BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Março 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


17/03/10

• Telebrás, Eletronet e PNBL (226) - "Plano de Banda Larga, aqui e lá"

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Transcrevo mais abaixo estas matérias:

Fonte: Ethevaldo Siqueira
[16/03/10]  EUA buscam superar atraso em banda larga - por Julius Genachowski
Este artigo de Julius Genachowski, presidente da FCC (Federal Communications Commission ou Comissão Federal de Comunicações), órgão regulador norte-americano, foi publicado no jornal The Washington Post, no domingo, 14 de março de 2010. Ele sintetiza a mensagem a ser enviada ao Congresso dos Estados Unidos no dia 17 de março de 2010, com o Plano Nacional de Banda Larga daquele país.

Fonte: BBC Brasil
[16/03/10]   Exclusão digital pode prejudicar economia brasileira, dizem especialistas

Fonte: Convergência Digital
[17/03/10]  Briga por frequência azeda plano de Banda Larga nos EUA

02.
Obrigado, Rubens Alves, pela indicação deste pequeno mas contundente texto:

Fonte: Blog do jornalista Renato Cruz
[16/03/10]  Plano de banda larga, aqui e lá - por Renato Cruz

A Federal Communications Commission (FCC) anunciou hoje o plano de banda larga dos Estados Unidos. Diferentemente do que acontece no Brasil, o plano de lá :
1) foi elaborado por um grupo técnico da agência reguladora;
2) passará pelo crivo do Congresso;
3) não pretende ressuscitar uma estatal que tenha sido alvo de especulação em bolsa;
4) não depende da retomada da infraestrutura de uma empresa falida cujo controle foi vendido por R$ 1; e
5) não está sendo anunciado às vésperas da campanha presidencial.

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

------------------------------

Fonte: Ethevaldo Siqueira
[16/03/10]  EUA buscam superar atraso em banda larga - por Julius Genachowski *

* Este artigo de Julius Genachowski, presidente da FCC (Federal Communications Commission ou Comissão Federal de Comunicações), órgão regulador norte-americano, foi publicado no jornal The Washington Post, no domingo, 14 de março de 2010. Ele sintetiza a mensagem a ser enviada ao Congresso dos Estados Unidos no dia 17 de março de 2010, com o Plano Nacional de Banda Larga daquele país.

Com seu poder de gerar inovação e oportunidades, bem como por sua capacidade de conectar pessoas, levar-lhes informação e proporcionar-lhes entretenimento, a internet transformou os Estados Unidos como nenhuma outra tecnologia na História.

Estamos, no entanto, longe de compreender em sua totalidade o potencial da internet de alta velocidade ou o acesso em banda larga. Redes de banda larga podem ser o motor da América na luta pela criação de empregos, crescimento econômico e tremendos avanços e economias na educação, assistência à saúde e conservação da energia.

Esta compreensão da imensa importância mundial das redes de banda larga no século 21 e de seus benefícios não surge espontaneamente. Embora os EUA tenham inventado a internet, o país se atrasa agora, em relação a outras nações que tomam a dianteira, exatamente quando ela chega ao patamar da banda larga. Alguns estudos mostram que os EUA se encontram em 15º lugar quanto à adoção da banda larga. Outros põem o país numa posição melhor, mas nenhum o coloca onde ele deveria estar.

Este país está numa encruzilhada. Ou o país se compromete em criar redes de banda larga de importância mundial para garantir que as próximas ondas de inovação e do crescimento de negócios aconteçam aqui, ou vamos ficar à margem do caminho, a ver invenções e empregos migrarem para aquelas partes do mundo que dispuserem de infraestruturas de comunicações melhores, mais rápidas e mais baratas.

Esta, evidentemente, não será nossa escolha – porque, esta semana, a pedido do Congresso e do presidente, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) está entregando o primeiro Plano Nacional de Banda Larga: uma estratégia abrangente para uma profunda ampliação e melhoria das redes de banda larga e estendendo seus benefícios a todos os cidadãos norte-americanos.

