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Maio 2011               Índice Geral do BLOCO

O conteúdo do BLOCO tem forte vinculação com os debates nos Grupos de Discussão  Celld-group e WirelessBR. Participe!



08/05/11

• Telebrás, Eletronet e PNBL (355) - Cidades Digitais: "O quebra-cabeça das frequências" - por Newton C. Scartezini

Olá, WirelessBR e Celld-group!

01.
Transcrevo um artigo de 2007, com informações interessantes e atuais.
Vale como um resumo!
Fonte: Guia das Cidades Digitais
[18/12/2007]  O quebra-cabeça das frequências - por Newton C. Scartezini

Alguma atualização?
Comentários?

02.
Transcrevo notícias recentes sobre as faixas de 2,5 e 3,5 GHZ:

Fonte: Convergência Digital
[06/05/11]  Leilão de 3,5 GHz obriga investimentos em tecnologia nacional - por Luís Osvaldo Grossmann
Fonte: Teletime
[12/04/11]  Metas de cobertura de 2,5 GHz sugeridas pela Anatel são agressivas, diz Vivo - por Fernando Paiva
Fonte: Teletime
[06/05/11]  Anatel considera incluir cobertura de estradas nas metas para a faixa de 2,5 GHz - por Samuel Possebon

03.
Continuo solicitando e aguardando informações e indicações de material sobre os Planos Estaduais de Banda Larga, já em andamento.
Obrigado!

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs Tecnologia e Cidadania

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Fonte: Guia das Cidades Digitais
[18/12/2007]  O quebra-cabeça das frequências - por Newton C. Scartezini

Newton C. Scartezini é consultor. Possui ampla experiência no setor de telecomunicações, tendo atuado em empresas como Telebrás, Ericsson e Nortel.

Os projetos de Cidades Digitais sempre contemplam o acesso sem fio a uma rede de informações, com graus variados de abrangência. As razões para essa premissa vão desde a maior facilidade de implantação até a necessidade de atender a um público disperso e freqüentemente nômade dentro de uma determinada área.

A oferta de acesso sem fio pressupõe a utilização de sistemas de transmissão por meio de radiofreqüência, e a escolha das freqüências mais adequadas torna-se uma decisão de projeto das mais importantes e complexas.

Podem ser considerados dois grandes blocos de freqüências para essa utilização: as licenciadas e as de uso livre.

Freqüências de uso livre ou não-licenciadas

Existem dois blocos de freqüências de uso livre para esse tipo de aplicação: a faixa de 2,4 GHz e a faixa de 5,8 GHz.

2,4 GHz – Nesta faixa operam todos os equipamentos do tipo Wi-Fi, padronizados mundialmente. Os chamados “hotspots”, presentes em aeroportos, hotéis, lan houses e até cafeterias e livrarias, operam nessa faixa e, em decorrência da padronização, as interfaces de acesso a redes Wi-Fi são hoje muito baratas e disponíveis, com dezenas de fornecedores. Em particular, todos os computadores portáteis (notebooks) comercializados atualmente contêm uma interface de acesso Wi-Fi embutida. A farta disponibilidade e o uso de freqüências livres, que não requerem pagamento de licenças de uso, explicam a disseminação mundial do uso da faixa.

Entretanto, os equipamentos do padrão Wi-Fi têm alcance muito limitado, na ordem de 100 a 200 metros, e podem sofrer interferências de sistemas similares operando na mesma área. Isso se deve, obviamente, ao fato de a freqüência ser de uso livre, inclusive para outras aplicações. De fato a faixa de 2,4 GHz é utilizada por telefones sem fio, controles remotos de vários tipos, como portões de garagem automáticos, babás eletrônicas e até coleiras de cachorro com dispositivos de localização!

Apesar das dificuldades, não se conhece nenhum projeto de Cidade Digital que não tenha pelo menos alguns hotspots Wi-Fi, pelas facilidades apontadas.

