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06/03/10
• Telebrás, Eletronet e PNBL (201) - Msg de Clóvis Marques: "FTTH: fibras ópticas para interligação de residências"
Olá, ComUnidade
WirelessBRASIL!
Transcrevo mais abaixo uma oportuna mensagem do nosso Clóvis Marques
propondo a leitura deste artigo:
Fonte: Revista Teletime
[Dez 2009]
FTTH elétrico
Recorte:
(...)
Agora, a Copel quer aprofundar ainda mais a sua atuação em telecomunicações com
a construção de uma rede de fibra óptica até a casa dos clientes (FTTH). O plano
é ousado, já que até mesmo as concessionárias brasileiras de telefonia ainda
estão engatinhando na adoção de FTTH. A ideia da Copel é criar uma rede aberta e
neutra, a ser disponibilizada para quaisquer provedores de serviço que tenham
interesse. Em 2010, a primeira rede será instalada em Curitiba. Nesta entrevista
para TELETIME, o superintendente de telecomunicações da utility, Carlos Eduardo
Moscalewsky, revela mais detalhes sobre o projeto. O executivo informa também
quais são os primeiros passos da Copel rumo à smart grid e praticamente descarta
o PLC como tecnologia para oferta de banda larga comercial. (...)
02.
Antes, que tal uma ambientação sobre o tema?
Fonte: Wikipédia
FTTH
FTTH (acrônimo de Fiber-to-the-Home - Fibra para o lar) é uma tecnologia de interligação de residências através de fibra ópticas para o fornecimento de serviços de TV digital, Radio Digital, acesso à Internet e telefonia. A fibra óptica é levada até as residências, em substituição aos cabos de cobre ou cabos coaxiais (utilizados em televisão a cabo). As residências são conectadas a um ponto de presença da operadora de serviços de telecomunicações.
Há dois projetos básicos para FTTH:
1) Rede óptica passiva (PON): é uma rede óptica ponto-multiponto que viabiliza o compartilhamento de uma única fibra óptica entre diversos pontos finais, os usuários. Não existem elementos ativos entre o equipamento do provedor de acesso OLT e o CPE instalado junto ao equipamento de aplicação do usuário. Desta forma, esta solução provê uma clara economia nos custos de operação, manutenção e implementação. Também a solução PON pode ser implementada por uma fração dos custos das redes ópticas ponto-a-ponto tradicionais.
Uma rede PON consiste de equipamentos OLT - Optical Line Terminal localizados nas bordas dos anéis ópticos das redes de transporte SDH, conectados nos equipamentos ADM, de um lado, e pelo outro lado conectados em vários outros equipamentos ONU (Optical Network Units) ou ONT (Optical Network Terminal) localizados em condomínios, gabinetes nas calçadas, sites e residências. Então percebemos que está tecnologia é uma solução de acesso de última milha Last-Mile. O sinal óptico é transmitido pelo OLT por uma única fibra. A essa fibra são feitas derivações através do uso de divisores ópticos passivos (POS), para conectá-la às ONU's e ONT's. Cada ONU e ONT transmite e recebe um canal óptico independente e disponibiliza para os usuários finais alocação dinâmica de banda entre 1Mbit/s e 1Gbit/s, para as aplicações de voz, dados e vídeo.
2) FTTH dedicado: o cabeamento é ligado diretamente da residência à operadora. A fibra dedicada fornece a maioria de largura de faixa desde que entrega toda a largura de faixa de uma única fibra, assim é a maioria de projeto de rede da futuro-prova. Entretanto, o custo de D-FTTH é considerado ainda pela maioria dos portadores como altamente proibitiva, assim até agora não há nenhuma distribuição de D-FTTH na área residencial.
Fiber-to-the-Home FTTH é a tecnologia banda larga para o mercado de massa do futuro. O FTTH possibilitará o transporte simultâneo de uma série de serviços, tais como Internet com acesso muito mais rápido, telefonia e televisão, através de uma única fibra óptica. Com o FttH, a rede de acesso será baseada na fibra e capaz de prover velocidades a partir de 100Mb/s, chegando a até 40Gb/s. Novas tecnologias DWDM, com alto controle de PMD permitem atingir essa incrível marca. Isto criará uma rede de acesso com inúmeras possibilidades. Esta tecnologia suportará um modelo aberto completo pelo qual o consumidor terá total liberdade de escolha pelo seu fornecedor de serviço.
