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Janeiro 2011 Índice Geral do BLOCO
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• Telebrás, Eletronet e PNBL (325) - Ethevaldo x Telebrás (13) - "Sete tarefas de Bernardo" + Convergência: Artigo sobre um "pepino" chamado Cezar Alvarez
Transcrevo mais abaixo a coluna do Ethevaldo
Siqueira deste domingo no Estadão:
Fonte: Estadão/ Blog de
Ethevaldo Siqueira
[31/12/10]
Sete tarefas de Bernardo - por Ethevaldo Siqueira
Um participante me escreve e cita que "Paulo
Bernardo é boa gente". Que bom! Será que este atributo vai ajudá-lo a vencer os
desafios de um "Novo Minicom"?
Além das "tarefas" listadas pelo Ethevaldo, Bernardo já recebe o ministério com
um enorme "pepino" (ou seria um abacaxi?): Cezar Alvarez.
Esta matéria descreve o imbrógio "hortifrutigranjeiro": :-)
Fonte: Convergência Digital
[02/01/11]
Cezar Alvarez vai para a Secretaria-Executiva do Ministério das Comunicações
- por Luiz Queiroz (mas "Dilma queria André Barbosa")
Não tenho maiores referências, no momento, sobre André Barbosa mas lembro-me
que, desde sempre, ele foi contra a implantação do Rádio Digital no país, sem um
prévio estudo feito por organizações de pesquisa e pela nossa competente
Academia, com incentivo governamental. Se permanecer no governo, espero que
Barbosa possa das continuidade à esta excelente idéia, antes que os "Helios
Costas" e "Aberts" da vida ataquem de novo. :-)
A todos, votos de um "PNBL Novo", competente, sério, honesto, planejado para
funcionar!!! O Brasil "tá necessitado"... :-)
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Fonte: Convergência
Digital
[02/01/11]
Cezar Alvarez vai para a Secretaria-Executiva do Ministério das Comunicações
- por Luiz Queiroz (mas "Dilma queria André Barbosa")
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, confirmou neste domingo (02/01) a
nomeação do ex-coordenador de Inclusão Digital do Governo Lula - Cezar Alvarez -
para a Secretaria-Executiva do órgão. A informação foi repassada pelo próprio
ministro no Twitter ao Blog Capital Digital.
A decisão deverá desagradar as empresas de telefonia, que identificaram Alvarez
como o principal adversário político a ser combatido no Governo Dilma Rousseff,
na tentativa de esvaziar o ímpeto da implantação do Plano Nacional de Banda
Larga. Mas também deixará seqüelas políticas internas no goveerno, uma dor de
cabeça a ser administrada pelo ministro Paulo Bernardo. Alvarez colheu dentro e
fora do Governo Lula inimigos poderosos, que não vão se acomodar diante do novo
quadro político do Ministério das Comunicações.
PNBL e contratos
As teles não perdoam Cezar Alvarez, pelo fato dele ter interferido diretamente
na Anatel nos últimos meses e obrigado a agência reguladora a colocar a banda
larga como serviço público, sob o regime privado, na revisão dos contratos de
concessão. Assunto que travou e ficou para o dia 2 de maio, depois que as
empresas partiram para o Judiciário contra o novo marco legal que estava sendo
criado pelo Governo Lula.
Nas últimas semanas Alvarez foi duramente combatido dentro do Palácio do
Planalto por executivos das empresas de telefonia, na tentativa de evitar a
nomeação dele para a Secretaria Executiva do Ministério das Comunicações. A
estratégia quase deu certo, mas não por conta dessas tratativas políticas.
Dilma queria André Barbosa
Na realidade, Alvarez não iria para o cargo porque a presidenta Dilma Rousseff
já havia prometido a função para o seu fiel assessor especial André Barbosa. Que
sempre manteve um bom relacionamento com Dilma enquanto ela comandou a Casa
Civil.Também seria uma recompensa pelo fato de que André Barbosa foi exitoso na
tarefa de articular junto aos países vizinhos a adesão deles ao sistema
nipo-brasileiro de TV Digital (ISDB-T).
Fator Lula
Porém, um outro fator político de última hora pesou na decisão da presidenta
Dilma, que terminou obrigada a engolir aindicação de Alvarez. Isso ocorreu
depois que o presidente Lula entrou no circuito para pedir mais uma vaga no
governo, desta vez, em favor de seu fiel assessor e até então, Coordenador de
Inclusão Digital do Governo sem contar que Cezar era o responsável pela agenda
diária do presidente. Enquanto Lula não atuou em seu favor, Alvarez estava sem
cargo definido no futuro governo.
O clima político não ficou bom. A presidenta, contrariada, deverá manter o atual
quadro até o dia em que fará uma nova reforma ministerial. Quando o governo
terá, enfim, o seu perfil. Neste sábado, 01/01, durante a solenidade de
transmissão do cargo no Palácio do Planalto ficou evidenciado o distanciamento
de Alvarez com a nova "inquilina" do Palácio do Planalto. Enquanto Dilma recebia
os cumprimentos, Cesar Alvarez estava no hangar da FAB se despedindo do
ex-presidente Lula. Um sinal claro de que ele preferiu não estar diante da
presidenta neste momento, enquanto a situação política não lhe é favorável.
A desculpa oficial que se dará ao caso é a de que Cesar Alvarez foi levar Lula
até o hangar da FAB como representante de Gilberto Carvalho, novo
Secretário-Geral da Presidência, que ficou para acompanhar os cumprimentos à
nova presidenta. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, preferiu deixar a
briga circunscrita à cúpula do PT e aguardou a conclusão para poder anunciar o
nome. Sabe que começou com esta dificuldade a sua gestão. Mas como político
habilidoso que é, certamente poderá contribuir mais à frente para desopilar o
mau humor da presidenta com um integrante da sua equipe ministerial.
