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Julho 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


24/07/10

• Marco Regulatório de Telecom (3) - Um absurdo! Sem quadros competentes e na ausência da Anatel governo quer produzir um Marco nas vésperas das eleições

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Mais uma incursão pelas linhas e entrelinhas do noticiário...  :-)

01.
Vou criticar genericamente a nova "invenção" do governo às vésperas da eleição: elaboração de um novo Marco Regulatório das Telecomunicações.
Sendo mais preciso, a criação de uma "Comissão Interministerial para elaborar estudos e apresentar propostas de revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão".

Eu citei "invenção" para não usar um termo presidencial: "gracinha"...

Um novo Marco Regulatório das Telecomunicações é algo precioso demais para nossa área de atuação e deve ser tratado com extrema seriedade e debatido à exaustão com toda a sociedade.

E já vou dizendo que a abordagem deste tema em nossos fóruns não é casuística pois há um ano, em julho e agosto de 2009, debatemos o assunto e até sugerimos a elaboração de um  esboço de um novo Marco em nossos Grupos. A relação dos "posts" está mais abaixo.

Opino, com muita convicção, que o atual governo não possui em seus quadros pessoas com capacidade para elaborar, à toque de caixa, há três meses das eleições, um projeto desta magnitude com a necessária isenção, seriedade e competência.
Todos estamos acompanhando e sabemos que o governo não conseguiu, com mais tempo, produzir um Projeto de menor escala, o PNBL, que resultou apenas num conjunto de intenções.
Vejam "quem" vai conduzir este processo do novo Marco, além do enfraquecido e politizado Ministério das Comunicações: Casa Civil da Presidência da República, , Ministério da Fazenda, Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e Advocacia-Geral da União.  Deus nos acuda!!!

A ausência do órgão regulador da área, a Anatel, demonstra que está concluído o desmonte da Agência. Lembrando Lima Barreto e seu Policarpo Quaresma, eu diria: Triste fim da Anatel.

Mas discordo da nossa Flávia Lefèvre que conhece bem a Anatel em sua atuação como representante das entidades de defesa do consumidor no Conselho Consultivo da ANATEL de fevereiro de 2006 a fevereiro de 2009.
Flávia diz: (...) O melhor é que a ANATEL não integra a comissão. Não sou contra as Agências; ao contrário, sou a favor. Mas sou favorável a uma agência com outros contornos, poderes reduzidos e, especialmente, a uma agência sem os ilegais vícios da ANATEL.(...)

É provável que a nossa Flavia esteja já sintonizada com esta nova ideia:
(...) O novo debate sobre mudanças do marco regulatório das telecomunicações e radiodifusão reacende a proposta de unificação desses dois segmentos sob uma única regulação e legislação, com foco na convergência dos serviços. A ideia de uma "Agência Nacional de Comunicação (Anacom)" no lugar da Anatel existe desde a privatização do setor, mas nunca chegou a ser colocada em prática, existindo ainda hoje uma divisão de atribuições entre a agência reguladora (telecomunicações) e o Ministério das Comunicações (radiodifusão).(...)

Até lá, do mesmo modo que sempre estimulei a valorização do Congresso como a Casa do Povo e que deve ser prestigiado mesmo estando no "fundo do poço", creio que, por pior que seja a situação da Anatel, ela precisa ser prestigiada e valorizada como agência reguladora e, portanto, deve participar de todo este processo.

O nosso Rogério Gonçalves usa seu conhecimento das leis para demonstrar que a Anatel é apenas uma autarquia. Pode até ser.

Mas prefiro adotar como minha opinião este conceito (grifado) registrado num editorial do Estadão, como algo desejável e que pode e deve ser estimulado até a edição de um novo Marco:

(...) Desde o início do primeiro mandato, o governo do presidente Lula vem trabalhando para destruir o sistema de agências reguladoras. Agências desse tipo, existentes em países desenvolvidos, são órgãos de Estado, não de governo. Devem funcionar com independência política, proporcionando estabilidade e previsibilidade às condições de investimento em setores básicos, como energia, transportes e telecomunicações. O presidente Lula e seus principais auxiliares nunca aceitaram essa concepção, assim como jamais aceitaram os critérios de impessoalidade e competência na gestão pública. (...)

Se a Anatel não é, "no papel", um órgão de Estado, é de todo desejável que assim fosse e um governo realmente sério deveria estimular seu funcionamento como tal.

