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Janeiro 2011 Índice Geral do BLOCO
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04/01/11
• Telebrás, Eletronet e PNBL (327) - Íntegra da "Decisão Cautelar do TCU" referenciada no artigo do Estadão "TCU barra superfaturamento na Telebrás"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Repito um comentário feito na mensagem nº 321 da série sobre a Telebrás:
Faço uma crítica às duas matérias, do Estadão e da
Folha: não transcreveram a "medida cautelar do TCU" e não indicaram o link para
consulta. Numa primeira tentativa, não consegui localizar o documento no site do
TCU, se é que foi divulgado.
Sem o texto da "medida cautelar" fica difícil, para os leitores e interessados,
comparar as notícias e as respostas da Telebrás.
Lembro que a
matéria do Estadão acima citada tem este
trecho inicial:
(...) Nem bem começou a funcionar, a Telebrás já é alvo
de suspeitas de corrupção em suas primeiras licitações destinadas à
infraestrutura do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Com base nas evidências
dessas irregularidades, o Tribunal de Contas da União (TCU), em sentença
cautelar do ministro José Jorge, suspendeu a extensão da contratação de duas
empresas para a execução de infraestrutura básica (Pregão 02/2010 TB) de
estações de radiobase (ERB’s) por suspeita de:
1) direcionamento e favorecimento às contratadas (ausência de publicidade);
2) ausência de projeto básico, com sua elaboração confiada aos próprios
executores (aberração jurídica);
3) sobrepreços ou superfaturamento escandaloso.(...)
02.
A Telebrás publicou uma resposta ao artigo, mas não ao TCU, conforme comentado
nos "posts" anteriores.
O
Blog Insight noticiou o resposta da estatal, cujo original (.doc) pode ser
obtido
aqui, no site da empresa.
03.
Recebi de um leitor - e agradeço! - uma cópia da íntegra da "Decisão Cautelar do TCU" que está
transcrita mais abaixo.
Destaco o trecho final:
(...)
Passo a decidir.
Preliminarmente, porquanto atendidos os requisitos de admissibilidade previstos
no §1º do art. 113 da Lei n.º 8.666, de 1993, a presente Representação pode ser
conhecida.
Consoante nova análise empreendida pela 1ª Secex, os novos elementos
colacionados aos autos pela empresa representante não são capazes de infirmar as
conclusões anteriores daquela unidade técnica acerca da insubsistência de grande
parte das irregularidades apontadas na sua peça vestibular.
No entanto, à vista das ponderações do Titular da unidade técnica, entendo que
realmente algumas questões merecem maior reflexão, a saber:
a) ausência de publicidade, com o consequente direcionamento/favorecimento da
licitação às empresas vencedoras;
b) ausência de projeto básico no termo de referência e atribuição de sua
elaboração ao futuro contratado;
c) sobrepreço.
Quanto ao fato primeiro descrito, muito embora sob o ponto de vista formal a
divulgação da licitação tenha atendido as normas de regência, chama atenção a
pequena participação de licitantes na fase competitiva do certame e, sobretudo,
a circunstância de que, justamente, duas das quatro empresas consultadas na fase
de elaboração dos orçamentos sagraram-se vencedoras, dividindo entre si os
quatro lotes do pregão, quais sejam: Clemar Engenharia Ltda. e Zopone Engenharia
e Comércio Ltda.
Assim, em que pese não possa asseverar pela existência de direcionamento ou
favorecimento na licitação, era de se esperar numa licitação de tamanha
magnitude, cujos valores
licitados alcançaram o montante de R$ 473,2 milhões, que a Telebrás buscasse,
por meio de ampla publicidade, garantir maior competitividade ao certame e,
desta forma, buscar a proposta mais vantajosa para a Administração.
Aliás, em se tratando de uma licitação destinada à formação de registro de
preços, essa providência torna-se muito mais importante, a teor do que dispõe o
§1º do art. 15 da Lei n.º 8.666, de 1993, segundo o qual o registro de preços
será precedido de ampla pesquisa de mercado, ensejando, portanto, a apresentação
de maiores esclarecimentos por parte dos responsáveis da Telebrás.
Em relação à alegação de que o termo da referência não conteria projeto básico,
a análise até aqui empreendida pela unidade técnica concluiu pela insubsistência
da irregularidade apontada na representação, tendo em vista que o termo de
referência que acompanha o edital conteria todos os elementos suficientes a
caracterizar o objeto licitado e a orientar os licitantes.
Nada obstante, consoante ponderou o Sr. Secretário, em face da magnitude dos
valores envolvidos e da natureza da matéria, que envolve a contratação de
serviços de engenharia, mostra-se apropriado solicitar a manifestação da unidade
técnica especializada deste Tribunal a respeito, especialmente se a ausência de
projeto básico no edital comprometeu a regular apresentação de propostas pelos
licitantes no tocante aos serviços de infraestrutura, devendo, em todo em caso,
ser considerada nessa análise os elementos colacionadas autos pela empresa
representante (peça 19).
Relativamente ao sobrepreço apontado, destaque-se que a instrução inicial
concluiu que não haviam sido apresentados elementos comprobatórios da
irregularidade. Naquela ocasião, ressaltou a unidade técnica que os valores
alcançados na licitação representaram uma expressiva redução em relação aos
valores inicialmente estimados pela Telebrás, representando uma redução média de
44,90% nos preços.
Todavia, desta feita, a empresa representante fez colacionar aos autos novos
elementos, por meio dos quais é possível verificar ainda uma expressiva
diferença de preços entre aqueles obtidos no certame e os relativos a serviços
similares contratados por empresas privadas de telecomunicações,
mormente de “serviços de infraestrutura básica”.
Consoante afirmou o Sr. Secretário, existem peculiaridades a serem consideradas
na avaliação do sobrepreço apontado, especialmente a localidade de prestação dos
serviços, de modo que não há como afirmar pela caracterização da irregularidade,
motivo pelo qual afigura-se de bom alvitre em relação aos serviços mencionados a
proposta de se também determinar à Secob que avalie a conformidade dos preços
orçados e contratados em relação àqueles constantes do Sinapi.
Por fim, em que pese neste exame perfunctório não existirem elementos
suficientes para determinar a suspensão dos pagamentos em relação aos contratos
já firmados, entendo que estão presentes os requisitos do art. 276 do Regimento
Interno do TCU para adoção da cautelar proposta pela unidade técnica, no sentido
de se determinar à Telebrás que não amplie o objeto das contratações até então
realizadas.
Objetiva-se com isso evitar maiores danos ou prejuízos ao erário, caso
confirmadas as irregularidades, considerando que a presente licitação destina-se
a formação registro de preços, o que poderia ensejar a celebração de novos
contratos com os preços possivelmente inadequados ou decorrentes de um certame
irregular.
