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Março 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


04/03/10

• "Março com 4G" (08) - Padrão "m" ou WiMAX 2

de Helio Rosa <rosahelio@gmail.com>
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br,
data 4 de março de 2010 16:08
assunto "Março com 4G" (08) - Padrão "m" ou WiMAX 2

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

Estamos fazendo movimentos aleatórios e erráticos sobre os temas LTE e WiMAX: é o modo comunitária de agitar o evento  "Março com 4G"...  :-)

01.
O nosso Bruno Cabral comentou:
(...) A respeito do questionamento em si, talvez com sorte este ano tenhamos novamente o leilão de 3.5GHz, ou quem sabe a liberação de 3.65GHz para uso sem licença (faixas ISM), como ocorreu nos EUA. Ou que voltem as licitações de MMDS (em 2.5GHz) assim um novo player poderia usar esta faixa para Wimax, como pretende o ilustre colega.
Porque Wimax em 5.8 não rola... (...)

Olá, Bruno!
Boa oportunidade para falar mais (didaticamente...) sobre as frequências do WiMAX e também explicar (didaticamente...) porque o 5.8 não rola... Ficou devendo, sô! :-)

02.
Olá, Portela!
Tô lutando aqui para abrir seu arquivo anexado e ainda não consegui. É a idade...  De qualquer, modo obrigado pela contribuição! E já agradeço aos que você convocou para complementar.  :-)

03.
Estamos aguardando vários resumos-resumidos, inclusive sobre os padrões do WiMAX.
Enquanto esperamos, vamos conhecer o "padrão "m"?  :-)

Fonte: e-Thesis
[03/02/09]   Padrão m ou WiMAX 2: pronto este ano - por e-Thesis
Fonte: e-Thesis
[26/03/09] 16m: WiMAX 'super móvel' - por Jana de Paula
Fonte: e-Thesis
[20/03/09]   Intel já projeta mercado do WiMAX 16m - por Jana de Paula

Vamos colaborar com o Evento!!!  :-)
Ao debate!

04.
Chegando agora?
 "Posts" anteriores:
 • "Março com 4G" (07) - Tutorial do Portal Teleco: "Redes 3G e Evolução para as Redes 4G"
 • "Março com 4G" (06) - "Convergência LTE e WiMAX revisitada" + Atualização da "Cartilha Eletrônica do WiMAX"
 • "Março com 4G" (05) - 4G: uma nova Guerra Mundial
 • "Março com 4G" (04) - "WiMAX e LTE: um caso de coexistência na 4G" + "WiMax e LTE podem acabar com cobrança de chamadas de voz no celular"
 • "Março com 4G" (03) - Artigo da diretora de Comunicações de Marketing do WiMAX Forum: "WiMAX: abra o seu mundo"
 • "Março com 4G" (02) - José Smolka indica dois artigos: "Sprint and Verizon head-to-head in '4G' " e "Clearwire's Mexican alliance in doubt after regulator decision"
 • "Março com 4G" (01) - Início do evento virtual, fechando o verão... + Jana de Paula: "WiMAX ingressa numa nova etapa, mais complexa"
 • Chamada Geral (2) - Evento comunitário "Março com 4G"
 • Chamada Geral (1) para um Evento Comunitário sobre WiMAX, 4G, Etc...

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

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Fonte: e-Thesis
[03/02/09]   Padrão m ou WiMAX 2: pronto este ano - por e-Thesis

O ecossistema de WiMAX já avalia o próximo padrão da tecnologia. As informações são de que o IEEE está em fase de finalização do padrão 802.16m e deve anunciar sua conclusão em meados deste ano. Esta nova versão do WiMAX móvel, apelidada de "WiMAX 2", será totalmente compatível com a anterior, 802.16e. Sua especificação deve garantir velocidade de 120 MBps de download e upload de 60Mbps em ambientes urbanos, utilizando antenas MIMO 4x2. Estes números são o dobro do que mostram os testes de laboratório para a versão e. Além das altas velocidades, um dos principais benefícios da tecnologia WiMAX 2 seria sua maior eficiência espectral em canais de 20MHz, ao invés dos atuais canais em 10MHz.

