaguarda de um Ministério de Planejamento e com o
apoio ostensivo da "super-Casa Civil" não conseguiu planejar um Plano (Ops!)
:-)
Sua arrogância e sua ideia fixa pela Telebrás o impediram de alargar os
horizontes e trabalhar com todos os atores do processo, teles e governos
estaduais.
Minha opinião é que este funcionário público não reúne as mínimas condições de
presidir uma estatal do porte que se pretende para a Telebrás; suas únicas
credenciais são uma desmedida ambição e a carteirinha do PT.
Acabo de ler novamente a matéria sugerida pela
nossa Flávia Lefèvre em seu "post":
O futuro
da Telebrás e da comunicação de dados no Brasil
Vale conferir a entrevista que Rogério Santanna concedeu à Revista Teletime ("O
novo player").
Uma enorme falação mas nada de concreto; pelo contrário, lá estão expostas, nas
palavras do próprio Santanna, todas as dificuldades de concretização da
reativação da Telebrás.
Mas aceito plenamente que meu julgamento de
leitor possa
estar errado.
E torço para que o Sr. Santanna acabe por reunir as condições para exercer sua
presidência. Todos conhecem o fato de que alguns funcionários desacreditados
eventualmente "crescem" em novas funções desafiadoras.
O Sr. Santanna poderia começar a exercitar sua presidência "escancarando" a atual Telebrás:
- Quais são suas pendências jurídicas e trabalhistas?
- Como sobreviveu por tanto tempo sem produzir nada, só de aplicações
financeiras, como se sabe pela mídia?
- Qual o salários dos seus executivos?
- Qual a real situação da fibras da Eletronet, quais trechos estão apagados e
acesos, o que está sob administração da "massa falida" e que parece não estar
disponível para o governo no momento.
Por falar em Eletronet, as estatais detentoras das redes de fibras pretendidas
pela Telebrás não estão gostando nada deste assunto. Consta que a oposição será
muito forte na continuação do processo.
Sobre o próprio Santanna é preciso que ele mesmo tome a iniciativa de declarar
seus bens, sua eventual posição como acionista da Telebrás, seu salário na
empresa e sua situação no Ministério do Planejamento, se continua recebendo como
funcionário ou não, e quanto.
Não, não é exagero, é preciso muita transparência neste momento.
O Sr. Santanna precisa sair da "zona de conforto" da falação e começar a
trabalhar, arrumando a casa. E parar de dizer, o que faz há 60 dias a cada nova
entrevista, que vai "funcionar" dentro de 60 dias. Talvez por isso a
Anatel vai lhe devolver 60 funcionários... :-) [Ver
matéria de hoje lá no final]
Acrescento que no próximo dia 26 vencem os primeiros 60 dias conforme
registro da mídia.
Soube quando estive em Brasília mas ainda tive oportunidade de repercutir:
consta que a primeira providência da nova Telebrás será buscar uma nova sede,
talvez um prédio próprio...
Até o momento o "PNBL com Telebrás" não teve
condições de se utilizado na "campanha" pois não tem nada de concreto.
Esta é outra crítica interna que se faz ao Sr. Santanna: não conseguiu fazer, em
tempo útil, um Plano para ser usado no palanque.
Esta "pequena incompetência", no entanto, contribuiu totalmente para ampliação
do debate e isto também não estava nos planos do governo que agora está
pressionado para fazer um projeto viável e executável.
Na expectativa de que algo aconteça para turbinar o palanque é preciso que o PNBL continue no noticiário;
mas a mídia já demonstra cansaço de repercutir tanta falação vazia.
Em termos eleitorais, por enquanto, o PNBL vai se configurado com um "tiro no
pé".
A inauguração do "Fórum Brasil Conectado" aconteceu sem a presença do presidente
Lula, apesar de fartamente anunciado pela mídia.
Esta mesma mídia não gastou uma linha sequer para comentar a ausência
presidencial mas pode-se especular que houve decisão de evitar a exposição às criticas
de toda ordem.
Já comentei que este "Fórum Brasil Conectado" é para "inglês ver".
Discordo da nossa Flávia Lefèvre - e fico preocupado - quando ela opina (...)
ao contrário das críticas feitas pelas associações que representam as
concessionárias, o processo de construção do PNBL será democrático. (...)
O Fórum Brasil Digital foi concebido exatamente
com este propósito: simular um "processo democrático" já que o PNBL foi
elaborado nos meandros tortuosos do Planalto, a portas fechadas.
Não preciso escrever muito sobre isto pois o próprio Cezar Alvarez se encarrega
de não deixar dúvidas neste
artigo do Convergência Digital, do qual recorto:
(...)
