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Abril 2011 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Telebrás, Eletronet e PNBL (347) - "Governo dividido: Bernardo x Santanna" + "Governo e IDEC divergem" + Íntegra do Manifesto "Banda Larga É Um Direito Seu"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
No dia 20 passado, vinte "entidades representantes da sociedade civil"
reuniram-se com o Ministro Paulo Bernardo, das Comunicações.
O relato está aqui:
Fonte: Tele.Síntese
[25/04/11]
Entidades sociais demonstram preocupação com rumos do PNBL
A matéria cita várias vezes a nossa participante e advogada da Proteste,
Flávia Lefèvre.
02.
No dia 25, um grupo de 76 ONGs, sindicatos e associações de classe lançou
a campanha “Banda Larga É Um Direito Seu".
O jornalista Maurício Renner que atua no Portal Baguete, comenta:
(...) Apensar de não mencionar nomes, o manifesto é uma
defesa das posições do presidente da Telebrás, Rogério Santanna, atualmente em
disputa com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Em texto divulgado no seu site, o movimento apoia o PNBL, mas critica “os rumos
recentes tomados pelo governo, (que) reforçam o abandono da ideia de serviço
público como concretizador de direitos e privilegia soluções sob uma lógica de
mercado”.
A crítica parece ser uma menção indireta a posicionamentos de Paulo Bernardo,
que vem defendendo uma revisão do papel da Telebrás no plano de difusão de banda
larga do governo, atendendo a pressões das operadoras de telecomunicações.
Já Santanna está na outra ponta do cabo de força, com um discurso antagônico às
teles e a promessa de incentivos a pequenos provedores de Internet como forma de
difundir a banda larga. (...)
Ler mais nesta matéria, transcrita mais abaixo:
Fonte: Baguete
[25/04/11]
PNBL: ONGs saem em defesa de Santanna - por Maurício Renner (mauricio@baguete.com.br)
03.
No dia 27, "representantes do governo e dos consumidores divergiram
durante audiência pública realizada na Comissão de Defesa do Consumidor da
Câmara dos Deputados que debateu o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL),
sobre o regime de prestação do serviço. Para o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec), a banda larga deve ser um serviço prestado em regime público,
o que possibilita ao governo impor às prestadoras obrigações de universalização
e de continuidade, além do controle das tarifas. Para o governo, porém, a melhor
forma de garantir a ampliação do acesso é aumentar a competitividade do
mercado."
Ler mais nesta notícia, também reproduzida mais abaixo:
Fonte: TI Inside
[28/04/11]
Governo e Idec divergem sobre regime do serviço de banda larga
O participante Rubens Alves indicou esta matéria sobre a citada audiência:
Fonte: Teletime
[27/04/11]
Telebras reconhece não ter recursos para implementar metas de banda larga
04.
Lá no final transcrevo o "Manifesto" da campanha “Banda Larga É Um
Direito Seu”:
Fonte: Campanha da banda Larga
[25/04/11]
Manifesto
05.
Que bom que "entidades da sociedade organizada" estão reagindo! Se no caminho
certo ou adequado à defesa do cidadão consumidor e contribuinte, isto só o tempo
dirá.
Não há o menor consenso
dentro do governo sobre o que fazer com a "Banda Larga".
Parece brincadeira mas isto é o
próprio "circulo vicioso".
Esta expressão designa uma sucessão, geralmente ininterrupta, de acontecimentos
que se repetem e voltam sempre ao ponto de origem, colidindo sempre com o mesmo
obstáculo...
Como curiosidade, vejam o trecho inicial desta matéria de novembro de 2009:
Fonte: Teletime
[10/11/09]
Minicom
continua sem proposta de parceria com teles na banda larga - por Mariana
Mazza
Há 30 dias, Ministério das Comunicações, concessionárias
de telefonia fixa e operadoras de celular têm se encontrado para traçar um
projeto alternativo para o Plano Nacional de Banda Larga, com uma parceria entre
setor público e privado. Nesta terça-feira, 10, os presidentes das empresas
encontraram-se com o ministro Hélio Costa no que seria o "dia D" para o arremate
da proposta. Mas quem esperava um plano detalhado, envolvendo propostas de
incentivo do governo em contrapartida a compromissos de expansão da banda larga
por parte das empresas se frustrou.
