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Junho 2011 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Telebrás, Eletronet e PNBL (373) - Primeiros "ecos" da nomeação de Bonilha + "Politicagem" no PNBL + Discurso de Bernardo na Telebrasil
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Mais abaixo estão algumas repercussões sobre a troca de comando na Telebrás e
também o discurso de Paulo Bernardo na abertura do Painel Telebrasil.
Antes, vale conferir este pequeno "post" do jornalista Orlando Barrozo (o grifo
é meu):
Fonte: Blog de Orlando Barrozo
[01/06/11] Teles
contra a banda larga
Enquanto o governo discute como fazer andar o Plano
Nacional de Banda Larga (PNBL), o mercado se pergunta se esse esforço é pra
valer. Evidente que a Telebrás não tem condições de tocar o projeto sozinha. Mas
o que se pergunta é: até que ponto as operadoras privadas têm mesmo interesse
que a ideia dê certo? O raciocínio é simples: se todo mundo tiver conexão
rápida, estável e barata (o paraíso prometido pelo Plano), ninguém mais vai
querer usar telefone, que é onde as teles ganham dinheiro, certo? Poderemos usar
as redes para fazer ligações, inclusive com vídeo, via Skype ou qualquer outro
serviço de VoIP. Ou seja, de graça. Nos cálculos dessas empresas, é interessante
oferecer banda larga – cara – apenas a quem pode pagar (uns 10% da população).
Mas nada de universalização, menos ainda a R$ 35 por mês.
Então, qual é a saída? Provavelmente, ninguém sabe. O que as pessoas sérias do
mercado concordam é que o governo deveria liderar esse processo. Mas, para
isso, é preciso mais competência técnica, capacidade de planejamento, regras
claras e transparência. Nada disso combina com a politicagem em vigor.
02.
Comento:
Barrozo põe o dedo na ferida ao falar em politicagem.
Vale reler este trecho de uma
matéria de anteontem quando era dada como certa a indicação de Alvarez para
a presidência da Telebrás. Procurem com vela acesa o interesse do povo
brasileiro nesta "movimentação da companheirada":
(...) A saída de Alvarez do Minicom apenas confirma o
que se sabia nos bastidores políticos do ministro Paulo Bernardo antes de ele
assumir a pasta. Na época da montagem do Governo Dilma, se dependesse de
Bernardo, Cezar Alvarez não teria sido nomeado secretário-executivo. Mas no meio
do caminho, ele foi atropelado pelo presidente Lula, que fez pressão junto à
recém-eleita presidenta, Dilma Rousseff,para que mantivesse Alvarez no seu
governo e numa função importante no Ministério das Comunicações - com a missão
de tocar o PNBL.
Com a saída de Rogério Santanna, o ministro Paulo Bernardo resolve o seu
problema de equipe. Faz Alvarez "cair para cima" no jargão político, ao mesmo
tempo em que ameniza qualquer eventual insatisfação política que possa vir do PT
do Rio Grande do Sul. Ao trocar um gaúcho, que é ligado ao governador Tarso
Genro e o ex-Olívio Dutra (Rogério Santanna), espera não ouvir reações negativas
do Sul ao prestigiar um outro conterrâneo, que também transita na mesma esfera
política.
Da mesmo forma, fica bem com o presidente Lula, pois não degolou seu ex-assessor
especial e apadrinhado, nem o deixou desamparado. Afinal, comandar a Telebrás
dará mais visibilidade a Alvarez do que tinha enquanto secretário-executivo de
Paulo Bernardo, que também gosta de se relacionar com a mídia. Lula não terá
como reclamar, do ponto de vista político, das mudanças. Resta saber se ele se
"esquecerá" de tudo o que disse sobre o futuro da Telebrás, para não comprometer
o governo da presidenta Dilma.
O secretário de Telecomunicações, Nelson Fujimoto, também não ficará no
Ministério das Comunicações. Curiosamente, já recebera o 'cartão vermelho' do
chefe Paulo Bernardo, antes que se definisse a saída de Santanna e o
remanejamento de Cezar Alvarez. Para o seu lugar deverá ser nomeado Maximiliano
Martinhão, por indicação direta do conselheiro da Anatel, João Rezende, cuja
amizade com Paulo Bernardo vem do Paraná.(...)