Ante o exposto:
I) com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n.º 8.666, de 1993, c/c o art. 237,
inciso VII, do Regimento Interno do TCU, conheço da presente Representação;
II) com fundamento no art. 45 da Lei n. 8.443, de 1992, c/c o art. 276 do
Regimento Interno do TCU, determino, cautelarmente, à Telebrás que se abstenha
de ampliar o objeto já contratado alusivo ao Pregão Eletrônico por Registro de
Preços nº 02/2010-TB, até que esta Corte delibere conclusivamente a respeito;
III) com fundamento no art. 276, § 3º, do Regimento Interno do TCU, determinar a
oitiva da Telebrás, para, no prazo de 15 (quinze) dias, manifeste-se acerca da
presente Representação, especialmente quanto aos indícios de
direcionamento/favorecimento da licitação e de sobrepreço nos serviços
contratados;
IV) com fundamento no art. 276, § 3º, do Regimento Interno do TCU, determinar a
oitiva das empresas D L Informática Ltda. e Souza Lima & Vieira Informática
Ltda. para que, no prazo de 15 (quinze) dias, e se assim o desejarem,
manifestem-se acerca da Representação, encaminhando-lhes cópia da documentação
pertinente;
V) alertar a Telebrás e as empresas contratadas de que a eventual constatação de
sobrepreço nas contratações de infraestrutura básica oriundas do Pregão
Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, particularmente em confronto
com os preços de referência do SINAPI, poderá ensejar, entre outras sanções, a
obrigatoriedade de reparação do dano por parte dos beneficiários e dos
servidores responsáveis pela condução do certame;
VI) determinar, após a adoção das providências consignadas nos itens III e IV
anteriores, o encaminhamento do processo à Secretaria de Fiscalização de Obras
competente, via Comitê de Coordenação de Fiscalização de Obras (CCO), nos termos
dos arts. 9º e 10 da Portaria Segecex 2, de 12/2/2010, para que, no tocante ao
Pregão Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, preste os seguintes
esclarecimentos:
V.1) se a ausência de projetos básicos específicos (ou ao menos um conjunto
padrão de projetos básicos) para os serviços de infraestrutura previstos no
edital comprometeu a regular
apresentação de propostas pelos licitantes e seu julgamento objetivo, ou, ainda,
se a regra adotada no certame constituiu ofensa ao art. 9º, incisos I e II, da
Lei nº 8.666/93;
V.2) se o orçamento-base da licitação (peça 15), e ainda os preços apontados
como vencedores do certame, notadamente quanto aos diversos itens de “serviços
de infraestrutura básica”, encontram-se consentâneos, no que couber, com os
preços de referência do SINAPI;
V.3) se a opção da Telebrás de concentrar em quatro grandes lotes, cada um deles
abrangendo diversos estados, os serviços de infraestrutura básica apresenta-se
técnica e
economicamente adequada;
V.4) outras considerações que considere pertinentes;
VI) restituir os autos à 1ª Secex para as providências a seu cargo, autorizando,
desde logo, caso se revele necessária, a oportuna realização de inspeção na
Telebrás, com vistas a investigar os procedimentos adotados pela empresa no
tocante ao Pregão nº 02/2010 – TB, particularmente no que se refere à elaboração
de seu orçamento-base, considerando os questionamentos suscitados nesta
instrução.
Brasília, 16 de dezembro de 2010
JOSÉ JORGE
Relator
(...)
04.
Aqui estão os "posts" anteriores do BLOCO Tecnologia sobre o tema:
30/12/10
•
Telebrás, Eletronet e PNBL (321) - Ethevaldo x Telebrás (10) - Estadão: "TCU
barra superfaturamento na Telebrás" + "Resposta da Telebrás ao Estadão"
28/12/10
• Telebrás,
Eletronet e PNBL (319) - O "Alerta do Google" e a Telebrás + Estadão: "TCU barra
superfaturamento na Telebrás" + Folha: "TCU paralisa contratos de plano de banda
larga"
24/12/10
• Telebrás,
Eletronet e PNBL (316) - Folha de S. Paulo: TCU paralisa contratos de plano de
banda larga
23/12/10
• Telebrás,
Eletronet e PNBL (314) - Notícia de hoje, no Estadão: TCU barra superfaturamento
na Telebrás - por Ethevaldo Siqueira
05.
Lá no final estão transcritas as matérias comentadas nos "posts":
Fonte: Estadão / Blogs /
Ethevaldo Siqueira
[22/12/10]
TCU barra superfaturamento na Telebrás - por Ethevaldo Siqueira
Fonte: Dep.Aleleuia -
Origem: Folha de São Paulo
[24/12/10] TCU
paralisa contratos de plano de banda larga
Fonte: Insight - Laboratório de
Ideias
[28/12/10]
Telebrás contesta as suspeitas de direcionamento e superfaturamento da matéria
veiculada pelo jornal “O Estado de São Paulo” em 23/12/2010
Comentários?
Boa leitura!------------------
(transcrição em formato "HTML" com origem num arquivo .pdf)
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Gabinete do Ministro José Jorge
TC 032.392/2010-9
Natureza: Representação
Entidade: Telecomunicações Brasileiras S.a. (Telebras).
Interessada: Seteh Engenharia Ltda. (26.742.502/0001-81).
DESPACHO
Trata-se de Representação (peça 1) formulada pela empresa Seteh Engenharia
Ltda., com fundamento no art. 113, §1º, da Lei n.º 8.666, de 1993, em face do
Pregão Eletrônico para Registro de Preços nº 02/2010-TB promovido pela empresa
Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás).
Consoante o edital do certame (peça 8), a licitação tem por objeto a contratação
de solução de infraestrutura básica, com fornecimento de contêineres, gabinetes
e materiais, necessária para o funcionamento e proteção dos equipamentos
ópticos, rádio e IP, a serem utilizados na rede nacional de telecomunicações,
incluindo garantia e assistência técnica, instalação, treinamento e operação
inicial, visando a implantação do Programa Nacional de Banda Larga – PNBL, em
diversos estados do País, conforme as diretrizes contidas nos artigos 1º e 4º do
Decreto nº 7.175, de 12/05/2010.
Conforme consta do termo de referência da licitação, essa solução irá preparar a
rede para receber os equipamentos ópticos DWDM (Dense Wavelength Division
Multiplexing) e em conjunto com as fibras ópticas formará o Backbone Óptico, que
é a camada óptica de transporte de dados da rede nacional de telecomunicações.
Este, por sua vez, usará como a base a topologia em anéis e será composto de 3
(três) anéis DWDM interconectados: Anel Sudeste, Anel Nordeste, Anel Sul e terá
ramificações, conforme trajeto de fibras ópticas a serem utilizadas. No termo de
referência, estas ramificações na região Norte e Centro-Oeste foram denominadas
como Rede Norte.
Assim, o objeto licitado foi dividido em 4 (quatro) lotes, denominados “grupos”
pela Telebrás, correspondentes às respectivas regiões geográficas (Anel Sudeste,
Anel Nordeste, Anel Sul e Anel Norte, sendo cada grupo composto por diversos
itens, consistentes em diversos equipamentos e produtos, como contêiners,
gabinetes, infraestrutura básica, cabos ópticos, ar condicionado, transformador
etc.