Tem mais. Esta declaração de Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, me permite uma preocupação quanto à mais um projeto que a mídia apelida de "árvore de natal", cheio de penduricalhos:
(...) Conforme o ministro, a proposta não poderá deixar de tratar de todas mídias e redes - sejam as telecomunicações, a radiodifusão ou a internet – uma vez que a convergência afeta indistintamente esses segmentos.(...)

Ainda Franklin:
(...) Segundo Martins, o grupo irá formular uma proposta de projeto de lei a ser apresentada ao novo governo. “Iremos estudar os marcos legais das democracias consolidadas, pois é rica a experiência internacional sobre o assunto”, completou. (...)

Quem acredita em duende e Papai Noel é bom também acreditar em Franklin Martins.
Minha memória esclerosada ligou um "bit" numa mensagem anterior:
"De passagem", Bernardo confirma o que Franklin Martins já tinha dito, também "en passant':  :-)
(...) Para o ministro, o Plano de Banda Larga, que está sendo elaborado pelo governo, deve ser aprovado pelo Congresso Nacional com rapidez. “Temos observado que há uma demanda muito grande [pela banda larga]. Se a gente fizer uma boa proposta, com certeza o Congresso vai correr para aprovar. Todos sabemos que é muito importante diminuir o custo, facilitar o acesso”, disse. (...).

02.
Aqui estão os "posts" de ontem da Flávia e do Rogério:
- Marco Regulatório de Telecom (2) - Msg enviada por Rogério Gonçalves ao jornalista Luiz Queiroz sobre o poder regulatório da Anatel
- Marco Regulatório de Telecom (1) - Msg de Flávia Lefèvre: "Chance da Liberdade - Novo Marco Regulatório das Telecomunicações"

03.
Aqui estão algumas notícias sobre o Marco:
Fonte: Convergência Digital
[22/07/10]   Governo exclui Anatel da revisão do marco legal das Telecomunicações - por Luiz Queiroz
Fonte: Teletime
[22/07/10]   Governo oficializa criação da comissão que revisará marco regulatório - por Mariana Mazza
Fonte: Tele.Síntese
[22/07/10]   Novo marco legal vai tratar de telecom, TV e Internet.
Fonte: Convergência Digital
[07/06/10]   Marco Regulatório de Telecom deve ser simplificado, recomenda IPEA - por Luís Osvaldo Grossmann
Fonte: Teletime
[212/07/10]  Grupo de trabalho do novo marco das comunicações sai nos próximos dias
Fonte: Tele.Síntese
[23/07/10]   Conselho Consultivo da Anatel quer opinar na revisão do marco de telecom - por Lúcia Berbert
Fonte: Tele.Síntese
[22/07/10]   Governo quer revisar marco regulatório de telecomunicação e radiodifusão

04.
E aqui está a relação dos citados "posts" do ano passado, em tempos da Confecom:

30/08/09
Mensagem de José Smolka: 4G, net neutrality e marco regulatório
29/08/09
"Managed services" e o futuro marco regulatório: Mensagem de José Smolka e repercussão de Márcio Patusco
26/07/09
1ª Confecom (24) - Estudo do "marco regulatório" (4) - Capítulos iniciais do "Código Brasileiro de Telecomunicações"
22/07/09
1ª Confecom (22) - Novo marco regulatório... E nós com isso? [3] - Texto integral do "Código Brasileiro de Telecomunicações" - LEI Nº 4.117, DE 27 DE AGOSTO DE 1962
Msg de José Roberto S. Pinto - Da série "Loteamento": Anatel loteada, aparelhada, capturada, sitiada...
1ª Confecom (21) - Novo marco regulatório... E nós com isso? [3]
20/07/09
1ª Confecom (20) - Marcio Patusco comenta mensagem de José Smolka: Novo marco regulatório... E nós com isso? [2]
1ª Confecom (19) - Outro comentário de José Smolka: Novo marco regulatório... E nós com isso? [2]
1ª Confecom (18) - Opinião de José Smolka: Novo marco regulatório... E nós com isso? [1]
17/07/09
1ª Confecom (16) -Ainda sobre o "Marco Regulatório" - Respostas de Márcio Patusco
1ª Confecom (15) - Ainda sobre o "Marco Regulatório" + Confecom + 2 perguntas
09/07/09
1ª Confecom (14) - Msg de Márcio Patusco: Novo marco regulatório nas comunicações brasileiras
06/07/09
1ª Confecom (13) - O que é "Marco Regulatório"? Como "ajudar" a Confecom?