O mês de trabalho serviu, basicamente, para que o Minicom compilasse as diversas
demandas já conhecidas do setor de telecomunicações. Mas, segundo o próprio
ministro das Comunicações, não há ainda um debate sobre as metas que poderiam
ser atingidas caso esses pedidos sejam aceitos. "Isso ai é uma segunda etapa das
discussões", declarou Costa.
As demandas orbitam em torno da carga tributária que incide sobre os serviços,
equipamentos e capital do setor de telecomunicações. As empresas pedem redução
dos tributos e até uma renúncia do recolhimento de encargos - como o Fistel -
para alavancar possíveis políticas publicas nesta área. Também pedem liberação
do Fust. Segundo Costa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria proposto a
liberação do fluxo de caixa anual do fundo, de aproximadamente R$ 1 bilhão,
deixando intacto o volume já recolhido aos cofres públicos, que estaria na casa
dos R$ 8 bilhões neste ano.(...)
Para registro, o
PNBL faz seu primeiro aniversário no próximo dia 12 de maio...
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Fonte: Baguete
[25/04/11]
PNBL: ONGs saem em defesa de Santanna - por Maurício Renner
Um grupo de 76 ONGs, sindicatos e associações de classe lançou nesta
segunda-feira, 25, a campanha “Banda Larga É Um Direito Seu”.
Apensar de não mencionar nomes, o manifesto é uma defesa das posições do
presidente da Telebrás, Rogério Santanna, atualmente em disputa com o ministro
das Comunicações, Paulo Bernardo.
Em texto divulgado no seu site, o movimento apoia o PNBL, mas critica “os rumos
recentes tomados pelo governo, (que) reforçam o abandono da ideia de serviço
público como concretizador de direitos e privilegia soluções sob uma lógica de
mercado”.
A crítica parece ser uma menção indireta a posicionamentos de Paulo Bernardo,
que vem defendendo uma revisão do papel da Telebrás no plano de difusão de banda
larga do governo, atendendo a pressões das operadoras de telecomunicações.
Já Santanna está na outra ponta do cabo de força, com um discurso antagônico às
teles e a promessa de incentivos a pequenos provedores de Internet como forma de
difundir a banda larga.
No manifesto, as ONGs defendem os pontos de vista de Santana, pedindo a
utilização da rede da Telebrás para promover a entrada de pequenos e médios
provedores apoiados por incentivos estatais, além da entrada da estatal
ressuscitada no mercado final.
Os signatários do manifesto foram um grupo variado que inclui desde a Comissão
de Ciência e Tecnologia da OAB – SP e a Associação Brasileira dos Usuários de
Acesso Rápido até a Liga Brasileira de Lésbicas passando por organizações como
UNE, CUT e o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região.
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Fonte: Tele.Síntese
[25/04/11]
Entidades sociais demonstram preocupação com rumos do PNBL
Em reunião com Paulo Bernardo, reclamaram da redução do papel da Telebrás e da
falta de debate sobre o projeto de regulação da mídia eletrônica
Entidades representantes da sociedade civil lançam nesta segunda-feira (25) em
São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília a campanha "Banda Larga é um
Direito Seu!", em defesa: - - da internet como um direito fundamental;
-do interesse público na implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL);
e
- da participação da sociedade civil nesse processo.
O objetivo principal é mobilizar a sociedade para o acompanhamento do PNBL, que,
na visão das entidades, vem tomando rumos preocupantes.
Esse assunto e o marco regulatório da mídia eletrônica, em fase de preparação de
proposta pelo governo, foram os temas do encontro entre representantes de 20
entidades e o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, na última quarta-feira
(20). A conversa durou mais de 1h 20m, mas os resultados foram considerados
“preocupantes” pelos participantes.
