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Junho 2011 Índice Geral do BLOCO
O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão Celld-group e WirelessBR. Participe!
• Debate sobre os temas "Matriz Energética do Brasil" e "Riscos da energia nuclear"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Colecionei e estou transcrevendo no BLOCO Tecnologia, com atraso (falta de agilidade e excesso de senilidade...), :-) o debate ocorrido em abril sobre os temas "Matriz Energética do Brasil" e "Riscos da energia nuclear".
Nos nossos fóruns "estamos em casa" e podemos -
e devemos - se informais.
As transcrições no BLOCO Tecnologia visam a compartilhar com leitores externos
algumas das preciosas informações veiculadas em nossos Grupos.
Se alguém desejar retirar seu nome - ou retificar ou ajustar algum texto do
BLOCO - é só avisar, OK?
Estamos na web e não "no papel" e tudo pode ser atualizado com vistas à correção
das informações.
Obrigado a todos, pelo excelente nível das informações e pela tradicional
cordialidade dos debates!
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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de Helio Rosa rosahelio@gmail.com
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Este não é um assunto de TI e Telecom, focos de nossos Grupos.
Como muitos participantes atuam também na área de engenharia elétrica, e os
engenheiros de eletrônica e telecom possuem conhecimentos curriculares sobre o
assunto, talvez possamos colher algumas informações técnicas interessantes num
eventual debate.
Caso não seja possível ou haja rejeição ao tema, fico à disposição para receber
informações em "pvt" e transcrevê-las num dos nossos BLOCOs (Tecnologia
ou
Cidadania).
Abaixo está a mensagem enviada pela participante Deise Nascimento:
"Queremos opinar sobre a Matriz Energética do Brasil"Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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De: "Deise" <deisearvoredavida@yahoo.com.br>
Data: Seg, 4 de Abr de 2011 12:55 am
Assunto: Queremos opinar sobre a Matriz Energética do Brasil
Link do documento
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N8478
O povo brasileiro jamais foi consultado sobre o uso de energia atômica para
geração de energia, no entanto o Brasil já tem implantadas em seu território as
Usinas Nucleares de Angra dos Reis no estado do Rio de Janeiro, são duas usinas
nuclerares, Angra I e Angra II.
A Eletrobrás Eletronuclear foi criada em 1997 com a finalidade de operar e
construir as usinas termonucleares do país. Subsidiária da Eletrobrás, é uma
empresa de economia mista e responde pela geração de aproximadamente 3% da
energia elétrica consumida no Brasil. Há um plano de ampliação previsto para
construção de uma nova usina nuclear,Angra III na Central Nuclear Almirante
Álvaro Alberto - CNAAA.
O Plano Nacional de Energia (PNE 2030) que subsidia o Governo na formulação de
sua estratégia para a expansão da oferta de energia até 2030 aponta a
necessidade da construção de novas centrais nucleares nas regiões Nordeste e
Sudeste.
Os brasileiros da atual geração e as próximas gerações irão arcar com os riscos
desta decisão (opção pelo uso da energia atômica para geração de energia) que
partiu da iniciativa de gerações anteriores, como no caso a Central Nuclear
Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, idealizada pelo Almirante Álvaro Alberto,
nascido em 1889, que não chegou a ver Angra 1 gerando energia, pois faleceu em
1976.
A sociedade brasileira, bem como todo o planeta, está hoje vivendo a tensão
gerada pelos acidentes em usinas nucleares como Chernobyl e mais recentemente
com a usina nuclear de Fukushima e preocupada com a possibilidade de novos
acidentes nucleares tanto no Brasil como no mundo.
O atual governo brasileiro sinaliza que a partir da ação conjunta com a
Argentina pretende utilizar a energia nuclear para finalidades pacíficas,
entretanto a sociedade não foi consultada novamente se há interesse público
neste tipo de ação.
