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Abril 2011               Índice Geral do BLOCO

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26/04/11

• iPhone, iPad 3G e Sistema Android coletam dados sobre localização do usuário e os remetem à Apple e Google

Olá, WirelessBR e Celld-group!

Transcrevo estas matérias como ambientação ao tema preocupante:

Fonte: O Globo
[26/04/11]  Escolhemos o fim da privacidade - por Pedro Doria

Fonte: G1 -O Globo
[22/02/11]
 iPhone mantém arquivo com histórico de localização do usuário - por Altieres Rohr

Fonte: Revista Época
[22/04/11]  Sistema Android também coleta dados sobre localização do usuário, diz jornal

Fonte: G1 - O Globo
[22/04/11]  Apple explicou coleta de dados de localização em julho de 2010 -
por Altieres Rohr

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs Tecnologia e Cidadania

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Fonte: O Globo
[26/04/11]  Escolhemos o fim da privacidade - por Pedro Doria

RIO - Talvez alguns usuários de iPhone tenham se surpreendido, na semana passada, quando descobriram que o telefone registra dados sobre a localização de seu dono a cada minuto. E que envia tudo para a Apple. A maioria, no entanto, é como o típico consumidor digital. Está anestesiada o suficiente para não dar a mínima. Pois bem: celulares Android fazem o mesmo, a diferença é que no lado do receptor dos dados está o Google. A única maneira de sustentar a internet atual é abrindo mão de alguma privacidade. É porque a moeda corrente na rede são os sinais.

No jargão do Vale do Silício, signals, sinais, são cacos de informação. Sua localização geográfica. O número de links que uma página recebe. As línguas que um indivíduo fala. Sua velocidade de acesso à internet em cada momento do dia. A internet foi deficitária até a virada do século. Se virou um negócio formidável capaz de criar gigantes como Google, Facebook ou Amazon, é por dois motivos. Primeiro, estas empresas aprenderam a processar estes sinais e tirar conclusões a partir deles. Segundo, estas conclusões valem dinheiro, seja em propaganda, seja na venda direta de produtos.

A capacidade de nos provocar a ceder sinais é o que está no fundo das estratégias no Vale. Ao Facebook, cedemos um mapa de nossas relações sociais. Ao dividir artigos, entregamos nossos interesses. O Facebook sabe quantos filhos temos, quantas namoradas listamos ao longo dos anos, em que cidades vivemos.

Parece muito? O Google sabe tudo o que nos atiça a curiosidade. Até mesmo aquelas buscas feitas em segredo, quando a madrugada já chegou. O Google sabe, via Gmail, com quem nos correspondemos e o que está nessa correspondência. Se usamos um celular ou tablet Android, ele sabe por onde andamos.

Não é só informação pessoal. Some toda a informação enviada por todos estes celulares e o Google tem um mapa vivo de como é a internet, que redes wi-fi existem pelo mundo, a que velocidade trafegam, qual a qualidade da internet celular. E sabem que lojas há na vizinhança de cada um destes pontos.

Questionadas, de presto estas empresas dizem que a informação é anonimizada. Estes sinais não passam por mãos humanas. São processados por computadores que rodam programas de análise sofisticados, capazes de dar a propaganda certa no momento exato ou oferecer o produto que buscamos.

Não há almoço grátis. Informação pessoal é o preço do Google. Do Facebook. E, sim, aplique modelos estatísticos a todos estes sinais acumulados e eles revelarão um retrato de como somos, humanos, como jamais houve. Muda profundamente marketing, comunicação, a própria economia. Nos muda a todos. Estamos na pré-história desta economia movida a sinais acumulados digitalmente.

Privacidade tem motivo de ser. É nossa capacidade de controlar quanta informação cada indivíduo tem a nosso respeito que nos permite delimitar graus de intimidade. Sem este poder, não conseguiríamos estabelecer relações. Um computador analisando friamente estes dados não seria ameaça.

Governos, por outro lado, são ameaça. Se uma empresa acumula dados que podem nos identificar a interesses que preferimos ter como privados, há risco. Ao governo, basta uma ordem judicial. Numa ditadura, nem isso. Não é só governos que ameaçam. Uma empresa pode ser confiável hoje, mas e amanhã, quando for comprada por outra, quando estiver em crise, quando mudar de presidente?

Mas nós escolhemos usar o Facebook. Assim como escolhemos ter iPhones, buscar no Google. Todos nos prestam serviços valiosos. Ao escolher uma pizzaria e chegar até ela pelo GPS, ao comprar um ingresso de cinema ou encontrar aquele amigo de infância perdido, nossa vida fica mais fácil e, algumas vezes, até mágica. Entre a privacidade e a mágica, já fizemos nossa escolha. Ao fazê-la, disparamos uma máquina econômica. Empresas maiores e menores investem na produção, análise e monetização de nossos sinais.

