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• Mensagem de José Smolka: OMS chama atenção para relação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de câncer
Nota de Helio Rosa:
José Smolka repercute esta notícia, transcrita no final desta página:
Fonte: O Globo
[01/06/11]
OMS chama atenção para relação entre o uso de celulares e o desenvolvimento de
câncer
HR
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de J. R. Smolka
smolka@terra.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 1 de junho de 2011 21:05
assunto [wireless.br] Re: [Celld-group] OMS chama atenção para relação entre o
uso de celulares e o desenvolvimento de câncer
This category is used for agents for which there is limited evidence of carcinogenicity in humans and less than sufficient evidence of carcinogenicity in experimental animals. It may also be used when there is inadequate evidence of carcinogenicity in humans but there is sufficient evidence of carcinogenicity in experimental animals. In some instances, an agent for which there is inadequate evidence of carcinogenicity in humans and less than sufficient evidence of carcinogenicity in experimental animals together with supporting evidence from mechanistic and other relevant data may be placed in this group. An agent may be classified in this category solely on the basis of strong evidence from mechanistic and other relevant data.Os grifos em negrito são meus. Os dois critérios iniciais não representam problema. Mas o terceiro... Ele dá a margem para que se criem celeumas como a do potencial carcinogênico da fumaça de cigarros exalada pelos fumantes (second-hand smoke). Ele é uma janela aberta para a "ciência de consenso". Interessante também é ver a explicação dos conceitos de evidência limitada e evidência inadequada de carcinogênese, conforme apresentados no próprio press-release citado.
Limited evidence of carcinogenicity: A positive association has been observed between exposure to the agent and cancer for which a causal interpretation is considered by the Working Group to be credible, but chance, bias or confounding could not be ruled out with reasonable confidence.
Inadequate evidence of carcinogenicity: The available studies are of insufficient quality, consistency or statistical power to permit a conclusion regarding the presence or absence of a causal association between exposure and cancer, or no data on cancer in humans are available.Então, quais foram as conclusões do estudo do IARC, conforme citadas no press-release?
Dr Jonathan Samet (University of Southern California, USA), overall Chairman of the Working Group, indicated that "the evidence, while still accumulating, is strong enough to support a conclusion and the 2B classification. The conclusion means that there could be some risk, and therefore we need to keep a close watch for a link between cell phones and cancer risk."
"Given the potential consequences for public health of this classification and findings," said IARC Director Christopher Wild, "it is important that additional research be conducted into the long‐term, heavy use of mobile phones. Pending the availability of such information, it is important to take pragmatic measures to reduce exposure such as hands‐free devices or texting."Ou seja, após intensa revisão de vários estudos feitos por outros pesquisadores (nenhum estudo novo foi feito), o máximo que o IARC pode encontrar foram suspeitas, e que podem muito bem ter justificado a "promoção" para o grupo 2B por aquele famigerado terceiro critério. E, no final de tudo, fazem apenas o célebre e batido comentário de que são necessárias "mais pesquisas" (e mais verba, naturalmente) sobre este tema. E a "promoção" só está associada à ocorrência de gliomas (tumores das célular gliais do cérebro), que formam cerca de 2/3 dos casos de tumores cerebrais malignos. Convenhamos, com esta prevalência toda só não acha alguma possível relação de causa e efeito entre os gliomas e qualquer outro fator ambiental quem não quiser. Sobre os famosos neuromas acústicos (tumores do nervo auditivo), apesar dos pesquisadores terem tido acesso aos dados de pesquisas que nem foram publicadas ainda, ninguém quis se comprometer.
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Fonte: O
Globo
[01/06/11]
OMS chama atenção para relação entre o uso de celulares e o
desenvolvimento de câncer
RIO - Pela primeira vez desde que estudos começaram a ser feitos, a
Organização Mundial da Saúde alertou nesta terça-feira para a
existência de uma relação entre o uso de celulares e o
desenvolvimento de câncer. A agência agora classifica o uso dos
aparelhos na categoria de potencial cancerígeno, a mesma para chumbo
e clorofórmio.
