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Dezembro 2011               Índice Geral do BLOCO

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14/12/11

• Sky lança (4G) TD-LTE em Brasília - Notícia do Teletime e comentário de Mariana Mazza

Olá, WirelessBR e Celld-group!

Transcrevo estas duas matérias:

Fonte: Teletime
[13/12/11]  Sky lança 4G fixa em Brasília - por Helton Posseti e Samuel Possebon

Fonte: Portal da Band - Colunas
[13/12/11]  Ironia do destino - por Mariana Mazza

Mais informações e comentários sobre o serviço, legislação e tecnologia?

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs Tecnologia e Cidadania

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Fonte: Teletime
[13/12/11]  Sky lança 4G fixa em Brasília - por Helton Posseti e Samuel Possebon

A Sky lançou nesta terça, 13, em Brasília, o serviço de banda larga usando tecnologia de quarta geração (4G) TD-LTE, batizado de Sky Banda Larga. A companhia utiliza as frequências de 2,5 GHz adquiridas junto com a operação de MMDS da ITSA, há cerca de três anos.

Como antecipado por este noticiário, o serviço será lançado inicialmente em todo o Plano Piloto (Asas Sul e Norte, Lagos Sul e Norte), além das cidades satélites de Águas Claras e Sobradinho. A partir de 23 de janeiro, o serviço será expandido para as demais cidades que compõem o Distrito Federal.

Durante o evento de divulgação, representantes da Sky reforçaram que o objetivo principal da empresa é entregar um serviço com qualidade que possa se diferenciar do serviço prestado pelas empresas de telefonia e também pelas demais operadoras de TV por assinatura. "A gente entende que essa história de vender 10 Mbps e entregar 1 Mbps não funciona", afirma o presidente da companhia, Luis Eduardo Baptista (Bap). "Espalhou-se muito a ideia de que 100 Mbps é melhor do que 10 Mbps. Mas se eu vendo 100 e entrego cinco, e se vendo 10 e entrego 8, 10 é melhor que 100", ironizou. A Sky também está deixando claro que a experiência comercial em Brasília será um laboratório para que então se decida ou não pela expansão da oferta para outros mercados.

A Sky oferecerá pacotes de 2 Mbps e 4 Mbps, que também poderão ser adquiridos por quem não é cliente de TV por assinatura. As baixas taxas disponibilizadas, considerando que o LTE pode chegar a 100 Mbps, pode indicar que, de fato, a Sky pretende se diferenciar dos concorrentes na questão da qualidade. Segundo Bap, a companhia fez pesquisa em diversas regiões metropolitanas e foi constatado que a principal preocupação do consumidor em relação à banda larga não é preço, e sim acesso e disponibilidade. A operadora pretende entregar uma velocidade real muito próxima da nominal.

Aliás, o preço é um ponto fraco da oferta da companhia. O serviço de 2 Mbps custa R$ 79,90 e o de 4 Mbps, R$ 99,90, fora dos pacotes com TV por assinatura. Mais uma vez, Bap argumenta que não é correto analisar o preço sem levar em consideração que os concorrentes, na sua avaliação, não entregam a velocidade integral dos planos. "Quando você fala que é mais caro, eu acho que depende. Porque quem vende 10 Mbps e entrega 1 Mbps, esse pode ser mais caro", analisa. Além da venda da banda larga avulsa, foram criados pacotes de acesso em alta velocidade mais TV por assinatura. Os preços começam em R$ 129,80 e podem chegar a R$ 379,70.

O executivo não especificou se contratualmente existe algum percentual de garantia de banda do serviço da Sky. No entanto, Bap lembrou que banda larga wireless é um serviço dinâmico e pode sofrer variações de qualidade por várias razões. "A rede é dimensionada para um determinado número de clientes. Se subir muito rápido, pode haver alguns gargalos", reconhece. Segundo apurou este noticiário, a rede TD-LTE de Brasília (a primeira em toda a região das Américas) tem 70 estações radiobase (ERBs) e cada uma delas está dimensionada para suportar 2,5 mil assinantes. A empresa começa o serviço com duas ERBs de quatro portadoras em funcionamento, ocupando 20 MHz de espectro, mas essa capacidade pode ser facilmente expandida para 40 MHz se houver necessidade. As taxas de transmissão no downstream e upstream estão assimétricas, nesse primeiro momento.

