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Junho 2011 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Telebrás, Eletronet e PNBL (374) - O novo presidente começa com o pé esquerdo: "Meta é vender" + Furnas recupera suas fibras
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Quem acompanhou o noticiário recente sobre a troca de comando na Telebrás, notou
que, nos bastidores, já se sabia há um bom tempo da futura queda de Santanna.
E nos "bastidores", neste caso, além dos gabinetes do Planalto, estou incluindo
as redações da mídia dita especializada, que preferiu continuar divulgando os
factóides com origem na estatal. Lamentável!
Um dos nosso participantes me cobrou uma comemoração da saída de Rogério
Santanna. :-)
Infelizmente, na minha opinião, não há muito que se festejar, pois a Telebrás
continua a mesma. Ou pior.
O novo presidente, Caio Bonilha, até então diretor comercial da estatal, começou
com o "pé esquerdo": "a meta principal é faturar"!
Recorto de uma notícia:
(...) A primeira ação de Bonilha será mudar o foco da
Telebrás do perfil técnico de engenharia para o comercial. A diretoria comercial
deve aumentar. "Estamos saindo de uma fase pré-operacional para uma fase
operacional; pressupõe uma mudança de foco para a área comercial." Dentro do
novo foco comercial, o presidente fala em aproveitar todas as oportunidades de
mercado e de incremento na receita. "O objetivo é vender bastante", diz.
(...)
Citei o "pé esquerdo" para fustigar o Blog
Insight, do qual
sou leitor assíduo, cujo "owner", grande investidor, feliz da vida, citou que
Bonilha, ao focar na área comercial e seus acionistas, "parece ter entrado com
um belo "pé direito" na presidência da empresa." :-)
Comentário de Leonardo Araujo do "Insight":
(...) Sem deixar de dar importância às questões relativas à inserção da estatal
no Programa Nacional de Banda Larga e à continuidade das ações de implementação
da infraestrutura em construção, Bonilha deixou claro que o foco da empresa, a
partir de agora, são as ações comerciais necessárias para que ela possa gerar
resultados e satisfazer seus acionistas e clientes.(...)
Como Bonilha, segundo a mídia, era o interlocutor direto da Telebrás com a
presidenta Dilma, nos últimos meses, confirmam-se os piores temores que a
estatal foi reativada mesmo com outros objetivos, sendo o PNBL apenas o
pretexto.
Ah, já ia esquecendo: Bonilha, como ex-diretor comercial da estatal é
co-responsável pelos problemas atuais da empresa.
Saiu Santanna mas os problemas continuam, assim como as responsabilidades da
Presidência.
Dilma, Bernardo e e Bonilha devem à sociedade uma "radiografia" da Telebrás!
Estas são minhas especulações iniciais, acompanhadas do famoso "A conferir".
:-)
02.
Há alguns dias, quando divulguei um
mapa dos
gasodutos da Petrobrás solicitei informações sobre a rede de fibras da
Eletrobrás.
Esta notícia instigante dá uma pista em relação ao sistema Eletrobrás Furnas:
Fonte: Teletime
[02/06/11]
Furnas levará PNBL ao sul, sudeste, nordeste e
centro-oeste do País
A notícia poderia mas não desceu à muitos detalhes.
Mas percebe-se que Furnas realiza um trabalho prévio de manutenção e adaptação
de suas fibras que poderão ser utilizadas pela Telebrás.
Ora, a Petrobrás poderá fazer o mesmo com suas fibras "gasodutas". :-)
E a Eletrobrás, como um todo, poderá do mesmo modo recuperar e acender suas
próprias fibras e as oriundas da Eletronet.
Estas estatais possuem o "know how" e equipes técnicas para tal!
Recuperados os backbones, os estados e municípios poderão completar a
capilaridade com ações junto às concessionárias.
Assim, repito meu comentário que será uma "ladainha" nos próximos "posts":
Minha convicção continua a mesma sobre o "PNBL com Telebrás": para construção de
backbones nacionais não há necessidade de uma empresa estatal reativada
ilegalmente, com um passivo de 1.189 ações cíveis e trabalhistas (dados de
fevereiro), com mais de 2 milhões de acionistas e mais de 1 trilhão de ações na
bolsa (antes do suspeito e polêmico "agrupamento" que reduziu o número para
109,6 milhões de ações), sub judice no STF sobre sua reativação e com
comprovação pelo TCU de superfaturamento pelo menos em um dos pregões.