O coordenador executivo do Intervozes, João Brant, e a advogada da Proteste,
Flávia Lefèvre, consideraram que a condução do PNBL pelo Ministério das
Comunicações se constitui em um retrocesso, sobretudo no que diz respeito ao
papel da Telebrás. “O ministro pareceu incomodado com a atuação da estatal em
manifestar interesse pela faixa de 450 MHz”, exemplificou Brant. Ele contou que
Paulo Bernardo descartou a possibilidade de a empresa atuar na telefonia rural,
mas considera ilegal a possibilidade dessa freqüência ser distribuída para as
teles, como prevê a proposta do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU)
em discussão.
Para Flávia Lefèvre, o governo deveria se manter na direção de desconcentrar os
serviços essenciais nas mãos das teles, aproveitando o papel de regulação de
mercado que a Telebrás deveria adotar no caso de acesso à internet, mas está
fazendo exatamente o contrário. A única expectativa positiva das entidades,
segundo ela, é a posição recente da presidente Dilma Rousseff, que considerou as
propostas das teles muito tímida e já admite investir até R$ 1 bilhão por ano em
infraestrutura de rede. “Só espero que parte desses recursos não seja para
financiar as metas de universalização das concessionárias”, frisou.
A principal reivindicação das entidades civis, de alterar o regime de prestação
do serviço de banda larga de privado para público, também não conta com a
simpatia do ministro Paulo Bernardo. Ele alegou que, ao fazer isso, teria que
licitar os serviços, processo que duraria pelo menos dois anos. “A administração
pública não deve pautar suas ações pelo tempo, mas pela legalidade”, defendeu
Flávia Lefèvre.
Mídia eletrônica
Sobre o marco regulatório da mídia eletrônica, que o ministro prometeu colocar
em consulta pública no segundo semestre deste ano, Brant teme que a proposta
fique restrita a questões que não envolvam polêmicas, como a propriedade cruzada
dos veículos. Na sua avaliação, o governo atual trata a proposta elaborada pelo
ex-ministro Franklin Martins (Comunicação Social) como um espólio, sem interesse
em brigar por ela. “O pragmatismo do ministro em relação ao projeto nos
preocupa”, resumiu.
Flávia Lefèvre teme, por sua vez, que o Minicom não promova o debate necessário
com a sociedade em torno da proposta do marco regulatório da mídia eletrônica.
“A sensação que tenho é de que uma proposta tímida será tirada da cartola, sem a
transparência que o tema exige”, disse.
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Fonte: TI Inside
[28/04/11]
Governo e Idec divergem sobre regime do serviço de banda larga
Representantes do governo e dos consumidores divergiram durante audiência
pública realizada na quarta-feira, 27, na Comissão de Defesa do Consumidor da
Câmara dos Deputados que debateu o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL),
sobre o regime de prestação do serviço. Para o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec), a banda larga deve ser um serviço prestado em regime público,
o que possibilita ao governo impor às prestadoras obrigações de universalização
e de continuidade, além do controle das tarifas. Para o governo, porém, a melhor
forma de garantir a ampliação do acesso é aumentar a competitividade do mercado.
A advogada do Idec Veridiana Alimonti afirmou que o PNBL tem "graves
insuficiências" por não alterar o regime de prestação do serviço. Hoje o regime
é privado, com liberdade das prestadoras para estabelecer seu preço. A Lei Geral
de Telecomunicações (LGT - Lei 9.472/97) prevê que os serviços de
telecomunicações considerados essenciais pelo governo serão prestados em regime
público, sujeitos a deveres de universalização. Segundo a LGT, cabe ao Poder
Executivo, por meio de decreto, "instituir ou eliminar a prestação de modalidade
de serviço no regime público".
O presidente da empresa pública Telebras, Rogério Santanna, defendeu que os
serviços continuem a serem prestados em regime privado. Segundo ele, no Brasil
hoje o número de acessos em serviço na telefonia fixa – o único serviço de
telecomunicações prestado em regime público – é menor do que o número de acessos
na telefonia móvel, que é prestado em regime privado. "A questão central não é o
regime de prestação do serviço, mas a competitividade no setor", destacou.