A Comissão Permanente de Licitação, com base em cotações obtidas junto às
empresas Elo Telecom, WNI do Brasil Ltda., Zopone Engenharia e Comércio e Clemar
Engenharia Ltda., atuantes no ramo de telecomunicações, estimou o valor total da
licitação em R$ 858.874.829,05, assim distribuído:
- Anel Sudeste (grupo I): R$ 246.917.120,20;
- Anel Sul (grupo III): R$ 146.090.732,28;
- Anel Nordeste (grupo II): R$ 358.311.022,83;
- Rede Norte (grupo IV): R$ 107.555.953,74.
Após a etapa de lances realizada para cada item de cada grupo, da qual
participaram as empresas Telemont Engenharia de Telecomunicações S/A, Clemar
Engenharia Ltda., Zopone
Engenharia e Comércio Ltda., Tel Telecomunicações Ltda. e WNI do Brasil, foram
alcançados os seguintes valores, que representam uma redução média de 44,90% (R$
473.230.869,14) frente ao valor estimado:
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Gabinete do Ministro José Jorge
- Anel Sudeste: R$ 128.607.600,91 (redução de 47,91%) – Clemar Engenharia Ltda.;
- Anel Sul: R$ 75.772.479,20 (redução de 48,13%) – Zopone Engenharia e Comércio
Ltda.;
- Anel Nordeste: R$ 207.270.258,88 (redução de 42,15%) – Zopone Engenharia e
Comércio Ltda.;
- Rede Norte: R$ 61.580.530,15 (redução de 42,75%) – Clemar Engenharia Ltda.
Em sua peça inicial, apontou, resumidamente, a empresa representante as
seguintes irregularidades no certame questão:
a) utilização indevida modalidade licitatória “pregão eletrônico”;
b) ausência do projeto básico no termo de referência;
c) ausência de preços em planilha no termo de referência;
d) exigência indevida de atestado de capacidade técnica em nome da empresa;
e) não parcelamento do objeto licitado por itens;
f) existência de sobrepreço;
g) superficialidade do parecer emitido pela Assessoria Jurídica no processo.
Em consequência, requereu, cautelarmente, a suspensão do processo licitatório,
e, ao final, a declaração de nulidade do Pregão Eletrônico para Registro de
Preços n.º 02/2010, considerando a inequívoca a presença de indícios de
ilegalidade e de criminalidade na licitação.
Ao promover a instrução inicial do processo (peça 2), a 1ª Secex concluiu que
não subsistiam motivos para a suspensão do procedimento licitatório e sua
nulidade, razão porque
manifestou-se pelo conhecimento da Representação e, no mérito, por sua
improcedência.
Estando aos autos no meu Gabinete, a empresa ingressou nos autos com novos
elementos, renovando o pedido de suspensão cautelar da licitação e sua nulidade
ao final, razão porque determinei restituição dos autos à unidade técnica para
análise e reinstrução feito, o que restou efetivado por meio de Parecer do
Titular da unidade técnica (peça 21), transcrito a seguir:
“A peça inaugural deu entrada nesta Corte em 24/11/2010
(peça 1, fl. 1), ao passo que os respectivos contratos oriundos do Pregão
Eletrônico foram assinados em 23/11/2010 (peça 7, fls. 1/36).
Instruído no âmbito desta unidade técnica, o processo foi remetido ao gabinete
do Relator em 6/12/2010.
Em 10/12/2010, devido à apresentação de novos elementos por parte da
representante (peças 13 a 15), onde requerida „medida cautelar incidental‟ (peça
13), os autos foram restituídos a esta Secretaria para reinstrução, o que se faz
nesta oportunidade.
Em essência, a empresa representante, aditivamente, alega que „o processo nº
47/2010-TB [referente ao Pregão Eletrônico nº 2/2010 – Telebrás] correu às
escuras, convenientemente camuflado, inacreditavelmente desconhecido por mais de
90% das empresas atuantes no mercado altamente competitivo de engenharia de
Telecom‟ (destaques do original; peça 13, fl. 3).
Acrescenta que o valor de referência do certame foi obtido „com base em pesquisa
restrita e grotesca, o que favoreceu o direcionamento bem como a fixação em
patamares astronômicos dos custos das seguintes obras: Infraestrutura Básica
Autônoma, Infraestrutura Básica Compartilhada e Infraestrutura Básica para Roof
Top (Estação Terminal Rádio)’ (destaques do original; idem). Nesse ponto,
assevera que „o arremedo de "esquisa‟ alcançou um número reduzido de empresas
que, por sinal, foram praticamente as únicas participantes do Pregão (afora duas
outras "pesquisadas‟, que sequer executam obras de infraestrutura de Telecom)‟
(destaques do original; peça 13, fl. 4).
Especificamente quanto aos preços de infraestrutura básica obtidos na pesquisa
de mercado e, subsequentemente, no pregão, afirma situarem-se „muitíssimo acima
do que se pratica no mercado constituído pelas tradicionais empresas congêneres
da TELEBRÁS (OI, TELEMAR/CLARO, TIM, VIVO, NEXTEL), que trabalham com rigoroso
controle de custos e eficiência‟. Objetivamente, para corroborar suas
afirmativas, apresenta quadro comparativo entre os preços obtidos no pregão e os
preços praticados pelas congêneres da estatal, como segue (peça 13, fl. 4, e
peça 18, fl. 2):
Os preços referidos como "de mercado‟, na tabela acima, foram extraídos de
pedidos de compra recentes feitos e confirmados junto à representante pelas
empresas Nokia Sistemas Networks (item 52; peça 15, fls. 15/16, e peça 18, fls.
3/4), Brasil Telecom (itens 55 e 126; peça 15, fls. 19/20, e peça 18, fls. 7/8),
Brasil Telecom (item 129; peça 15, fls. 17/18, e peça 18, fls. 5/6), Tim (item
14; peça 18, fls. 9/10) e Tim (item 57; peça 18, fls. 12/13). (Segundo informado
pela representante, outros documentos comprobatórios de custos, inclusive notas
fiscais, teriam sido protocolados sob o nº doc. 452509090, ainda não disponível
no e-TCU no momento da finalização desta instrução.)
Conclui esse ponto afirmando que os itens relativos à infraestrutura básica
apresentam preços "realmente escandalosos (no total de R$ 248 milhões, sendo
mais de R$ 80 milhões de
sobrepreço)’” (destaques do original; peça 13, fl. 4).
Na sequência, reitera a suposta "inadequação do Pregão Eletrônico para contratar
OBRAS DE ENGENHARIA e SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE ENGENHARIA, tratados, sem
justificativa plausível, como se fossem bens e serviços „comuns‟‟ (peça 13, fl.
5).
Também reitera seu entendimento de que faltaria “o indispensável PROJETO BÁSICO
que desse conta dos elementos suficientes à caracterização das obras de
INFRAESTRUTURA BÁSICA,
sendo que a TELEBRÁS confiou a „elaboração‟ dos respectivos „projetos‟ aos seus
próprios executores, o que está, logicamente, VEDADO pela Lei de Licitações
[art. 9, incisos I e II, da Lei nº 8.666/93]”.