Por enquanto a Sky comercializa apenas um CPE (equipamento que fica na casa do usuário), com Wi-Fi integrado. Neste momento a companhia não pretende lançar o serviço móvel nem mini-modems. O serviço de SCM na faixa de 2,5 GHz só permite a chamada mobilidade restrita, que é quando o usuário usa o serviço em lugares diferentes, mas não em movimento. Portanto, a mobilidade plena na faixa ainda depende de uma ação regulatória da Anatel.

Expansão

A antiga ITSA tem frequência de 2,5 GHz em 12 cidades, mas a expansão do serviço para fora de Brasília, embora seja tecnicamente simples, já que não envolve obras civis, por exemplo, depende do sucesso do produto na capital federal. A Sky não parece estar muito interessada no leilão de 2,5 GHz neste momento, justamente porque a expansão vai depender desse desempenho inicial. "Se a a gente tiver muito sucesso em Brasília a gente pode considerar concorrer com os tubarões", afirma ele. A operadora, contudo, pleiteou junto à Anatel os 10 MHz a que tem direito no espectro destinado a tecnologias de FDD.

Escala

O TD-LTE está sendo testado pela China Mobile e é na escala do mercado chinês que a Sky confia para a redução do custo do CPE. Questionado sobre o preço do equipamento de uma tecnologia com pouquíssimas implementações comerciais o mundo, ele disse que o importante é que o modelo de negócio "parou em pé". Na medida em que o TD-LTE ganhe escala na China (segundo ele, o teste da China Mobile está sendo feito com mil torres) é natural que o CPE fique mais barato. Os custos de instalação também são baixos, já que na maior parte dos casos a recepção pode ser feita in-door, sem a necessidade de uma antena externa. Segundo apurou este noticiário, o custo da CPE está equivalente ao de um dongle 3G mais um roteador WiFi, e a ERBs custa o equivalente a uma ERB de 3G.
Helton Posseti e Samuel Possebon

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Fonte: Portal da Band - Colunas
[13/12/11]  Ironia do destino - por Mariana Mazza

Hoje a Sky inaugurou a primeira rede de quarta geração de telefonia móvel das Américas. Com isso, a empresa de televisão por assinatura sela sua entrada no cobiçado mercado de banda larga. A Sky inicia a oferta em Brasília com pacotes de 2 Mbps e 4 Mbps de velocidade, que podem ser comprados junto com o serviço de TV paga ou separados. Um detalhe: a conexão da companhia é fixa apesar de ser sem fio. Mesmo a tecnologia permitindo a mobilidade dos clientes, a empresa está impedida de oferecer banda larga móvel por questões regulatórias. Em outras palavras, por decisão da Anatel.

Há alguns anos a agência inventou o conceito de "mobilidade restrita" para evitar que serviços de conexão móvel concorressem com as ofertas das empresas de telefonia celular. Ou seja, mesmo tendo construído o que os especialistas acreditam ser a mais moderna rede móvel do momento, a Sky está condenada a restringir a mobilidade dos seus clientes, que só poderão usar o serviço dentro de casa.

Este fato já é o primeiro alerta de que a iniciativa da Sky pode ter um significado mais profundo no mundo das telecomunicações. Em tempos de convergência de serviços é de se perguntar por que a Anatel ainda insiste no conceito de mobilidade restrita. Se a tecnologia existe e as empresas de TV por assinatura querem competir no mercado de banda larga, por que elas não podem disputar mercado também com as operadoras móveis? Vale lembrar que neste ano foi sancionada uma nova lei de TV por assinatura exatamente para permitir que as teles entrassem na disputa pelos clientes desse mercado. Por que derrubar barreiras só para um grupo e não para todos? Tenho certeza que o consumidor sairia beneficiado com um aumento da competição na banda larga móvel.

Do ponto de vista do consumidor, destaco um ponto da estratégia da Sky. A empresa garante que entregará ao cliente a velocidade anunciada. "Chegamos à conclusão de que essa história de vender 10 e entregar um não funciona", afirmou o presidente da empresa, Luiz Eduardo Baptista. A crítica do executivo é com relação à prática disseminada entre as operadoras móveis de garantir apenas 10% da velocidade contratada pelo cliente.