Creio que um órgão interno do ministério das Comunicações poderia perfeitamente
gerenciar a implantação e manutenção dos backbones.
O projeto de universalização da banda larga precisa ser reformulado e não faz
o menor sentido criar uma nova estatal visando lucro neste processo
Esta sugestão de que um órgão interno do
Minicom pode gerenciar este projeto ampara-se até num dos pregões realizados
pela Telebrás para contratar "uma empresa de serviços de integração, fiscalização e
acompanhamento da implantação de rede de Dense Wavelength Division Multiplexing
(DWDM), enlaces de rádios digitais, solução de core IP, infraestrutura,
lançamento de fibras e sistemas de gerência necessários ao atendimento ao
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL)".
Não acompanharam ou não acreditam? Por favor, confiram
aqui,
aqui,
aqui,
aqui,
aqui,
aqui,
aqui, e
aqui. Ufa! :-)
A "nova" Telebrás é apenas uma "agente de terceirização", intermediária, inútil,
perfeitamente descartável!
03.
Mudando só um pouco o assunto mas no mesmo tema.
Sobre um recente debate entre dois participantes, vale recordar este trecho de "post":
Fonte: Blog
do Ethevaldo
[16/11/10]
Visita ao berço da web - por Ethevaldo Siqueira
Recorte:
(...) O que nos faltou até há pouco foi uma política
nacional de desenvolvimento da banda larga. É claro que, se o governo tivesse
elaborado políticas públicas, com metas de universalização, legislação adequada,
desoneração fiscal desses serviços e, principalmente, um plano nacional de banda
larga – sério e digno desse nome – em comum acordo com as operadoras, caberia
exigir dessas empresas o cumprimento de objetivos e metas, em lugar de ficar
simplesmente criticando essas prestadoras de serviço.
Quando o governo é frouxo e omisso no cumprimento de seu papel de regulador, fiscalizador e formulador de estratégias de desenvolvimento setorial, quando deixa tudo por conta das operadoras, sem nenhuma política pública e nenhum plano, o resultado é sempre insatisfatório, em qualquer país do mundo. Foi o que aconteceu no Brasil até o começo de 2010.
Ora, banda larga para internet é comunicação de dados e não telefonia. Assim, as operadoras alegam que seus contratos de concessão nunca previram nenhuma obrigação de oferecer acesso de banda larga. E elas têm razão – porque o governo Lula não moveu uma palha na formulação de uma política nacional de banda larga ou de um plano setorial.(...)
04.
Transcrevo estas duas notícias:
Fonte: Clipping Abert - Origem: Folha de São Paulo
[03/06/11]
Meta é vender, diz presidente da Telebrás
Fonte: Teletime
[02/06/11]
Furnas levará PNBL ao sul, sudeste, nordeste e
centro-oeste do País
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Fonte: Clipping Abert -
Origem: Folha de São Paulo
[03/06/11]
Meta é vender, diz presidente da Telebrás
Caio Bonilha, escolhido por Dilma, diz que sua chegada marca uma nova fase da
estatal, com foco comercial
Executivo diz que a empresa estabeleceu o objetivo de levar o plano de banda
larga para 300 municípios neste ano
Caio Bonilha, que foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff para presidir a
Telebrás
Folha de São Paulo - 03/06/2011
O novo presidente da Telebrás, Caio Bonilha, 54, escolhido pela presidente Dilma
Rousseff para o cargo, vem à cena para não bater de frente com as empresas
privadas. Ex-diretor comercial da estatal, ele diz que sua entrada marca uma
nova fase, com foco comercial, já que as primeiras conexões do PNBL (Plano
Nacional de Banda Larga) estão para acontecer neste mês. A primeira cidade
atendida será a goiana Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito
Federal.
Em entrevista, o presidente diz que a nova meta para o ano é conectar até 300
cidades e contar com parceria das teles para construção de infraestrutura.
Comercial
Bonilha descarta a atuação da Telebrás na venda de internet banda larga para o
consumidor final. "Nas atuais circunstâncias, e até da maneira que a empresa
está sendo estruturada, não há nenhuma hipótese de a Telebrás atuar no varejo."