Sabemos de antemão que o uso de energia hidroelétrica é uma excelente opção para
países como o Brasil, que possui inúmeros corpos hídricos em todo seu
território. Reforçamos aqui que a construção de pequenas usinas podem ser a
solução equilibrada para que o impacto ambiental seja minimizado. Também
reforçamos que o uso de energia eólica, solar e pesquisas com novas tecnologias
para obtenção de energia devam ser incentivadas através de programas
governamentais.
Nossa preocupação é principalmente de garantir às futuras gerações e ao planeta
como um todo qualidade de vida e segurança.
Através deste abaixo assinado que será encaminhado diretamente ao Governo
Federal do Brasil, bem como a todos os representantes do povo brasileiro eleitos
para o Senado e Câmara Federal, exigimos que seja respeitado nosso direito de
opinar sobre qual a matriz energética que desejamos adotar para o Brasil,
colocando em discussão a expansão das Usinas Nucleares no Brasil, bem como a
construção de grandes usinas hidroelétricas, como a construção da Usina
Hidroelétrica de Belo Monte, que apesar de todas as polêmicas geradas continua
em implantação.
Nós, brasileiros, abaixo assinados exigimos a realização de um Plebiscito
Nacional onde possamos escolher de forma democrática a Matriz Energética do
Brasil.
Os signatários
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de Nelson Vitullo Filho nvitullo@vivo.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 13:42
assunto RES: [Celld-group] Matriz Energética do Brasil - Petição pública
Pessoal,
Entendo que a maioria de nós tem condições de opinar sobre esse tema.
As tecnologias evoluíram e as decisões devem levar em conta essa evolução.
Se alguma vez houve necessidade de implantarmos usinas nucleares para garantia
da matriz energética, considerando a necessidade do país adquirir competência
nessa matéria, essa etapa está vencida.
Não precisamos de mais 2 e muito menos 15 usinas nucleares. Poderemos inclusive
planejar a desativação das 2 usinas hoje ativadas.
Além das usinas hidrelétricas que por si só já seriam suficientes para atender a
demanda, temos um território onde o uso de energia solar e eólica é obviamente
viável.
O argumento de que a geração é cara fica completamente descabido quando
compararmos com o evidente risco de usinas nucleares. Esse risco que ficou
nebuloso quando do acidente em Chernobyl, devido ao propalado atraso tecnológico
da União Soviética, fica completamente claro agora que ocorreu em Fukushima,
considerando o avanço tecnológico e de disciplina do Japão.
Quem disser o contrário , por exemplo dizendo que aqui não há terremoto, está
querendo esconder o sol com a peneira. Os acidentes nas redes de transmissão de
energia estão aí para não deixar mentir, entre outro riscos como terrorismo por
exemplo.
Fora com a energia nuclear no mundo todo e em especial no Brasil!
Abs, Nelson
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de Willian Santos santosweel@yahoo.com.br
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 13:21
assunto Res: [wireless.br] Matriz Energética do Brasil - Petição pública
Olá pessoal,
Trabalho na área de operação do sistema elétrico faz cinco anos.
Gosto muito de atuar nesta área, e estou até terminando a graduação em eng.
elétrica.
SEmpre leio assuntos da área de telecom por ter interesse de estar atualizado
nesta área.
Mas se o grupo passar a comentar, de vez em qunado, assuntos do setor elétrico,
SIM vou achar mais legal ainda, e poderei até deixar minhas opiniões também!
Abraços a todos!!!
Att,
Willian dos Santos
+55 48 9901 5211 or +55 48 8435 3988
Celesc D. S/A
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de Silverio Chiaradia silverio@sulminas.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 14:22
assunto Re: RES: [Celld-group] Matriz Energética do Brasil - Petição pública
Tudo o que for bem feito e com dedicação dá certo. O que não for feito desta
maneira e tiver descaso no dia a dia, não dá certo. Assim é
- dentro das nossas casas
- nas nossas empresas
- na administração pública
- e nas usinas nucleares também.