De igual modo, repete as críticas à superficialidade do parecer jurídico juntado
ao processo e à ausência da estimativa de preços unitários no termo de
referência (peça 13, fl. 6).
Ao final, consigna haver formalizado denúncia junto à estatal em 22/10/2010 (na
realidade, a data correta seria 22/11/2010), a qual, entretanto, nem ao menos
teria sido juntada ao
processo licitatório. Segundo a representante, "ao invés da diretoria da estatal
deflagrar uma investigação séria para avaliar as notícias de ilegalidades e de
superavaliação de preços (providência acauteladora sensata e recomendável!),
correu com o processo, procedendo, já no final do dia seguinte à denúncia, a
adjudicação (NO ATROPELO E NA MARRA!!) do objeto do certame às empresas
contempladas, fazendo vistas grossas a todas as evidências de ilegalidades e de
prejuízos elevados ao erário, querendo a todo custo que a Administração assuma
um ônus econômico-financeiro em relação ao qual não realizou estudo aprofundado
do seu efetivo custo‟ (destaques do original; peça 13, fl. 8).
De plano, em face da ausência de elementos novos que infirmem a manifestação
anterior desta unidade técnica, reiteramos a análise e as conclusões lançadas na
instrução inicial no
tocante aos seguintes aspectos suscitados pela empresa interessada:
a) utilização indevida da modalidade licitatória „pregão eletrônico‟;
b) ausência de preços em planilha no termo de referência;
c) exigência indevida de atestado de capacidade técnica em nome da empresa;
d) não parcelamento do objeto licitado por itens;
e) superficialidade do parecer emitido pela Assessoria Jurídica no processo.
Assim, nesta oportunidade, ater-nos-emos aos seguintes questionamentos:
a) "o processo nº 47/2010-TB [referente ao Pregão Eletrônico nº 2/2010 –
Telebrás] correu às escuras, convenientemente camuflado, inacreditavelmente
desconhecido por mais de 90% das empresas atuantes no mercado altamente
competitivo de engenharia de Telecom‟;
b) ausência do projeto básico no termo de referência e atribuição de sua
elaboração ao futuro contratado;
c) sobrepreço.
Quanto ao primeiro quesito, dissentimos do entendimento esposado pelo
representante.
É verdade que houve pequena participação de interessados na fase competitiva do
certame – apenas cinco empresas. Também é fato que, dentre as empresas que
chegaram a oferecer lances, três foram previamente advertidas pela estatal para
a iminente licitação, haja vista terem sido formalmente consultadas para a
elaboração do orçamento base. Por fim, tem-se que duas dessas três empresas
vieram, ao final, dividir os quatro lotes do pregão. Tais circunstâncias, com
efeito, sugerem que a Telebrás, até pela expressão dos recursos envolvidos,
poderia ter se esforçado um pouco mais para divulgar a realização do
procedimento entre os potenciais interessados, inclusive contatando diretamente
algumas das empresas tradicionais do ramo, como aquelas cadastradas no
Comprasnet, a exemplo da própria representante.
Contudo, não há que se falar que o processo „correu às escuras‟. Em realidade,
do ponto de vista formal, a divulgação do Pregão 02/2010 observou estritamente
as normas de regência, tanto que, a propósito, nenhuma contestação objetiva foi
apresentada pela representante. O edital, por sua vez, continha o detalhamento
preciso do objeto pretendido, como se constata no respectivo termo de
referência, inclusive no tocante ao quesito „serviços de infraestrutura básica‟,
principal alvo do inconformismo da Seteh Engenharia (peça 8, fls. 67/76).
Relativamente aos projetos básicos, conquanto reafirmemos, aqui, que, na
compreensão desta unidade técnica, no edital "estão contempladas as
especificações técnicas detalhadas de cada modelo de abrigo (contêiner ou
gabinete), bem como as infraestruturas básicas autônomas e compartilhadas que
deverão ser fornecidas e implantadas para garantir a integridade física e lógica
dos equipamentos da rede nacional de banda larga, entre outros elementos‟, de
modo que "o documento atende ao fim pretendido, qual seja, caracterizar, de
forma detalhada, o objeto a ser contratado, com vistas a oferecer suporte à
formulação das propostas dos licitantes, orientar a execução do contrato e
possibilitar a sua fiscalização‟ (cf. item 13.1 da instrução, peça 2),
consideramos medida de prudência, em face da magnitude dos valores envolvidos e
da natureza da matéria, solicitar à Secretaria de Fiscalização de Obras que se
manifeste a respeito. Nesse ponto, cumpre anotar que a representante, em contato
com esta Secex, anunciou ter formalmente protocolado nesta Corte (doc.
452509090) diversos documentos adicionais para juntada aos autos (ainda não
disponibilizados no e-TCU quando da finalização desta instrução), entre os quais
projetos de obras e serviços de engenharia similares àqueles demandados pela
Telebrás, o que poderá eventualmente subsidiar a análise da matéria pela unidade
técnica especializada.
Por fim, no tocante ao possível sobrepreço, entendemos que os elementos ora
apresentados pela empresa Seteh ensejam reflexão mais detida.
Sobre o ponto, tem-se, de um lado, a expressiva diferença entre os preços
obtidos no certame e os preços consignados nos documentos carreados aos autos,
alusivos a serviços similares contratados por empresas privadas de
telecomunicações. Nesse sentido, a título de ilustração, observamos que apenas o
primeiro item referido nas razões adicionais da representante (infraestrutura
básica autônoma – 10m X 10m), transcrito no início desta instrução, aponta para
um possível sobrepreço da ordem de R$ 4.762.000,00 no Contrato nº 23/2010 (fls.
1/18 da peça 7), ou o equivalente a 13,5% de seu valor total. No caso do
Contrato nº 22/2010 (fls. 19/36 da peça 7), o eventual sobrepreço seria de R$
2.621.000,00, ou 9,5% do seu montante.
Evidentemente, tais números comportam algum temperamento, sobretudo no que tange
ao local de realização dos serviços, o que, por certo, influencia a composição
dos custos. Nesse sentido, por exemplo, cumpre observar que, no Contrato nº
23/2010, referente ao Anel Nordeste, o item “infraestrutura básica autônoma –
10m X 10m”, acima mencionado, foi cotado ao preço unitário de R$ 65.294,00 (peça
7, fl. 8); já no Contrato nº 22/2010, referente ao Anel Sudeste, o mesmo item
saiu por R$ 57.019,61 (peça 7, fl. 26). Já os preços apresentados pela Seteh
Engenharia, de sua parte, referem-se, via de regra, a serviços prestados na
Região Centro-Oeste, onde se localiza sua sede.