Elas sabem onde é que estamos. Isso é bom. E é ruim.

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Fonte: G1 -O Globo
[22/02/11]
 iPhone mantém arquivo com histórico de localização do usuário - por Altieres Rohr

Informação é copiada para o PC durante sincronização.
Pesquisadores alertam para invasão de privacidade.

Uma dupla de pesquisadores informou ao jornal britânico “The Guardian” que o iPhone e o iPad 3G atualizam constantemente um histórico de localização do usuário, criando uma relação de todos os lugares onde o dispositivo já esteve. O arquivo também é copiado para o computador e para um novo iPhone ou iPad quando ele for sincronizado, retendo os dados armazenados pelo dispositivo anterior.

Alasdair Allan e Pete Warden, a dupla de pesquisadores, dizem “ser grandes fãs da Apple e não estarem felizes com a descoberta” que fizeram. Operadoras de celular já registram essa informação, mas ela não está disponível publicamente.
saiba mais

[Apple explicou coleta de dados de localização em julho de 2010 - ver transcrição abaixo]

A coleta teria começado em junho de 2010, segundo os pesquisadores. A dupla criou um aplicativo para o MacOS X que encontra o arquivo e cria um mapa com os pontos mostrando o usuário esteve, de acordo com os dados coletados pelo iPhone. As coordenadas de latitude e longitude armazenadas são calculadas pelo celular usando os dados das torres de comunicação da operadora – que às vezes é menos precisa que GPS, mas gasta menos recursos do celular.

Especialistas consultados pelo jornal questionaram o motivo de a Apple ter esse arquivo no dispositivo – segundo os pesquisadores, ele nunca é enviado para a companhia. Usuários e especialistas comentando o assunto na internet também levantaram a possibilidade de um criminoso, detetive particular, cônjuge ou vírus ter acesso ao arquivo para saber por onde o usuário esteve. Uma maneira de reduzir essa possibilidade é habilitar a opção de criptografia para os backups do iPhone, mas ainda assim haverá um arquivo sem proteção dentro do aparelho.

Consultada pelo “The Guardian”, a Apple não quis comentar o caso.

Warden e Allan ainda tentaram achar arquivos semelhantes em outros smartphones, mas não localizaram nada parecido. Eles observaram que, em setembro de 2010, um francês já havia revelado a existência dos dados, mas ninguém teria dado atenção.

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Fonte: Revista Época
[22/04/11]  Sistema Android também coleta dados sobre localização do usuário, diz jornal

Segundo reportagem do Wall Street Journal afirma que celular com o sistema operacional da Google também está equipado, como o iPhone da Apple, com um polêmico sistema de localização

Os telefones celulares que possuem o sistema operacional Android, da Google, também estão equipados, como o iPhone da Apple, com um polêmico sistema de localização de seus usuários, segundo uma reportagem do Wall Street Journal. O texto destaca uma pesquisa do analista de segurança Samy Kamkar, que usou como objeto de seu estudo um aparelho da marca HTC com sistema Android.

Essa análise foi realizada por causa de uma polêmica levantada na quarta-feira (20) por um artigo publicado no jornal britânico The Guardian, segundo o qual o iPhone e o iPad, da Apple, contam com um sistema de rastreamento que armazena a localização dos aparelhos. Um dos autores do estudo relatou que seu iPhone havia registrado quase 220 mil pontos de localização de seus movimentos.

Nesta sexta (22), o Wall Street Journal informa que os celulares com o sistema operacional Android também transmitem as localizações de seus usuários, o que gera uma base de dados de grande utilidade para a oferta de serviços disponíveis na região onde se encontra o usuário. Segundo números da empresa de consultoria Gartner citados pelo jornal, este segmento de negócio poderia crescer até US$ 8,3 bilhões em 2014.

No caso da Google, segundo a análise do WSJ, o telefone HTC com Android compila informações sobre a localização do usuário em períodos de poucos segundos, e as transmite à companhia várias vezes a cada hora. Entre os dados enviados também estão o nome, a localização e a força do sinal das redes wi-fi nas proximidades.

Essas revelações geraram polêmica sobre a privacidade dos dados dos usuário. Na quinta-feira, o congressista americano Edward J. Markey enviou uma carta ao executivo-chefe da Apple, Steve Jobs, na qual questionava as políticas de proteção de dados da empresa. "Estou preocupado com as consequências desta característica em relação à privacidade dos indivíduos", disse Markey, que exigiu que a Apple respondesse a suas perguntas até 12 de maio. O congressista quer que a empresa de Vale do Silício declare se realmente rastreia a posição dos aparelhos e guarda informações, se notificou os usuários sobre este procedimento e se esses dados atendem a interesses comerciais.