No caso específico de Fukushima houve desleixo e ganância.
No nosso caso, nossas usinas são geridas com dedicação e competência, e, se
assim se mantiver, vai continuar a dar certo.
Silverio Chiaradia
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de J. R. Smolka smolka@terra.com.br
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br, Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 16:16
assunto [Celld-group] Re: [wireless.br] Matriz Energética do Brasil - Petição
pública
Pessoal,
Pra começo de conversa pretendo tratar do assunto como engenheiro, e não como
militante pró ou contra qualquer coisa. Quero saber os fatos, e quais as opções
concretas, não verborragia engajada.
Por isso argumentos do tipo "vejam o exemplo de Chernobyl e Fukushima" não tem
muito efeito para mim. Se era pra ser assim, porque omitiram Three Mile Island
da lista de desastres nucleares? Ou o césio-137 de Goiânia? Por favor, vamos
tratar disso racionalmente. Minhas perguntas, então, são as seguintes:
1. O acidente de Chernobyl foi devido a total incompetência dos operadores. O de
Fukushima por causa de subavaliação do possível impacto de um grande
terremoto/tsunami sobre a usina. Quais são os riscos inerentes que poderiam ser
associados às usinas brasileiras? E, por favor, sejamos realistas. Portanto
terrorismo (como foi aventado em outra mensagem) não é o tipo de resposta que
procuro;
2. Sabemos que o Brasil ainda tem grande potencial hidrelétrico a explorar,
porém esse potencial está (até onde eu sei) praticamente todo localizado na
bacia amazônica, onde a sua exploração traz como efeito colateral a inundação de
áreas de floresta, do contrário a energia gerada é muito pequena para justificar
o custo de construção. Acrescente-se aí também o custo de transmissão desta
energia até os grandes centros consumidores no sudeste e sul do país. Esta conta
fecha no azul?
3. O problema com a produção de eletricidade usando energia eólica ou solar é,
também até onde sei, um problema de eficiência. E isto torna inviável a
exploração em grande escala. Quanto custaria o MWh para uma usina eólica e solar
de potência similar a Angra I ou Angra II? Aliás, mehor até tabular o custo do
MWh para cada tipo de geração (incluindo aí as usinas nucleares, hidreletricas e
termoelétricas - a gás, carvão mineral, carvão vegetal, lixo, etc.).
[ ]'s
J. R. Smolka
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de Rafael Batista Costa rabcosta@timbrasil.com.br
para "Celld-group@yahoogrupos.com.br" <Celld-group@yahoogrupos.com.br>,
"wirelessbr@yahoogrupos.com.br" <wirelessbr@yahoogrupos.com.br>
data 5 de abril de 2011 16:38
assunto RE: [Celld-group] Re: [wireless.br] Matriz Energética do Brasil -
Petição pública
Item 3: Energia eólica
O que sei sobre esse assunto na China é que no início dos anos 2000 os chineses
não tinham NADA de energia eólica e hoje eles exportam equipamentos para
produção dessa energia e projetam para 2020 produzir 15% do seu consumo só com a
força dos ventos:
Será que não vale a pena começarmos HOJE com essa energia limpa?
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http://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2011/03/energia-eolica-china-varre-o-mundo/10098
Matriz Limpa -
Até 2020, a capacidade instalada de enegia eólica na China pode chegar a 230 GW,
ou seja, um bloco de energia equivalente a 13 vezes a atual capacidade da
hidrelétrica de Três Gargantas, com volume de geração anual da ordem de 465 TWh.
Os números estão no China Wind Power Outlook 2010, novo relatório divulgado pelo
Greenpeace, o Chinese Renewable Energy Industries Association (CREIA) e a Global
Wind Energy Council (GWEC).
O relatório projeta que até 2020, a capacidade da China total de energia eólica
vai atingir pelo menos 150 GW, podendo chegar a até 230 GW. Se a projeção for
confirmada, esta base eólica poderia reduzir 410 milhões de toneladas de
emissões de CO2, ou 150 milhões de toneladas de carvão que o país consome.