Nada obstante, tem-se, de outro lado, que, aparentemente, não houve nenhuma
preocupação da Telebrás em buscar junto às concessionárias privadas de
telecomunicações, tradicionais tomadoras de materiais e serviços da espécie,
cotações de preços para os itens contemplados no objeto do pregão. Em princípio,
tais empresas (também prestadoras de serviços públicos) não teriam razão para
omitirem esse tipo de informação à Telebrás, haja vista a atuação da estatal,
adstrita às localidades onde inexistente oferta de serviços de conexão à
internet em banda larga para usuários finais (Decreto nº 7.175/2010, art. 4º,
inciso IV), não representar para elas ameaça de concorrência. É certo que a
cotação de materiais e serviços à vista de transações reais operadas no âmbito
da iniciativa privada conferiria muito maior confiabilidade ao orçamento base da
empresa. Ademais, é sabido que, ordinariamente, os próprios fornecedores e
prestadores de serviços, quando consultados pela Administração para a composição
de orçamentos, tendem a informar preços de tabela, sem os descontos e vantagens
oferecidos nas contratações efetivamente materializadas.
Na mesma linha, também não há registro nos autos de que a Telebrás tenha
balizado os preços de referência das obras e serviços de engenharia contemplados
no objeto do Pregão pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construção Civil (SINAPI), o que pode configurar, inclusive, ofensa ao art. 112
da Lei 12.017, de 12 de agosto de 2009 (LDO 2010).
Ante tais circunstâncias, e dada a dimensão dos serviços de engenharia previstos
no Pregão nº 2/2010 (algo em torno de 45% do objeto total apenas no quesito „infraestrutura
básica‟, conforme se extrai dos contratos já firmados – peça 7), entendemos que
também seria aconselhável um cotejo entre os preços obtidos no certame e os
preços de referência do SINAPI. Paralelamente, também seria importante colher um
posicionamento técnico sobre a razoabilidade dos critérios para distribuição do
objeto em lotes adotados pela Telebrás. Por tratar-se de matéria de conteúdo
específico de engenharia, sugerimos, também aqui, que se requeira a manifestação
da Secob.
Conclusivamente, a nosso ver, embora não existam nos autos elementos
suficientemente robustos para sustentar a adoção imediata de medida cautelar que
suspenda a execução dos contratos já firmados pela Telebrás, entendemos
presentes indícios bastantes a justificar o endereçamento de determinação à
estatal no sentido de não ampliar o objeto dessas contratações até que esta
Corte conclua sua investigação quanto à legitimidade dos procedimentos adotados
pela empresa no âmbito do Pregão 2/2010 – TB.
Assim, submetemos o processo à consideração do Exmo. Sr. Ministro-Relator
sugerindo o seguinte encaminhamento:
a) dando provimento parcial ao pedido de cautelar formulado pela empresa Seteh
Engenharia Ltda., seja determinado à Telebrás que se abstenha de ampliar o
objeto já contratado
alusivo ao Pregão Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, até que esta
Corte delibere conclusivamente a respeito;
b) seja o presente processo remetido à Secretaria de Fiscalização de Obras
competente, via Comitê de Coordenação de Fiscalização de Obras (CCO), nos termos
dos arts. 9º e 10 da Portaria Segecex 2, de 12/2/2010, para que, no tocante ao
Pregão Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, preste os seguintes
esclarecimentos:
b.1) se a ausência de projetos básicos específicos (ou ao menos um conjunto
padrão de projetos básicos) para os serviços de infraestrutura previstos no
edital comprometeu a regular
apresentação de propostas pelos licitantes e seu julgamento objetivo, ou, ainda,
se a regra adotada no certame constituiu ofensa ao art. 9º, incisos I e II, da
Lei nº 8.666/93;
b.2) se o orçamento-base da licitação (peça 15), e ainda os preços apontados
como vencedores do certame, notadamente quanto aos diversos itens de “serviços
de infraestrutura básica”, encontram-se consentâneos, no que couber, com os
preços de referência do SINAPI;
b.3) se a opção da Telebrás de concentrar em quatro grandes lotes, cada um deles
abrangendo diversos estados, os serviços de infraestrutura básica apresenta-se
técnica e
economicamente adequada;
b.4) outras considerações que considere pertinentes;
c) seja desde já autorizada, caso se revele necessária, a oportuna realização de
inspeção na Telebrás, com vistas a investigar os procedimentos adotados pela
empresa no tocante ao
Pregão nº 02/2010 – TB, particularmente no que se refere à elaboração de seu
orçamento-base, considerando os questionamentos suscitados nesta instrução;
d) seja alertada a Telebrás de que a eventual constatação de sobrepreço nas
contratações de infraestrutura básica oriundas do Pregão Eletrônico por Registro
de Preços nº
02/2010-TB, particularmente em confronto com os preços de referência do SINAPI,
poderá ensejar, entre outras sanções, a obrigatoriedade de reparação do dano por
parte dos beneficiários e dos servidores responsáveis pela condução do certame.
Em tempo, cumpre registrar que o procurador da empresa Seteh Engenharia Ltda.,
devidamente credenciado nos autos (peça 14, fl. 2), requereu cópia digital do
processo (peça 17), para
o que se faz necessária a prévia admissão da representante no feito como
interessada, nos termos do art. 146 do Regimento Interno.
À consideração do Exmo. Sr. Ministro-Relator.”
Passo a decidir.
Preliminarmente, porquanto atendidos os requisitos de admissibilidade previstos
no §1º do art. 113 da Lei n.º 8.666, de 1993, a presente Representação pode ser
conhecida.
Consoante nova análise empreendida pela 1ª Secex, os novos elementos
colacionados aos autos pela empresa representante não são capazes de infirmar as
conclusões anteriores daquela unidade técnica acerca da insubsistência de grande
parte das irregularidades apontadas na sua peça vestibular.
No entanto, à vista das ponderações do Titular da unidade técnica, entendo que
realmente algumas questões merecem maior reflexão, a saber:
a) ausência de publicidade, com o consequente direcionamento/favorecimento da
licitação às empresas vencedoras;
b) ausência de projeto básico no termo de referência e atribuição de sua
elaboração ao futuro contratado;
c) sobrepreço.
Quanto ao fato primeiro descrito, muito embora sob o ponto de vista formal a
divulgação da licitação tenha atendido as normas de regência, chama atenção a
pequena participação de licitantes na fase competitiva do certame e, sobretudo,
a circunstância de que, justamente, duas das quatro empresas consultadas na fase
de elaboração dos orçamentos sagraram-se vencedoras, dividindo entre si os
quatro lotes do pregão, quais sejam: Clemar Engenharia Ltda. e Zopone Engenharia
e Comércio Ltda.
Assim, em que pese não possa asseverar pela existência de direcionamento ou
favorecimento na licitação, era de se esperar numa licitação de tamanha
magnitude, cujos valores
licitados alcançaram o montante de R$ 473,2 milhões, que a Telebrás buscasse,
por meio de ampla publicidade, garantir maior competitividade ao certame e,
desta forma, buscar a proposta mais vantajosa para a Administração.