5,8 GHz – Esta faixa é utilizada basicamente por redes de dados das tecnologias wireless Mesh (nas conexões entre hotspots, de modo a evitar o cabeamento entre unidades de acesso) e nas tecnologias Wimax e pré-Wimax, além de padrões proprietários de alguns fornecedores. Por ser de uso mais recente, essa faixa não sofre tanto com interferências quanto a outra.

No caso da tecnologia wireless Mesh, a faixa de 5,8 GHz é usada apenas na interconexão das unidades de acesso, ou seja, entre as torres que recebem e emitem sinal. O acesso do usuário à rede local é feito por meio de interface Wi-Fi, portanto, na faixa de 2,4 GHz. A intenção é aproveitar a facilidade de uso do Wi-Fi e evitar a necessidade de cabeamento entre unidades, de modo a permitir a cobertura de grandes áreas com uma rede totalmente sem fio. A solução Wi-Mesh é especialmente adequada para áreas urbanas densas, onde a passagem de cabos se torna impraticável.

No caso do Wimax e similares, cada unidade pode prover cobertura para grandes áreas, da ordem de dezenas de quilômetros, com velocidades de acesso elevadas (de 10 a 100 Mbps), o que a torna adequada para a cobertura de regiões esparsamente povoadas e para uso nômade. Pode também ser usada em áreas densamente povoadas, desde que o dimensionamento da rede leve em conta a concentração de tráfego, que vai requerer o uso de maior número de unidades. Seu ponto fraco é o custo da interface de usuário: fica em aproximadamente R$ 600 por pessoa conectada à rede. Existem projetos para disponibilizar interfaces Wimax embutidas em computadores portáteis, a exemplo do Wi-Fi, mas não se sabe qual o acréscimo de custo que esse dispositivo trará aos computadores.

Nos projetos de Cidades Digitais, que têm como um objetivo essencial a inclusão, o custo da interface Wimax pode ser um obstáculo importante. Por essa razão, muitos projetos atuais utilizam redes híbridas, onde as unidades de acesso são do padrão Wi-Fi, interligadas por redes Wimax. É importante notar que o Wimax Forum, entidade internacional que padroniza e homologa equipamentos Wimax, decidiu não homologar equipamentos que operam em freqüências de uso livre, como os de 5,8 GHz, por considerar que a operação em faixas de uso livre não garante os requisitos de confiabilidade e qualidade exigidos para sua homologação.

Frequências licenciadas ou de uso exclusivo

Os blocos disponíveis nessa modalidade são: 1,9/2,1 GHz; 2,5 GHz e 3,5 GHz.

1,9/2,1 GHz – Estas faixas são reservadas para os sistemas de celulares de terceira geração. O leilão das freqüências de terceira geração, realizado em 18 de dezembro de 2007, previu obrigações de cobertura para todos os municípios ainda não atendidos pelo serviço celular. Como os sistemas celulares de terceira geração permitem a transmissão de dados em banda larga, poderiam, em princípio, ser utilizados em projetos de Cidades Digitais.

Entretanto, um projeto desse tipo teria de ser feito em conjunto com a operadora detentora da licença para a área desejada, que tenderia a controlar o processo. Além disso, os preços das licenças são bastante elevados, e sua amortização oneraria os custos dos serviços, de modo a dificultar o atendimento de usuários de baixa renda. Como exemplo, o preço mínimo da licença para o município de Londrina foi de R$ 2,9 milhões.

3,5 GHz – Esta faixa foi definida como preferencial para Wimax pelo Wimax Forum, e os primeiros equipamentos homologados neste padrão foram em 3,5 GHz. No Brasil, foi lançada uma licitação para licenças em 3,5 GHz em 2006. A licitação foi objeto de contestação judicial e está suspensa até hoje. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende retomar o processo em 2008, mas as regras para a nova licitação deverão ser definidas, já que as anteriores não foram aprovadas pelo Judiciário e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Prevê-se, assim, um longo processo até que o leilão seja efetivado.