À primeira vista, o plano 4G é bem mais caro do que os pacotes oferecidos hoje no mercado. A conexão de 2 Mbps sai por R$ 79,90 e a de 4 Mbps, por R$ 99,90. Hoje é possível encontrar pacotes de 1 Mbps por R$ 29,90, mas a velocidade cai drasticamente após consumida a franquia chegando a 64 kbps. Mesmo que a franquia não seja excedida, continua válida a garantia de apenas 10% da velocidade contratada. Assim, se a Sky cumprir o prometido, seu pacote não será tão mais caro do que o oferecido pelas concorrentes, afinal a contratação garantirá a velocidade plena oferecida.

No fim, a estratégia adotada pela companhia comprova que o problema da redução da velocidade é uma questão de marketing e não técnica, como as teles argumentam. Anuncie o que você é capaz de entregar e cobre o necessário para garantir essa entrega. Nada mais. "Preço é mais fácil de baixar do que de subir. Preferimos fazer o pacote assim do que vender mais barato, baixar a velocidade e depois dizer: ´você já está pagando pouco, então ta reclamando de quê?´", defendeu Baptista, aproveitando para criticar as concorrentes.

Mas o mais intrigante no lançamento da Sky é a ironia de ser uma empresa de TV por assinatura a inauguradora da tecnologia 4G no Brasil. No ano passado, a Anatel decidiu liberar a faixa de radiofrequência de 2,5 GHz para uso das operadoras de celular. A tese defendida na época era que essa faixa era essencial para que as empresas móveis migrassem para o 4G, ampliando o mercado de banda larga. Para atender à demanda das teles, a agência decidiu reduzir fortemente o espaço utilizado pelas empresas de TV por assinatura que ocupavam essa fatia do espectro.

A estratégia praticamente matou a modalidade MMDS (Sistema de Distribuição Multiponto Multicanal) de TV paga, onde a maior companhia é a TVA. Comprimidas em um pequeno espaço da faixa, restou a essas empresas aguardar por uma indenização que pode nunca vir. A Sky, uma das maiores empresas de TV paga, também foi afetada pela medida. Apesar de ser uma companhia conhecida por operar por satélite, ela também possui faixas de MMDS. E foi com essas faixas que o lançamento de hoje se tornou possível.

A máxima ironia está no fato de que, no mesmo momento que uma empresa de TV inaugura o 4G nas Américas, as teles agora se mostram reticentes sobre a possibilidade de comercializar o serviço usando apenas a faixa de 2,5 GHz. Ou seja, o setor exterminado pela Anatel levantou das cinzas para fazer o que as teles prometeram e agora não querem fazer. Para o presidente da Sky, o jogo de mudar a destinação da faixa nunca teve como objetivo o avanço da telefonia móvel para a quarta geração. "Nossa impressão é que era apenas uma estratégia para atrasar a concorrência em um serviço em que elas (as teles) já estavam dominando."

Em tempos de drásticas mudanças no setor de TV por assinatura é importante ficar atento a essas mudanças. Reformas aparentemente técnicas podem, sim, ocultar estratégias nocivas ao consumidor ao reduzir a possibilidade de concorrência no mercado. Por fim, vale destacar o indisfarçável incômodo do presidente da Sky com as mudanças que estão por vir no setor de TV paga. Baptista preferiu não comentar mais a fundo o novo regulamento da Anatel que será votado nessa semana, chamando as regras do setor de "pseudo-regulamentos organizados agora em um compêndio".

Mas o executivo não conseguiu esconder o desconforto ao falar de uma das novas regras: a de que o consumidor terá que comprar o seu equipamento de recepção de TV paga, hoje oferecido pelas próprias empresas. "Normalmente as soluções surgem para um problema. Esta é uma solução em busca de um problema. Essa medida vai empurrar para o consumidor final o custo do equipamento. A palavra mais light que me ocorre é que isso é um equívoco". É importante frisar que esses decodificadores não funcionam em qualquer empresa. Não é como um celular, que habilitamos em qualquer uma das operadoras. Se o cliente mudar de empresa, terá que comprar um novo equipamento. Assim sendo, o executivo tem razão. Muita coisa que tem acontecido no setor de TV por assinatura não passa de equívoco, para dizer o mínimo.


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