Aliás, em se tratando de uma licitação destinada à formação de registro de
preços, essa providência torna-se muito mais importante, a teor do que dispõe o
§1º do art. 15 da Lei n.º 8.666, de 1993, segundo o qual o registro de preços
será precedido de ampla pesquisa de mercado, ensejando, portanto, a apresentação
de maiores esclarecimentos por parte dos responsáveis da Telebrás.
Em relação à alegação de que o termo da referência não conteria projeto básico,
a análise até aqui empreendida pela unidade técnica concluiu pela insubsistência
da irregularidade apontada na representação, tendo em vista que o termo de
referência que acompanha o edital conteria todos os elementos suficientes a
caracterizar o objeto licitado e a orientar os licitantes.
Nada obstante, consoante ponderou o Sr. Secretário, em face da magnitude dos
valores envolvidos e da natureza da matéria, que envolve a contratação de
serviços de engenharia, mostra-se apropriado solicitar a manifestação da unidade
técnica especializada deste Tribunal a respeito, especialmente se a ausência de
projeto básico no edital comprometeu a regular apresentação de propostas pelos
licitantes no tocante aos serviços de infraestrutura, devendo, em todo em caso,
ser considerada nessa análise os elementos colacionadas autos pela empresa
representante (peça 19).
Relativamente ao sobrepreço apontado, destaque-se que a instrução inicial
concluiu que não haviam sido apresentados elementos comprobatórios da
irregularidade. Naquela ocasião, ressaltou a unidade técnica que os valores
alcançados na licitação representaram uma expressiva redução em relação aos
valores inicialmente estimados pela Telebrás, representando uma redução média de
44,90% nos preços.
Todavia, desta feita, a empresa representante fez colacionar aos autos novos
elementos, por meio dos quais é possível verificar ainda uma expressiva
diferença de preços entre aqueles obtidos no certame e os relativos a serviços
similares contratados por empresas privadas de telecomunicações,
mormente de “serviços de infraestrutura básica”.
Consoante afirmou o Sr. Secretário, existem peculiaridades a serem consideradas
na avaliação do sobrepreço apontado, especialmente a localidade de prestação dos
serviços, de modo que não há como afirmar pela caracterização da irregularidade,
motivo pelo qual afigura-se de bom alvitre em relação aos serviços mencionados a
proposta de se também determinar à Secob que avalie a conformidade dos preços
orçados e contratados em relação àqueles constantes do Sinapi.
Por fim, em que pese neste exame perfunctório não existirem elementos
suficientes para determinar a suspensão dos pagamentos em relação aos contratos
já firmados, entendo que estão presentes os requisitos do art. 276 do Regimento
Interno do TCU para adoção da cautelar proposta pela unidade técnica, no sentido
de se determinar à Telebrás que não amplie o objeto das contratações até então
realizadas.
Objetiva-se com isso evitar maiores danos ou prejuízos ao erário, caso
confirmadas as irregularidades, considerando que a presente licitação destina-se
a formação registro de preços, o que poderia ensejar a celebração de novos
contratos com os preços possivelmente inadequados ou decorrentes de um certame
irregular.
Ante o exposto:
I) com fundamento no art. 113, § 1º, da Lei n.º 8.666, de 1993, c/c o art. 237,
inciso VII, do Regimento Interno do TCU, conheço da presente Representação;
II) com fundamento no art. 45 da Lei n. 8.443, de 1992, c/c o art. 276 do
Regimento Interno do TCU, determino, cautelarmente, à Telebrás que se abstenha
de ampliar o objeto já contratado alusivo ao Pregão Eletrônico por Registro de
Preços nº 02/2010-TB, até que esta Corte delibere conclusivamente a respeito;
III) com fundamento no art. 276, § 3º, do Regimento Interno do TCU, determinar a
oitiva da Telebrás, para, no prazo de 15 (quinze) dias, manifeste-se acerca da
presente Representação, especialmente quanto aos indícios de
direcionamento/favorecimento da licitação e de sobrepreço nos serviços
contratados;
IV) com fundamento no art. 276, § 3º, do Regimento Interno do TCU, determinar a
oitiva das empresas D L Informática Ltda. e Souza Lima & Vieira Informática
Ltda. para que, no prazo de 15 (quinze) dias, e se assim o desejarem,
manifestem-se acerca da Representação, encaminhando-lhes cópia da documentação
pertinente;
V) alertar a Telebrás e as empresas contratadas de que a eventual constatação de
sobrepreço nas contratações de infraestrutura básica oriundas do Pregão
Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, particularmente em confronto
com os preços de referência do SINAPI, poderá ensejar, entre outras sanções, a
obrigatoriedade de reparação do dano por parte dos beneficiários e dos
servidores responsáveis pela condução do certame;
VI) determinar, após a adoção das providências consignadas nos itens III e IV
anteriores, o encaminhamento do processo à Secretaria de Fiscalização de Obras
competente, via Comitê de Coordenação de Fiscalização de Obras (CCO), nos termos
dos arts. 9º e 10 da Portaria Segecex 2, de 12/2/2010, para que, no tocante ao
Pregão Eletrônico por Registro de Preços nº 02/2010-TB, preste os seguintes
esclarecimentos:
V.1) se a ausência de projetos básicos específicos (ou ao menos um conjunto
padrão de projetos básicos) para os serviços de infraestrutura previstos no
edital comprometeu a regular
apresentação de propostas pelos licitantes e seu julgamento objetivo, ou, ainda,
se a regra adotada no certame constituiu ofensa ao art. 9º, incisos I e II, da
Lei nº 8.666/93;
V.2) se o orçamento-base da licitação (peça 15), e ainda os preços apontados
como vencedores do certame, notadamente quanto aos diversos itens de “serviços
de infraestrutura básica”, encontram-se consentâneos, no que couber, com os
preços de referência do SINAPI;
V.3) se a opção da Telebrás de concentrar em quatro grandes lotes, cada um deles
abrangendo diversos estados, os serviços de infraestrutura básica apresenta-se
técnica e
economicamente adequada;
V.4) outras considerações que considere pertinentes;
VI) restituir os autos à 1ª Secex para as providências a seu cargo, autorizando,
desde logo, caso se revele necessária, a oportuna realização de inspeção na
Telebrás, com vistas a investigar os procedimentos adotados pela empresa no
tocante ao Pregão nº 02/2010 – TB, particularmente no que se refere à elaboração
de seu orçamento-base, considerando os questionamentos suscitados nesta
instrução.
Brasília, 16 de dezembro de 2010
JOSÉ JORGE
Relator
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Fonte: Estadão / Blogs /
Ethevaldo Siqueira
[22/12/10]
TCU barra superfaturamento na Telebrás - por Ethevaldo Siqueira
Nem bem começou a funcionar, a Telebrás já é alvo de suspeitas de corrupção em
suas primeiras licitações destinadas à infraestrutura do Plano Nacional de Banda
Larga (PNBL). Com base nas evidências dessas irregularidades, o Tribunal de
Contas da União (TCU), em sentença cautelar do ministro José Jorge, suspendeu a
extensão da contratação de duas empresas para a execução de infraestrutura
básica (Pregão 02/2010 TB) de estações de radiobase (ERB’s) por suspeita de:
1) direcionamento e favorecimento às contratadas (ausência de publicidade);
2) ausência de projeto básico, com sua elaboração confiada aos próprios
executores (aberração jurídica);
3) sobrepreços ou superfaturamento escandaloso.