Ao debate!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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Fonte: Convergência Digital
[22/07/10]   Governo exclui Anatel da revisão do marco legal das Telecomunicações - por Luiz Queiroz

O governo publica nesta quinta-feira, 22/07, um decreto (sem número), que deixa clara a sua indisposição com relação à autonomia das agências reguladoras. Nesse decreto, simplesmente, excluiu a Anatel de um "Grupo Interministerial" que terá por objetivo, "estudar mudanças no marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão".

Pode-se alegar que a agência não possui "status" de ministério e que estaria "representada" pelo Ministério das Comunicações, com assento neste grupo. Entretanto, desde a sanção da Lei Geral das Telecomunicações (nº 9.472, de 16 de julho de 1997), o poder regulatório do setor foi conferido à Anatel.

Sua autonomia, neste aspecto, inclusive, foi referendada pelo Supremo Tribunal Federal, quando avaliou uma Ação Direta de Inconscitucionalidade (ADIN nº 1.668, de 1997), movida pelo PT, PDT, PSB, PCdoB contra os efeitos legais da Lei Geral das Telecomunicações. O Supremo conferiu à Anatel, o poder regulatório e concedente no setor.

No entanto, agora, o governo decidiu que a competência da agência se limitará ao aspecto técnico. O grupo ministerial para debater a revisão do marco regulatório das Telecomunicações e da Radiodifusão será formado apenas pelas seguintes autoridades:

I - Casa Civil da Presidência da República, que a coordenará;
II - Ministério das Comunicações;
III - Ministério da Fazenda;
IV - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República; e
V - Advocacia-Geral da União.

Caberá à ministra Erenice Guerra (Casa Civil) "convidar para participar das reuniões representantes de órgãos e entidades da administração federal, estadual e municipal, e de entidades privadas".

Ou seja,a Anatel somente terá participação nessas discussões como eventual "convidada" ou então, a agência será requisitada para constituir "grupos técnicos com a finalidade de assessorá-la (a comissão ministerial) no exercício de suas competências".

Não há prazo para a conclusão dos trabalhos. O decreto apenas indica que isso se dará com a "entrega ao Presidente da República", de uma nova proposta de revisão do marco regulatório. O decreto foi publicado na edição desta quinta-feira, 22, do Diário Oficial da União.

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Fonte: Teletime
[22/07/10]   Governo oficializa criação da comissão que revisará marco regulatório - por Mariana Mazza

Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 21, decreto presidencial criando a comissão interministerial que terá como tarefa estudar a revisão do marco regulatório dos setores de telecomunicações e radiodifusão. Como antecipado por este noticiário, o grupo será composto pela cúpula do governo, sendo coordenado pela Casa Civil. Os ministérios da Comunicação e Fazenda, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e a Advocacia-Geral da União (AGU) também têm assentos garantidos na comissão.

O decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apenas dá as linhas gerais de atuação do grupo, sem fixar prazo para a conclusão do estudo ou parâmetros para a análise que será conduzida. Diz apenas que caberá à comissão "elaborar estudos e apresentar propostas de revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão".

É sabido que o grupo trabalhará com base nas propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que apontou em diversas pautas a necessidade de revisão de boa parte das leis que regem esses setores, consideradas anacrônicas frente aos avanços tecnológicos que os serviços de telecomunicações e radiodifusão têm vivenciado nos últimos anos.

O decreto permite que a Casa Civil amplie o debate, convidando inclusive representantes de empresas privadas para discutir os temas em pauta. Outras entidades da administração federal, estadual ou municipal também poderão ser convidados à participar da comissão, que poderá subdividir as discussões em "grupos técnicos".

A criação da nova comissão interministerial sepulta a iniciativa aberta em 2006 de regulamentar especificamente os artigos 221 e 222 da Constituição Federal. Este grupo, agora extinto, tinha como objetivo elaborar uma proposta de marco regulatório para a comunicação eletrônica, mas jamais concluiu seu trabalho. O decreto publicado hoje revoga a criação desta antiga comissão interministerial.

O novo debate sobre mudanças do marco regulatório das telecomunicações e radiodifusão reacende a proposta de unificação desses dois segmentos sob uma única regulação e legislação, com foco na convergência dos serviços. A ideia de uma "Agência Nacional de Comunicação (Anacom)" no lugar da Anatel existe desde a privatização do setor, mas nunca chegou a ser colocada em prática, existindo ainda hoje uma divisão de atribuições entre a agência reguladora (telecomunicações) e o Ministério das Comunicações (radiodifusão).