Santanna disse que a competição no setor de banda larga será ampliada a partir
da oferta da rede da Telebras para uso dos pequenos provedores de internet, que
atualmente disputam apenas 9% do mercado. "Hoje cinco empresas dominam o mercado
de banda larga no Brasil, sendo que três detêm mais de 80% do mercado",
informou. De acordo com o programa do governo, a Telebras não deverá ofertar o
serviço diretamente ao consumidor, mas ofertará suas redes no atacado para os
pequenos provedores.
Infraestrutura de rede
O secretário das Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Nelson
Fujimoto, disse, na audiência, que a prioridade do programa é disponibilizar a
infraestrutura de rede nos locais onde hoje ela não existe. Conforme o
secretário, a ideia do governo é, em um primeiro momento, apenas massificar o
serviço (ou seja ampliar o acesso a ele) e não universalizá-lo (torná-lo
acessível a toda a população), levando em conta que a cobertura atual da banda
larga é muito baixa.
A meta do programa é oferecer o serviço em 35 milhões de domicílios até 2014, a
R$ 35. Se for concretizada a redução tributária para o setor – em fase de
negociação com os governos estaduais – pode ser oferecida banda larga a R$ 15,
em 39,8 milhões de domicílios. Em 2010, o número de conexões era de 11 milhões
de domicílios, e o preço médio, de R$ 70. O foco inicial do plano é o
investimento na infraestrutura e, em seguida, em aplicações como serviços de
governo eletrônico. Em um terceiro momento, o governo deverá investir em
conteúdos digitais.
Fujimoto também destacou a necessidade de aprovação, pelos deputados, da Medida
Provisória (MP) 517/00, que prevê a desoneração de modems, para a implementação
do programa.
Serviço essencial
Para o deputado Weliton Prado (PT-MG), que sugeriu a audiência, está claro que a
internet de banda larga é um serviço essencial para a população. "Não se faz a
inclusão social hoje sem se fazer a inclusão digital. O serviço tem que caber no
bolso do consumidor."
Já a deputada Ana Arraes (PSB-PE) destacou que a concorrência não regula o
preço. "A mão do Estado é importante mesmo para o serviço prestado em regime
privado", disse. A deputada afirmou que é preciso que o governo tenha cuidado
para que "a implementação da banda larga não seja um desastre, como foi a
implantação da telefonia celular no Brasil".
Segundo ela, no caso da telefonia celular, as regiões menos populosas e mais
carentes foram prejudicadas. "A banda larga não pode chegar só aos locais de
muito movimento", ressaltou. O presidente da Telebras informou que uma das
prioridades da empresa pública será o atendimento dos estados da Região Norte.
As informações são da Agência Brasil.
Da Redação
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Fonte: Teletime
[27/04/11]
Telebras reconhece não ter recursos para implementar metas de banda larga
A Telebras está sem recursos para implementar as metas do Plano Nacional de
Banda Larga (PNBL). Quem disse isso foi o presidente da estatal, Rogerio
Santanna, durante audiência pública realizada nesta quarta, 27, na Comissão de
Defesa de Consumidor da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a empresa fechou
contratos valor de R$ 207 milhões com fornecedores nacionais. Também informou
que os registros de preços de equipamentos da estatal já poderiam conduzir ao
atendimento de 3.045 cidades brasileiras. Mas, para isso,depende de liberação de
recursos do orçamento para poder totalizar o número de cidades que a empresa
poderá alcançar este ano. A falta de recursos é crônica. Segundo Santanna, em
caixa a estatal tem R$ 280 milhões. Segundo Santanna, dos R$ 600 milhões
solicitados em 2010 pela Telebras, R$ 316 milhões foram empenhados e nada foi
liberado. Neste ano, o pedido era de R$ 400 milhões, foi reduzido a R$ 226
milhões pelo Congresso e apenas R$ 50 milhões foram descontingenciados.
Sobre os investimentos públicos anunciados pelo ministro Paulo Bernardo na
semana passada, segundo quem seriam investidos cerca de R$ 1 bilhão ao ano pela
Telebrás para dotar o país de uma infraestrutura mais avançada de telecom,
Santanna disse não ter mais detalhes.”Li isso nos jornais”, afirmou ele,
informando que oficialmente nada foi comunicado.