Segundo o documento divulgado na semana passada, em 2009 a China liderou o mundo
com uma capacidade instalada de 13,8 GW, num total de 10.129 turbinas. Ou seja,
uma taxa de uma nova turbina instalada por hora. Hoje, em termos de capacidade
global, o país está na segunda colocação.
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http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-energia-eolica-na-china
A energia eólica na China - por Marcos Costa
A Energia Eólica na China
Ambiente Energia
Matriz Limpa – Até 2020, a capacidade instalada de enegia eólica na China pode
chegar a 230 GW, ou seja, um bloco de energia equivalente a 13 vezes a atual
capacidade da hidrelétrica de Três Gargantas, com volume de geração anual da
ordem de 465 TWh. Os números estão no China Wind Power Outlook 2010, novo
relatório divulgado pelo Greenpeace, o Chinese Renewable Energy Industries
Association (CREIA) e a Global Wind Energy Council (GWEC).
O relatório projeta que até 2020, a capacidade da China total de energia eólica
vai atingir pelo menos 150 GW, podendo chegar a até 230 GW. Se a projeção for
confirmada, esta base eólica poderia reduzir 410 milhões de toneladas de
emissões de CO2, ou 150 milhões de toneladas de carvão que o país consome.
Segundo o documento divulgado na semana passada, em 2009 a China liderou o mundo
com uma capacidade instalada de 13,8 GW, num total de 10.129 turbinas. Ou seja,
uma taxa de uma nova turbina instalada por hora. Hoje, em termos de capacidade
global, o país está na segunda colocação.
Para quem se interessar documento do Greenpeace está aqui:
http://www.greenpeace.org/raw/content/eastasia/press/reports/wind-power-report-english-2010.pdf
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de Nelson Vitullo Filho nvitullo@vivo.com.br
para Celld-group@yahoogrupos.com.br, wirelessbr@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 17:01
assunto RES: [Celld-group] Re: [wireless.br] Matriz Energética do Brasil -
Petição pública
Não há justificativa para que vantagens econômicas sobreponham os riscos que os
outros dois acidentes citados servem para confirmar.
A opinião não é de militante.
Para melhorar a viabilidade econômica dos projetos no Brasil basta tirar o peso
dos impostos.
Abs, Nelson
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de draza@terra.com.br
para "J. R. Smolka" <smolka@terra.com.br>
cc wirelessbr@yahoogrupos.com.br, Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 5 de abril de 2011 19:23
Caro Smolka,
Não trabalho na área específica de geração ou distribuição de energia, portanto
meu conhecimento e atualização não é dos maiores. Já falava o saudoso professor
Fernando Constanti que nós, como engenheiros, não deveríamos sair por aí falando
que energia nuclear não presta, isso nos idos de 1985. A despeito dos acidentes
citados, a geração nuclear pode sim ser segura, eficiente e barata, ao mesmo
tempo que a geração hidrelétrica, por exemplo, não é isenta de riscos. Imagina
se a represa de Itaipu romper, por qualquer razão que seja? Dizia-se antigamente
que Buenos Aires ficaria 2 metros submersa...
Quanto às suas questões, imagino que o maior risco nos reatores de Angra seriam
por problemas ou erros de operação, visto que terremoto e tsunami por aqui é
muito improvável. Terrorismo, então, nem vou comentar.
O potencial hidrelétrico de grande porte realmente está na região norte, com os
custos associados de transmissão e inundação de grandes áreas. Mas ainda existe
muito potencial para pequenas centrais hidrelétricas na região sul e sudeste
que, se somados, seriam equivalentes à uma grande usina. O duro é atrair atenção
de quem tem dinheiro e crédito (leia-se as grandes empreiteiras) para isso.