2,5 GHz – Esta faixa está destinada ao serviço de TV por assinatura, na tecnologia MMDS e também ao Serviço de Comunicação Multimidia (SCM), que poderia ser utilizado como suporte para um projeto de Cidade Digital. As freqüências hoje disponíveis estão licenciadas para operadores de TV por assinatura e sua utilização em redes de dados requer um acordo com essas empresas. Além disso, existem freqüências licenciadas nessa faixa para apenas 84 municípios, o que exclui a maioria dos municípios da possibilidade de utilizá-la em curto prazo. A Anatel pretende abrir novas licitações para essa faixa, mas ainda não há definição das regras, nem prazo definido para que isso aconteça.

Conclusão

Do ponto de vista técnico, os projetos de Cidades Digitais deveriam usar preferencialmente as freqüências licenciadas, uma vez que o uso exclusivo tornaria a rede protegida de interferências e evitaria o compartilhamento que reduz a capacidade disponível para cada aplicação. Nessas condições, o serviço teria garantia de disponibilidade, qualidade e confiabilidade.

Entretanto, os altos custos de licenciamento e a grande indefinição sobre a disponibilidade de freqüências licenciadas no Brasil fazem com que os projetos de Cidades Digitais sejam quase que forçados a adotar freqüências de uso livre e a administrar os ônus decorrentes. A exceção possível, até agora, são os municípios que dispõem de operadores de MMDS com freqüências disponíveis na faixa de 2,5 GHz, que poderiam promover acordos com tais operadoras. Outra possível alternativa de curto prazo seria a parceria com operadores de celulares de terceira geração, que deverão implantar suas redes a partir de 2008.

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Fonte: Convergência Digital
[06/05/11]  Leilão de 3,5 GHz obriga investimentos em tecnologia nacional - por Luís Osvaldo Grossmann

A proposta de edital do leilão da faixa de 3,5 GHz prevê que as empresas vencedoras dos 545 lotes em disputa deverão destinar pelo menos 30% dos investimentos em serviços e equipamentos com tecnologia nacional.

O percentual se refere aos aportes anuais – durante os 15 (ou 30) anos da autorização de uso da faixa – em equipamentos de rede e acesso, sistemas e produtos voltados à prestação de serviços em 3,5 GHz, inclusive softwares.

Além disso, a proposta da Anatel prevê que a preferência por empresas brasileiras e com tecnologia nacional deve servir como critério de desempate em casos de equivalência de ofertas nas compras e nas contratações de serviços.

Voltado para a banda larga, o leilão prevê a oferta de multisserviços. Ao uso do espectro estarão associadas autorizações de serviços móveis (SMP), fixos (STFC) e de comunicação multimídia (SCM).

Uma mesma empresa poderá optar por uma, duas ou todas as autorizações. O uso da faixa, no entanto, é destinado a tecnologias TDD (do inglês Time Division Duplex), o que significa banda larga via WiMAX ou, para os serviços móveis, em TD-LTE.

No caso das prestadoras de SCM e STFC, poderá ser utilizada a mobilidade restrita – também chamada de acesso nomádico – dentro da área de prestação de serviço. A agência resgata, assim, os termos do leilão da faixa de 3,5 GHz realizado em 2002.

Por sinal, Embratel, Oi e outras cinco empresas que adquiriram frequências em 2002 terão seus blocos redistribuídos – mas elas poderão readquirir os mesmos, pagando a diferença entre o preço de 2002, atualizado pela Selic, e o do novo leilão.

A Anatel formatou o leilão em 545 lotes, sendo os primeiros nove relativos às três grandes regiões do Plano Geral de Autorizações – portanto, com três empresas em cada uma delas – em blocos de 35 MHz.

Nesses lotes, a agência fixou obrigações de cobertura – que em cinco anos devem atingir, gradativamente, todos os municípios com mais de 30 mil habitantes, sendo que aqueles com mais de 100 mil moradores devem estar cobertos nos dois primeiros anos.