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Fonte: Tele.Síntese
[22/07/10] Novo marco legal vai tratar de telecom, TV e Internet.

O ministro Franklin Martins diz que o projeto de lei será entregue ao novo governo

“É posição de governo que o marco legal de radiodifusão e de telecomunicações está defasado para fazer frente aos desafios da convergência de mídia”, afirmou ao Tele.Síntese o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, um dos integrantes do grupo interministerial criado hoje pelo presidente Lula para rever o marco legal do setor.

Segundo Martins, o grupo irá formular uma proposta de projeto de lei a ser apresentada ao novo governo. “Iremos estudar os marcos legais das democracias consolidadas, pois é rica a experiência internacional sobre o assunto”, completou.

Conforme o ministro, a proposta não poderá deixar de tratar de todas mídias e redes - sejam as telecomunicações, a radiodifusão ou a internet – uma vez que a convergência afeta indistintamente esses segmentos.

Ele afirmou que o Executivo não irá tratar de qualquer tema referente ao “controle social da mídia”, proposta aprovada na primeira Confecom, até porque, explica, “ esta expressão é péssima é não quer dizer nada. "Se controle social for o controle do conteúdo, o governo é totalmente contrário”, concluiu.

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Fonte: Convergência Digital
[07/06/10]   Marco Regulatório de Telecom deve ser simplificado, recomenda IPEA - por Luís Osvaldo Grossmann

Para aprimorar as telecomunicações no país, o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) apresentou 10 sugestões relativas ao setor, que passam pela sinergia entre diferentes políticas públicas, o uso de parcerias público-privadas e a revisão do marco regulatório, sem esquecer de uma reavaliação do papel do Estado no contexto da convergência tecnológica.

As propostas, bem como todo o estudo do Ipea sobre as telecomunicações, tem como pressuposto a avaliação de que a privatização do setor trouxe a modernização da infraestrutura e o aumento do acesso da população aos serviços, mas também a alta concentração do mercado em alguns poucos grupos econômicos, em sua maioria de capital originalmente estrangeiro.

Nesse contexto, transformações estruturais fizeram com que a infraestrutura de telecomunicações não possa mais ser vista apenas para a prestação de serviços de telefonia - aplicações de voz e fax - como acontecia quando da privatização. Essa infraestrutura, lembra o Ipea, faz parte de um setor maior de tecnologias de informação e comunicações e conteúdos de informação audiovisual.

“Novos atores competem com os atores tradicionais, forçando estes últimos a diversificarem seus serviços, por exemplo, pela inclusão de serviços de TV por assinatura e acesso à internet. Com isto, os prestadores de serviços de telecomunicações assumem também o papel de manter uma infraestrutura que os tornem capazes de oferecer não somente telefonia, mas também novos serviços de valor adicionado e suas aplicações ao consumidor final, bem como garantir que aqueles que exploram os novos serviços multimídia possam fazê-lo a partir desta mesma infraestrutura.” A seguir, as sugestões do Ipea:

1) Promover sinergia entre políticas públicas

O Ipea sustenta que a política educacional deve estar atrelada às necessidades específicas de capacitação da população para promover o uso eficiente e efetivo das TICs, entende que “a política fiscal do Estado não pode atuar contra a política setorial de telecomunicações e que sejam ampliados os programas de pesquisa e desenvolvimento de soluções de TICs alinhados à evolução esperada do comportamento dos usuários, da demanda e das aplicações de serviços de telecomunicações. Além disso, diz que as políticas setoriais das demais infraestruturas econômicas devem incluir ações específicas para a incorporação de TICs nos seus processos produtivos.

2) Definir as funções do Estado no novo contexto de convergência

O objetivo é que haja uma definição clara do papel do Estado em cada segmento do mercado de serviços de telecomunicações. Para o Ipea, a sinergia entre as políticas públicas deve ser complementada com uma definição clara acerca de qual papel o Estado possui na prestação de serviços de telecomunicações. O Ipea cita que “a existência de lacunas na prestação dos serviços de acesso à internet em banda larga em regiões pobres, remotas ou de baixa densidade demográfica, tem gerado, recentemente, a proliferação de iniciativas governamentais para a participação direta do poder público na prestação deste serviço”.

