BLOCO
Blog dos Coordenadores ou Blog Comunitário
da
ComUnidade WirelessBrasil

Setembro 2010               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!


19/09/10

• Telebrás, Eletronet e PNBL (287) - A Casa Civil e o PNBL

Olá, ComUnidade WirelessBRASIL!

01.
Mesmo em trânsito, estou reunindo algumas matérias recentes sobre o PNBL e a Telebrás, atendendo a pedidos...  :-)
Fica para a próxima mensagem.

Mas já adianto que não há nenhuma novidade concreta.
Tudo se passa com se houvesse um cronograma de factóides para manter o tema na mídia.
E a "mídia dita especializada" tem se prestado ao seu papel menor de veículo de pautas, abusando do tempo verbal do "futuro do presente", principalmente nas manchetes, indicando que ações ocorrerão, mesmo que sejam evidentes especulações. Zero trabalho investigativo.

O último factóide, com imensa repercussão na blogosfera, como sendo o início de operação do Telebrás, foi a publicação da consulta pública com o termo de referência para contratação de equipamentos que comporão a estrutura para implantação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Trata-se de uma mera consulta, sem nenhum valor legal ou técnico, com um prazo ridículo (até 01 de outubro) já exalando odores estranhos.

O PNBL continua sendo apenas um conjunto de intenções e a Telebrás é a mesma dos últimos anos, sem verba, sem planos, sem pessoal, mas com um novo presidente que já alugou uma nova sede. Ah, sim, tem um novo Estatuto, eivado de supostas irregularidades e que ainda está sub-judice no STF.

Tudo se passa ainda como se o Sr. Rogério Santanna estivesse em campanha para convencer a sociedade da viabilidade do "PNBL com Telebrás" mas na realidade, parece que os alvos desta campanha são membros do próprio governo que ainda torcem o nariz para este assunto.
Definitivamente, o Sr. Santanna deixou há muito sua zona de conforto...

Após as eleições, qualquer que seja seu resultado, a sociedade deve pressionar o governo para repensar e refazer o PNBL, com seriedade, competência e espírito público.

02.
Sobre a Casa Civil.
No momento em que se escancaram as entranhas putrefatas da Casa Civil, permito-me lembrar que tratei da competência deste órgão do governo neste "post" de janeiro, transcrito no final desta mensagem:
05/01/10
• Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (116) - Teletime divulga informações sobre suposta minuta do decreto de criação do plano de banda larga

Comentei: (...)
Estatal ligada diretamente à Casa Civil... humm, 'sei não.... (...)
E, na ocasião, copiei do site da Presidência as competências da Casa Civil (ver no final desta mensagem).

03.
Transcrevo mais abaixo esta notícia da Veja desta semana e recorto um trecho:
Fonte: Veja
[18/09/10]   Marido de Erenice também fez tráfico de influência
(...)
As operações da Unicel começaram em 2008, sob o nome fantasia de AEIOU. A estratégia era atrair o público jovem a um baixo custo. Não deu certo: a empresa tem 20 000 assinantes e responde por dívidas que ultrapassam os 20 milhões de reais. A esperança do marido de Erenice e de seus amigos é o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A estratégia é convencer o governo a considerar a concessão da Unicel de utilidade pública para o projeto. Se isso ocorrer, a empresa pode receber 100 milhões de reais.

VEJA revela o nome de um outro parceiro especial neste caso: Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, que comanda o PNBL. Com quem ele trabalhou? Com os donos da Unicel, por 8 anos. Quem o indicou para o cargo? O marido de Erenice Guerra. Disse Lainder à revista: “O marido da Erenice é um cara que admirava meu trabalho. Ela me disse que precisava de alguém para coordenar o PNBL”. (...)

Ao debate!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa

------------------

Fonte: Veja
[18/09/10]   Marido de Erenice também fez tráfico de influência

José Roberto Camargo Campos atuou para empresa em que trabalha conseguir concessão da Anatel

“A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus pareceres e os conselheiros mudassem seu voto”

Não só o filho de Erenice Guerra valeu-se da influência da mãe à frente da Casa Civil para fazer negócios. O marido da ex-ministra, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos, também quis tirar seu naco. É o que mostra a edição de VEJA desta semana.

Campos arquitetou um plano para que a pequena empresa de comunicações de que era diretor comercial, a Unicel, entrasse no bilionário mercado de telefonia celular de São Paulo. A concessão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) saiu em 2005 após decisão pessoal de seu presidente, Elifas Gurgel.