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Fonte: Estadão/ Blog de
Ethevaldo Siqueira
[31/12/10]
Sete tarefas de Bernardo - por Ethevaldo Siqueira
Coluna do Estadão de domingo, 2 de janeiro de 2011
Caro ministro Paulo Bernardo: sei que o senhor nem bem tomou posse como novo
titular do Ministério das Comunicações (Minicom) e já estamos nós, aqui, para
cobrar-lhe trabalho sério e urgente, nesta segunda carta.
Como todos os que vivem ou acompanham profissionalmente este setor, tenho grande
esperança em seu trabalho. Não tome isto como lisonja ou bajulação, mas como
expressão de meu desejo intenso de que o senhor faça o melhor para o Brasil.
Sugerimos que medite nas sete tarefas que aguardam suas providências:
1. Resgate o papel do Minicom: O Brasil espera que, por seu intermédio, o
governo Dilma Rousseff devolva ao Ministério das Comunicações o papel e, em
especial, a dignidade que essa pasta perdeu nos últimos anos.
Desculpe, ministro, mas temos que relembrar um ponto fundamental: os grandes
temas das comunicações devem liderados e discutidos prioritariamente pelo
Ministério das Comunicações. E não pela Casa Civil, pelo Planejamento ou por
assessores de segundo nível, como ocorreu na elaboração do Plano Nacional de
Banda Larga (PNBL), da reativação da Telebrás e do anteprojeto da Lei da
Comunicação Eletrônica.
Aliás, temas dessa relevância deveriam ser debatidos por toda a sociedade e não,
como tem ocorrido, em petit comité, por comissões interministeriais, de
pensamento único, no apagar das luzes de uma gestão presidencial e num ano
eleitoral.
2. Tire rádios e TVs de políticos. Ao chegar em seu novo ministério, consulte o
cadastro das emissoras de rádio e TV. Esse arquivo não passa de uma coleção de
mentiras. Mais da metade das emissoras que nele figuram é propriedade de tios,
cunhados, genros, sobrinhos, compadres ou amigos, meros laranjas de seus
verdadeiros proprietários: deputados, senadores ou mesmo de governadores. Isso é
ilegal, ministro.
Neste aspecto, não existe hoje pasta mais desmoralizada do que o Minicom. Quase
tudo ali é velho, falso ou obsoleto. A começar da legislação de rádio e TV.
3. Cuide do marco regulatório. A maior prioridade institucional para o setor é,
de longe, a nova Lei Geral de Comunicações, marco regulatório de todas as formas
de comunicações (telefonia, radiodifusão, correios, TV por assinatura, internet
e outras formas de comunicação eletrônica), sob o guarda-chuva de uma única
agência reguladora, a Agência Nacional de Comunicações (Anacom).
O debate dessa nova lei não pode prescindir da participação de todos os
especialistas, da opinião pública setorial, da academia, da mídia, do Congresso.
4. Combata a corrupção. Os Correios foram assaltados nos últimos anos, ministro.
E, como temíamos, a nova Telebrás já revela indícios de corrupção, em fase de
apuração pelo TCU. Essa estatal, aliás, tem sido administrada de forma
temerária, acima da lei: ela muda seus próprios estatutos, altera sua
atividade-fim e cria novas prerrogativas para si mesma. Lixa-se para todas as
regras.
5. Escolha profissionais probos. Não ceda às pressões fisiológicas de nenhum
partido da base do governo ou de fora dela. Escolha administradores competentes
e íntegros para suas duas estatais. Os Correios deram a dura lição do preço do
loteamento das estatais no governo Lula.
Temos certeza de que, procurando, o senhor achará na nova geração
administradores altamente qualificados, à semelhança de líderes do passado, como
Quandt de Oliveira, Alencastro e Silva, Haroldo Corrêa de Mattos, Adwaldo Botto
de Barros, Ozires Silva ou Egydio Bianchi.
6. Fortaleça a Anatel. A agência reguladora precisa ser fortalecida com urgência
– sem perder seus melhores servidores – para que possa regular e fiscalizar com
o maior rigor possível e exigir mais qualidade dos serviços. Não adianta
criticar as teles, se o governo se omite em seu papel fiscalizador.
O Brasil tem hoje 241 milhões de telefones – ou seja, 10 vezes mais do que no
dia da privatização da Telebrás, em 1998. O número de internautas chega a 75
milhões de internautas, 30 milhões dos quais com acesso (ainda medíocre e caro)
à banda larga. Há muita coisa que melhorar nessa área, ministro. Mas o governo
federal precisa deixar de ser omisso, como formulador de políticas públicas
setoriais.
7. Acabe com o confisco. Por último, por mais remota que seja nossa esperança,
seria bom para o País que o governo federal lutasse pela redução das alíquotas
escandalosas de mais de 43% de impostos que incidem sobre telecomunicações. Veja
estes números, ministro: ao longo dos últimos 10 anos, os governos estaduais e a
União arrecadaram mais de R$ 330 bilhões de tributos de nossas contas
telefônicas – dinheirama que equivale a oito vezes a lucratividade total das
operadoras nesse período. E chamam a isso “telecomunicações privatizadas”.
Outro assalto: o governo federal tem confiscado quase todos os recursos dos três
fundos setoriais: o Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust), o
Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel) e o Fundo de Tecnologia das
Telecomunicações (Funttel), como fizeram Lula (8 anos) e FHC (2 anos).
Desde a criação desses fundos, a União surrupiou mais de R$ 32 bilhões de fundos
específicos de telecomunicações – recursos que permitiriam ao Brasil implantar
um dos mais ambiciosos projetos de banda larga do mundo.
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