Em Virtude das suas características, as Fibras ópticas apresentam bastantes vantagens sobre os sistemas eléctricos.
Boa leitura a mensagem do Clóvis e do
artigo
FTTH elétrico!
Um abraço cordial
Helio
Rosa
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de Clóvis Marques <clovis1@terra.com.br>
responder a Celld-group@yahoogrupos.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 6 de março de 2010
assunto Re: [Celld-group] Telebrás, Eletronet e PNBL (200) - "Situação da
Eletronet": Explicação de Clóvis Marques + Artigo: "O desafio de utilizar as
fibras ópticas da Eletronet" + Editorial do Globo
Olá Hélio e participantes dos Fóruns,
Estou abrindo a terceira centena de mensagens desta série com a excelente
matéria publicada pela Teletime sobre a Rede de Fibras da Copel, a qual fiz
menção em alguns dos meus posts anteriores, referindo-me a ela como um dos
exemplos de sucesso da atuação do Governo como Fomentador do Desenvolvimento na
área de Telecom, permitindo que um número maior de Empresas possam atuar no
mercado.
A entrevista foi feita em Dezembro de 2009 com o superintendente de
telecomunicações da COPEL, Carlos Eduardo Moscalewsky, e mostra com alguns
detalhes interessantes a abrangência, uso e importância dessa Rede para o Estado
do Paraná, além de revelações importantes sobre a aplicabilidade do PLC.
Apesar da matéria não detalhar, são usuários da Rede da COPEL em âmbito e
abrangência Estadual: as Celulares; a Sercomtel, a GVT e até a Embratel, além de
muitas Empresas Privadas interligando Matriz e filiais dentro do Estado e
Pessoas Físicas conectadas à grande rede.
A Rede da COPEL foi e é um dos principais fomentadores de desenvolvimento e
abrangência de todos os serviços de Telecom no Estado do Paraná e agora
prepara-se para alçar vôos mais altos.
Vale a pena a leitura.
Bom fim de semana e abraço a todos,
Clóvis Marques
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Fonte: Revista Teletime
[Dez 2009]
FTTH elétrico
A Copel, distribuidora de energia do estado
do Paraná, tem há muito tempo uma relação estreita com o setor de
telecomunicações. Ela é uma das controladoras da Sercomtel, tem uma rede de
fibra óptica com 13 mil km de extensão e foi uma das pioneiras no Brasil em
testes com a tecnologia de PowerLine Communications (PLC). Agora, a Copel quer
aprofundar ainda mais a sua atuação em telecomunicações com a construção de uma
rede de fibra óptica até a casa dos clientes (FTTH). O plano é ousado, já que
até mesmo as concessionárias brasileiras de telefonia ainda estão engatinhando
na adoção de FTTH. A ideia da Copel é criar uma rede aberta e neutra, a ser
disponibilizada para quaisquer provedores de serviço que tenham interesse. Em
2010, a primeira rede será instalada em Curitiba. Nesta entrevista para TELETIME,
o superintendente de telecomunicações da utility, Carlos Eduardo Moscalewsky,
revela mais detalhes sobre o projeto. O executivo informa também quais são os
primeiros passos da Copel rumo à smart grid e praticamente descarta o PLC como
tecnologia para oferta de banda larga comercial.
Teletime - Há muitos anos se fala sobre a
possibilidade de as distribuidoras de energia entrarem no mercado de
telecomunicações com ofertas de serviços para o consumidor final. Por questões
técnicas e regulatórias isso não aconteceu ainda. Qual é a sua avaliação do
papel desempenhado pelas empresas de energia elétrica no setor de telecom
brasileiro?
Carlos Eduardo Moscalewsky - Temos no Brasil
um problema de modelo. Eu defendo a segregação entre a rede e o prestador do
serviço para o cliente final. E entendo que as empresas de energia elétrica
estão bem preparadas para assumir esse papel de fornecedor de infraestrutura.
São empresas acostumadas a investir a longo prazo com taxas de retorno baixas.
E, afinal de contas, distribuir rede é o serviço de uma distribuidora de
energia. A segregação entre rede e serviço seria extremamente importante para o
desenvolvimento das telecomunicações no Brasil. Seria uma rede de alta
capacidade, IP, multisserviço, com fibra óptica até o cliente final, aberta a
todos os provedores de serviço e neutra para qualquer tipo de serviço que possa
trafegar nela.
