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21/07/10
• A novela Telefonica + PT (Portugal Telecom) + Vivo + Oi
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
Confesso que, por falta de tempo, não tenho
acompanhado com a atenção devida esta "novela".
Recebi alguns "pvts" com perguntas sobre o tema mas estou sem uma perspectiva
precisa.
Por favor, alguém poderia tentar um resumo didático sobre este imbróglio
ou indicar uma matéria que contenha todos os aspectos desta questão?
No passeio matinal pela blogosfera, anoto um "post" no
blog do jornalista Renato Cruz e recorto o trecho final:
(...)
Para entender
Joint venture criou maior celular do País
A Vivo foi criada no fim de 2002, unindo ativos da Portugal Telecom (PT) e da
Telefónica na maior operadora de telefonia celular do País.
O modelo desenhado para a parceria, de gestão compartilhada, em que cada sócio
possui 50% da holding Brasilcel, começou a gerar conflitos entre os grupos logo
nos primeiros anos. A Telefónica quer juntar a Vivo à Telesp, concessionária de
telefonia fixa de São Paulo, e recuperar seus resultados no Brasil.
Para a PT, a Vivo é fonte de crescimento e de mais da metade da receita.
O jornalista especializado em tecnologia
Orlando Barrozo também cita outra matéria de Renato Cruz:
Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[14/07/10]
O novo embrulho
da Oi
Só para rememorar: os grupos Andrade Gutierrez e La
Fonte (Jereissati), dois dos maiores financiadores das campanhas do PT nos
últimos anos, têm juntos 38,6% de participação na Oi; o restante é compartilhado
entre o BNDES e os fundos de pensão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal, ou seja, dinheiro estatal.
A fusão com a Telemar foi praticamente imposta pelo governo, que queria uma
empresa forte no setor para competir com as multinacionais Telefônica, Tim e
Telmex (Embratel e Claro).
Na época, até comentamos aqui que foram jogados nesse negócio extremamente
suspeito mais de R$ 6 bilhões.
O problema é que, embora seja a maior operadora de telefonia do País em área de
abrangência, a Oi não consegue decolar e não tem mais dinheiro para investir; ao
contrário, tem a maior dívida do setor, o equivalente a 2,3 vezes o seu lucro.
E, entre as quatro grandes, é a que menos cresce.
Assim, como costuma acontecer com empresas geradas “por decreto”, está de novo
pedindo socorro a seu pai protetor.
Voltamos então àquela velha moral da história: melhor uma empresa privada
problemática do que uma estatal. Se não fosse a intervenção do governo, a Oi
poderia simplesmente ser vendida a um grupo interessado e, se bem administrada,
sair dessa situação. Pelo jeito, não é o o que vai acontecer.
Antes do debate com as preciosas
opiniões pessoais, vamos tentar um resumo-resumido desta situação?
O objetivo do resumo é trazer mais membros para entendimento do tema e estimular
uma maior participação nos fóruns, além dos "de sempre"... :-)
Obrigado!
Transcrições abaixo:
Fonte: Teletime
[20/07/10]
Portugal Telecom e Oi negam acordo
Fonte: Estadão
[19/07/10]
Telefónica estuda ir aos tribunais pela Vivo
Estadão - Blog de Reanto
Cruz
[25/06/10]
Valor de mercado da Oi caiu 46% desde a compra da Brasil Telecom
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Fonte: Teletime
[20/07/10]
Portugal Telecom e Oi negam acordo
Em comunicados enviados aos órgãos de controle dos mercado de valores
mobiliários dos seus países, Oi e Portugal Telecom negaram que tenham celebrado
qualquer acordo ou pré-acordo para entrada da PT na Oi.
Os comunicados desmentem notícia veiculada pelo jornal espanhol El Economista e
pelo O Globo, segundo as quais haveria um pré-contrato para a entrada da PT na
Oi. De acordo com as notícias, a PT teria pressa para fechar a venda da Vivo,
uma vez que o pré-acordo teria validade até o fim do mês. O jornal O Globo diz
ainda que a Telefónica estaria preparando uma nova oferta pela Vivo, de 7,5
bilhões de euros (a anteiror era de 7,1 bilhões de euros). A apresentação da
oferta só seria feita, de acordo com a reportagem de O Globo, quando a
administração da PT assinasse um termo de compromisso para que a nova oferta
seja aceita.