Para Rogério Santanna, os novos critérios de qualidade da Telebrás, sugeridos
pelo Comitê Gestor da Internet brasileira a serem adotados para pequenos
provedores de Internet vão medir a performance da rede sem considerar o número
de usuários conectados. Os detalhes dos novos critérios foram antecipados por
TELETIME no dia 15. “A Telebrás poderá entregar velocidades muito maiores, mas o
provedor é que definirá a velocidade final ao usuário”, assinalou. Pelo PNBL,
essa velocidade será de 512 kbps, embora a presidente Dilma já tenha exigido o
mínimo de 1 Mbps de velocidade na negociação com as teles privadas. Segundo
Santanna, o uso da fibras ópticas da Petrobras será alvo de contrato a ser
assinado ainda em maio, informou, lembrando que isso possibilitará ligar 800
municípios ainda em 2011.
Márcio de Morais, de Brasília
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Fonte: Campanha da banda
Larga
[25/04/11]
Manifesto
Banda Larga é um direito seu!
Uma ação pela internet barata, de qualidade e para todos
Banda Larga é direito de todas e todos, independentemente de sua localização ou
condição sócio-econômica. O acesso à internet é essencial porque permite o
mergulho na rede que integra diferentes modalidades de serviços e conteúdos,
funcionando como um espaço de convergência de distintas perspectivas sociais,
culturais, políticas e econômicas. Elemento central na sociedade da informação,
a inclusão digital, entendida de forma ampla, é condição para a concretização de
direitos fundamentais como a comunicação e a cultura e se coloca como passo
necessário à efetiva inclusão social, já que ela é essencial para o
desenvolvimento econômico do país. A internet incrementa a produtividade e gera
riquezas, sendo fator de distribuição de renda e de redução de desigualdades
regionais.
Nós, organizações da sociedade civil e ativistas envolvidos no debate da
democratização da comunicação e da produção colaborativa da cultura,
reconhecemos a relevância das metas e políticas presentes no Plano Nacional de
Banda Larga, sendo imprescindível, contudo, avançar.
Mais, é necessário que se faça uma vigília permanente para que as políticas de
banda larga estejam pautadas no interesse público, o que já sofre reveses. Os
rumos recentes tomados pelo governo reforçam o abandono da ideia de serviço
público como concretizador de direitos e privilegia soluções sob uma lógica de
mercado.
Com base no acúmulo conquistado nas Conferências Nacionais de Comunicação e
Cultura, no Fórum de Cultura Digital e nas articulações relativas à constituição
do Marco Civil da Internet e à reforma da Lei de Direitos Autorais, apresentamos
as seguintes propostas guia e suas ações:
1. EFETIVA PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL NO PROCESSO DE INCLUSÃO DIGITAL
Rever a participação da sociedade civil no Fórum Brasil Conectado, ampliando a
sua representação e democratizando seu processo de escolha;
Convocar, em conjunto com entidades da sociedade civil, um Fórum Participativo
de Acompanhamento do Plano Nacional de Banda Larga, criando canais legítimos e
públicos de consulta mútua que permitam a efetiva participação da sociedade nos
processos decisórios do Plano;
Criar mecanismos públicos de consulta que contemplem a convergência de mídias e
redes sociais buscando de todas as formas a tradução do debate para toda
população.