Falando a verdade, é mais fácil fazer um looby grandão para uma grande obra do
que um monte de pequenos loobies, para dar um retorno pingadinho aqui e ali.
A eficiência das fontes alternativas está aumentando, não sei exatamente em que
escala, mas é uma realidade. Toda grande usina de álcool já gera energia com a
queima de bagaço e vende o excedente, e são centenas delas. A energia eólica
deixou de ser uma utopia ou coisa de foto européia. Tenho um amigo trabalhando
como PM na Wolben em Sorocaba, estão atolados de trabalho para os próximos anos.
Mesmo assim, sou da opinião que o Brasil deve sim investir em geração nuclear,
resta discutir a governança da coisa, para não termos uma Chernoshima, (ou
Fukubyl, como queira) onde aliaríamos a incompetência (e excesso de vodka...)
russa com o excesso de confiança japonês.
Douglas Razaboni
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de Rubens Kuhl rubensk@gmail.com
para Celld-group@yahoogrupos.com.br
cc Wireless BR <wirelessbr@yahoogrupos.com.br>
data 5 de abril de 2011 22:13
assunto Re: [Celld-group] Riscos da energia nuclear
2011/4/5 J. R. Smolka <smolka@terra.com.br>
>
>
> Neste post vou me ater apenas ao comentário do Nelson. Depois vejo o
comentário do Rafael sobre energia eólica. Cito:
>
> Não há justificativa para que vantagens econômicas sobreponham os riscos que
os outros dois acidentes citados servem para confirmar
>
> IMHO faz todo sentido avaliar riscos para decidir pela continuidade ou não de
determinada tecnologia. Só que esta avaliação tem que ser racional. Então o que
cabe perguntar é: os fatores que levaram aos três maiores acidentes com reatres
nucleares (Three Mile Island em 1979, Chernobyl em 1986 e Fukushima em 2011)
podem estar presentes também nos reatores de Angra dos Reis? Na falta de
melhores dados eu diria que não. Vejamos.
Outro detalhe a avaliar é que os riscos variam com o tempo. Para países que tem
alternativa, o ideal é esperar por uns 20 anos de operação dos reatores de 4a.
geração
(http://en.wikipedia.org/wiki/Generation_IV_reactor),
especialmente os baseados em Tório. Os reatores de 4a. geração tem modos de
falha segura (exemplo: não depender de fonte externa de eletricidade como os de
Fukushima), e uns 20 anos de sua utilização vai livrar quem assim escolher do
outro principal fator de falha que é a imaturidade da
tecnologia e processos associados.
Essa espera não precisa ser infinita, não me parece que se deva esperar pela
geração V por exemplo... mas os modos de falha das gerações atualmente em
operação são da mesma categoria do grande engenheiro nuclear Homer Simpson, IMHO.
Rubens Kühl
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de J. R. Smolka smolka@terra.com.br
responder a wirelessbr@yahoogrupos.com.br
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br,
Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 6 de abril de 2011 20:15
assunto [wireless.br] Re: Re: Riscos da energia nuclear
-------------------------------
de Rubens Kuhl rubensk@gmail.com
para wirelessbr@yahoogrupos.com.br; Celld-group@yahoogrupos.com.br
data 6 de abril de 2011 23:41
assunto Re: [wireless.br] Re: Re: Riscos da energia nuclear
> Bom Rubens, é verdade que cautela e caldo de galinha
nunca fizeram mal a ninguém. Mas o problema é que daqui a 20 anos (se tudo
correr bem) os primeiros reatores da geração IV estarão entrando em operação
comercial. Para avaliar a estabilidade dos designs e dos padrões operacionais
mais uns 10 anos. Então estamos falando de algo na casa dos 30 anos de espera.
Difícil...
Acho que podemos balizar melhor essa decisão após mais alguns de investimentos
na atual matriz energética. Mas 30 anos realmente é mais tempo do que eu entendo
como razoável, se realmente demorar tudo isso em algum momento precisaremos
mudar para outra estratégia. Por exemplo a que você sugere abaixo.
