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Julho 2010 Índice Geral do BLOCO
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28/07/10
• Marco Regulatório de Telecom (10) - Convergência entre o "Marco da Internet" e o "Marco de Telecom"? + Sugestão de "Comissão de sábios"
Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!
01.
Inicio com uma informação para
- os recém-chegados (todos bem-vindos!),
- os
que estão se interessando agora pelo tema e
- os eternos e simpáticos
desatentos. :-)
Em novembro de 2006 iniciamos o debate sobre "Crimes Digitais" com
foco no projeto que ficou conhecido como "PL Azeredo", entre outros apelidos.
O debate deste tema estava centrado na tramitação do PL na Câmara e no Senado.
Em novembro de 2009, ampliamos o
"Assunto" das mensagens para "Crimes Digitais e Marco Regulatório da Internet",
tudo registrado neste
website comunitário.
Nessa discussão acompanhamos o "Marco da Internet", com origem no Ministério da
Justiça, que foi levado ao debate público em forma de Consulta, fora do âmbito
do Congresso.
Resumindo, já discutimos o Marco Regulatório da Internet e agora estamos
debatendo o Marco Regulatório de Telecom.
03.
Continuo no exercício de leitura das linhas e entrelinhas do noticiário e noto
que, aparentemente, os dois assuntos vão "convergir" em altas esferas
governamentais. :-)
Recorto de uma matéria transcrita mais abaixo este trecho:
(...) Na reunião do Conselho Consultivo
(da Anatel) nesta sexta-feira
(23), os integrantes estranharam a exclusão do Ministério da Justiça da comissão
criada pelo governo (sobre o Marco Regulatório de
Telecom). Segundo o conselheiro José Zunga, a
participação do MJ é essencial, uma vez que ele debateu e propôs uma legislação
contra a descriminalização das rádios comunitárias e está elaborando uma
proposta de marco civil da internet. (...)
Numa mensagem anterior registrei e agora faço
um grifo:
"Tem mais. Esta declaração de Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria
de Comunicação Social da Presidência da República, me permite uma preocupação
quanto à mais um projeto que a mídia apelida de "árvore de natal", cheio de
penduricalhos:
(...) Conforme o ministro, a proposta não poderá deixar de
tratar de todas mídias e redes - sejam as telecomunicações, a radiodifusão ou
a internet – uma vez que a convergência afeta indistintamente esses
segmentos.(...)"
04.
A preocupação de mais uma "salada regulatória" se justifica quando, por
coincidência, o ante-projeto do Marco Regulatório da Internet sofre um
adiamento na previsão de ser levado ao Congresso.
Na minha opinião este adiamento era desejável e é muito bem-vindo pois ano
eleitoral não é apropriado para decisão de tema tão importante, sensível e
polêmico.
O registro está aqui:
Fonte: TI Inside
[26/07/10]
Entrega do texto final do Marco Civil da Internet ao Congresso é adiada
05.
Consta que a ampliação - e até popularização - do debate sobre o "Marco da Internet" deixou alguns
narizes torcidos no governo pois isto se deu após a saída do polêmico Tarso
Genro do Ministério da Justiça.
Ou seja, se confirmados os movimentos nasais, fica a impressão que a
Consulta era para coletar contribuições mas sem exageros que desfigurassem
possíveis pretensões ocultas.
Como disse, consta... :-)
A "coincidência" do adiamento da remessa ao
Congresso do "Marco da Internet" com a ausência do MJ na comissão do "Marco
de Telecom" pode sugerir que há realmente a intenção de desprestigiar a
Consulta e reunir "internet" e "telecom" num só "pacotaço". A conferir.
Esta possibilidade justifica um acompanhamento cerrado do tema e a ampliação da
discussão em nossos Grupos.
06.
Considero também bem-vinda a notícia da criação de uma comissão interna na
"excluída" Anatel para debater o "Marco de Telecom",
registrada aqui:
Fonte: Tele.Síntese
[23/07/10]
Conselho Consultivo da Anatel quer opinar na revisão do marco de telecom -
por Lúcia Berber
07.
Chego então ao "ponto".
Estamos acompanhando uma "febre legiferante" do governo (leia-se
"executivo") em várias áreas, numa
escandalosa distorção do processo democrático: quem discute e faz leis é o
Congresso!