2. PRESTAÇÃO DA BANDA LARGA SOB REGIME PÚBLICO
Reconhecer o caráter essencial da banda larga, definindo-o como serviço público,
sujeito a metas de universalização, controle de tarifas garantindo seu baixo
valor, obrigações de continuidade voltadas à sua prestação ininterrupta e
garantia da prevalência do interesse público na utilização da infraestrutura
necessária ao serviço;
Integrar ações das esferas Federal, Estadual e Municipal para universalização da
Internet da banda larga, possibilitando o acesso de qualquer pessoa ou
instituição ao serviço e otimização do uso da infraestrutura, inclusive por meio
da reserva de espaço eletromagnético livre de licenças para aplicações
comunitárias;
3. GESTÃO PÚBLICA DAS REDES PARA GARANTIR A IGUALDADE ENTRE PROVEDORES E O
INGRESSO SUSTENTÁVEL DE NOVOS AGENTES
Implementar mecanismos de controle público da gestão das redes, garantindo o
acesso não discriminatório e competitivo à infraestrutura;
Utilizar a Rede Nacional na geração de maior competição a partir da entrada de
pequenos e médios provedores, bem como efetivar políticas de incentivo e
financiamento possibilitando a sustentabilidade dos mesmos;
Democratizar as licenças para prestação do serviço de banda larga fixa (Serviço
de Comunicação Multimídia) no âmbito do PNBL, permitindo que qualquer
organização, inclusive as sem fins lucrativos, possa recebê-las;
Efetivar a prestação do serviço ao usuário final pela Telebrás;
Incentivar o uso de tecnologias diversificadas para distribuição da última milha
(wi fi, wi max, eletricidade, redes mesh, incorporando novas tecnologias que
surjam ao longo do tempo);
Regular a utilização do espectro livre, espaços inutilizados do espectro para
evitar interferências na transmissão analógica de televisão, permitindo a sua
utilização por cidadãos e comunidades;
Fortalecer instrumentos de regulação e fiscalização com independência em relação
ao mercado, participação social e atuação rápida e eficaz, não só com relação à
competição, mas também quanto à qualidade do serviço. Estes instrumentos devem
atuar sobre todo o sistema, incluindo a Telebrás, grandes e pequenos provedores
privados;
4. AMPLIAÇÃO DA DEFINIÇÃO DE PARÂMETROS DE QUALIDADE DA BANDA LARGA
Delimitar as condições de prestação adequada do serviço por meio de critérios
objetivos que visem à efetiva proteção do consumidor e a utilização das redes em
toda a sua potencialidade;
Assegurar o atendimento adequado ao consumidor e a não abusividade na
publicidade e nos contratos, com especial atenção ao cumprimento do dever de
informação;
Garantir a paridade de banda para download e upload, imprescindível para o uso
multimídia alternativo, fiscalizando o cumprimento das taxas de transmissão
contratadas e disponibilizando meios tecnológicos para verificação deste
cumprimento pelo próprio usuário;
Definir a proteção à privacidade e à liberdade de expressão e de acesso a
conteúdos como parâmetros de qualidade do serviço, em consonância às previsões
do Marco Civil da Internet e à discussão do anteprojeto de lei de proteção de
dados;
Assegurar a neutralidade da rede, propiciando o acesso igualitário a serviços,
aplicativos e informações a todas e todos ao impedir interferências
discriminatórias das operadoras na velocidade de navegação;
Implantar no PNBL velocidades de download e upload compatíveis com os conteúdos
e aplicações disponíveis na rede, que realmente possibilitem o cidadão ser um
agente do processo de produção da cultura digital.
5. APOIO À CULTURA DIGITAL
Estimular a Cultura Digital, Software Livre, Transparência e Princípios da
construção colaborativa de conteúdos (ex: wiki);
Promover o uso da rede para produção, compartilhamento e distribuição de
conteúdos, por meio de políticas públicas para produção de conteúdos culturais,
científicos e educacionais, bem como o apoio a licenciamentos livres e à reforma
da Lei de Direito Autoral;
Definir políticas concretas de fomento e desenvolvimento da indústria de
inovação cultural e aplicações web baseadas em conteúdos culturais;
Estimular entidades e iniciativas voltadas à Alfabetização Digital, incluindo
escolas de todos os níveis, Lan Houses e Programas de Inclusão dos governos e
sociedade civil, possibilitando a apropriação e qualificação do uso da rede;
Criar espaços de acesso público e comunitário gratuito inclusive através de
redes abertas (WI FI);
Incentivar a integração de acessos comunitários de ações do governo (telecentros,
pontos de Cultura, acessos abertos por redes sem fio municipais) com a sociedade
civil, englobando um conjunto de iniciativas públicas do Terceiro Setor na área
de Cultura Digital e iniciativa privada.
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