> Os reatores mais modernos de hoje em dia, que são da
geração III ou III+, já possuem o que julgo ser a principal característica de
segurança operacional: a capacidade de eliminar o calor residual do núcleo após
um desligamento de emergência (SCRAM) apenas por convecção, sem necessidade de
pressurização (o que elimina a dependência de energia externa constante).
Já é um ótimo começo. Eu gostaria de mais recursos da geração IV, mas uma
análise de risco que o país precisa fazer.
> Segundo este artigo Aris Candris, CEO da Westinghouse
(hoje uma divisão da Toshiba), disse que os reatores propostos para o Brasil (e
em construção na China e nos EUA) já são imunes à perda de energia externa. Não
creio que esta afirmação se aplique aos reatores de Angra I (Westinghouse) e
Angra II (KWU).
Eu tenho a forte sensação de que Angra I, II e III (em construção) deveriam ser
desligadas em prol da segurança, mesmo que o país decida construir novas (mas
mais seguras) usinas nucleares, talvez até no mesmo local.
> Certamente que não dá. Creio que, aqui no Brasil, precisamos de soluções que
sejam capazes de produzir energia em quantidade e de forma contínua para, no
máximo, daqui a dez ou quinze anos. As opções? Existe a opção hídrica, mas tá
cada vez mais difícil (e um dia acaba).
Um problema da opção hídrica é que ela está cada vez mais custosa/kW (pois
obviamente fizemos as mais baratas primeiro) e cada vez mais distantes dos
centros consumidores. As demais opções são mais versáteis em localização.
>Termoelétricas convencionais tem o problema do uso de combustível fóssil (se é
pra funcionar em base, e não somente em pico, não vejo outra alternativa),
emissão de CO2, etc etc. Energia solar ainda é muito cara, e não serve para
geração de energia em base.
A energia solar é algo mais a estimular em aplicações diretas (ex: aquecimento
de água) que diminuam o consumo de kWh do que algo a ter como base de kW.
> A energia eólica está melhor posicionada que a solar
hoje em dia, mas também não se adequa ao perfil de geração em base. Sobra o que?
Energia nuclear. A tecnologia existe, está razoavelmente madura e os custos de
produção são comparáveis à opção hídrica (quando consideramos os custos de
transmissão a longas distâncias além do custo intrínseco de geração).
Depois de ver a geração eólica da Espanha, eu passei a acreditar mais nesta
opção... e a partir do momento que sistemas eólicos de 1 MW se tornarem
disponíveis (vide http://www.makanipower.com/). Mas realmente precisaremos
sempre de outra tecnologia como geração em base, mas espero que a expansão do
sistema hídrico consiga satisfazer essa
necessidade.
> Então, creio que a boa hora de falar disso e tomar
decisões informadas é agora. Adiar por mais 5 ou 10 anos vai nos colocar,
provavelmente, novamente na beira do risco de apagões frequentes.
Adiamento também é decisão e também tem riscos. Adiar apenas por não querer
encarar esses riscos não funciona, mas analisar esses riscos, sim.
> O problema mesmo é quando considerações de economia
se sobrepõem às de segurança (como pode ter sido o caso em Fukushima). Tive um
professor na universidade que dizia: "a economia é a base da porcaria". Acredito
que não seja este o caso em Angra, mas é sempre bom manter os olhos abertos
quanto a isto.
Eu entendo que eles jogaram o mesmo jogo que estamos jogando agora, da chance de
um impedimento ao crescimento econômico versus a chance de um episódio fatal. As
análises de risco são menos imprecisas, as opções menos inseguras, mas o jogo é
o mesmo.
Rubens Kühl
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de Rubens Kuhl rubensk@gmail.com[Procure "posts" antigos e novos sobre este tema no Índice Geral do BLOCO] ComUnidade WirelessBrasil