Para o coordenador do programa de Inclusão Digital do governo federal, Cezar
Alvarez, a mudança foi para marcar o Programa Nacional de Banda Larga. O Forum
também tem prazo determinado de vida - até o dia 31/12, em função da troca de
governo - tem eleição presidencial em outubro. (...)
Lembro que a previsão é que se reúna a cada dois meses. Agosto, outubro e
dezembro de ano eleitoral? Até parece...
Recorto ainda de
outro artigo do Convergência:
(...) "O governo não vai abrir mão de suas prerrogativas", afirmou Alvarez.
Ainda assim, ele espera que os participantes do Fórum apresentem propostas
("queremos posicionamentos, não comentários") e destacou que a instância não
funcionará como assembleia, uma vez que "não haverá votação". Em resumo,
explicou o Fórum como instrumento para a “busca de consensos e a diluição ou
entendimento dos dissensos”.
Nesse esforço, Alvarez sustentou que a participação exigirá “paciência, boa
vontade, espírito público e espírito cidadão”. Mas não havendo expectativa de
que a instância possa provocar modificações significativas no que já foi
delineado pelo PNBL, resta ao Fórum, o papel também já antecipado pelo
próprio Alvarez, de legitimar o projeto para que ele se transforme em política
de Estado, sobrevivendo, portanto, a qualquer que seja o resultado das
eleições presidenciais deste ano. (...)
Como consumidor e contribuinte fico preocupado quando uma entidade como a Pro
Teste, de reputação ilibada na defesa dos interesses do sociedade, faz uma
adesão tão rápida à este projeto polêmico. Creio que é preciso uma avaliação
mais criteriosa, particularmente sobre a reativação da Telebrás, não "em tese"
mas com os pés no chão, bem firmes no mundo real da conjuntura eleitoreira, da
competência do governo, do aparelhamento e da
competição no mercado.
Nós, consumidores, vamos pagar a enorme conta da reativação polêmica de uma
estatal: quem vai nos defender?
Consta ainda que o Sr. Santanna não está satisfeito com o tipo de gestão que se
pretende dar ao PNBL.
Além da presidência da Telebrás tudo leva a crer que ele queria também a gestão
do Plano mas, ao contrário do que propala a mídia, a entidade gestora é o Comitê
Gestor do Programa de Inclusão Digital – CGPID, uma verdadeira salada de
ministérios e secretárias. (ver "post"
sobre o CGPID). Quem quer faz, quem não quer reúne uma comissão... diz a
sabedoria popular.
Se dormirem no ponto, Santanna vai acabar levando também a batata do CGPID...
Está cotado para compor o conselho de Administração da Telebrás o Sr. Cezar
Alvarez, que atua há muito tempo como coordenador de inclusão digital do
governo.
Não tenho conhecimento de nada que desabone este servidor mas, na minha opinião,
não há setor mais desarticulado que o da inclusão digital.
Em 2008 fiz uma série de mensagens sobre o tema e
numa delas
listei os programas em execução. Não mudou muito a não ser o acréscimo de novos
programas, sem uma coordenação central para evitar superposições e distorções.
O blog
Insight - Laboratório de Ideias
faz uma declaração estarrecedora, como sendo uma vantagem deste "PNBL com
Telebrás", que dispensa maiores comentários:
(...) Além da provável indicação de Barbosa para a ANATEL, há notícias da
ocorrência de um "pente fino" nos nomes ligados ao PMDB que ainda se encontram
na Telebrás. A idéia seria deixar o PNBL e, principalmente, a Telebrás livres de
qualquer "ruído" político, ou seja, orientados unicamente pelo partido
majoritário do governo, sem qualquer possibilidade de interferência política dos
demais partidos da coligação.
Avocando a si e ao seu partido a indicação dos principais responsáveis pelo
planejamento, pela execução e pela normatização/controle das políticas e ações
de banda larga, e destinando-lhes os seus mais competentes e reconhecidos nomes
(ao invés de políticos), o governo não deixa dúvidas sobre o tamanho da
musculatura que pretende dar ao setor a partir desse segundo semestre.(...)
Como disse, sem comentários a não ser a súplica: Valham-me Deus e Nossa
Senhora!
Como disse mais acima, precisamos e muito dos órgãos de defesa do consumidor para... nos defender, sô!
Já citei que a mídia demonstra um certo cansaço
mas o tema continua quente em alguns sites, fóruns e blogs de especuladores e
ativistas, que estão começando a se digladiar...
O "Insight" criticou o AFDN que o teria criticado; até me inscrevi lá para
conferir... mas ainda não achei por falta de tempo :-)
Se este PNBL for para valer, devemos ajudar a dar certo mas sem deixar de
criticar. Não há com ser contra um PNBL sério, honesto e não eleitoreiro.
Mas, por enquanto, continuo me opondo veementemente à reativação da Telebrás.