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Fonte: Estadão
[19/07/10]
Telefónica estuda ir aos tribunais pela Vivo
Empresa aguarda reação dos mercados hoje, depois de a Portugal Telecom não ter
conseguido dar uma resposta à sua proposta
A Telefónica perdeu a paciência com seus sócios portugueses, e estuda ir à
Justiça para conseguir comprar a fatia na Vivo da Portugal Telecom (PT). Na
sexta-feira, quando venceu a proposta de 7,15 bilhões pelos 30% da Vivo que
pertencem à PT, o conselho de administração da operadora lusa não conseguiu dar
uma resposta, pedindo mais prazo.
Os espanhóis recusaram ampliar o prazo, retirou a oferta e aguarda a reação dos
mercados acionários hoje, enquanto estuda saídas para conseguir ficar com a
operadora brasileira. Entre as possibilidades estudadas pela empresa está
recorrer ao Tribunal de Arbitragem de Haia, pedindo a dissolução da Brasilcel,
holding da Vivo em que a Telefónica tem 50% e a PT os outros 50%, para depois
fazer uma oferta pública pelo controle da operadora.
Segundo o jornal El País, o departamento jurídico da operadora espanhola,
presidida por César Alierta, estudou as opções e somente irá fazer um anúncio a
respeito quando houver uma solução. "Mas o soco na mesa que deu Alierta também
não significa que todas as pontes com a PT se romperam definitivamente", apontou
o jornal.
Sem nomear as fontes, o jornal disse que a Telefónica exigiu que a PT assinasse
um compromisso de aceitação da oferta, para que o prazo fosse prorrogado. Para
isso os espanhóis ofereceram até melhorá-la, aumentando o valor para 7,5
bilhões. Os portugueses responderam que não estavam autorizados a assumir um
compromisso antes de apresentá-lo ao governo.
A briga pela Vivo virou uma questão política em Portugal. A proposta da
Telefónica chegou a ser aprovada pela maioria dos acionistas da PT, mas o
governo acabou vetando-a com suas golden shares (ações com direitos especiais).
Uma semana depois, o Tribunal de Justiça da União Europeia considerou ilegais as
golden shares portugueses.
Reação. As atenções hoje devem estar voltadas ao comportamento das ações da
Portugal Telecom na Bolsa de Lisboa, já que a maioria dos investidores era
favorável à venda. Mesmo alguns dos acionistas de referência da PT, como o Banco
Espírito Santo (BES) e a Ongoing, votaram pela oferta da Telefónica. O BES é o
maior acionista da Vivo, com 7,99% de participação, e a Ongoing o quarto maior,
com 6,77%. Associações de minoritários de Portugal e da Espanha ameaçam ir à
Justiça.
Na sexta-feira, os papéis da PT chegaram a cair 4,53%, antes mesmo do anúncio de
que a reunião do conselho da operadora havia sido inconclusiva e de que a oferta
não seria renovada. De acordo com o jornal espanhol ABC, "os bancos de
investimento consultados ontem (sábado) preveem um retrocesso de até 40% na
cotação da Portugal Telecom".
O valor de mercado da PT já havia chegado a 7,2 bilhões na última sessão, um
valor perigosamente próximo dos 7,15 bilhões que a Telefónica ofereceu pela
Vivo. Os espanhóis chegaram a ameaçar fazer uma oferta hostil por toda a PT,
caso a venda da Vivo não fosse aprovada.
Apesar de Alierta falar desde 2006 que gostaria de comprar a participação dos
portugueses, a primeira oferta formal foi apresentada em 10 de maio, e valia 5,7
bilhões.
Desde então, esse valor subiu duas vezes, para 6,5 bilhões em 2 de junho e para
7,15 bilhões em 30 de junho. A primeira oferta foi rechaçada como muito baixa
pelo conselho de administração da PT, que decidiu nem submetê-la à assembleia de
acionistas. A segunda também foi classificada como insuficiente, mas o conselho
resolveu deixar que os acionistas decidissem. Quem acabou decidindo, no entanto,
foi o governo português.
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Estadão - Blog de Reanto Cruz
[25/06/10]
Valor de mercado da Oi caiu 46% desde a compra da Brasil Telecom
Queda no valor das ações poderia facilitar uma eventual oferta pelo controle da
empresa; a Portugal Telecom, que pode vender sua participação na Vivo para a
Telefónica, vem sendo apontada como uma possível interessada na empresa
brasileira
Criada para ser a "supertele nacional", a Oi encontra-se numa posição
vulnerável, em um momento em que pode ser alvo de interesse internacional.
Segundo levantamento da Economática, seu valor de mercado caiu 46% desde 24 de
abril de 2008, um dia antes de a empresa anunciar a compra da Brasil Telecom.