Antes do anúncio, a OMS chegou a garantir aos consumidores que
nenhum aviso de risco à saúde havia sido estabelecido. Mas uma
equipe de 31 cientistas de 14 países tomou a decisão de revisar
estudos sobre segurança dos celulares. O grupo descobriu evidências
suficientes para classificar a exposição pessoal como "possivelmente
cancerígena para humanos".
Isso significa que, até agora, não há pesquisas suficientes para
esclarecer se a radiação de celulares é segura, mas há dados o
bastante mostrando uma possível relação à qual os consumidores
deveriam ficar atentos.
- O maior problema que nós temos é que sabemos que fatores
ambientais precisam de décadas de exposição até realmente vermos as
consequências - disse à CNN Keith Black, neurologista chefe do
Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
O Fórum de Fabricantes de Celulares (MMF, na sigla em inglês) se
posicionou sobre o assunto:
"A Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC) avaliou
apenas a possibilidade de risco, e não o risco real em uso normal.
Essa avaliação agora será considerada pelas autoridades de saúde,
que vão determinar o seu impacto em geral", afirmou Michael Milligan,
secretário-geral do MMF em comunicado.
"Ao entender as implicações desta avaliação, devemos lembrar que os
equipamentos de telecomunicações sem fio, incluindo telefones
celulares e suas estações rádio-base, foram projetados para operar
dentro de limites internacionais e nacionais que já têm margens de
segurança substanciais integradas a eles. Além de operar dentro de
limites de exposição, os telefones celulares são desenvolvidos para
garantir que estejam sempre operando no nível mínimo para fazer uma
chamada telefônica de qualidade", concluiu Milligan.
O tipo de radiação emitida por um celular é chamada não ionizante.
Não é como um aparelho de Raio-X, mas se parece mais com um forno
microondas de muito baixa potência.
- O que as microondas de radiação fazem, nos termos mais simplistas,
é parecido com o que acontece com a comida no microondas, só que com
o nosso cérebro. Então, além de poder acarretar o desenvolvimento de
tumores, elas poderiam causar uma série de outros efeitos, como
danificar a função de memória cognitiva, já que os lobos de memória
temporal ficam onde seguramos nossos celulares - completa Black.
A Agência Europeia de Meio Ambiente solicitou a realização de novos
estudos, afirmando que os celulares podem ser um risco à saúde
pública como a fumaça, amianto e gasolina com chumbo. O coordenador
de um instituto de pesquisa sobre câncer na Universidade de
Pittsburg enviou um memorando a todos os funcionários pedindo a eles
que limitassem o uso de celulares, devido ao risco de desenvolver
câncer.
- Quando acompanhamos o desenvolvimento de um câncer -
particularmente no cérebro - vemos que isso leva um longo tempo.
Acho que é uma boa ideia dar ao público algum tipo de aviso de que
muito tempo de exposição à radiação do seu celular pode
possivelmente causar câncer - disse Henry Lai, professor pesquisador
em bioengenharia da Universidade de Washington, que estuda radiação
há 30 anos.
Os resultados do mais amplo estudo realizado internacionalmente
sobre telefones celulares e câncer foram publicados em 2010. Eles
mostraram que os participantes da pesquisa que usaram o celular por
dez anos ou mais tinham o dobro das taxas de glioma cerebral, um
tipo tumor. Até agora, não há estudos realizados num grande
intervalo de tempo sobre os efeitos do uso do celular entre
crianças.
- Os crânios e o couro cabeludo das crianças são mais finos. Então,
a radiação pode penetrar mais fundo em seus cérebros, assim como nos
de jovens. Suas células estão se dividindo a taxa mais rápida, então
o impacto da radiação pode ser muito maior - afirmou Black.
Os produtores de muitos celulares populares já alertam os
consumidores para manter seus aparelhos afastados de seus corpos. É
o caso do iPhone 4 e do Blackberry Bold.
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