Em tempo:
De um
artigo de hoje de Merval Pereira (o grifo é meu):
(...) Sabe-se, por exemplo, que a senadora Gleisi
Hoffmann, uma petista de alto coturno, sugeriu em conversa reservada da qual
participou o ex-presidente Lula que as suspeitas contra o chefe da Casa Civil já
estariam prejudicando o governo Dilma e que estava na hora de ele se explicar
para não contaminar definitivamente o Planalto.
Se aliarmos a esse comentário o fato de que a senadora é casada com o
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que, segundo a boataria que corre
solta em Brasília, poderia vir a ser o substituto de Palocci na Casa Civil,
temos aí pelo menos uma bela intriga palaciana que terá desdobramentos futuros,
seja qual for o resultado da blindagem de Palocci.(...)
Como se vê, Bernardo deve estar se dedicando em tempo integral ao "novo" PNBL...
pobre e sofrido PNBL...
03.
Transcrições mais abaixo:
Fonte: Teletime
[01/06/11]
Novo presidente da Telebrás fala em parceria para estimular provedores locais
Fonte: Tijolaço - Blog do
Brizola Neto
[01/06/11]
Mudanças na Telebras: A opinião de Marcelo Branco
Fonte: Convergência
Digital
[01/06/11]
Para
novo presidente, Telebrás deve ampliar atuação no atacado - por Luís Osvaldo
Grossmann
Fonte: Minicom
[01/06/11]
Discurso de Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, na abertura do Painel
Telebrasil
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Fonte: Teletime
[01/06/11]
Novo presidente da Telebrás fala em parceria para estimular provedores locais
O novo presidente da Telebrás, Caio Bonilha, assumiu nesta quarta, 1°, após três
horas de reunião do conselho de administração, o cargo que até ontem era de
Rogério Santanna. Ele afastou a possibilidade de a empresa atuar no varejo (o
que, aliás, já vinha sendo dito pela Telebrás há muito tempo), e prometeu atuar
em parceria com a iniciativa privada e incentivar o mercado de provedores de
comunicação multimídia, para garantir a acessibilidade do serviço mesmo em
cidades onde não existam provedores para a venda de banda larga ao consumidor
final.
Na saída da reunião, da qual só participou da primeira etapa, Santanna
identificou uma contradição entre o discurso e a prática no tratamento pelo
governo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), da qual a Telebrás é a gestora.
“É certo que as prioridades do governo se vêem na contabilidade; se não há
recursos, (o PNBL) perde prioridade”, acentuou. Ele informou que sua convivência
com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), com quem trabalhou quase seis
anos, já não era tão fácil. “À medida que o PNBL foi avançando, que os
interesses das teles foram se mostrando, minha relação com o ministro foi se
deteriorando”, revelou.
Santanna disse não acreditar na entrega do gerenciamento do PNBL às teles –
especificamente à Oi – mas que o distanciamento que mantinha com elas ajudou a
derrubá-lo do cargo. “Não acredito que chegue a esse ponto, mas está clara a
orientação do governo de aproximar das empresas. Esse é o motivo da minha
demissão”, declarou.
Competição com cliente
Já o novo presidente Caio Bonilha disse ver o episódio de outra forma. “A
Telebrás não pode competir com nossos clientes (os provedores de Internet). Vai
estimular a sua qualificação”, acentuou, lembrando que apenas nas regiões
metropolitanas, onde teoricamente as teles teriam território livre para se
expandir, há cerca de 12 milhões de domicílios das classes C e D sem
atendimento. “Temos de desenvolver os prestadores locais”, insistiu. Sobre a
falta de recursos orçamentários, um dos motivos que teriam causado a queda de
Santanna, Bonilha evitou polemizar com seus superiores ao dizer que não
acompanhava o desenrolar desse assunto. Mas mostrou-se otimista: “Os R$ 300
milhões aprovados para este ano pelo governo federal devem ser liberados.”
