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ComUnidade WirelessBrasil

Novembro 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


17/11/10

• Marco Regulatório de Telecom (17) - "Regulação de Comunicação Social e Regulação de Telecomunicações" - por Luciano Costa

Olá, WirelessBR e Celld-group!

01.
Tenho dificuldades, como moderador e "agitador", em trazer para o debate apenas os temas técnicos.
Para superar, tenho tentado o impossível: registrar os temas em dois BLOCOs (Blogs Comunitários) diferentes: o BLOCO Tecnologia e o BLOCO Cidadania/Resistência.

Mais abaixo coleciono os dois conjuntos de "posts" até o momento:
"Marco Regulatório de Telecom" e "Controle social da mídia"

02.
Transcrevo mais abaixo um interessante artigo do Teleco que aborda, com habilidade, os assuntos que temos discutido aqui em nossos fóruns:

Fonte: Teleco
[15/11/10]   Regulação de Comunicação Social e Regulação de Telecomunicações - por Luciano Costa

Luciano Costa  é advogado e especialista em Regulação de Telecomunicações pela Universidade de Brasília – UnB, Mestre em Regulação pela London School of Economics (LSE).
Atuou como advogado em grande escritório nas áreas de Direito das Telecomunicações e Defesa da Concorrência, e como Gerente Jurídico da área Regulatória e Concorrencial de uma grande operadora de telecomunicações em São Paulo.
Atualmente é Sócio de Caldas Pereira Advogados, atuando em São Paulo e Brasília.
Email:
luciano.costa@caldaspereira.adv.br 

Prefiram sempre ler os artigos indicados na fonte, inclusive para registrar os eventuais comentários nos sites de origem!

Ao debate!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs Tecnologia e Cidadania

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BLOCO Tecnologia

08/11/10
Marco Regulatório de Telecom (16) - Franklin Martins e o "Seminário Internacional das Comunicações Eletrônicas e Convergências de Mídias"
28/10/10
Marco Regulatório de Telecom (15) - "Franklin Martins vai concluir proposta para substituir lei de 1962" + BLOCO "RESISTÊNCIA" + "Manifesto em Defesa da Democracia": mais de 100.00 assinaturas!
Marco Regulatório de Telecom (14) - Memória da gestação do Código Brasileiro de Telecomunicações - por Por Octavio Penna Pieranti e Paulo Emílio Matos Martins
09/10/10
Marco Regulatório de Telecom (13) - Na contramão dos anseios da sociedade, Franklin Martins elabora projeto de "controle social" da mídia
02/08/10
Marco Regulatório de Telecom (12) - Entrevista com o conselheiro José Zunga: "Anatel, focada no mercado, esquece os interesses da sociedade"
Marco Regulatório de Telecom (11) - Comentário de José Smolka sobre o mercado de telecom e a necessidade de um marco regulatório do setor + Opinião de José Roberto de Souza Pinto
28/07/10
Marco Regulatório de Telecom (10) - Convergência entre o "Marco da Internet" e o "Marco de Telecom"? + Sugestão de "Comissão de sábios"
27/07/10
Marco Regulatório de Telecom (9) - José Smolka e Rogério Gonçalves continuam o debate sobre "A Anatel é órgão de Estado ou de governo?" (atualizado em 29/07/10)
• 
Marco Regulatório de Telecom (8) - Artigo de Venício A. de Lima: "Dezesseis anos, três decretos e nada muda" + Íntegra do Decreto do Marco + "Autonomia da Anatel"
Marco Regulatório de Telecom (7) - Rogério Gonçalves comenta msg de José Smolka
25/07/10
Marco Regulatório de Telecom (6) - José Smolka comenta o assunto: "A Anatel é órgão de Estado ou de governo?"
Marco Regulatório de Telecom (5) - Rogério Gonçalves continua comentando o tema: "A Anatel é órgão de Estado ou de governo?"
24/07/10
Marco Regulatório de Telecom (4) - Ethevaldo Siqueira: Marco regulatório ou projeto de poder?
Marco Regulatório de Telecom (3) - Um absurdo! Sem quadros competentes e na ausência da Anatel governo quer produzir um Marco nas vésperas das eleições
23/07/10
Marco Regulatório de Telecom (2) - Msg enviada por Rogério Gonçalves ao jornalista Luiz Queiroz sobre o poder regulatório da Anatel
Marco Regulatório de Telecom (1) - Msg de Flávia Lefèvre: "Chance da Liberdade - Novo Marco Regulatório das Telecomunicações"

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BLOCO CIDADANIA /Resistência