3) Considerar as PPPs como alternativa para a prestação de serviços de telecomunicações

Segundo o estudo, uma das diferenças entre PPPs e o modelo atual de concessões, autorizações e permissões, reside no fato de que o Estado se compromete a remunerar o parceiro privado caso as fontes de remuneração deste último não sejam suficientes. “Isto pode ser interessante em regiões geograficamente afastadas ou onde não haja demanda agregada para arcar com o investimento dos atores privados, o que seria uma alternativa ao FUST”.

4) Intensificar programas de governo eletrônico e de inclusão digital atrelados a metas e avaliações

O Estado, enquanto grande usuário potencial de TICs, melhora a qualidade, a relevância e a utilidade dos serviços governamentais online. Por outro lado, os programas de inclusão digital são de grande relevância para localidades afastadas ou para aquelas cuja população não tem condições de usufruir dos serviços de telecomunicações por meios próprios ou cuja exploração não remunere o investimento dos atores privados em infraestrutura.

5) Promover a sinergia entre União, estados e municípios

A ausência de arcabouço institucional perene acaba por criar duas facetas da atuação do Estado. Em uma delas, atores públicos das três esferas trabalham em conjunto para a promoção de serviços de telecomunicações, principalmente por meio de parcerias entre União e municípios em programas de inclusão digital. Em outra, as ações de diferentes esferas são realizadas de forma estanque, sem interação aparente entre elas. Entre as sugestões, está o uso do poder de compra do Estado no nível agregado.

6) Promover a massificação do uso e do acesso à infraestrutura de telecomunicações em banda larga

O Ipea defende um programa nacional de massificação da banda larga que preveja o fomento à competição e ao desenvolvimento tecnológico, por meio da promoção de novas tecnologias e do incentivo a pequenos provedores de acesso. Também defende o uso dos instrumentos legais e regulatórios para atribuição de novas concessões de TV por assinatura, distribuição de novas frequências e efetiva implementação da desagregação de redes de acesso, além da desoneração fiscal de equipamentos e serviços, uso do FUST e de subsídios.

7) Solucionar obstáculos à utilização do FUST

O estudo recomenda a aplicação de um modelo de custos que sirva de base para determinar a parcela não recuparável dos recursos do fundo pela exploração dos serviços. Também entende que poderiam ser criadas opções na legislação para que seja possível a oferta de subsídios e serviços diferenciados para a população de baixa renda ou isolada geograficamente, algo não permitido no texto da LGT.

8) Implementar regulação ambiental sobre todo o ciclo de vida dos bens de telecomunicações

A defesa é por uma regulação ambiental que preveja os impactos ao meio ambiente oriundos da prestação de serviços de telecomunicações, reduzindo os negativos e fomentando os positivos. Esta regulação deve, necessariamente, englobar todo o ciclo de vida dos bens necessários à oferta e à utilização dos serviços de telecomunicações.

9) Promover o debate entre as diferentes formas de garantir a competição no setor

A ideia é analisar as vantagens e desvantagens dos dois modelos, de competição entre serviços e de competição entre plataformas. O Ipea também propõe a revisão do modelo de outorgas, hoje atreladas a determinados serviços de telecomunicações e a plataformas tecnológicas específicas, em prol de um modelo simples, que aproveite a convergência tecnológica e de serviços, e flexível, a ponto de não engessar a evolução dos usuários, da demanda e das aplicações e impedir a adoção de novas tecnologias.

10) Promover o debate para modernizar e simplificar o marco regulatório

O Ipea defende que seja criado um amplo debate para a modernização e simplificação do marco regulatório em diferentes dimensões, especialmente em relação às regras de prestação dos serviços de telecomunicações.

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Fonte: Teletime
[212/07/10]   Grupo de trabalho do novo marco das comunicações sai nos próximos dias

O presidente Lula deve publicar até o final desta semana o decreto criando o grupo de trabalho que desenvolverá um anteprojeto de marco regulatório para as comunicações. O trabalho, a ser coordenado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, é parte do conjunto de ações pós-Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), e pretende deixar uma proposta de legislação a ser encaminhada pelo próximo governo ao Congresso. O escopo e a amplitude da nova legislação serão definidos pelo grupo de trabalho, mas algumas coisas são tidas como certas: a primeira é que o marco regulatório da radiodifusão e das telecomunicações está completamente defasado. Outra certeza é que a nova proposta trará, portanto, um marco regulatório convergente, que dê conta dos problemas enfrentados pelas empresas de radiodifusão, pelas empresas de telecomunicações e Internet e pela sociedade civil não-empresarial em função da convergência tecnológica e dos meios digitais. Estes desafios, enumerados nos debates da Confecom, serão abordados de forma mais sistematizada no anteprojeto. Outra questão que deve voltar à tona é sobre a ampliação da atuação regulatória da Anatel, que poderia abarcar a radiodifusão, justamente por conta da convergência de serviços e do gerenciamento do espectro. Hoje, a radiodifusão é regulada pelo Ministério das Comunicações.