“Vamos atuar sempre no mercado de atacado e incentivar o mercado de parceiros
para atender o varejo”, afirmou, referindo-se a essa ação de preparação e
qualificação de pequenos provedores como o objetivo social da Telebrás. A cidade
de Santo Antônio do Descoberto/GO, que será a primeira a disponibilizar os
serviços do PNBL, ainda este mês, foi citada como exemplo desse esforço de
chegar ao consumidor residencial.
“A cidade (que fica a 30 km de Brasília) não tinha nenhum provedor de Internet,
mas, com o cadastramento dos provedores, e da cartilha de qualificação, já
resolvemos o problema”, exemplificou, lembrando que essa atividade vai consumir
dedicação da estatal. “Estávamos negociando com a prefeitura desde dezembro e,
com o desenvolvimento do backbone, essas negociações estão se concretizando”,
informou, numa referência também à cessão de terreno do município para
instalação do ponto de presença da banda larga na cidade. É a partir desse ponto
que a população pode ser atendida.
Bonilha citou também a vizinha Águas Lindas, na divisa do Distrito Federal com
Goiás, como fruto do trabalho social da Telebrás: a escolha do provedor que vai
atuar na localidade resultou do trabalho de convencimento de um operador de SCM
da Ceilândia, no Distrito Federal, por meio do programa de qualificação do PNBL
para prefeituras. “Todo o entorno de Brasília é muito mal atendido (de
provedores)”, dimensionou.
“Queremos forçar os provedores para que venham para o Programa Internet
Popular”, informou, lembrando que é por meio dele que o plano de serviço básico,
uma exigência da presidente Dilma Rousseff, será oferecido ao público com uma
velocidade de 1 Mbps e preço de R$ 35,00.
Márcio Morais, de Brasília
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Fonte: Tijolaço - Blog do
Brizola Neto
[01/06/11]
Mudanças na Telebras: A opinião de Marcelo Branco
A Folha de S. Paulo anuncia hoje a mudança na presidência da Telebras, com a
substituição de Rogerio Santanna por Caio Bonilha Rodrigues. tem gente que está
achando que foi uma concessão às teles. Eu defendo que as telecomunicações sejam
controladas pelo Estado, por isso, acho que posso falar com certa liberdade ante
“patrulhamentos” que isso não pode ser feito de uma tacada só, porque não dá
para comprometer a rapidez com que isso deve ser implementado.
Por isso vou publicar o que diz sobre as mudanças o Marcelo Branco(na foto, com
Lula, nas discussões do Plano Nacional de Banda Larga), que está, desde o
início, nessa batalha pela internet rápida para todos. É uma opinião mais
fundamentada do que a gente possa formar apenas pelas nossas preferências
ideológicas. Até porque minha preferência ideológica é que a gente tenha banda
larga eficiente e barata para todos.
Reproduzo o que Marcelo Branco postou na lista de discussão “Dilma na rede”:
“Com minha experiência profissional – 18 anos de Embratel, justamente nesta
área de redes backbone) eu não conseguia ver como um plano nacional para levar
banda larga mais barata, com mais velocidade e que chegue a muitos lugares que
não chega hoje, poderia ser viabilizado somente com a reativação da Telebras.
(Com) os ativos físicos que a Telebrás pode dispor, mesmo com enormes
investimentos públicos (retirados de outras áreas prioritárias), levaria anos
para construir um backbone realmente nacional e com capilaridade. Além disso, a
Telebras não teria como chegar na última milha.
Acredito que o papel da Telebrás é importante neste contexto por ser mais um
player do mercado (e ser empresa pública), e pelo papel regulador e coordenador
que pode ter no PNBL. Mas se desejarmos contar com a ampliação da banda larga no
Brasil, creio que este plano deva envolver pequenas e médias empresas na última
milha (por rádio); as atuais operadoras privadas “enquadradas” pelo governo com
responsabilidades, metas e preços mais baixos e projetos já existentes em
prefeituras e governos de Estado”.
Marcelo acha que o mais importante é não perder de vista que “a questão central
é a banda-larga acessível a todos, não a Telebras”. Concordo, mas a Telebras não
pode deixar de ser a ferramenta do Estado para fazer com que isso aconteça,
abrindo espaço aos pequenos provedores e reduzindo o poder imperial das teles.