Mas, o "WiMAX 2" não terá amplitude de cobertura superior à sua primeira versão móvel - que cobre algumas dezenas de quilômetros - o que dá a entender que o objetivo seja mais acelerar a velocidade, à exemplo do que faz a fibra óptica para o DSL ou a LTE para as redes celulares. A falta de extensão da amplitude da cobertura, porém, é compensada pela capacidade de a versão m ser capaz de operar uma rede de WiMAX em veículos em alta velocidade, o que aumenta o interesse pela tecnologia em um número maior de ecossistemas industriais. E, se tudo correr como o esperado, os primeiros produtos que exploram o "WiMAX 2" serão lançados a partir do final de 2011.

O ponto crucial, porém, continua a incidir sobre o modelo de negócios: o importante será comprovar se a versão m dará outro forte impulso no WiMAX em todo o mundo. Atualmente, a tecnologia é explorada de maneira díspare, dependendo do país e mesmo da cidade onde é instalada.

Pioneira do WiMAX, a Clearwire, dos EUA, está entre uma das primeiras a testar o WiMAX 2, já em 2011, segundo o diretor de tecnologia da operadora, John Saw. O CTO da Clearwire, no entanto, advertiu que a empresa não está fazendo dos testes da nova versão da tecnologia uma prioridade. Ele admite, inclusive, que há uma possibilidade de 2012 marcar o lançamento comercial do serviço com o WiMAX 2. Enquanto isso, a operadora russa Yota tem planos para testar 802.16m o fim deste ano, juntamente com parceiros de hardware da Samsung.

Por enquanto, o que resta é especular. E em qualquer destas especulações a conversa sempre ruma para o aumento de velocidade. O VP do WiMAX Forum, Mohammad Shakouri, diz que o objetivo é que o novo padrão WiMAX forneça velocidades de downlink média de mais de 100 Mbps para os usuários. Para uma comparação, a Xohm, da Sprint, que estreou comercialmente em 2008, entrega velocidades de downlink que variam entre 3.7m de 5Mbps. Shakouri diz o padrão 802.16m proporciona essas altas velocidades através de uma combinação do uso de tecnologia de antena inteligente e uma abordagem multi-canal.

"Pense em você construindo uma autoestrada de 20 pistas. Já que poderia ser complicado construir 20 pistas numa mesma estrada, você pode optar por usar duas auto-estradas de 10 pistas ou estradas de quatro ou cinco pistas. Então é assim que você pode obter maiores taxas de dados, usando uma combinação de vários canais", exemplifica Shakuri. Mas, Shakouri confirma que o WiMAX2 não irá se propagar mais longe do que a tecnologia WiMAX em curso, que abrange cerca de 31 quilômetros quadrados por ponto de acesso. "O foco de 802.16m é obter capacidade mais elevada taxa de dados para a mesma quantidade de usuários de hoje", explica ele.
Fonte principal: Network World

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Fonte: e-Thesis
[26/03/09] 16m: WiMAX 'super móvel' - por Jana de Paula

Mal o mercado mundial dá início às implementações comerciais do WiMAX 802.16e e já se projeta e programa - detalhadamente - a nova versão da tecnologia de banda larga sem fio - o 802.16m.

Por enquanto, o padrão criado pelo IEEE está na fase de pré-rascunho, preparando-se para a publicação de um primeiro briefing, agendado para o segundo semestre de 2010. O que não quer dizer que se saiba pouco desta nova versão. Já existem equipes inteiras de especialistas debruçando-se sobre suas pré-especificações em todo o mundo, inclusive no Brasil. O CPqD, por exemplo, conta com uma equipe interdisciplinar que acompanha passo a passo os caminhos que trilha a versão m do WiMAX. Conversamos por telefone com um destes especialistas da fundação. Álvaro Augusto Machado de Medeiros, da Gerência de Sistemas de Comunicação Sem Fio do CPqD, nos explicou em linguagem acessível o que este WiMAX 'super móvel' poderá trazer à comunicação em alta velocidade.