15/11/10
• "Controle social da mídia" (20) -A paranoia contra a imprensa - por Ethevaldo Siqueira
"Controle social da mídia" (19) - Liberdade de imprensa, compromisso de campanha - por Carlos Alberto Di Franco
13/11/10
"Controle social da mídia" (18) - Ethevaldo Siqueira: "Franklin prepara o controle" (com comentários sobre o PNBL e a Telebrás)
"Controle social da mídia" (17) - Artigo de Ruy Fabiano: "Promessas e compromissos" ["Está, pois, em curso, sim – e com o endosso dos governos petistas nos estados -, um plano estatal de controle da mídia."]
"Controle social da mídia" (16) - Jornalista Sandro Vaia: "Suspeite de pessoas quando elas se juntam para discutir “regulação” ou “controle social” da mídia"
"Controle social da mídia" (15) - Para Lula, imprensa boa é imprensa domesticada - por Victor Barone
"Controle social da mídia" (14) - Sobre regulações e controles - Editorial Estadão
11/11/10
"Controle social da mídia" (13) - Ameaça não ajuda no debate sobre mídia - Editorial O Globo
10/11/10
"Controle social da mídia" (12a) - Imprensa, sim, e sem censura - por Carlos Brickmann
04/11/10
"Controle social da mídia" (12) - "Que a liberdade seja mesmo irrestrita" - por Eugênio Bucci
03/11/10
"Controle social da mídia" (11) - Órgãos de fiscalização ressuscitam a censura - por Jorge Fernando dos Santos
"Controle social da mídia" (10) - Conselhos estaduais não são para valer - por Alberto Dines
01/11/10
"Controle social da mídia" (9) - Recados da eleição - por Carlos Alberto Di Franco
29/10/10
"Controle social da mídia" (8) - Rio e Minas também pretendem criar "conselhos" para controle da mídia
28/10/10
"Controle social da mídia" (7) - "O marco regulatório de Franklin Martins" - Msg de Helio Rosa aos Grupos da ComUnidade
"Controle social da mídia" (6) - Agência das versões oficiais - Editorial Estadão sobre a criação da União Latino-Americana de Agências Noticiosas (Ulan)
27/10/10
"Controle social da mídia" (5) - Valor Econômico: "Estados criam conselhos para cercear a imprensa"
27/10/10
"Controle social da mídia" (4) - A luta continua - por Dora Kramer
27/10/10
"Controle social da mídia" (3) - Blog do M: Brasil assina carta de compromisso da ULAN - União Latino-Americana de Agências de Notícias, que pretende organizar e controlar a mídia
26/10/10
"Controle social da mídia" (2) - Mais 3 Estados têm projetos para monitorar a mídia + OAB repudia
"Controle social da mídia" (1) aprovado no Ceará: Editoriais da Folha e do Estadão sobre o tema
09/10/10
Marco Regulatório de Telecom (13) - Na contramão dos anseios da sociedade, Franklin Martins elabora projeto de "controle social" da mídia

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Fonte: Teleco
[15/11/10]   Regulação de Comunicação Social e Regulação de Telecomunicações - por Luciano Costa

Luciano Costa  é advogado e especialista em Regulação de Telecomunicações pela Universidade de Brasília – UnB, Mestre em Regulação pela London School of Economics (LSE).
Atuou como advogado em grande escritório nas áreas de Direito das Telecomunicações e Defesa da Concorrência, e como Gerente Jurídico da área Regulatória e Concorrencial de uma grande operadora de telecomunicações em São Paulo.
Atualmente é Sócio de Caldas Pereira Advogados, atuando em São Paulo e Brasília.
Email:
luciano.costa@caldaspereira.adv.br

Foi promovido, nos dias 9 e 10 de novembro, pela Secretaria de Comunicação Social, o Seminário Internacional Comunicações Eletrônicas e Convergência de Mídias. Houve, como costumeiro, aqueles que identificaram no evento mais um movimento no sentido de estabelecer o famigerado controle social da mídia, defendido por alguns segmentos na sociedade e, ao que parece, também no Governo. As palestras mostraram um bom panorama sobre o assunto, com representantes de vários países, todos democráticos, e estão disponíveis no sítio de Internet do evento: www.convergenciademidias.com.br .

O Seminário foi uma demonstração de como ainda há que se caminhar na discussão da convergência no setor das comunicações. Não há fórmula pronta ou solução testada e aprovada. O representante da OFCOM apresentou uma experiência bastante concreta no que se refere à regulação convergente, considerando os quatro vetores de convergência: plataformas, serviços, dispositivos e, finalmente, a própria convergência do regulador.

No caso Inglês, a OFCOM, estabelecida em 2003, foi certamente pioneira (1) na união da regulação de telecomunicações (redes, radiofrequências, serviços etc.) com a regulação de conteúdo na mídia eletrônica. A situação em Portugal me pareceu curiosa, pois a Entidade Reguladora de Comunicação – ERC, criada em 2005 para supervisionar os meios de comunicação social, deve caminhar para se tornar uma entidade de autorregulação, conforme noticiou o seu presidente.

Em outro extremo, tanto no aspecto temporal quanto de espectro ideológico, tivemos a palestra do representante argentino sobre a nova Lei recentemente editada lá, que traz elementos fortes de controles e cotas sobre a mídia, em uma tentativa de, entre outras coisas, reduzir a concentração de produção e distribuição de conteúdo na região de Buenos Aires, segundo explicou o Diretor da AFSCA (Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual).