Certos temas realmente complexos exigem mais do que comitês governamentais,
consultas públicas ou discussões parlamentares.
São necessárias "cabeças pensantes", altamente competentes, reunidas em
comissões especiais dentro do Congresso.
Em 2009 tivemos oportunidade de comentar este tipo de procedimento e na ocasião,
citei um exemplo em dois recortes:
(...) Instalada em julho de 2008 pelo Senado e
integrada por experientes e respeitados juízes, procuradores de Justiça e
criminalistas, a Comissão de Reforma do Código de Processo Penal vem
estudando medidas que, se forem aprovadas, podem acabar com os problemas
acarretados por magistrados de primeira instância que se aliam a delegados de
polícia e passam a agir politicamente, perdendo a isenção e a imparcialidade
para decidir o mérito de processos criminais. (...)
(...) A Comissão do Senado, que pretende encerrar seu trabalho até o final do
semestre, já abriu um site na internet para colher sugestões de todos os setores
interessados na modernização do anacrônico Código de Processo Penal, que foi
editado pela ditadura varguista em 1941. Diante da necessidade de modernização
da legislação processual, é preciso que as discussões sejam travadas
exclusivamente sobre aspectos técnicos e que o anteprojeto a ser redigido fique
imune a interesses corporativos. (...)
As discussões iniciais estão contidas nestes "posts" da época,
reproduzidos lá no final:
12/02/09
•
Crimes
Digitais (59) - Sugestão: Criação de uma "Comissão no Senado sobre Crimes
Digitais"
18/02/09
•
Crimes
Digitais (60) - Comentário de José Smolka sobre a sugestão de criação de uma
"Comissão no Senado sobre Crimes Digitais"
Fica a sugestão, "mutatis mutandis" (mudando o que tem de ser mudado) para o "Marco da Internet" e o "Marco de Telecom", ou seja, especialistas, técnicos e profissionais de alto nível reunidos sob o patrocínio do Congresso, para produzirem sugestões sobre os temas, isentas e imunes a interesses corporativos.
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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Fonte: Tele.Síntese
[23/07/10]
Conselho Consultivo da Anatel quer opinar na revisão do marco de telecom -
por Lúcia Berbert
Órgão aprovou a criação de um grupo especial
que apresentará contribuições à comissão interministerial
O Conselho Consultivo da Anatel vai criar uma comissão especial para estudar a
proposta de revisão do marco regulatório das telecomunicações e radiodifusão. O
objetivo é contribuir com o trabalho da comissão interministerial criada pelo
governo para tratar do assunto. A previsão é de que a proposta dos conselheiros
esteja concluída no mês de setembro para ser entregue à ministra-chefe da Casa
Civil, Erenice Guerra, que coordena a comissão.
Na reunião do Conselho Consultivo nesta sexta-feira (23), os integrantes
estranharam a exclusão do Ministério da Justiça da comissão criada pelo governo.
Segundo o conselheiro José Zunga, a participação do MJ é essencial, uma vez que
ele debateu e propôs uma legislação contra a descriminalização das rádios
comunitárias e está elaborando uma proposta de marco civil da internet.
Outra ausência criticada foi a da Anatel, que executa as políticas públicas e
regulamenta todos os serviços de telecomunicações. No decreto publicado ontem, a
tarefa de revisão do marco regulatório caberá, além da Casa Civil, aos
ministérios das Comunicações, Fazenda e Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República e ainda a Advocacia-Geral da União.
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Fonte: TI Inside
[26/07/10]
Entrega do texto final do Marco Civil da Internet ao Congresso é adiada
O texto final do Marco Civil da Internet, que regulamenta o uso da web no país,
não tem mais previsão de data para ser encaminhado ao Congresso Nacional. A
estimativa do Ministério da Justiça era de apresentar o documento ao Congresso
até o fim deste mês, mas o volume de contribuições recebidas após o fim do
período de consulta pública, no dia 30 de maio, fez com que seu cumprimento se
tornasse "inviável".
Segundo Guilherme de Almeida, assessor da Secretaria de Assuntos Legislativos do
Ministério da Justiça, depois do fim do período para contribuições da sociedade,
muitas empresas e organizações continuaram a enviar sugestões e críticas, as
quais tiveram que ser levadas em consideração. Isso acabou por atrasar o
processo de construção do texto final do documento, que levará mais tempo do que
o esperado para ser concluído.