Os outros 536 lotes são de blocos de 10 MHz, restritos às áreas de registro do SMP, ou seja, àquelas regiões com o mesmo DDD. Para essas não foram definidas obrigações de cobertura.

Uma das inovações desse edital é o repasse, oneroso, da frequência para uma outra prestadora caso a vencedora de determinado lote – ou em cidades com menos de 30 mil habitantes – não ofereça o serviço nos três anos seguintes ao leilão.

A proposta de edital deve entrar em consulta pública, por 45 dias, a partir de 12/5. Estão previstas duas audiências públicas, a serem realizadas em Brasília e São Paulo. A expectativa é de que o leilão seja realizado ainda em 2011.

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Fonte: Teletime
[12/04/11]  Metas de cobertura de 2,5 GHz sugeridas pela Anatel são agressivas, diz Vivo - por Fernando Paiva

As metas de cobertura previstas na minuta do edital de licitação de 2,5 GHz, que está em fase inicial de consulta interna na Anatel, não agradaram às operadoras móveis. Os termos da consulta foram antecipados por este noticiário. Para o diretor de planejamento e tecnologia de rede da Vivo, Leonardo Capdeville, as metas sugeridas são agressivas em relação às obrigações de cobertura. O executivo argumenta que a faixa a ser licitada, por pertencer a uma frequência mais alta que as utilizadas atualmente no País, requer a instalação de mais sites. "Em 2,1 GHz, é preciso três vezes mais ERBs que em 850 MHz para cobrir uma área de igual tamanho. Agora imagine em 2,5 GHz", comparou o executivo. Capdeville calcula que para cobrir com LTE 80% da área urbana das 12 cidades que sediarão a Copa do Mundo será necessária uma quantidade de ERBs equivalente a quase 60% do total existente hoje na rede da operadora em todo o Brasil.

Uma fonte ligada à Anatel ouvida por este noticiário minimizou as críticas: "Era natural que as operadoras reclamassem. Não custa lembrar que a Vivo trocou sua rede de CDMA para GSM em apenas um ano."

Equipamentos e espectro

Capdeville critica também a exigência de contratação de 30% de equipamentos nacionais para as redes LTE. "Não é uma garantia de que teremos o melhor equipamento e nas melhores condições", comentou o executivo.

Por outro lado, o diretor da Vivo elogiou a divisão da faixa em três subfaixas de 20 + 20 MHz, uma de 10 + 10 MHz e uma terceira central de 35 MHz. "Com menos de 20 + 20 MHz o LTE se torna pouco eficiente e acaba concorrendo com tecnologias anteriores, como HSPA", explicou. Capdeville participou nesta terça-feira, 12, do seminário "LTE Latin America", realizado no Rio de Janeiro.

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Fonte: Teletime
[06/05/11]  Anatel considera incluir cobertura de estradas nas metas para a faixa de 2,5 GHz - por Samuel Possebon

A Anatel já começou a discutir com operadoras interessadas nas faixas de frequência de 2,5 GHz a possibilidade de incluir no edital de licitação da faixa a obrigação de cobertura de estradas e rodovias. Segundo Jarbas Valente, conselheiro da agência, existe a possibilidade de que uma meta desse tipo seja colocada no edital, ainda que isso ainda não apareça nas minutas em consulta interna na agência. "É importante garantir a cobertura não só dos municípios, mas também do deslocamento da população de uma cidade a outra". Segundo Jarbas Valente, essa seria uma forma de iniciar o processo de inclusão das áreas rurais na cobertura de dados das operadoras.

As metas colocadas na proposta em consulta interna prevêem apenas o atendimento das cidades em si, e não da infraestrutura rodoviária. Seria a primeira vez que a Anatel imporia esse tipo de compromisso ao vencedor de uma faixa de frequência. A matéria ainda não chegou ao conselho.


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