Transcrevo mais abaixo esta matéria recebida via "Alerta Do Google": (Confesso
que minha atenção foi atraída mesmo por ter sido criticada pelo Blog
Insight - Laboratório de Ideias...
:-))
Fonte: InfoMoney Origem: Infomoney
[29/06/10]
Para especialistas, novo estatuto da Telebrás beira a ilegalidade
Vale conferir!
Matéria de hoje:
Fonte: Convergência Digital
[13/07/2010]
Governo estuda prazo de transição para funcionário da Telebrás - por Luiz
Queiroz
Para fechar esta mensagem é preciso lembrar que a Oi não desistiu de gerir o PNBL...
De qualquer modo aí estão o PNBL e a Telebrás.
Pretendi neste "post" aterrissar um pouco o tema para contrabalançar o
auê da mídia pautada, com intenção explícita de estimular o acompanhamento do
tema e meditação, para formação da opinião.
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
---------------------------------
Fonte: InfoMoney Origem:
Infomoney
[29/06/10]
Para especialistas, novo estatuto da Telebrás beira a ilegalidade
SÃO PAULO - Na última quarta-feira (23), o Conselho da Telebrás (TELB4) aprovou
a proposta de reforma do estatuto social da companhia, cuja minuta agora deverá
passar por assembleia geral e pelo Ministério das Comunicações. De acordo com o
documento, a Telebrás poderá abrir novas subsidiárias pelo Brasil, ampliar
participação em companhias do setor e prover serviços de conexão de banda larga
para usuários finais em regiões de difícil acesso.
Para Carlos Ari Sundfeld, professor de Direito Administrativo do curso de
Direito da Fundação Getúlio Vargas, o novo estatuto da Telebrás é ilegal.
Sundfeld, que participou do processo de criação de Lei Geral de Telecomunicações
em 1997, explica que o conflito acontece justamente entre o novo estatuto e a
lei que rege o setor.
Privatização e reestruturação
Antes do processo de privatização do setor de telecomunicações no Brasil, a
Telebrás atuava como holding, conforme a lei de criação da estatal, a Lei 5.792,
de 1972. De acordo com essa lei, a Telebrás estava autorizada a prestar serviços
de telecomunicações, desde que por empresas subsidiárias, e para tanto a
companhia tinha autorização para a criação de tais companhias.
A LGT, explica o professor da GV, "mudou essa história, porque determinou a
reestruturação e privatização da Telebrás". Naquela época, aponta Sundfeld, já
existia a preocupação de deixar, nessa mudança de modelo, uma empresa que
pudesse renascer e destruir toda a proposta de privatização do setor.
Por isso, a Lei Geral das Telecomunicações determinou as medidas que seriam
adotas na reestruturação da Telebrás, que visavam, posteriormente, sua extinção.
Assim, foi revogada, por contradição com a lei anterior, a autorização que a
companhia tinha de criar subsidiárias e de ser sócia minoritária de companhias
privadas. A lei também previa apenas redução, e não aumento, de capital.
Mudança teria que ser feita no Congresso
"A Telebrás só tem autorização para fazer as medidas de reestruturação previstas
na LGT, e todas apontam para a privatização e extinção da companhia", resume o
professor da FGV. Sundfeld lembra que esses dispositivos podem ser alterados,
mas apenas com apresentação de um projeto de lei no Congresso.
Para os professores do curso de Direito Digital e das Telecomunicações da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, é "um absurdo" supor que um estatuto de
empresa pudesse ditar a agenda do Congresso Nacional. "O Congressio Nacional
manda, e a Telebrás deveria obedecer", declararam os professores.
Para o professor de Direito Administrativo da FGV, no entanto, "aparentemente o
Governo não está querendo mandar plano nenhum ao Congresso". Embora a empresa
corra o risco de ser contestada judicialmente e ser obrigada a parar de atuar
porque sua situação é ilegal, caso o novo estatuto seja aprovado, Carlos Ari
Sundfeld acredita que o Governo, na verdade, tem mais interesse em criar um fato
eleitoral e explorar politicamente o Plano Nacional de Banda Larga do que
efetivamente reativar a empresa.
Nem licitações, nem consumidor final
"O governo não tem projeto. Os números são vagos, os objetivos são incompatíveis
entre si", declara o professor. Além do conflito com a Lei Geral de
Telecomunicações, o novo estatuto da Telebrás também se choca com a lei que a
rege desde sua criação. Na lei 5.792, a empresa está expressamente proibida de
prover serviços ao consumidor final, podendo atuar apenas através de
subsidiárias.