O governo avalia que o PLC 116/2010 (antigo PL 29/2007), que está em tramitação no Senado e cria novas regras para o setor de TV por assinatura, é limitado a problemas pontuais, e não dá conta do conjunto de temas tratados na Confecom.

O grupo de trabalho deverá ainda produzir mais dois anteprojetos. Um deles visa disciplinar uma política para as TVs públicas de modo geral, já que a lei existente hoje vale apenas para a EBC. O outro anteprojeto é para regulamentar o artigo 221 da Constituição, que trata da produção regional e local. O grupo de trabalho avaliará se esse assunto deverá ser abordado dentro do marco legal das comunicações, se será aproveitado o projeto da ex-deputada Jandira Feghali que tramita desde 1991, já foi aprovado na Câmara e está engavetado no Senado, ou se será proposto algo novo.

Na avaliação do governo, questões específicas sobre políticas de massificação da banda larga já estão bem tratadas no PNBL e não precisarão ser tratadas nos anteprojetos de lei. Da mesma forma, questões de direito autoral já são objetos de projetos de lei elaborados, assim como o marco civil da Internet.
Samuel Possebon

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Fonte: Tele.Síntese
[23/07/10]   Conselho Consultivo da Anatel quer opinar na revisão do marco de telecom - por Lúcia Berbert

Órgão aprovou a criação de um grupo especial que apresentará contribuições à comissão interministerial

O Conselho Consultivo da Anatel vai criar uma comissão especial para estudar a proposta de revisão do marco regulatório das telecomunicações e radiodifusão. O objetivo é contribuir com o trabalho da comissão interministerial criada pelo governo para tratar do assunto. A previsão é de que a proposta dos conselheiros esteja concluída no mês de setembro para ser entregue à ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que coordena a comissão.

Na reunião do Conselho Consultivo nesta sexta-feira (23), os integrantes estranharam a exclusão do Ministério da Justiça da comissão criada pelo governo. Segundo o conselheiro José Zunga, a participação do MJ é essencial, uma vez que ele debateu e propôs uma legislação contra a descriminalização das rádios comunitárias e está elaborando uma proposta de marco civil da internet.

Outra ausência criticada foi a da Anatel, que executa as políticas públicas e regulamenta todos os serviços de telecomunicações. No decreto publicado ontem, a tarefa de revisão do marco regulatório caberá, além da Casa Civil, aos ministérios das Comunicações, Fazenda e Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e ainda a Advocacia-Geral da União.

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Fonte: Tele.Síntese
[22/07/10]   Governo quer revisar marco regulatório de telecomunicação e radiodifusão

Comissão Interministerial deve concluir ainda este ano proposta que será apresentada ao presidente Lula

Decreto do presidente da República cria Comissão Interministerial para elaborar estudos e apresentar proposta de revisão do marco regulatório da organização e exploração dos serviços de telecomunicações e de radiodifusão. A composição, a abrangência do trabalho, o funcionamento e as competências dos grupos técnicos serão detalhados no ato de sua criação.

Os ministros Erenice Guerra (Casa Civil), José Artur Filardi (Comunicações), Guido Mantega (Fazenda) e Franklin Martins (Secretaria de Comunicação da Presidência da República), além do advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, devem apresentar ainda este ano um relatório final com a proposta.

A ministra-chefe da Casa Civil ficará com a coordenação dos trabalhos poderá convidar para participar das reuniões representantes de órgãos e entidades da administração federal, estadual e municipal, e de entidades privadas. A Comissão Interministerial poderá constituir grupos técnicos com a finalidade de assessorá-la no exercício de suas competências.

O decreto ainda revoga o ato de criação da Comissão Interministerial para elaborar anteprojeto de lei de regulamentação dos artigos 221 e 222 da Constituição e da organização e exploração dos serviços de comunicação social eletrônica, que não completou os trabalhos. Esses temas serão agora tratados pela nova comissão.

O decreto foi publicado na edição desta quinta-feira (22) do Diário Oficial da União. (Da redação)
 


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