Teletime - Já conversaram com outras
distribuidoras de energia sobre essa ideia?
C.E.M. - Existe o interesse de qualquer
companhia distribuidora de energia por um modelo desse tipo, porque elas já têm
os direitos de passagem e as equipes que trabalham em suas redes. Seria um
segundo serviço vendido para os mesmos clientes que elas já têm. E isso ajudaria
a melhorar a própria distribuição de energia elétrica, pois estando conectada a
rede seria mais eficiente. O que falta é um modelo de negócios para seguir.
Quando em algum lugar – e espero que seja o Paraná – um modelo começar a
funcionar em larga escala, ele será disseminado para outros estados.
Teletime - O senhor defende uma mudança
regulatória que exija do lado das incumbents a segregação entre infraestrutura e
serviços?
C.E.M. - Nos primeiros países que
privatizaram suas redes de telecomunicações foi concluído que as coisas só
funcionariam adequadamente e de forma mais isenta se a infraestrutura fosse
separada do serviço de telecom. Contudo, não sou tão otimista para imaginar que
exista espaço ou força dentro da Anatel para alterar o modelo dessa forma. O que
propomos e pretendemos fazer é, dentro da licença de SCM e com parcerias com
provedores que não têm rede, passar a oferecer uma alternativa em
telecomunicações, o que trará concorrência e oportunidade de escolha para o
cliente final. Esse caminho vai ao encontro do desejo dos usuários. Só espero
que o órgão regulador não atrapalhe.
Teletime - Que tecnologia será usada nessa
rede?
C.E.M. - A rede do futuro é com fibra óptica.
E é assim que pretendemos fazer. Eventualmente poderíamos usar outras
tecnologias em um determinado período para um atendimento mais rápido, desde que
essas tecnologias sejam suficientemente robustas para fornecer um serviço
estável. O modelo de rede aberta que eu prego é para uma rede de fibra óptica.
Teletime - Mas a última milha será com fibra
também?
C.E.M. - Sim, eu falo de uma rede com fibra
até o cliente final. Mas claro que se trata de um projeto de longo prazo. A rede
é um monopólio natural. Ela tem um custo elevado e retorno a longo prazo. Ela
precisa de múltiplos serviços para se pagar.
Teletime - Quando espera fechar uma primeira
parceria nesse modelo de FTTH?
C.E.M. - Já em 2010. Estamos conversando com
várias operadoras. Mas não quero fechar com uma operadora só. Quero fechar com
tantas quantas queiram oferecer serviços de telecom para os clientes da nossa
região.
Teletime - A Copel já definiu onde começará a
construir uma rede FTTH ou isso vai depender da demanda das operadoras
parceiras?
C.E.M. - A Copel tem hoje 13 mil km de fibra
óptica instalados. Desse total, 4,5 mil km atendem a 215 cidades no Paraná, o
que representa 90% da população do estado. Mas temos redes primárias também em
um grande número de cidades. E chego com fibra ponto a ponto em alguns clientes
corporativos. Pretendemos em 2010 construir uma rede GPON no centro de Curitiba,
onde há um grande número de clientes corporativos, escritórios, hotéis, escolas.
E depois estenderemos esse mesmo tipo de rede para outras cidades grandes do
Paraná onde haja demanda, incluindo o mercado SoHo.
Teletime - Por que não fazer essa oferta ao
consumidor final através de sua subsidiária Copel Telecom, em vez de alugar para
terceiros prestarem o serviço?
C.E.M. - Nossa ideia é oferecer o serviço de
Internet com a marca Copel Telecom e permitir que parceiros complementem com
outros serviços, como telefonia fixa, TV etc. Entendemos a Internet como um meio
através do qual outros serviços serão prestados. Há, na verdade, duas opções de
modelos. Uma seria vendermos o serviço de rede separado para operadoras que
precisem de infraestrutura de acesso e queiram atender seus clientes com a sua
marca, da forma como acontece na Inglaterra. A segunda opção é criarmos uma
plataforma de software sobre a rede que permita que diversos provedores ofereçam
serviços através de um portal na Internet. O cliente final escolheria livremente
o combo que desejaria montar. Isso já existe em algumas cidades da Suécia em
cima de redes de fibra lançadas por empresas de distribuição de energia.
Teletime - Quando vocês devem começar a
oferta SoHo?