A má noticia é que nós temos um longo caminho a percorrer para superar o grande desafio da infraestrutura desta geração:

* Milhões de norte-americanos não dispõem hoje de banda larga. Isso é inaceitável, com tantas de nossas interações circulando online, incluindo as listas de empregos e de treinamento profissional durante a pior recessão em décadas.
* Dezenas de milhões de norte-americanos com acesso à banda larga deixaram de ser contratados. Nossas pesquisas mostram que eles não estão conectados porque não podem pagar pelo serviço, não sabem usá-lo ou não estão cientes de seus benefícios potenciais.
* A vasta maioria dos norte-americanos não dispõe de banda larga suficientemente rápida para se beneficiar do ensino a distância por meio de vídeo ou para obter um diagnóstico médico, ou dúzias de outras aplicações existentes ou emergentes.
* Sem banda larga, nenhum empreendedor pode cuidar de seu pequeno negócio. No entanto, 26% das propriedades agrícolas e centros de negócios rurais não dispõem de acesso a um modem de cabo; e mais de 70% dos pequenos negócios dispõem de pouca ou nenhuma banda larga móvel (celular 3G).
* E, à medida que a banda larga móvel se torna mais importante, os Estados Unidos enfrentam uma enorme escassez de espectro – que é o oxigênio eletromagnético sobre o qual trafegam as redes móveis.

O ponto de partida para resolver esses problemas é um conjunto de metas, que são ambiciosas, embora alcançáveis com um compromisso nacional, como as quatro seguintes:

* Primeiro, para assegurar a oportunidade que deve ter cada cidadão norte-americano de acessar todos os serviços essenciais de banda larga em sua residência.
* Em segundo lugar, para que os EUA possam efetivamente dispor de redes avançadas, essenciais para fortalecer sua economia, o país deve aumentar substancialmente a capacidade de suas redes. Isso significa impulsioná-las rumo à velocidade de 1 gigabit por segundo (Gpbs) para cada comunidade em todo o país, por meio de bibliotecas, escolas e faculdades; e criar o maior mercado mundial, uma rede de serviços de baixo custo de 100 megabits por segundo (Mbps) para 100 milhões de domicílios, de tal maneira que inventores de todo o mundo corram para nossa plataforma.
* Em terceiro lugar, para assegurar que capturemos a próxima onde de mudança, devemos liderar o mundo em velocidade e alcance de nossas redes móveis.
* Em quarto lugar, para assegurar a segurança dos norte-americanos, cada interlocutor deve ter acesso a uma rede pública de segurança, de banda larga interoperável, de âmbito nacional, sem fio.

Com políticas inteligentes, poderemos viabilizar e acelerar o investimento privado necessário para alcançar esse futuro. Se tivermos vontade política, poderemos reclamar o espectro licenciado e não-licenciado de que necessitam nossas redes para ter sucesso. Podemos transformar o fundo multibilionário que hoje se destina a universalizar a comunicação de voz tradicional em outro que vise à oferta ampla da banda larga. Podemos promover a competição, por exemplo, pela remoção das barreiras, estimulando o investimento e preparando os consumidores com as informações de que eles necessitam para fazer o mercado funcionar. E nós podemos oferecer a cada cidadão norte-americano as ferramentas para que ele se torne um alfabetizado digital – um pré-requisito para participar da nova economia.

Se nós adotarmos essas e outras ideias, poderemos ter em mãos o poder de uma tecnologia com o maior potencial para o desenvolvimento e para a conquista do bem-estar econômico e social já surgida desde o advento da eletricidade.

Imaginem um mundo onde as crianças nos bairros de baixa renda possam, de suas salas de aula, ter acesso aos melhores professores do mundo e acessar em casa os mais atualizados livros de textos. Pintem em sua imaginação um cenário onde idosos diabéticos moradores da zona rural, sem acesso rápido a médicos, possam aconselhar-se sobre alimentação em seus computadores domésticos.