A superavaliação de preços nas licitações conduzidas pela Telebrás para o PNBL
poderá trazer prejuízos de, no mínimo, R$ 80 milhões aos cofres públicos. Um dos
contratos, em um total de oito, registrado sob número PE 02/2010, tem valor
final de R$ 475 milhões. Apenas no pregão referente a esse contrato (PE
02/2010–Proc. 47/2010) a Primeira Secretaria de Controle Externo do TCU (1ª
Secex) constatou o excesso de preços, de mais de R$ 80 milhões quando comparado
com os preços de mercado.
Esse superfaturamento ultrapassa facilmente os R$ 100 milhões quando os preços
praticados de infraestrutura básica são cotejados com o Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos de Índices (Sinapi), que fornece os parâmetros de preços que
devem ser necessariamente observados pelos órgãos públicos quando da pesquisa de
preços.
Na própria medida liminar o TCU alerta a Telebrás de que a verificação do
superfaturamento nas obras já contratadas ensejará aos responsáveis (servidores
e contratadas) o ressarcimento dos prejuízos aos cofres públicos. Vale lembrar,
também, esse contrato barrado é apenas o primeiro de uma série de oito que serão
licitados pela Telebrás, e cujo valor total pode chegar a mais de R$ 1,5 bilhão.
Os maiores problemas da licitação da Telebrás estão nos preços muito acima
daqueles pagos pelas concessionárias de telecomunicações aos fornecedores
instalados no País. Em alguns casos, o preço da infraestrutura contratada é
superior a 90% ao dos mesmos itens fornecidos pela indústria às operadoras de
telefonia.
A medida liminar foi proposta em ação movida pela empresa Seteh Engenharia
Ltda., com base na lei de licitações públicas 8.666, diante dos resultados o
pregão eletrônico para registro de preços 02/2010-TB. A licitação tem por objeto
a contratação de infraestrutura básica, com fornecimento de contêineres,
gabinetes e materiais, necessários para o funcionamento e proteção dos
equipamentos ópticos, rádio e transmissão com protocolo IP, a serem utilizados
na rede nacional de telecomunicações. O projeto contratado inclui garantia e
assistência técnica, instalação, treinamento e operação inicial, visando a
implantação do PNBL, em diversos Estados brasileiros.
Defesa
Júnior Zopone, diretor técnico da Zopone, uma das empresas vencedoras da
licitação da Telebrás, garantiu que os preços estão de acordo com o praticado no
mercado, e que a estatal apresentará ao TCU documentos provando isso.
Procuradas, a Telebrás e a Clemar Engenharia, outra vencedora do pregão, não
responderam até às 20 horas desta quarta-feira (22).
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Fonte: Dep.Aleleuia -
Origem: Folha de São Paulo
[24/12/10] TCU
paralisa contratos de plano de banda larga
TCU apura se Telebrás não divulgou licitação; empresa nega e diz que número de
interessados ficou dentro da média
O TCU (Tribunal de Contas da União) mandou a Telebrás "congelar" o contrato com
duas empresas que venceram uma licitação para fornecer infraestrutura básica
para o PNBL (Projeto Nacional de Banda Larga), um dos projetos vitrines do
governo. O tribunal vai investigar denúncia de sobrepreço de até 90% nos valores
contratados, além de direcionamento da licitação.
Somente depois disso é que a Telebrás poderá prosseguir a contratação dos
serviços com as empresas Clemar Engenharia e Zopone Engenharia. A Folha apurou
que a CGU (Controladoria Geral da União) também vai investigar os contratos.
O presidente da Telebrás, Rogério Santana, disse que vai processar a empresa
Seteh Engenharia, autora da denúncia, por "má-fé". Ele afirmou que a empresa não
participou da licitação e que não há irregularidades. No entendimento da
Telebrás, o TCU determinou que os contratos assinados não poderiam ser
ampliados.
A Folha ouviu os técnicos do TCU, porém, que confirmaram que a decisão foi por
"congelar" a contratação das empresas até que a investigação seja concluída. Se
houver descumprimento, a empresa pode ser punida. Até agora, foram contratados
cerca de 15% do serviço. Uma das denúncias é a de que embora a licitação tenha
sido de R$ 473,23 milhões, apenas cinco empresas se interessaram em participar
da licitação - duas delas foram consultadas antes pela Telebrás, ainda na fase
de elaboração do orçamento. Ou seja, as empresas que venceram a licitação
disseram à Telebrás quanto ela deveria pagar pelo serviço. Conforme a denúncia,
esse tipo de consulta é normal, mas é questionável a Telebras não ter ouvido as
teles.
O TCU vai investigar se a Telebrás não divulgou a licitação amplamente. No
despacho, o ministro José Jorge escreveu: "Era de se esperar numa licitação de
tamanha magnitude que a Telebras buscasse, por meio de ampla publicidade,
garantir maior competitividade ao certame e, desta forma, buscar a proposta mais
vantajosa".
O presidente da Telebrás afirmou que o número de participantes ficou dentro da
média. E que não consultou as teles porque elas são contrárias ao PNBL. Diretor
da Clemar, Inácio Vandresen, disse que a empresa tem 40 anos no mercado e que
vai contestar todas as acusações. Procurada, a Zapone não se manifestou.
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Fonte: Insight - Laboratório de
Ideias
[28/12/10]
Telebrás contesta as suspeitas de direcionamento e superfaturamento da matéria
veiculada pelo jornal “O Estado de São Paulo” em 23/12/2010
[Download
do .doc original]
No que concerne à matéria “TELEBRÁS CONTRATA PREÇO ACIMA DO MERCADO”, veiculada
no Jornal o Estado de São Paulo, onde noticia indícios de superfaturamento no
pregão 02/2010 promovido pela TELEBRÁS, apontando as seguintes suspeitas:
1) direcionamento e favorecimento às contratadas (ausência de publicidade);
2) ausência de projeto básico, com elaboração confiada aos próprios executores
(aberração jurídica);
3) sobrepreços ou superfaturamento escandaloso, temos a expor o que segue:
1) DA SOLUÇÃO ADOTADA
Inicialmente importa consignar que a TELEBRÁS contratou uma solução de
infraestrutura básica, composta do fornecimento de contêineres, gabinetes e
materiais, necessária para o funcionamento e proteção dos equipamentos ópticos,
rádio e IP, a serem utilizados na rede nacional de telecomunicações, incluindo
garantia, assistência técnica, instalação, treinamento e operação inicial.
Considerando as dimensões continentais do Brasil, especialmente objetivando
ampliar a competição, a licitação foi dividida em 04 grupos:
I) anel sudeste;
II) anel nordeste;
III) anel sul; e
IV) rede norte.
Esta divisão objetivou também assegurar a interoperabilidade entre os
equipamentos e serviços, notadamente em um determinado grupo.