No momento, o importante é fazer com que o WiMAX 802.16m atenda a alguns requisitos mínimos para ser aprovado pela UIT - IMT Advanced, como um dos padrões de 4G. Um destes pré-requisitos é a taxa de 100Mbps para usuários fixos e 1 Gbps para os móveis, muito acima da exigida da versão e, de 384 kbps estacionário e de 2 Mb móvel. Além disso, o delay da interface aérea não pode ser superior a 10 milisegundos. Mas o grande diferencial da versão m do WiMAX é sua capacidade de operação na interface aérea. Enquanto na versão e, a interface aérea se compõe de um único quadro de 5 milisegundos - o que permite, por exemplo, mobilidade até 120 km/hora-, a versão m multiplica por 4 o número de quadros, fornecendo, assim, maior mobilidade e flexibilidade de uplinks e downlinks. Isto proporciona, por exemplo, que a taxa de download seja maior que a de upload - ou a possibilidade de se baixar dados a uma velocidade muito maior do que a atual. Além disso, a velocidade em mobilidade sobe para 350 km/h, o que pode ser caracterizado como 'mobilidade plena'.

A velocidade de uplink e downlink, na versão m do WiMAX pode ser regulada na própria rede, o que confere maior velocidade em aplicações que requerem muitos dados - como VoIP de boa qualidade, multimídia, navegação web etc. A interface aérea traz ainda outra vantagem - um uso mais flexível e otimizado do espectro. Por exemplo, uma operadora que disponha de canais em 100 MHz pode dividi-los em bandas de 10MHz, obtendo maior liberdade na utilização de seu espectro disponível para fornecimento de um portfólio variado de serviços, numa mesma célula. Maior confiabilidade à rede e aos serviços prestados é outra vantagem obtida com este uso mais inteligente do espectro: podem-se dividir os canais para a prestação de serviços de vídeo, voz sobre IP etc. É claro, as redes capazes de operar neste nível precisam estar num ambiente IP e com recursos de IMS (IP Multimedia SubSystems).

Esta capacidade gera a possibilidade de fluxos de serviços - também oferecida pela versão e - e permite priorizar este ou aquele serviço, aumentando sua confiabilidade e segurança. Por exemplo, um operador de WiMAX não vai querer lançar um serviço de VoIP onde o delay torna a chamada inviável. A interface aérea, assim, por trabalhar com transmissão dos dados em vários quadros de 5 milisegundos, permite a hierarquia de serviços que sigam classes de serviços, best-effort, QoS etc. Isto é um ganho significativo, pois nem mesmo na internet fixa esta classe de serviço atinge o ponto ótimo.

E - ao contrário do padrão 802.16d (fixo/nômade) em relação 802.16e (móvel), que são incompatíveis -, a versão 802.16m é compatível com a anterior, ou seja, a versão e (certificada em 2007 e incluída, em 2008, como um dos padrões do IMT 2000/3G). É que tanto o padrão e quanto o m se baseiam na versão multiusuário da tecnologia OFDM (Orthogonal Frequency-Division Multiple), ou seja, a Orthogonal Frequency-Division Multiple Access (OFDMA). Pode não parecer muito à primeira vista, mas a compatibilidade total entre as duas versões móveis do WiMAX representa, além de economia de custos de desenvolvimento e implementação, uma migração transparente e o conseqüente aproveitamento de todo o ecossistema de produtos- estações de base, dispositivos, periféricos etc.

Há, ainda, há um terceiro ponto chave no 802.16m - a interoperabilidade. O IMT Advanced exige que o padrão seja interoperável com outras redes móveis e fixas existentes - Wi-Fi, 3G, DSL etc. - de modo a se garantir um roaming global. Isto para não falar da LTE. Mas, de fato, a interoperabilidade com a LTE é a mais fácil de obter, pois a long term evolution - desenvolvida pelo grupo 3GPP e considerada a outra forte candidata a padrão de 4G - também é baseada na tecnologia OFDMA. De qualquer forma, na 4G será preciso que, em determinado momento, um usuário de WiMAX 802.16m possa se comunicar com usuários de redes de celular (3G), Wi-Fi etc., a partir de seu aparelho ou outro dispositivo móvel. Em resumo, todo o roadmap da UIT se volta para uma comunicação móvel e interoperável num futuro próximo.

Outro pré-requisito é a capacidade de operação em várias freqüências - 450 MHz, 700 a 900 MHz, 1.8 a 2,6GHz.