C.E.M. - Assim que a rede GPON estiver
instalada vamos começar. Isso acontecerá provavelmente na metade de 2010.
Teletime - Depois de Curitiba, para qual
cidade expandirão a rede óptica?
C.E.M. - Vai depender da demanda dos
parceiros. Maringá e Londrina são algumas possibilidades.
Teletime - A Copel é uma das principais
acionistas da Sercomtel. No começo deste ano a Sercomtel obteve a licença de
STFC da Anatel para operar em todo o estado do Paraná e para isso contava com a
rede de fibra óptica da Copel. Em que estágio se encontra essa parceria hoje?
C.E.M. - A Sercomtel será certamente uma das
parceiras da Copel para serviços de telecom. Estamos discutindo esse contrato.
Mas é bom reforçar que Copel Telecomunicações e Sercomtel são empresas
separadas. O meu modelo é de uma rede aberta e neutra. A Sercomtel pode fornecer
serviços através da nossa rede, assim como qualquer outra empresa que queira
atuar no Paraná.
Teletime - A Copel foi uma das pioneiras em
testes com PLC no Brasil. Poderia descrever em que estágio estão esses testes e
quais foram as conclusões da empresa?
C.E.M. - No nosso teste usamos PLC como
tecnologia de última milha. Chegamos com fibra até a rede secundária, acoplamos
o modem master e na casa do cliente botamos um CPE. Teoricamente você teria
sinal em todas as tomadas naquele circuito elétrico. Temos um teste em Santo
Antônio da Platina, que é uma cidade de médio porte no interior do Paraná.
Notamos que, em primeiro lugar, é preciso investir na rede externa para corrigir
certos problemas para que o sinal chegue até o medidor com qualidade. Isso não é
complicado e tem um efeito benéfico para a própria rede e para o serviço de
distribuição de energia. Temos conseguido chegar ao medidor com velocidades de 5
a 20 Mbps, dependendo da distância do modem. Em cerca de 35% dos casos no
universo testado o sinal chegou com boa qualidade, após pequenas correções na
rede. O problema é a instalação elétrica interna das residências, que é feita
pelo próprio cliente e muitas vezes não segue as normas previstas. É uma
confusão danada. É difícil às vezes saber o que está interferindo ou bloqueando
o sinal. Esse é um grande problema que não sabemos exatamente como resolver,
pelo menos com os equipamentos que utilizamos nesses testes. Em alguns lugares
funciona, em outros não. Se for para mexer muito na instalação elétrica da
residência desaparece o benefício principal do PLC, que era usar a instalação
existente. Temos dez circuitos secundários ligados com PLC em Santo Antônio da
Platina. Dos 470 clientes potenciais, 90 estão usando PLC e encontram-se
satisfeitos com o serviço. Nos outros enfrentamos dificuldades para a
instalação. Então resolvemos parar um pouco e desenvolver soluções em
laboratório para contornar os problemas que identificamos. Não está sendo fácil.
Estamos buscando outros fornecedores para fazer testes. O fato é que o serviço
não se mostrou suficientemente estável para ser fornecido comercialmente para o
consumidor final.
Teletime - E há também a barreira regulatória...
C.E.M. - A regulação exige que a empresa de
energia faça uma licitação (para que terceiros explorem sua rede na oferta de
banda larga via PLC). Isso é de um desconhecimento total da tecnologia! Não se
trata de pendurar alguma coisa no poste. Trata-se de meter a mão na rede
elétrica ligada! Nenhuma empresa responsável de distribuição de energia fará
essa licitação porque vai esculhambar com a sua rede! A única possibilidade para
que essa tecnologia viesse a funcionar seria se a empresa de distribuição de
energia pudesse vender o serviço através de uma companhia coligada, que
estivesse acostumada a trabalhar no ambiente de energia. Da forma como está a
regulamentação, as elétricas não têm nenhum interesse e nenhum incentivo para
oferta de PLC, muito pelo contrário. Acho isso um limitador mortal para o
desenvolvimento de PLC no Brasil.
Teletime - Está portanto descartada a
hipótese de a Copel realizar essa licitação para exploração de sua rede via PLC?
C.E.M. - Não respondo por isso, mas não
imagino que a Copel Distribuição tenha algum interesse em fazer uma licitação de
serviços de PLC. Sabe lá quem iria fornecer esse serviço e em que condições iria
trabalhar na rede? Não acredito que, nessas condições, o PLC venha a vingar no
Brasil.