O valor da empresa caiu de R$ 23,3 bilhões para R$ 12,6 bilhões na quarta-feira,
mesmo depois da fusão. No mesmo período, o índice Bovespa subiu 0,4%, passando
de 64.567 pontos para 64.829 pontos.
Analistas de mercado corroboram a visão de que o preço da Oi está baixo. A
Brascan Corretora tem como preço-alvo para as ações preferenciais da Telemar
(Oi) R$ 53,73. Ontem, o papel fechou cotado a R$ 28,05. Ou seja, o valor da
empresa está 48% abaixo do que seria o seu potencial.
Essa vulnerabilidade explica a reunião feita na semana passada entre o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os controladores da Oi, que pediram
blindagem da empresa contra pretensões da Portugal Telecom (PT) de participar de
seu controle. Outro motivo para a reunião, segundo fontes de mercado, foi
garantir uma participação importante no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL),
abocanhando uma fatia importante dos contratos estatais que serão repassados
para a Telebrás.
A Oi não quis comentar o assunto. Seus controladores - Andrade Gutierrez e La
Fonte (do empresário Carlos Jereissati) - também preferiram não se pronunciar.
Na próxima quarta-feira, uma assembleia de acionistas da PT decidirá sobre a
oferta de 6,5 bilhões da Telefónica pela fatia dos portugueses na Vivo. A Oi
está sendo apontada como a principal alternativa para a PT continuar no Brasil,
caso a venda da Vivo seja consumada.
Juntos, Andrade Gutierrez e La Fonte têm somente 38,65% do capital da Telemar
Participações, dona da Oi. O restante pertence a fundos de pensão e ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Cotação. O valor de mercado da Oi está sendo castigado, entre outros fatores,
pela tentativa frustrada da empresa de promover uma reestruturação acionária. Os
acionistas minoritários da Brasil Telecom recusaram na semana passada uma
proposta de troca das ações da operadora por papéis da Oi. Essa operação
reduziria custos e aumentaria a liquidez dos papéis da Oi.
"Outro fator foram os resultados não muito positivos em 2009", disse a analista
Beatriz Battelli, da Brascan Corretora. "2010 deve ser diferente, já que a
estratégia da empresa é rentabilidade, e não crescimento."
Essa pisada no freio do crescimento já começa a aparecer nos números. A
companhia planeja investir de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões neste ano, comparados
a uma previsão de R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões no ano passado. A Telefônica, que
está somente no Estado de São Paulo e não tem operadora celular, planeja
investir R$ 2,3 bilhões. A Oi está em todo o Brasil, e combina telefonia fixa e
celular.
No primeiro trimestre, a Oi foi a lanterninha em crescimento no mercado de banda
larga fixa, apesar de ter a maior abrangência geográfica entre as operadoras.
Segundo dados da consultoria Teleco, a Oi ganhou 55 mil clientes no período,
comparados a 165 mil da Telefônica, 106 mil da Net e 78 mil da GVT.
O mesmo problema pode ser verificado na telefonia celular. A participação de
mercado da Oi na região em que a empresa é concessionária de telefonia fixa (e,
portanto, em que seria mais forte) vem declinando, caindo de 30,35%, ano da
compra da BrT, para 26,13% em maio.
Endividamento. A dívida da Oi é a maior do setor no Brasil, correspondendo a 2,3
vezes seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na
sigla em inglês). "Essa valor não é preocupante, mas está no maior nível da
história da companhia", disse Beatriz Battelli. "Essa relação deve cair para 1,7
vez até 2012."
Segundo uma fonte de mercado, o aperto de caixa da Oi, que se reflete na
capacidade de investimento da empresa, tem como motivos o esforço de redução da
dívida e a necessidade de distribuição de dividendos para seus acionistas, que
assumiram compromissos de R$ 2,5 bilhões com o BNDES em 2008, para a
reestruturação societária que precedeu a compra da BrT.
PONTOS-CHAVE
Aquisição
Liderada por Luiz Eduardo Falco, a Oi anunciou em 25 de abril de 2008 a
aquisição da Brasil Telecom, por R$ 5,8 bilhões, para formar a "supertele
nacional"
Fatia 38,65%
É a participação dos controladores privados da Oi (Andrade Gutierrez e La Fonte)
na Telemar Participações, dona da Oi
Decisão
Está marcada para a próxima quarta-feira a assembleia de cionistas da Portugal
Telecom que decidirá sobre a oferta da Telefónica pela participação dos
portugueses na Vivo
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