Círculos virtuosos e nem tanto

Neste vôo rápido sobre o 802.16m tratamos de uma série de questões que dependem do esforço de inúmeros órgãos certificadores e de todo o chamado ecossistema. O IEEE criou o padrão. Ao IMT Advanced caberão as especificações que deverão ser respeitadas para que o padrão seja considerado de 4G. Ao WiMAX Forum cabe a definição dos requisitos, certificações, homologações, testes etc. E aos players - fabricantes de equipamentos, chipsets, dispositivos, modems, cartões de dados etc. - cabe a produção do que vai ser usado nas redes, nas operadoras e pelos usuários.

Em tese, a tendência é de convergência plena, até o ponto em que LTE e WiMAX se fundam. Em tese. De um ponto de vista puramente técnico isto é plenamente possível. Do ponto de vista do usuário é o ideal. Mas se LTE e WiMAX vão convergir depende só e exclusivamente do jogo de forças do mercado. Um alento, pelo menos, é o fato de a próxima geração de comunicação móvel estar baseada em dois padrões compatíveis, pois WiMAX e LTE são primos de primeiro grau. Já é uma evolução em relação às gerações anteriores. Quem não sabe que as tecnologias CDMA e GSM são totalmente incompatíveis? Ou, ainda, que operadora que adotou TDMA sofreu o baque de ver a tecnologia que seguia ser descontinuada? No momento, as divergências entre WiMAX e LTE são superficiais - a LTE sendo a evolução natural das grandes operadoras móveis mundiais de telecom e o WiMAX oriundo do mundo IP, da telefonia fixa e de uma série de novos entrantes, com opções de serviços até hoje não fornecidos.

Pelo menos se, num determinado momento, as forças do capital, de mercado, se unirem, seja por questões econômicas, sociais, de preservação do meio ambiente, forte recessão ou quaisquer outros fatores, fortes o suficiente, nada, em termos tecnológicos, impede a convergência de WiMAX e LTE na Quarta Geração da telefonia móvel. Por ora, não se deve esperar tanto. É melhor se contentar com os ganhos mais imediatos, como a redução de custos que tecnologias tão aparentadas possam trazer ao mercado.

Hoje em dia, a realidade é a disputa de mercado dos dois padrões - o WiMAX, do IEEE, que pode ser aberto, em determinados estágios, e o proprietário do 3GPP, onde cada etapa do padrão pertence ao grupo que desenvolve a LTE. Enquanto o IEEE permite que aqueles que participam do ecossistema coloquem suas próprias especificações, dependendo do uso que queiram fazer deles, como ocorre no caso do Wi-Fi, o 3GPP define toda a arquitetura, todo o padrão LTE. No caso do WiMAX, após paga taxa pelo uso do padrão, o interessado pode realizar desenvolvimento próprio, já tendo garantida 'a interface principal' com o equipamento que vem da rede. A LTE define tudo.

Mas o WiMAX não está livre de pressões políticas, mesmo nesta fase de pré-rascunho, apesar de os players de seu ecossistema se interessarem em criar um círculo virtuoso em torno do padrão. Digamos, por exemplo, que nesta fase de pré-certificação, de simulações, uma das empresas que desenvolvem o padrão (a empresa A) tenha determinada interface tão boa quanto à de outro membro do grupo (a empresa B). Os especialistas testaram ambas e concluíram que as duas são boas e 'podem virar pré-requisito'. É claro que entre as empresas A e B, ganhará a que tiver mais força de mercado, mais capital para investir... Mais instrumentos de pressão, enfim.

