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Outubro 2010 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
25/10/10
• "Crimes Digitais" e "Marco Regulatório da Internet" (107) - Artigo: "Um passo para a lei"
Olá. WirelessBR e Celld-group!
Temos uma longa tradição de acompanhar criticamente programas governamentais
ligados à nossa área de atuação.
Temos também uma extensa série de mensagens sobre o tema "Crimes Digitais"
que, no meio do percurso, ganhou um acréscimo no nome ("Assunto") que passou a
ser "Crimes Digitais" e "Marco
Regulatório da Internet".
Tudo está registrado neste website comunitário:
Crimes Digitais e Marco Civil da Internet
Poderei explicar
novamente os antecedentes em outra mensagem mas agora gostaria de divulgar esta
matéria de hoje no Estadão:
Fonte: Caderno Link - Estadão
[24/10/10]
Um passo para a lei - por Tatiana de Mello Dias
Logo após, está a relação das mensagens anteriores.
Ao debate!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
------------------
Fonte: Caderno Link -
Estadão
[24/10/10]
Um passo para a lei - por Tatiana de Mello Dias
[Ver gráfico com sequência de eventos na
fonte]
Ela fez muito barulho nos últimos dois anos, mas passou quase despercebida em
2010. A Lei sobre Crimes de Informática (PL 84/99), também conhecida como Lei
Azeredo ou “AI-5 Digital”, esteve tramitando na Câmara – e acaba de receber o
segundo parecer favorável dos deputados. Ela já passou pela Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e acaba de ser aprovada pela
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Falta pouco para ir ao
plenário – e, de lá, ser aprovada pelo presidente.
“Há uma pressão muito forte da sociedade para que seja aprovada”, justifica o
deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), relator na última comissão que aprovou a
lei. “Ontem (quarta-feira) mesmo eu assisti a uma reportagem sobre crimes
pesados como pedofilia, invasão de bancos por hackers, que estão sem previsão
legal”. O deputado explica que o projeto já estava pronto há alguns meses
esperando uma negociação com o Ministério da Justiça e outros deputados. “Eu
falei ‘não vou mais segurar isso’. Pode ter algum problema? Vamos ter que
resolver. Já há a convenção de Budapeste por trás. É só fazermos o texto. Aprova
o que tem que aprovar e depois a gente vai consertando.”
O texto apresentado pela CCJ apresenta algumas modificações ao projeto original
enviado à Câmara em 2008 pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). As mudanças
foram baseadas na Convenção de Budapeste, legislação internacional sobre crimes
eletrônicos firmada em 2001, da qual o Brasil não é signatário. O texto do
tratado tipifica, entre outros, o crime de violação de direitos autorais e
propõe o armazenamento de dados de navegação em tempo real. “O Brasil tem de se
adaptar ao texto”, diz Oliveira, que consultou delegados e especialistas em
direito digital para a modificação.
“O texto melhorou porque responsabilizou o provedor de conteúdo. Na convenção de
Budapeste há este ponto”, explica Alexandre Atheniense, advogado especializado
direito digital.
Briga. Os pontos polêmicos que levaram a lei a ser batizada de “AI-5 digital”
continuam. O texto original atribuía aos provedores de acesso a responsabilidade
de armazenar e fornecer informações de navegação para a apuração de crimes.
Agora, os provedores de conteúdo, isto é serviços de e-mail e publicadores de
blogs, além do Google, por exemplo, também passarão a ter essa responsabilidade.
“Os provedores têm a obrigação de guardar os dados, esse ponto está pacificado
pela jurisprudência”, explica o advogado Renato Opice Blum, que foi um dos
consultados por Régis de Oliveira. “É só o IP, mostra o local de origem, e não o
conteúdo. É como o número de telefone, e não a conversa”, explica.
Oliveira diz que é a favor do armazenamento de todos os dados. “Só assim vamos
combater a pirataria, os hackers, esse pessoal todo que usa computador para fins
inadequados.”
Além disso, outra mudança é que os dados poderão ser divulgados ao Ministério
Público ou à polícia sem a necessidade de uma ordem judicial. O texto do projeto
compara isso a uma ocorrência na rua: “Quando um ônibus atropela alguém e a
placa é anotada, a autoridade policial não necessita solicitar ao juiz que
determine a remessa do dado (de quem dirigia etc.)”.
Atheniense teme que, com essa redação, o “provedor seja compelido a passar mais
informação do que o objeto de investigação”. “Você está indo contra a
Constituição que prevê a quebra de sigilo de dados só por ordem judicial.
Poderia haver vulnerabilidade em relação à invasão de privacidade”, critica.
“Essa é uma mudança grave para pior”, critica Paulo Rená, que foi um dos
responsáveis pelo Marco Civil da Internet quando trabalhou no Ministério da
Justiça e autor de um mestrado sobre o acesso à internet como direito no Brasil.
“O projeto segue a linha da criminalização do uso da internet. A tecnologia é
tratada como se fosse uma fonte de riscos para a sociedade”, diz ele. “Basta um
pedido para que os prestadores de serviço fiquem com a atribuição de vigiar seus
clientes.”
Opice Blum diz que “nenhuma lei vai ser perfeita”. “É para isso que serve o
judiciário. Mas podemos caminhar para evoluir”, explica. O deputado Regis de
Oliveira sabe que a briga é forte e diz que está disposto a alterar o projeto de
lei “se houver pressão”. “Meu texto não é fechado. Não sou especialista”, diz.
O Ministério da Justiça diz que está analisando o novo texto do PL 84/99 e, por
enquanto, não se manifestará sobre o tema. Mas o órgão, por meio de sua
assessoria, diz que “está aberto ao diálogo com congressistas e com a sociedade
para a construção de um consenso em torno da regulação da internet”.
Embora reconheça que o texto apresentado por Oliveira tenha algumas melhorias
pontuais, Paulo Rená critica o fato de o legislador não ter citado o Marco Civil
da Internet, legislação criada pelo Ministério da Justiça e discutida ao longo
deste ano que garantiria direitos dos internautas – como privacidade, liberdade
e neutralidade.
O Marco apoiaria alguns temas propostos no PL 84/99, como a guarda de registros
de navegação. Mas Atheniense, por exemplo, diz que ainda é cedo para fazer um
paralelo entre as duas propostas de regulamentação. “Estamos falando de uma lei
que está tramitando há 11 anos no Congresso. O Marco Civil é bem intencionado,
mas não nasceu ainda. Quando for ao Congresso, passará por uma série de
comissões, ainda vai haver muito debate. É preciso se basear no que está mais
próximo de se tornar lei.”
E, sim, está próximo. O projeto agora tramita na Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara e espera o parecer do deputado e
relator Júlio Semehini (PSDB-RJ). “A minha parte eu cumpri”, diz Oliveira. “Eu
não fui reeleito, e não iria segurar isso. E soltei agora até para acelerar o
processo”. Ele acredita que a aprovação pode sair ainda neste ano.
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2010
20/04/10
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"Crimes Digitais" e "Marco Regulatório da Internet" (97) - As primeiras
"contribuições"
2009
24/11/09
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Amadeu
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Crimes Digitais (59) - Sugestão: Criação de uma "Comissão no Senado sobre Crimes
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Crimes Digitais (58) - "Somos todos piratas?" - Coleção de matérias do
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09/02/09
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Crimes Digitais (56) - O "estudo" do PL Azeredo está quase concluído
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Crimes Digitais (53) - Artigo de Jana de Paula: "Fraudes no internet banking" -
Parte 1
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Crimes Digitais (52): Artigo de Elis Monteiro: "Combate ao cibercrime, sim; caça
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