Onde não há oferta de banda larga, a Telebrás, em vez de oferecer o serviço, irá
estimular a participação de novos provedores. "Vamos ensinar uma receita de
bolo, mostrar que ali tem uma oportunidade de negócio."
Teles
"Vemos com bons olhos parceria com as empresas privadas", diz. Segundo Bonilha,
a estatal vai seguir orientação do Ministério das Comunicações de procurar
parceiros para construção de rede e elaboração de projetos.
Desafios
A primeira ação de Bonilha será mudar o foco da Telebrás do perfil técnico de
engenharia para o comercial. A diretoria comercial deve aumentar. "Estamos
saindo de uma fase pré-operacional para uma fase operacional; pressupõe uma
mudança de foco para a área comercial." Dentro do novo foco comercial, o
presidente fala em aproveitar todas as oportunidades de mercado e de incremento
na receita. "O objetivo é vender bastante", diz.
Sobre a dificuldade de orçamento, o presidente afirmou que está quase certa a
liberação de R$ 300 milhões do Tesouro para junho. Do R$ 1 bilhão previsto
inicialmente para o PNBL, só R$ 50 milhões foram efetivamente aplicados até
hoje.
Negócios
Bonilha fala em colocar o PNBL mais voltado ao mercado de internet móvel 3G
(terceira geração), o grande responsável atual pela capilaridade do serviço da
banda larga no país.
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Fonte: Teletime
[02/06/11]
Furnas levará PNBL ao sul, sudeste, nordeste e
centro-oeste do País
O sistema Eletrobrás Furnas anunciou nesta quinta-feira, 2, que disponibilizará
3,5 mil km de cabos ópticos para o anel Sudeste do Programa Nacional de Banda
Larga (PNBL).
O projeto foi dividido em duas etapas:
- na primeira, os cabos OPGW
(cabos para-raio com fibras ópticas), atenderão 793 municípios em Minas Gerais,
São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.
- Em uma segunda fase, está
prevista a participação de Furnas nos anéis que atenderão às regiões Sul e
Nordeste.
Além disso, serão aproveitados os gasodutos da Petrobras na região
para a implantação de mais cabos ópticos.
Três estações de telecomunicações de Furnas, Mimoso (Goiás), Palmeirópolis e
Nova Rosalândia (Tocantins), além da subestação Gurupi, no mesmo estado, estão
sendo adaptadas para servir de canal de interligação do anel Sudeste-Nordeste.
A
participação de Furnas no anel Sul se dará por meio das fibras óticas existentes
nas linhas de transmissão de Itaipu, que liga Foz do Iguaçu à região Sudeste.
O gerente do Departamento de Engenharia de Telecomunicações de Furnas, Paulo
Cesar Bernardini, explica que a empresa também disponibilizou torres de seu
sistema de telecomunicações para viabilizar a conexão, pela Telebrás, através de
enlaces rádios, da rede de transmissão ótica aos municípios que serão atendidos
pelo PNBL. “Esse é um projeto que tratamos com prioridade por conta da
importância de seus resultados para o País, não só pela área social, de inclusão
digital, mas também pela redução de custos que o novo sistema trará,
beneficiando órgãos do governo com a nova tecnologia e barateando os gastos com
aluguel de serviços das operadoras de telecomunicações”, explica.
PNBL
Até o fim de junho, Furnas concluirá o trabalho de adaptação de suas instalações
para o primeiro trecho do PNBL a ser inaugurado, no circuito entre Brasília e
Itumbiara, em Goiás. Atualmente, sete subestações da empresa passam por obras
para atender ao PNBL. São elas: Brasília Geral e Samambaia, no Distrito Federal;
Pirineus, Bandeirantes e Itumbiara, em Goiás, Porto Colômbia e Mascarenhas de
Moraes, em Minas Gerais. Outras seis estão em fase final de aprovação do projeto
e, em breve, terão as obras iniciadas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou, em 25 de maio, os
contratos de cessão firmados entre a Telebrás e as empresas estatais do setor
elétrico que participarão do projeto, com validade de 10 anos. Pelo aluguel da
rede de fibra ótica instaladas nas linhas de transmissão, Furnas receberá uma
remuneração com base na extensão e quantidade de fibras óticas disponibilizadas
para a Telebrás. O objetivo não é gerar lucro para a empresa, prevendo apenas os
gastos com custos de manutenção da rede do PNBL.
Da Redação
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