1.1 Quantitativo de Anéis, PoPs e Municípios
Este modelo - divisão do objeto - foi adotado após análise criteriosa da equipe
técnica da TELEBRÁS. Esta equipe formou juízo de conveniência e oportunidade
para a Administração e considerou o fato de que se a licitação fosse realizada
em apenas um único grupo, abrangendo todo o território nacional, a despeito de
se minimizar os riscos de falta de interoperabilidade, poderia restringir
demasiamente o certame, inviabilizando a participação de interessados.
Outrossim, caso parcelasse ainda mais o objeto formando cada grupo por estado ou
cidade, potencializaria os riscos de falta de interoperabilidade e elevaria os
custos de operação, além de encarecer sobremaneira a licitação. Se assim
procedesse estaria elevando o risco de atraso no cronograma pelo simples fato de
que o parcelamento exigiria uma logística muito maior por parte da TELEBRÁS e
das contratadas, elevando o custo total da solução.
Do exposto, o que se conclui é que não houve direcionamento ou favorecimento e
sim, a opção técnica da TELEBRÁS pela melhor alternativa para a contratação
desta solução de infraestrutura.
2) DA EXECUÇÃO DO PROJETO BÁSICO
É falsa a informação de que a contratada elaborará o projeto básico, na verdade
o que o contratada fará é executar o projeto com base nas definições da TELEBRÁS
e de acordo com as especificações perfeitamente detalhadas no edital e conforme
o termo de referência e seus anexos. Especificamente a contratada observará as
determinações do edital para elaboração dos desenhos, plantas e croquis e estará
incumbida da construção das bases, do lançamento de dutos e cabos, instalação
dos equipamentos dentre outros serviços de engenharia previstos detalhadamente
no instrumento convocatório. Ademais, vale ressaltar que a instrumento gerador
da demanda em licitações na modalidade PREGÃO ELETRÔNICO, é o termo de
referência e não projeto básico.
3) DA AUSÊNCIA DE DIRECIONAMENTO E FAVORECIMENTO
Para estabelecer o preço estimado, foram consultadas 04 (quatro) grandes
empresas atuantes no mercado, para as quais foram detalhados todos os itens de
cada grupo que compunha a solução. Eis que após avaliado o cenário, observamos
que a consulta ao mercado era a melhor alternativa, haja vista que a opção por
consultar as operadoras de telefonia não se apresentava recomendável diante da
forte resistência delas ao Programa Nacional de Banda Larga-PNBL, como é de
conhecimento público.
Cabe salientar que a TELEBRÁS foi extremamente criteriosa para estabelecer o
preço estimado, conquanto em diversos itens desprezasse os valores que
considerou excessivo, os quais não foram considerados para a apuração do preço
médio, que se consistiu no parâmetro do Pregão.
4) DA PUBLICIDADE
O edital foi publicado no Diário Oficial da União e no Jornal Correio
Braziliense, no dia 06/10/2010 prevendo a data de abertura dia 20/10/2010, no
entanto, foi republicado aviso no dia 12/10/2010 em face do adiamento do certame
para 25/10/2010. Portanto, o interstício compreendido da primeira publicação até
abertura foi de 12 (doze) dias úteis, prazo este que é superior ao mínimo
determinado pela Lei 10.520/2002, que é de 08 (oito) dias úteis. Portanto, não
há que se falar em ausência de publicidade. De fato quanto à publicidade, o TCU
não considerou o procedimento irregular.
5) DA AUSÊNCIA DE SUPERFATURAMENTO OU SOBREPREÇO
Após a realização do pregão 02/2010 duas empresas se insurgiram contra as
decisões proferidas pela TELEBRÁS no julgamento do certame: a SETEH ENGENHARIA e
a TELEMONT ENGENHARIA, as quais protocolaram Representações no TCU e ajuizaram
ações judiciais. Dessas, apenas a TELEMONT participou como licitante, tendo
ficado em segundo lugar no Grupo II, Anel Sudeste. O que é interessante é que os
argumentos da TELEMONT são no sentido de que a proposta da empresa CLEMAR,
vencedora daquele grupo, seria inexequível. À propósito, a TELEBRÁS obteve a
reconsideração de decisão liminar que havia determinado a suspensão do contrato
celebrado com a CLEMAR, estando, portanto, o contrato apto ao regular curso.
Quanto à SETEH ENGENHARIA, os argumentos são de que existe sobrepreço, posição
oposta aquela apresentada pela TELEMONT e indicando assim possível falta de
embasamento técnico nos dados levantados por estas empresas.
É importante destacar que a SETEH ENGENHARIA se insurgiu também contra o Pregão
08/2010 – rádios e torres – quando argumentou que as estimativas estavam
superestimadas. Embora a empresa não tenha participado do certame na condição de
licitante, encaminhou à TELEBRÁS, antes da licitação, proposta para alguns itens
do Grupo VII – Anel Nordeste - cuja análise revelou que esta empresa, ao
contrário do que afirma, cobra preços maiores do que os obtidos na licitação em
comento:
Estes fatos demonstram que a empresa SETEH ENGENHARIA insurge-se
sistematicamente contra os pregões do PNBL.
A TELEBRÁS fará diligências necessárias para apuração dos fatos alegados pela
denuciante e já solicitou cópia integral do processo junto ao TCU, para ter
acesso às alegações da responsável pela Representação, SETEH ENGENHARIA,
especialmente às supostas comprovações juntadas pela empresa para promover as
diligências cabíveis e formação do juízo adequado ao caso. No entanto, importa
dizer que as empresas CLEMAR e ZOPONE manifestaram-se afirmando possuirem
comprovações para rebater tais acusações.
6) CONCLUSÕES
A Reportagem publicada pelo Estado de São Paulo em 23 de Dezembro não representa
a realidade dos fatos conforme demonstrado neste documento.
O que está em jogo é a concretização do INTERESSE PÚBLICO de democratização do
acesso à informação no Brasil, estabelecido pelo Decreto nº. 7.175, de 12 de
maio de 2010, incumbência da TELEBRÁS.
A TELEBRÁS é uma sociedade de economia mista incumbida de realizar políticas
públicas fundamentais para o desenvolvimento nacional através do Programa
Nacional de Banda Larga e para atingir este objetivo, é uma fiel cumpridora da
lei e do interesse publico.
O Pregão Eletrônico para Registro de Preços nº 02/2010 foi realizado com a
observância criteriosa da lei, garantindo a todos plena competitividade.
Diante do exposto, concluímos que:
a) não houve qualquer direcionamento ou favorecimento
b) foi dada ampla publicidade à licitação, nos termos da legislação;
c) o edital detalhou todas as condições e especificações necessárias, no que se
refere à execução do projeto básico;
d) diante das informações que dispomos, concluímos que os preços obtidos na
licitação estão compatíveis com o mercado, não havendo qualquer sobrepreço. No
entanto, estamos aprofundando as apurações com vistas a fornecer todos subsídios
ao TCU visando esclarecer mais rapidamente a questão.
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