Durante 25 anos, isso funcionou, mas agora a Telebrás não pode atender ao
consumidor final e nem pode criar subsidiárias. Por último, a empresa também não
pode ser contratada diretamente pelo governo, sem licitações, aponta o professor
da GV. A Lei das Licitações permite que empresas estatais criadas anteriormente
à lei (que data de 1993) sejam contratadas para prestar serviços ao governo sem
licitação. Embora tenha sido criada em 1972, o que a adequaria à regulação, a
Telebrás não está autorizada a prestar serviços ao Governo, e para isso teria,
mais uma vez, que criar uma subsidiária.
Mesmo que essa subsidiária não estivesse em conflito com a LGT, a nova empresa
teria sido criada após a lei, e por isso não poderia prestar serviços ao governo
por contratação direta. Mais uma vez, alerta Carlos Ari Sundfeld, seria
necessário uma nova lei. "É uma medida juridicamente frágil", alerta o
professor, e a empresa poderia até mesmo ser impugnada, por solicitação das
companhias privadas de telecomunicação.
Investimento monstro
Além de colocar em dúvida a legalidade do novo estatuto, Sundfeld questiona
também o "investimento monstro" que seria necessário para criar uma rede
paralela a que as operadoras privadas já têm, pois para prestar serviços ao
usuário final, a Telebrás teria que ampliar a rede atual, que une as regiões do
País, para cada cidade e posteriormente fazer uma capilarização para cada prédio
público, cada órgão governamental que se pretende atingir, conclui Carlos Ari
Sundfeld.
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Fonte: Convergência
Digital
[13/07/2010]
Governo estuda prazo de transição para funcionário da Telebrás - por Luiz
Queiroz*
*Colaborou Luis Oswaldo Grossmann
O governo e a direção da Telebrás estudam a possibilidade de conceder um prazo
de no máximo 12 meses para que os funcionários avaliem se querem ou não retornar
aos quadros da estatal ou se pedem a demissão.
Quem decidir deixar a empresa receberá, imediatamente, os recursos do "Programa
de Indenização por Serviços Prestados (PISP)", criado na época das privatizações
para incentivar as demissões na Telebrás. Os que permanecerem terão de abrir mão
desse pagamento.
O novo prazo que está sendo negociado pelo governo deverá favorecer aos 60
funcionários, já chamados para dar início ao proceso de reativação da Telebrás,
em função do Plano Nacional de Banda Larga. Seria uma espécie de garantia para
que o funcionário tenha tempo de avaliar se o retorno, depois de mais de 10
anos, à nova estatal é positivo ou não.
Esse período de transição pode se tornar uma solução para um problema que tem
ocorrido desde o anúncio da reativação da companhia: a desconfiança que existe
entre os antigos funcionários com relação à reativação da estatal.
Depois da privatização do setor de telefonia, muitos foram chamados para compor
os quadros da Anatel e de alguns órgãos da Administraçção Federal, como é o caso
do Ministério das Comunicações. Todo o pessoal que permaneceu em atividade
sempre contou com a possibilidade de receber o PISP, bastando para isso,
comunicar o seu desligamento da Telebrás.
Só que neste novo cenário, os funcionários terão compulsoriamente de retornar
aos quadros da companhia quando forem chamados. Neste caso, só existem duas
opções: pedir demissão e levar o dinheiro do PISP, ou retornar, mas abrir mão
deste benefício.
O governo não poderá incorporar nos salários esse dinheiro nem pagar por algo
que não ocorreu: a extinção da Telebrás, prevista para ocorrer após a
privatização do setor.
Transição
A possibilidade de contar com um prazo para que o funcionário decida sobre a sua
vida profissional está sendo cogitada dentro do governo como uma fórmula para se
evitar que a reativação da Telebrás termine interrompida por ações trabalhistas.
O que se debate agora é o prazo desta transição. O presidente da Telebrás,
Rogério Santanna, estaria defendendo um período de seis meses, a contar da
comunicação para retornar a empresa. Mas há quem acredite que o ideal seria
conceder 12 meses para o trabalhador pensar na decisão que irá tomar.
Entretanto, isso não impediria que o funcionário retornasse imadiatamente ao
trabalho na Telebrás. O prazo vale tanto para os que já foram chamados, quanto
para aqueles que ainda serão convocados a retornar para a companhia.
Os que defendem prazo mais longo entendem que os funcionários terão condições de
avaliar melhor a permanência na empresa porque poderiam tomar tal decisão vendo
a Telebrás operando no mercado de banda larga com eficiência e perspectiva de
crescimento.
Mas a questão não é meramente social. Há também o fato de que o governo,
gostaria de economizar com o pagamento de indenizações aos funcionários que
aceitarem abrir mão do PISP para retornar aos quadros da companhia.
A Telebras tem cerca de 223 funcionários. Deste total, 179 ainda estão cedidos
para o quadro da Anatel. Outros 12 trabalham na Presidência da República, 10 no
Ministério das Comunicações e 17 em outros órgãos da administração federal.
Cinco funcionários permaneceram na Telebrás.
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