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Fonte: Convergência Digital
[01/06/11]
Para
novo presidente, Telebrás deve ampliar atuação no atacado - por Luís Osvaldo
Grossmann
A mudança no comando da Telebrás, com a saída de Rogério Santanna oficializada
na reunião do Conselho de Administração da estatal nesta quarta-feira, 1º/6,
marca, em mais de um sentido, uma aproximação da empresa com o setor privado. O
novo presidente, Caio Bonilha, até então diretor comercial da Telebrás, tem
larga experiência no mercado e ideias um pouco diferentes do engenheiro Santanna
sobre a atuação da empresa.
Elas podem ser descritas especialmente em dois pontos destacados por Bonilha sua
primeira entrevista no novo cargo. De pronto, ele rejeita qualquer atuação da
estatal no varejo – questão que, justiça seja feita, jamais figurou entre as
principais linhas de atuação da reestruturada Telebrás, mas que foi prevista em
Decreto presidencial até pela questão estratégica de pressionar o mercado
privado.
A segunda diferença, porém, poderá ter impacto mais significativo, a depender da
reação do próprio mercado. Segundo o novo presidente, a Telebrás venderá
capacidade de rede no atacado mesmo para aqueles clientes que não adotarem os
termos para a venda aos consumidores nos moldes do PNBL – de acesso a R$ 35 para
conexões de 1 Mbps.
"Teremos o preço diferenciado para aqueles que atenderem as imposições da
Telebrás, mas vamos vender para quem quiser. Aqueles que não quiserem fazer
parte do programa também poderão comprar capacidade, mas nesse caso vamos
aplicar os preços de mercado", explicou Bonilha.
O valor a ser cobrado pelo Mbps dentro das linhas do PNBL ainda é objeto de
discussão na empresa. Inicialmente, o projeto previa o preço de R$ 230 para a
contrapartida de acesso final a R$ 35, mas de 512 kbps. Com a orientação do
Palácio do Planalto para que não sejam comercializadas conexões inferiores a 1
Mbps, a equação precisa ser revista.
"O valor de R$ 230 vai cair, mas ainda estamos definindo. De qualquer maneira,
acredito que mesmo com o preço menor haverá equilíbrio, porque o volume maior de
venda de capacidade vai compensar", acredita Bonilha. Até aqui, nas contas do
novo presidente, a Telebrás já tem demanda para vender, pelo menos, 30 GB. "Mas
muitos provedores só estão nos procurando agora", emenda.
Segundo ele, a mudança na empresa vem no momento em que nas atividades da
Telebrás deixam a etapa pré-operacional para a operacional – até porque Santanna
deixa o cargo com as questões relativas à rede resolvidas e praticamente na
véspera do início das operações. "Haveria naturalmente uma presença maior da
parte comercial do que da de engenharia", avalia.
Relações
Caio Bonilha vai convidar a presidenta Dilma Roussef para o início da primeira
conexão do PNBL, no fim deste mês, que ele acredita se dará em Santo Antônio do
Descoberto (GO), cidade no entorno do Distrito Federal. A partir daí, uma
sucessão de novas cidades deve acontecer rapidamente, com o progresso das
instalações no backbone partindo para o sul, em direção a São Paulo, e nordeste,
até Fortaleza (CE).
Além de simbólico, o convite a Dilma é em si mesmo um agradecimento pela
indicação para o cargo – uma vez que a pretensão do ministro Paulo Bernardo, ao
fazer a mudança, era deslocar para a Telebrás o secretário executivo do Minicom,
Cezar Alvarez. Foi o Planalto quem preferiu Bonilha.
As boas relações do executivo com a presidenta – há alguns meses ele já era o
interlocutor preferencial de Paulo Bernardo e da própria Dilma com a Telebrás –
podem ser um alento se a estatal, enfim, conseguir a liberação dos recursos que,
prometidos desde o ano passado, ainda não chegaram aos cofres da empresa.
No Minicom, alimenta-se a versão de que as reclamações pela falta de recursos
marcaram os "conflitos" entre Rogério Santanna e o ministro Paulo Bernardo –
ainda que o próprio Caio Bonilha afirme que “não fosse o impacto do que estava
fora do nosso controle, já estaríamos em operação”.