"Quando se definiu o 802.16d a idéia era utilizar o OFDM. Contudo, viu-se que flexibilidade e maior banda só poderiam ser alcançadas através do OFDMA, isto é, OFDM não iria muito longe. Então, ficou no senso comum que a tecnologia para uma próxima geração de comunicação sem fio teria que ser OFDMA. O IEEE 802.16, não perdeu tempo e trabalhou rápido em uma versão OFDMA móvel (IEEE 802.16e), com a idéia de conquistar mercado primeiro, antes de o padrão fixo (802.16d) tornar-se o carro chefe do WiMAX. O pessoal do 3GPP, que define os padrões GSM, WCDMA (o famoso 3G) e LTE, demoram um pouco mais para definir um escopo completo de rede. A vantagem de sair depois é que dá para trabalhar melhor alguns aspectos que não foram contemplados ou que não obtiveram êxito no padrão que saiu primeiro. Desta forma, mesmo utilizando a mesma tecnologia, algumas características tornam o LTE mais adaptado a operação em redes móveis, cujos terminais apresentam grande mobilidade. A desvantagem é que sair depois pode implicar em perda de mercado. Na 4G, ambas as tecnologias (WiMAX e LTE), irão utilizar padrões (IEEE 802.16m e LTE Advanced, respectivamente) baseados em tecnologia OFDMA. Como ambos estão em fase de definição, espera-se que ambas convirgam para um padrão único, e para o roaming global demandado pelo IMT-Advanced. Mas, como sabemos, existem vários outros fatores além do tecnológico que podem influenciar nesta decisão", explica Álvaro.

O WiMAX no CPqD

No momento, o CPqD já desenvolve soluções em 802.16e. A mesma equipe multidisciplinar também avalia a versão 802.16m - são equipes de hardware, software, interface, autenticação, gerência e segurança de rede, entre outras. Seu parceiro atual é a WxBR, cujo projeto é industrializar as soluções em 16e desenvolvidas pelo CPqD.

Há, também, projetos dedicados à viabilidade de soluções nas bandas de 450MHz e 700MHz, mas as soluções em 3,5 e 2,5GHz, por ora, têm prioridade, pois serão elas a primeiras a operarem WiMAX, assim que a Anatel definir as regras, licitar as bandas e permitir a formação de um mercado de WiMAX no Brasil.

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Fonte: e-Thesis
[20/03/09]   Intel já projeta mercado do WiMAX 16m - por Jana de Paula

Dois momentos importantes e distintos marcam, em 2009, a trajetória do WiMAX - um no Brasil e outro em âmbito mundial. Por aqui permanece travada a questão regulatória referente à adoção das freqüências destinadas à tecnologia e à homologação e à certificação de produtos em WiMAX. No mundo, 2009 marca o início do 'calendário oficial' de certificação do IEEE 802.16m, a próxima - e mais potente - versão da tecnologia. Para nos ajudar a traçar os pontos que ficam na base destes dois momentos, consultamos dois especialistas da Intel do Brasil, uma das líderes do ecossistema da tecnologia: Cássio Tietê, diretor de expansão de negócios e Emílio Loures, gerente de novas tecnologias da Intel.

O calendário da União Internacional de Telecomunicações (UIT) sobre a 4G, também conhecida como IMT-Advanced, foi anunciado no ano passado. Neste início de 2009, as empresas podem enviar as propostas com suas tecnologias candidatas. De momento, as mais quentes são o 3GPP LTE Advanced e o IEEE WiMAX 802.16m, embora nada impeça que surja mais alguma coisa. Até 2010 será feita a avaliação das propostas de tecnologias. Em meados de 2010, os sistemas aprovados recebem o carimbo do IMT-Advanced.

Os novos documentos até agora publicados pela UIT não especificam quaisquer novas informações técnicas relativas às propriedades dos futuros sistemas de 4G. Em vez disso, apenas inserem a referência ITU-R M.1465, no caso dos sistemas que alegam taxas de dados de 100 Mbit/s, enquanto se deslocam e de 1 Gbit/s, estacionários. Numa das inúmeras reuniões preliminares que se realizam em vários grupos de estudos da orgnização, ficou decidido que a tecnologia tem reforço suficiente para sistemas além da 3G (UMTS HSPA, WiMAX, CDMA1xEvDo), tecnologias também chamadas de "reforço de sistemas do IMT-2000" pela UIT, e que o processo de seleção de tecnologias adequadas para 4G pode agora começar.

O 802.16m, pode oferecer taxas de transferência superiores 1Gbps, mantendo a compatibilidade da radiofreqüência de WiMAX. Mas tão importante quanto torcer pelo aumento de velocidade é a garantia firme de que este protocolo irá satisfazer as necessidades da UIT para 4G. No entanto, o aumento da largura de banda é necessário devido à convergência entre VoIP e as diversas formas de multimídia (IPTV, streaming de vídeo, downloads digitais etc.), embora alguns céticos ainda duvidem de toda esta compatibilidade. Ainda assim, o IEEE espera ter este conjunto pronto ao final de 2009.