Almeida, no entanto, pondera que a demora não significa que há algo de errado
com o Marco Civil, mas sim que há agendas diferentes a ser respeitadas. “O que
acontece é que estamos tentando ouvir todos ao mesmo tempo, mas nem todos podem
falar tudo na hora que a gente quer”, explica.
De acordo com ele, o que aconteceu não foi o descumprimento de um prazo, “apenas
o prolongamento do tempo que fora estimado para a conclusão do texto final que
será enviado ao Congresso”. O envolvimento de outros ministérios na redação do
texto, medida adotada para que a lei tenha participação de todo o governo e não
de apenas uma parte, também foi apontado como um fator que contribuiu para a
postergação da conclusão do texto final.
Almeida acrescentou que, apesar de não haver prazo formalmente definido para
terminar a redação do documento, o texto final deve ser encaminhado ao Congresso
antes do fim deste ano.
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12/02/09
•
Crimes
Digitais (59) - Sugestão: Criação de uma "Comissão no Senado sobre Crimes
Digitais"
----- Original Message -----
From: Helio Rosa
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br ; wirelessbr@yahoogrupos.com.br
Sent: Thursday, February 12, 2009 8:43 AM
Subject: Crimes Digitais (59) - Sugestão: Criação de uma "Comissão no Senado
sobre Crimes Digitais"
------------------------------
----- Original Message -----
From: José de Ribamar Smolka Ramos
To: Celld-group@yahoogrupos.com.br
Sent: Tuesday, February 17, 2009 10:36 AM
Subject: [Celld-group] Re: Crimes Digitais (59) - Sugestão: Criação de uma
"Comissão no Senado sobre Crimes Digitais"
Luiz,
Creio que esta já seja a segunda vez que vc expressa este ponto de vista, sobre
a inutilidade deste processo de revisão/discussão/sugestões do "PL Azeredo", o
que, certamente é um direito seu. Mas permita-me discordar.
Primeiro porque não é sempre que se tem o grau de liberdade de poder discutir
projetos de lei diretamente com as pessoas envolvidas no processo legislativo.
Somente este fato já deveria ser suficiente para que nós aproveitássemos ao
máximo esta chance.
Segundo porque a sugestão de uma comissão especial para estudo do tema, seja na
Câmara ou no Senado, não tem nada de descabida, porque:
As possibilidades viabilizadas pela tecnologia de telecomunicações em geral, e a
Internet em particular, tem colocado em xeque diversos aspectos da nossa
legislação, cível e penal, que, seja por tradição ou por redação "datada" acaba
servindo como impedimento à evolução e/ou abrigo para que delitos sejam
cometidos impunemente.
Na tentativa de responder pontualmente às demandas da sociedade, projetos de lei
vem sendo elaborados para regular o comportamento no cyberspace, porém o que eu
observo é que esta forma de legislar produz:
(a) definições contraditórias para as mesmas coisas; e
(b) obrigações conflitantes sobre facetas distintas dos mesmos objetos.
Temos visto uma ênfase demasiada nos aspectos da lei criminal, enquanto os
aspectos cíveis estão ficando para trás.
Existe previsão regimental, pelo menos no Senado, para que, com base em
requerimento feito por um (ou mais?) Senador(es), a Presidência da casa convoque
uma comissão especial com objetivo determinado de estudar e fazer recomendações
a respeito de um assunto. Exemplo: a comissão de juristas que está estudando as
propostas de modernização do Código de Processo Penal. Talvez isto também seja
possível na Câmara, e talvez (como nos casos das CPIs) possa ser uma comissão
mista da Câmara e do Senado, que, na minha opinião, seria o ideal.
E, terceiro e último, se uma tal comissão viesse a ser instalada no Senado (ou
se fosse mista), nada obriga a participação do Senador Azeredo, embora ele
provavelmente tivesse muito a contribuir. Na verdade, este tipo de comissão
(novamente, veja o exemplo da comissão para revisão do CPP) pode - e talvez deva
- ser formada exclusivamente por especialistas externos ao Poder Legislativo.
[ ]'s
J. R. Smolka
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