A História nos ensina que as nações que lideram as revoluções tecnológicas obtêm enormes recompensas. Nós podemos liderar a revolução da banda larga com fio e sem fio. O momento de agir é agora.

-------------------------

Fonte: BBC Brasil
[16/03/10]   Exclusão digital pode prejudicar economia brasileira, dizem especialistas

Com apenas um terço de sua população com acesso à internet e um índice de penetração de banda larga menor que o de países como Argentina, Chile e México, o Brasil corre o risco de ver seu crescimento econômico comprometido devido a este atraso, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessam a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.
O número de desconectados no Brasil é muito maior, por exemplo, que o da Coreia do Sul - onde quase 78% da população tem acesso à rede -, que de grande parte dos países da Europa Ocidental e até mesmo que o do Uruguai, onde cerca de 40% das pessoas acessa a internet.
A situação do acesso a conexões de banda larga, fundamentais para que se possa aproveitar todas as possibilidades multimídia da internet, ainda é mais grave. A União Internacional de Telecomunicações, agência da ONU para questões de comunicação e tecnologia, estima que apenas 5,26% dos brasileiros tenham acesso a conexões rápidas. O número é bem inferior à penetração da banda larga na Argentina, que é de 7,99%, Chile, onde a penetração é de 8,49%, e México, onde este índice é de 7%.
Com o objetivo de corrigir este déficit, o governo chegou a anunciar um Plano Nacional de Banda Larga, que pretende elevar a penetração das conexões rápidas no país para 45% até 2014. A implementação do programa, no entanto, deve ficar para o próximo governo.
Desenvolvimento e preço

Mas não é só no ranking de penetração de banda larga que o Brasil está atrás de países com estrutura e economia similares. Um estudo divulgado pela União Internacional de Telecomunicações no final de fevereiro coloca o Brasil atrás de Argentina, Uruguai, Chile e até Trinidad e Tobago em um ranking de desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação, área conhecida pela sigla TIC.
Entre os motivos que levam o Brasil a registrar tal atraso estão problemas institucionais, de infraestrutura e as dimensões territoriais do país, que dificultam a instalação de uma grande rede de banda larga, por exemplo.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, apontam os altos custos de conexão como um dos principais entraves para que a maioria dos brasileiros tenha acesso à internet. "O Brasil tem os custos de conexão mais caros do planeta. Hoje, nosso maior problema de infraestrutura é o 'custo Brasil de telecomunicação' e, este é um dos grandes problemas para aumentar o uso da internet", diz o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República.
De fato, a União Internacional de Telecomunicações aponta que Brasil está no grupo de países onde mais se paga para ter acesso a serviços como internet, telefone fixo e celular.
José Carlos Cavalcanti, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco e ex-secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior do Estado, atribui os custos à elevada carga tributária e diz que pequenas variações no preço de acesso à internet poderiam já ter impacto na demanda. "Para cada 1% de redução no preço de um computador ou na tarifa de internet, a demanda aumenta 0,5%. Já se houver um aumento de 1% na renda das pessoas, a demanda aumenta 0,5%", diz Cavalcanti, citando um estudo de 2006 conduzido por ele para a Microsoft.
Crescimento perdido

É difícil mensurar o quanto o Brasil vem perdendo em termos de crescimento econômico e de empregos com este atraso. Dados da consultoria McKinsey&Company, no entanto, apontam que um aumento de 10% nas conexões de banda larga pode levar a um crescimento entre 0,1% e 1,4% no PIB de um país. Uma outra pesquisa, do Banco Mundial, indica que este crescimento pode ser de 1,38% em países subdesenvolvidos.
Segundo a pesquisa da McKinsey, este crescimento econômico se dá por cinco fatores: primeiro devido ao impacto direto do investimento na rede de banda larga, depois pelo efeito da melhoria na indústria, seguido por aumento nos investimentos estrangeiros diretos e na produtividade e por uma melhora no acesso da população a informações. O mesmo estudo diz que se a penetração da banda larga na América Latina atingisse o mesmo nível da Europa Ocidental, 1,7 milhão de empregos poderiam ser criados na região.
Autor de estimativas mais cautelosas, Raul Katz, professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, afirma que se o Brasil superasse seu déficit de banda larga - que ele estima ser de 5 milhões de conexões - nosso PIB poderia ter um crescimento de 0,08 pontos percentuais.'PIB, PIB Virtual e FIB'