Setores técnicos da Anatel contestaram a decisão porque a empresa sequer apresentou garantias sobre sua capacidade técnica e financeira para tocar o negócio. O recurso levou dois anos. A revista entrevistou um dos membros do conselho que acompanhou o caso: “A Erenice fazia pressão para que os técnicos revissem seus pareceres e os conselheiros mudassem seu voto”.

O resultado da pressão foi que o técnico Jarbas Valente e o conselheiro Pedro Jaime Ziller mudaram seu parecer após ouvir os argumentos da Casa Civil. Valente ganhou uma promoção na Anatel e dois assessores de Ziller deixaram a agência para bater ponto na Unicel por salários em torno de 30 000 reais.

O lobby de Erenice, segundo a reportagem, resolveu outra questão ‘burocrática’: driblar a legislação que obriga as concessionárias de serviços de telefonia a pagar 10% do valor do contrato como entrada. Nesse caso, seriam 9,3 milhões de reais. Como não tinha dinheiro, a Unicel conseguiu convencer o conselho da Anatel a reduzir o valor para 900 mil reais – 1 % do negócio. A decisão foi contestada, há duas semanas, pelo Ministério Público.

As operações da Unicel começaram em 2008, sob o nome fantasia de AEIOU. A estratégia era atrair o público jovem a um baixo custo. Não deu certo: a empresa tem 20 000 assinantes e responde por dívidas que ultrapassam os 20 milhões de reais. A esperança do marido de Erenice e de seus amigos é o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A estratégia é convencer o governo a considerar a concessão da Unicel de utilidade pública para o projeto. Se isso ocorrer, a empresa pode receber 100 milhões de reais.

VEJA revela o nome de um outro parceiro especial neste caso: Gabriel Boavista Lainder, assessor da Presidência da República e dirigente do Comitê Gestor dos Programas de Inclusão Digital, que comanda o PNBL. Com quem ele trabalhou? Com os donos da Unicel, por 8 anos. Quem o indicou para o cargo? O marido de Erenice Guerra. Disse Lainder à revista: “O marido da Erenice é um cara que admirava meu trabalho. Ela me disse que precisava de alguém para coordenar o PNBL”.

----------------------

05/01/10
• Telebrás, Eletronet e "Plano de Banda Larga" (116) - Teletime divulga informações sobre suposta minuta do decreto de criação do plano de banda larga
01.
Transcrevo mais abaixo esta boa matéria:

Fonte: Teletime
[04/01/10]   Decreto de criação do plano de banda larga revitaliza Telebrás como gerente de redes - por Mariana Mazza

Pelo texto do Teletime vemos que fontes da jornalista Mariana Mazza, que conhecem o texto de uma suposta minuta do "Decreto da Banda Larga", confirmam que a Telebrás será a estatal escolhida para gerenciar o projeto.
(...)
A proposta é que a empresa seja ligada diretamente à Casa Civil. Para isso, a minuta de decreto prevê até agora a criação de cinco cargos comissionados que serão a base de um "grupo coordenador" do plano de banda larga. Esse grupo será da Casa Civil e seus membros ainda não foram definidos.(...)

02.
Estatal ligada diretamente à Casa Civi
l... humm, 'sei não.... :-)

Visito o site da Presidência e anoto as competências da Casa Civil:

Fonte: Presidência - Casa Civil
Competência

A Casa Civil, órgão essencial da Presidência da República, tem como área de competência os seguintes assuntos:
I - assistência e assessoramento direto e imediato ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições, em especial nos assuntos relacionados com a coordenação e na integração das ações do Governo;
II - verificação prévia da constitucionalidade e legalidade dos atos presidenciais;
III - avaliação e monitoramento da ação governamental e dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, em especial das metas e programas prioritários definidos pelo Presidente da República;
IV - análise do mérito, da oportunidade e da compatibilidade das propostas, inclusive das matérias em tramitação no Congresso Nacional, com as diretrizes governamentais;
V - publicação e preservação dos atos oficiais;
VI - supervisão e execução das atividades administrativas da Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da República;
VII - avaliação da ação governamental e do resultado da gestão dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidência da República e Vice-Presidência da República, além de outros determinados em legislação específica, por intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
VIII - execução das atividades de apoio necessárias ao exercício da competência do Conselho Superior de Cinema (Concine) e do Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Amazônia (Consipam);
IX - operacionalização do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam); e
X - execução das políticas de certificados e normas técnicas e operacionais, aprovadas pelo Comitê Gestor da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil).


 [Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO]            ComUnidade WirelessBrasil