Obviamente, não existe “one size fits all”, e todos os palestrantes foram muito cuidadosos em pontuar que cada País deve encontrar o melhor modelo, de acordo com sua cultura e instituições. O alerta vale especialmente para o explosivo tema da regulação de mídia, ou comunicação social, como quer que se queira chamar. No entanto, há um cuidado que deve acompanhar as discussões, notadamente no impacto que elas podem ter na regulação de telecomunicações.

Ocorre que o setor de telecomunicações já passou pelo seu principal processo de transformação regulatória quando da privatização do setor. E, apesar das críticas – das quais poucas são justificadas – a percepção geral é de que foi um processo bem sucedido. Institui-se um modelo regulatório calcado na Constituição e na lei, no qual a operação foi delegada a entes privados, cuja atuação é supervisionada por uma Agência Reguladora razoavelmente independente e autônoma.

Utilizou-se um modelo consagrado, que já constava no chamado “blue book” do Banco Mundial desde da década de 90. Em outras palavras, em parte fruto do momento histórico, no mundo e no Brasil, e em parte da feliz conjunção de forças da época, o processo foi conduzido de forma técnica (na medida do possível, em um processo de tal envergadura), com prevalência de soluções testadas pelos seus resultados – incremento da competição, qualidade e universalização dos serviços – sobre quaisquer conceitos ideológicos. O notável esforço de produzir uma legislação que deu suporte a um modelo moderno, mas cujo encaixe constitucional ainda hoje gera dúvidas, resultou em grandes avanços no setor.

A discussão sobre a regulação da mídia, por sua vez, já se inicia naturalmente com pesada carga filosófico-ideológica, o que é natural considerando as paixões que o tema traz. Embora o ideal fosse, novamente, que, eleitos os valores que se pretende atingir, o trabalho se concentrasse em buscar o melhor modelo para a promoção de tais valores, sem vieses ideológicos ou políticos, de parte a parte. E não há muito segredo sobre quais são os valores que, nas democracias, devem prevalecer. Eles foram apontados e reforçados por todos e cada um dos palestrantes do evento: pluralidade, diversidade, competição, qualidade, estímulo à produção de conteúdos locais e nacionais, tudo isso com a absoluta manutenção da liberdade de expressão.

Porém, esperar uma discussão racional sobre regulação de mídia é “wishful thiniking” – um desejo dificilmente realizável –, pois como dito, as paixões e interesses que o tema evoca são sempre exacerbadas. Até mesmo por isso não vamos adentrar, neste artigo, na discussão sobre o mérito de algumas propostas que vêm circulando a respeito do famigerado controle social da mídia. Mas não podemos deixar de atentar para um cuidado a ser tomado, conforme alertamos no início do texto.

Ao tratar de convergência, que naturalmente traz à tona as relações cada vez mais próximas entre comunicação social e telecomunicações, não podemos correr o risco de afetar ideologicamente a atual e futura regulação de telecomunicações. Deve-se evitar o risco de que, à guisa de regular convergentemente, sejam efetuadas opções puramente ideológicas também no que se refere ao setor de telecomunicações.

De certa forma, já há alguns anos, em especial nos segundo mandato do Governo Lula, tem havido manifestações explícitas de contaminação ideológica no setor de telecom. Porém, o sólido arcabouço jurídico-institucional vem sobrevivendo, não sem alguns arranhões graves. Mas é preocupante a possibilidade de o processo de regulação de mídia acabar por afetar a atual regulação de telecomunicações, na medida em que buscar estabelecer parâmetros que espelhem mais as opções ideológicas do Governo atual do que os objetivos de serviço adequado. Lembrando que o serviço deve ser adequado não só no curto prazo, mas também e principalmente sustentável no longo prazo, em um setor de infra-estrutura que necessita de investimentos pesados e crescentes.

De fato, as empresas reguladas no setor de telecomunicações são entes privados muito suscetíveis à má-regulação. O impacto no setor das decisões regulatórias é rápida e imediatamente considerado pelas empresas nos seus planos de longo prazo. Vide a reação das teles a algumas recentes medidas determinadas pela Anatel, como o edital da Banda H e as novas metas de universalização.

No entanto, ainda que passíveis de discussão, tais decisões foram produzidas com base essencialmente em argumentos técnicos. A regulação técnica da Agência Reguladora, mesmo sob ataque, tem resistido e produzido resultados, ainda que aquém do necessário. Um cenário bastante piorado seria a substituição de uma orientação técnica por uma preponderantemente ideológica. E esse é o risco que o processo de convergência regulatória, se mal conduzido, pode trazer.

O antídoto para afastar tal risco é um só: garantir a participação da Anatel, em posição relevante e de liderança, nas discussões internas que o Governo travar sobre o tema. É certo que, conforme declarou a SECOM, qualquer projeto será submetido à intensa avaliação da sociedade; e nem poderia ser diferente. Entretanto, sabemos que muitas vezes as tratativas mais importantes ocorrem justamente nos bastidores. A Anatel deve participar intensamente dessas discussões, pois tem o dever de proteger o setor de telecomunicações como um todo, resguardando-o de aventuras demagógicas.

Referências
(1) A Federal Communications Commission – FCC, a agência norte-americana foi criada em 1934, mas a história institucional estadunidense nesse ramo é dificilmente comparável a outros países.


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