Mas não é só crescimento do PIB que o Brasil perde com o fato de a maior parte de sua população ainda estar desconectada. Para Gilson Schwartz, coordenador do centro de pesquisas Cidade do Conhecimento, da Universidade de São Paulo, esta perda causada pela desconectividade se dá em três categorias distintas.
A primeira é a perda em termos de emprego e renda. Outra categoria, mais difícil de mensurar, é o que ele chama de 'PIB virtual', ou seja, toda a produção, negócios e os serviços que poderiam ser feitos completamente dentro da rede e que não são feitos devido aos altos níveis de desconexão. Schwartz aponta ainda que as dificuldades de acesso à internet no Brasil trazem perdas em um "campo social, que mistura entretenimento, sexualidade, cidadania e identidade".
"Quando você não tem banda larga, desenvolvimento digital, você está tirando trabalho e lazer. Nesse sentido você pode dizer que o déficit provocado pelo atraso digital é ainda maior do que o de qualquer setor tradicional", diz.

"Sem dúvida alguma, sociabilidade, sexualidade, amizade e alegria estão cada vez mais disponíveis nas novas mídias, e quem não está acessando isso está perdendo aquele outro PIB, o FIB, felicidade interna bruta. Assim (com a exclusão digital), a gente perde no PIB, no PIB virtual e no FIB".

--------------------------

Fonte: Convergência Digital
[17/03/10]  Briga por frequência azeda plano de Banda Larga nos EUA

O governo Barack Obama terá mais uma batalha pela frente para implantar o seu megaprojeto de acesso rápido à Internet. Nos EUA, como aqui no Brasil, a briga por espectro antagoniza as teles móveis e os radiodifusores.

O plano da FCC, a Anatel norte-americana, divulgado nesta terça-feira, 16, de retomar 120 MHz dos radiodifusores nos próximos cinco anos para transferir essas frequências para a oferta de banda larga móvel acirrou ainda mais esse embate.

Ao fazer seu Plano Nacional de Banda Larga, a FCC fez escolhas. Entre elas, a de retirar frequência dos radiodifusores. Até porque somente 10% da população do país consome TV aberta tradicional. Para a agência, a devolução de espectro não será tarefa complicada, uma vez que a maior parte não é utilizada.

Mas a reação foi negativa. Os radiodifusores cogitam, inclusive, ir à justiça para manter suas frequências. E já há um 'lobby' pesado para uma mudança de rota no projeto. "A FCC foi muito agressiva conosco. A perda é de 40%. Vamos lutar contra", declarou John Hane, representante legal dos radiodifusores.

"E podem acreditar que essa briga será longa. A FCC não poderá fazer leilão antes de 2012 ou 2013", completou. O plano de Banda Larga da FCC prevê que 500 MHz serão disponibilizados para a oferta de serviços de banda larga móvel até 2020. O projeto prevê ainda que 300 MHz serão disponibilizados nos próximos três anos.

A resistência dos radiodifusores já era esperada pela FCC. Tanto que o plano prevê 'programa de incentivos' para a devolução de frequência, especialmente, os 120 MHz que quer ter 'voluntariamente', mas a oferta não agradou.

"Estamos preocupados com o fato de a FCC ter feito um plano que não era o discutido até então. Estão sendo impostas situações negativas aos radiodifusores", declarou em comunicado ao mercado, Dennis Wharton, vice-presidente da Associação Nacional de Radiodifusores.


 [Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]            ComUnidade WirelessBrasil