Teletime - A limitação de potência para o PLC
determinada pela regulamentação tornará necessária a instalação de muitos
repetidores. Há quem diga até que faltariam postes para tantos repetidores. O
que o senhor acha disso?
C.E.M. - De fato temos usado mais repetidores
do que imaginávamos em nossos testes. E se a instalação se tornar muito cara o
PLC não faz sentido. Só funciona se for barato, fácil de operar e atenda as
demandas de inclusão digital para o pessoal de menor poder aquisitivo.
Teletime - A Copel usa PLC para telemetria?
C.E.M. - Esse é o lado positivo da nossa
experiência em Santo Antônio da Platina. Como foi simples ajustar a rede
elétrica externa para chegar com 5 Mbps até o medidor, o PLC não teria
dificuldade de funcionar para telemetria. Seria uma tecnologia possível de se
utilizar para o smart grid.
Teletime - Em que estágio se encontra a Copel
hoje na evolução para smart grid?
C.E.M. - Smart grid é a palavra da moda na
energia elétrica. Fala-se muito dos seus benefícios, mas pouco se discute qual
seria a solução de telecomunicações a ser utilizada. PLC pode ser uma das
tecnologias a atender essa conectividade, desde que seja barato. A fibra óptica
é outra alternativa, principalmente se você agregar a venda de serviços de
telecom. Outra opção seria o GPRS: mas a que preço? Você vai medir uma vez por
mês, por semana ou a cada 15 minutos? O preço aumenta quanto mais vezes você
utiliza. Como o medidor eletrônico estará online, com medição o tempo inteiro,
não sei se vale a pena conectar via GPRS. E quanto essa rede celular suporta? O
espectro é limitado. Na Copel, vamos ligar nossos clientes de alta tensão com
medidores eletrônicos através de fibra óptica. Os primeiros mil clientes de alta
tensão serão ligados no ano que vem.
Teletime - Que funcionalidades esse medidor
eletrônico terá?
C.E.M. - A questão não é quais funções o
medidor terá, mas quais funções serão permitidas que o medidor faça. Poderemos
criar, por exemplo, novas formas de tarifar energia, em horários diferentes,
fora da ponta, mais baratos. Há quem diga que no futuro haverá geração
distribuída: o cliente poderá fornecer energia pra o sistema. Não sei se o
medidor fará isso tudo de início. Mas trará grande vantagem no que diz respeito
à redução de perda de energia, combate à fraude etc.
Teletime - De quanto será o investimento da
Copel em telecom em 2010?
C.E.M. - Foram R$ 50 milhões em 2009 e serão
R$ 60 milhões em 2010.
Teletime - E qual será o destino desse
investimento?
C.E.M. - A expansão do backbone de fibra para
outras cidades consumirá boa parte desse investimento. Redes de acesso para
atendimento dos clientes corporativos também consumirão um volume elevado. Além
disso, substituiremos os roteadores IP e MPLS. E vamos fazer upgrade dos
switches: são de 1 Gbps e passarão para 10 Gbps. E no anel central da rede, que
tem 10 Gbps, e que já está quase todo ocupado, faremos uma licitação para adotar
um sistema DWDM para expandir essa capacidade. Com DWDM dá para ter 40 canais de
10 Gbps. Inicialmente iremos equipar oito. Ou seja, aumentaremos a capacidade
para 80 Gbps.
Teletime - Com a expansão, quantas cidades
estarão conectadas ao backbone da Copel no fim de 2010?
C.E.M. - Serão 240 cidades. É um número
aproximado. Porque às vezes aproveitamos a passagem da fibra e conectamos alguma
outra cidade próxima em razão de demanda.
Teletime - Como você espera que seja a
atuação da Copel em telecomunicações daqui a cinco anos?
C.E.M. - Daqui a cinco
anos a ficha terá caído e o pessoal vai descobrir que a rede da Copel será a
rede do Paraná. Não fará sentido para um prestador de serviços construir uma
rede própria. Esperamos que o nosso modelo cresça, que tenhamos essa rede no
maior número de locais possível. Com certeza não teremos universalizado o acesso
no Paraná. Para isso são necessários de 15 a 20 anos. Mas já teremos fechado
parcerias e demonstrado a viabilidade do modelo.
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