Cássio Tietê, diretor de expansão de negócios da Intel do Brasil, resume que a versão 16m vai duplicar a capacidade da versão 16e, não apenas com melhorias do throughput, menor latência etc, mas ampliando a capacidade de mobilidade do usuário. Nas demonstrações feitas com o Centrino, chip com WiMAX da Intel, na rede de Baltimore da Sprint-Clearwire já se comprovou funcionamento do WiMAX em veículos com velocidade até 120 km/h. Na versão 16m será possível conectar a rede em velocidades ainda maiores - "quem sabe aptas a fornecer mobilidade num trem-bala" - e o conseqüente aumento da experiência 'always-on'.

Embora o roadmap da Intel sobre a versão 16m ainda seja sigiloso, a companhia se debruça na próxima geração da tecnologia WiMAX, principalmente em seu laboratório instalado em Portland, a outra cidade dos EUA que já tem sua rede de WiMAX móvel em funcionamento comercial. "Não há, de início, nenhuma restrição quanto ao uso do 80216m nos chamados dispositivos de baixo custo, como netbooks e MIDs", adianta Tietê.

WiMAX: 3G, 3,5G ou 4G?

Há toda uma discussão em torno de nomenclaturas e gerações de tecnologias quando se fala do WiMAX. Para a UIT, a atual versão do WiMAX móvel - 802.16e - é uma das tecnologias padrão da 3G. Já a próxima 802.16m está em análise para ser incluída nas tecnologias padrão da 4G, ou IMT Adavncend. "Mas como a tecnologia é muito dinâmica, as coisas do mercado caminham de forma paralela aos trabalhos de especificação do IMT Advanced", explica o executivo da Intel.

Por ora, digamos que uma coisa é a semântica usada pela UIT, que exige todo um processo de formalização - e formalidades -, parâmetros técnicos e outras especificações que garantam o padrão 16m em âmbito mundial. Outra coisa é a evolução mais rápida de mercado, que leva a outras definições, sobretudo em termos de marketing do WiMAX móvel em uso. Assim, a Sprint Clarwire, apesar de utilizar a tecnologia especificada como de IMT 2000 - a 802.16e-, por comprovar que sua rede de WiMAX móvel traz benefícios que a 3G ainda não oferece, acaba adotando o conceito de que sua rede de WiMAX móvel atual é 4G. Mais adequado seria classificá-la de 3,5G; mas, como esta definição não foi adotada - ao contrário da 2,5G, que por mais de três anos 'prenunciava' a 4G - as operadoras dos EUA classificam suas redes de 4G, embora isto não esteja de acordo com as especificações da UIT.

Mercado quer mais dados

Menos interessado em nomenclaturas do que em mobilidade, o mercado quer novas e eficientes soluções que resolvam a saturação dos atuais sistemas e tecnologias na oferta de capacidade de dados. O mercado, como o tempo, não pára e o que se vê hoje é uma saturação da oferta existente de dados. Assim, a necessidade de aprovação das normas não pode, nem deve, tomar a dianteira das exigências de mercado.

Outro pronto crucial no negócio de WiMAX é sua vantagem de custo de instalação da rede, com oferta de serviço de alta disponibilidade, alta capacidade de banda larga e a possibilidade de viabilização de soluções para inclusão digital - o que vem de encontro com algumas das principais estratégias mundiais de investimento em TICs. O WiMAX é um padrão aberto, o que tende a baratear o custo dos dispositivos e chipsets. Esta é outra característica que insere a tecnologia nos novos modelos de negócios adotados tanto por países desenvolvidos, como o Japão, como pelos considerados emergentes, entre eles, Rússia, Bulgária e Venezuela.

Mas para que o mercado deslanche, a questão regulatória é fundamental, pois sem as devidas regras e atribuições de freqüência e as certificações e homologações dos equipamentos e dispositivos as redes não podem ser instaladas e, muito menos, funcionar.


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