Santanna, no entanto, acredita que foi a inflexão que o governo resolveu dar no
PNBL, de maior proximidade com as teles, que selou seu destino. "À medida em que
o trabalho do PNBL ia se aproximando dos interesses das empresas de
telecomunicações do Brasil, a minha relação com o ministro foi se deteriorando",
admite, para completar: "Há uma clara orientação do governo de aproximar-se das
empresas de telecom".
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Fonte: Minicom
[01/06/11]
Discurso de Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, na abertura do Painel
Telebrasil
Sinto-me muito honrado em participar desta nova edição do Painel Telebrasil.
Aqui, renovamos o compromisso com o diálogo intenso e produtivo que, certamente,
dará o tom aos debates que ocorrerão durante este evento.
Todos nós – representantes do governo, da academia e das prestadoras de serviços
de
telecomunicações – estamos reunidos em torno de uma agenda que sintetiza muito
bem o papel das tecnologias de informação e comunicação no momento que o Brasil
está vivendo. Queremos todos, afinal, que a banda larga seja realmente uma
alavanca para as grandes transformações sociais e econômicas que estão em curso
no País.
Como os senhores sabem muito bem, este Governo tem como sua grande prioridade
erradicar a miséria no Brasil. Para que isso seja possível – e tenho a certeza
de que o será – é necessário fortalecer e impulsionar políticas voltadas para os
setores mais carentes da nossa população. Estou falando de garantir direitos
básicos como a alimentação, a saúde, a educação. De reduzir ainda mais as
desigualdades sociais e regionais, democratizando a renda e as oportunidades. E,
também, de consolidar e acelerar o ciclo de desenvolvimento econômico sustentado
que vivemos nos últimos oito anos.
A verdade é que somos uma das economias que mais se expandiu no mundo durante os
últimos anos. Nosso produto interno bruto cresceu sete por cento no passado – e
a previsão de crescimento para este ano é de outros quatro e meio por cento.
Quando comparado com os demais países, fomos um dos que menos sofreram os
efeitos da crise financeira internacional.
Para atingirmos esses resultados, adotamos políticas econômicas e fiscais
responsáveis e bem conduzidas. Impulsionamos o crédito e o investimento. Mas o
grande catalisador do desenvolvimento foram as políticas sociais, representadas
por programas como o Bolsa Família, que chega a mais de 13 milhões de lares, e a
ampliação do pagamento de aposentadorias e benefícios aos cidadãos mais carentes
de nosso país.
Essas iniciativas garantem uma vida mais digna a milhões de brasileiros.
Possibilitam às famílias realizarem as três refeições do dia. E têm impactos
econômicos profundos: injetam recursos em bolsões de pobreza do interior do país
ou nas periferias das grandes cidades. Induzem a produção e o comércio local e
colaboram sobremaneira para a geração de empregos – sem elas, dificilmente
teríamos conseguido gerar mais de 15 milhões de vagas formais a partir de 2003.
Para dar suporte a todos esses programas, temos a felicidade de contar, no
Estado brasileiro, com uma ampla rede de proteção social. Os bancos públicos que
prestam suporte aos programas de governo, bem como as agências da previdência
social, escolas e instituições de saúde, por exemplo, estão nos 5.564 municípios
brasileiros. Essa imensa estrutura – muitas vezes administrada de forma
compartilhada entre União, Estados e Prefeituras – requer um enorme esforço de
gestão. E o uso das tecnologias de informação e comunicação vem se mostrando
essencial para que os serviços prestados ao cidadão sejam cada vez mais
eficientes.
Temos larga experiência na aplicação destas tecnologias para serviços de governo
eletrônico e para a conexão entre as unidades de órgãos públicos. Desenvolvemos,
no Brasil, verdadeiros cases de sucesso – e isso vai dos processos eleitorais
totalmente informatizados à criação e uso de softwares livres para gestão
governamental. Conectamos nossas escolas públicas à Internet em banda larga e
criamos um imenso acervo de conteúdos digitais voltados à educação.