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Fonte: G1 - O Globo
[22/04/11]   Apple explicou coleta de dados de localização em julho de 2010 -
por Altieres Rohr

Empresa foi questionada por deputado dos EUA.
Algumas informações de localização são enviadas à Apple.

Dois pesquisadores informaram esta semana ao jornal britânico “The Guardian” que o iPhone estaria coletando dados de localização sem um motivo aparente – uma acusação que abasteceu teorias de conspiração. A Apple não deu imediatamente uma resposta ao jornal, mas uma carta da empresa enviada a congressistas norte-americanos em julho de 2010, e disponível publicamente na internet, detalha todas as práticas “denunciadas” pelo jornal.

O documento de 13 páginas é assinado por Bruce Sewell, conselheiro geral e vice-presidente sênior de questões legais e governamentais da Apple. No texto, Sewell explica que o iPhone, o iPod Touch e o iPad armazenam informações de localização – seja ela baseada em redes Wi-Fi ou em torres de celular. O Safari 5 também pode enviar à Apple dados sobre a rede sem fio em uso, mas não armazena essa informação no computador. Todas as informações enviadas são criptografadas e não acompanham informações que podem identificar o celular ou o usuário.

iAd, otimização da rede de celular e serviços locais

A Apple explica que a informação é usada para “serviços de localização”, como a descoberta de estabelecimentos locais (restaurantes, por exemplo) e para o envio personalizado de anúncios pela plataforma iAd. Os dados enviados para a plataforma iAd são a longitude e a latitude – as mesmas apontadas pelos pesquisadores ao “The Guardian”. Essa informação é convertida em um código ZIP (CEP) para determinar anúncios locais, mas a informação original de latitude e longitude não é armazenada pela Apple.

O lançamento da rede de publicidade iAd ocorreu em 1º de julho de 2010, dias após o lançamento do iOS 4, em 20 de junho de 2010, que começou a coleta dos dados de longitude e latitude.

A Apple também usa a informação para manter seu próprio banco de dados referente à localização de redes Wi-Fi e redes de celular; antes, dependia apenas de bancos de dados fornecidos pelo Google e pela Skyhook Wireless.

Esses bancos de dados conseguem estimar, com base na rede Wi-Fi e rede de celular conectada, onde o usuário está. Para garantir que a informação seja enviada, ela fica armazenada em um arquivo no dispositivo e é enviada para Apple. O envio ocorre a cada 12 horas ou na próxima vez que uma conexão com a internet estiver disponível. Esse arquivo poderia ser o mesmo descoberto pelos pesquisadores consultados pelo jornal “The Guardian”.

A informação enviada à Apple, no entanto, é restrita ao identificador das torres de celular e da rede Wi-Fi. Com base nessa informação, a Apple retorna ao iPhone a localização das torres e da rede Wi-Fi, permitindo ao próprio celular estimar mais ou menos onde ele se encontra. A informação precisa de localização não é enviada à Apple.

Coordenadas do GPS, que são mais precisas, também podem ser fornecidas à Apple. Mas essa informação não é armazenada. Ela é usada para determinar a melhor torre de celular para o iPhone se conectar e então é descartada, segundo a carta da empresa.

Ainda no mesmo texto, a Apple informa que é possível desativar o recurso com o desligamento dos “Serviços de Localização”. iPad, iPod, iPhone e até o MacOS X Snow Leopard têm essa mesma configuração. No entanto, usuários que comentaram o caso na internet divergem sobre o efeito da desativação do recurso. Alguns afirmam que o arquivo ainda continua sendo criado. Nesse caso, o único efeito seria interromper o envio das informações.

Mapas no Flickr

Alguns usuários decidiram colocar seus próprios “mapas de localização” na internet, usando para isso o aplicativo “iPhoneTracker” criado por Pete Warden e Alasdair Allan, a dupla que revelou a criação do histórico de locais para o jornal “The Guardian”.

A localização armazenada pelo iPhone, por ser baseada nas torres de celular, é imprecisa.

Especialistas comentaram que operadoras de celular já mantêm essas mesmas informações – a diferença é que elas não estão disponíveis sem uma ordem judicial. Como a informação não é enviada à Apple em tempo real, a empresa não têm como determinar a localização atual do usuário – ao contrário da operadora de celular, que precisa estimar a localização do usuário para completar uma chamada.
 


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