Sabemos, contudo, que ainda utilizamos apenas uma pequena parte do verdadeiro
potencial que as tecnologias de informação e comunicação representam para a
inclusão social e o desenvolvimento econômico. E isso se expressa no uso
relativamente baixo das TICs por setores do Estado, das famílias e das pequenas
empresas.
Enquanto os órgãos federais são grandes usuários desse tipo de tecnologia, uma
parte significativa das prefeituras brasileiras ainda não tem a sua gestão
devidamente informatizada, nem conta com a capacidade de prestar serviços aos
seus cidadãos por meio da Internet.
Da mesma forma, assistimos hoje a um descompasso entre o uso de computadores e
as conexões em banda larga. Enquanto as vendas de PC crescem de forma constante,
graças ao aumento da renda e do crédito e às políticas de desoneração do governo
federal, as conexões à Internet em alta velocidade – ainda caras, se comparadas
com as de outros países – não passam pela mesma expansão.
Foi exatamente para tornar esses indicadores menos contraditórios – e para
introduzir o Brasil, definitivamente, na sociedade do conhecimento – que a
Presidenta Dilma Rousseff determinou ao Ministério das Comunicações a missão de
acelerar o Programa Nacional de Banda Larga. E é isso que estamos fazendo.
Precisamos elevar substancialmente o investimento em redes de alta velocidade em
nosso país.
Isso passa por medidas legais e regulatórias que induzam o investimento privado,
como é o caso das licitações de radiofrequência com compromissos de abrangência,
da liberalização das outorgas da TV a Cabo, da desoneração tributária dos
tablets que fizemos há poucos dias.
Acelerar o Plano Nacional de Banda Larga também passa pelo fortalecimento do
investimento público no setor. Ainda na última segunda-feira, a Presidenta
reafirmou o seu compromisso de fortalecer a Telebrás, dando a ela capacidade
financeira e operacional. para que possa, de fato, atuar como um importante
agente de oferta de banda larga no atacado, capaz de elevar a qualidade e
reduzir os preços do serviço no Brasil.
A empresa não só terá mais capacidade de investimento como também efetuará uma
série de parcerias com as prestadoras privadas, em um arranjo que leve ao
equilíbrio do mercado, onde o verdadeiro ganhador será o cidadão brasileiro.
Da mesma forma, essa aceleração do PNBL passa por um fortalecimento ainda maior
do poder regulatório. O Ministério passará, a partir de agora, de atuar de forma
ainda mais intensa para garantir a expansão de nossa infraestrutura de banda
larga, bem como o uso de aplicações para a rede. Como novas faixas de
radiofrequência, outorgaremos, nos próximos dois anos, as faixas de 3,5 GHz, de
2,5 GHz e de 450 MHz, que serão essenciais para a rápida expansão do acesso. É
importante, por exemplo, que tenhamos as redes 4G em funcionamento nas
principais cidades em 2014, na Copa do Mundo.
Iremos incentivar as parcerias entre órgãos do Governo Federal, de Estados e
Prefeituras para a implantação de cidades digitais – ou seja, municípios nos
quais o acesso à banda larga será democrático; a gestão pública e os serviços ao
cidadão serão baseados na rede; e a economia terá um forte componente digital.
Estamos comprometidos em propor um novo marco regulatório para as comunicações
eletrônicas que irá, entre outros pontos, fortalecer a convergência e retirar os
obstáculos ao investimento existentes na legislação atual.
Da mesma forma – e sempre com base em arranjos institucionais virtuosos –
apoiaremos a criação de conteúdos e aplicações digitais inovadoras dos mais
diversos tipos, sejam elas games, sejam elas plataformas de serviço ao cidadão.
Com isso, não apenas fomentaremos a indústria criativa, como também
possibilitaremos a prestação cada vez mais eficiente de políticas públicas.
Estou certo de que o empenho de todos os senhores e as senhoras, bem como das
empresas e instituições que representam, é fundamental para que isso ocorra com
sucesso. O Painel Telebrasil, por sua própria temática, é um foro privilegiado
para que debatamos a melhor forma de fazer isso.
E para que demos inícios a grandes parcerias em que todos nós – Estado,
prestadoras e sociedade – sairemos ganhando.
Muito obrigado
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