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Novembro 2011 Índice Geral do BLOCO
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• Mariana Mazza: Descaso com as telecomunicações no Norte e Nordeste
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Transcrevo mais duas colunas da jornalista
Mariana Mazza no Portal da Band.
Aqui estão as manchetes e alguns "recortes":
Fonte: Portal da Band - Colunas
[10/10/11]
Um estado sem comunicação - por
Mariana Mazza
Recortes:
(...) O Amazonas tem sofrido com o absoluto
descaso das companhias telefônicas. Metade da população do estado (a que
não mora em Manaus) não pode contar com os serviços de telecomunicações,
simplesmente porque eles não funcionam.(...)
(...) Em tempos de políticas públicas para
reduzir o preço de tablets e massificar a Internet no Brasil é
inaceitável que um estado brasileiro continue "condenado a se comunicar
só por meio de barcos e aviões", como bem resume o deputado Chico Preto.
Não basta apenas as teles declararem que prestam o serviço no local. As
autoridades têm obrigação de fiscalizar se essa oferta é feita em
condições mínimas de qualidade e garantir que a universalização das
telecomunicações prevista em lei seja, de fato, uma realidade no Brasil.(...)
Fonte: Portal da Band - Colunas
[10/11/11]
CPIs contra as teles - por
Mariana Mazza
Recortes:
(...) Soube hoje que os deputados estaduais de
Pernambuco resolveram investigar a fundo porque os serviços telefônicos
estão tão ruins no estado. A Assembléia Legislativa instalou na semana
passada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel.
Esta já é a segunda CPI envolvendo os serviços de telefonia no Nordeste.
A primeira iniciativa aconteceu em setembro no estado do Alagoas,
batizada de CPI da TIM.(...)
(...) Já está passando da hora de a Anatel e o
Ministério das Comunicações pararem de pensar apenas na próxima geração
da telefonia celular - que, se continuar assim, funcionará só nas
capitais do Sul e Sudeste - e darem um pouco de atenção à qualidade dos
serviços que estão sendo prestado hoje para os brasileiros. Não adianta
nada colocar o Brasil na vanguarda das tecnologias digitais se a maior
parte do país continua tendo acesso a serviços com padrão analógico.
Vamos ver quantas CPIs serão necessárias para que as autoridades
percebam que entre os números apresentados pelas empresas e a realidade
dos consumidores há um abismo cada vez maior.(...)
Comentários?
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
BLOCOs
Tecnologia e
Cidadania
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Fonte: Portal da Band - Colunas
[10/10/11]
Um estado sem comunicação - por
Mariana Mazza
A recente morte do fundador da Apple, Steve Jobs, nos fez lembrar de todo o avanço tecnológico vivido pelo mundo nas últimas décadas. Computadores, tablets, celulares e toda sorte de equipamentos conectados, criando uma nova vida digital tão importante quanto a vida real para muitas pessoas. Agora, imagine-se 50 anos atrás, sem nenhum desses equipamentos que passamos a adorar e, por que não, depender. Pois saiba que um estado inteiro no Brasil não está longe dessa realidade.
O Amazonas tem sofrido com o absoluto descaso das companhias telefônicas. Metade da população do estado (a que não mora em Manaus) não pode contar com os serviços de telecomunicações, simplesmente porque eles não funcionam.
Um levantamento feito pelo deputado estadual Chico Preto (PP), presidente da Comissão de Gestão e Serviços Públicos da Assembléia Legislativa do Amazonas, em parceria com moradores, revelou números alarmantes: somente um em cada cem orelhões está funcionando no estado. O drama também atinge a telefonia fixa, móvel e a Internet. Em conversa com a coluna, o deputado, apesar do caos, ainda encontrou presença de espírito para brincar com a situação: "A piada aqui é que a gente compra celular pra tirar foto e usar como despertador, porque fazer ligação que é bom, ele não faz."
A situação calamitosa tem unido os poderes públicos e o setor privado da região contra as teles. Amanhã, a Assembléia Legislativa do Amazonas fará uma audiência pública onde a Anatel terá que se explicar como deixou o caos tomar conta do estado. Os deputados esperam que a agência apresente um plano para garantir a qualidade dos serviços, mas não descartam abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar e punir as teles pelos abusos cometidos.
A indignação já chegou a Brasília. O senador Eduardo Braga (PMDB/AM), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal, também já pensa em recolher assinaturas para uma CPI sobre o assunto. Quem é do estado, não esconde a saudade dos antigos tempos de Telebrás. Segundo Chico Preto, na época da finada Telamazon, existiam manutenções periódicas dos serviços. E, por incrível que pareça, o acesso à telefonia era melhor. Sim, porque era pouco, mas funcionava. Hoje, é caro e falho.
Para se ter uma ideia, os celulares na região ficam tanto tempo sem sinal que os créditos pré-pagos vencem sem que os consumidores consigam usar o telefone. O comércio também sofre. O pagamento com cartões de débito ou crédito não funciona porque as maquinetas não têm conexão.
Não bastasse o abuso contra os consumidores, as falhas na prestação dos serviços também afetam o bolso de quem sequer tem telefone em casa. Todos os contribuintes acabam tendo de arcar com custos que poderiam ser reduzidos com uma simples conexão de Internet. Prefeitos de municípios amazonenses alugam jatinhos todo mês para ir à Manaus apresentar as contas das localidades. Se tivessem acesso a uma conexão de Internet confiável, os R$ 10 mil pagos, em média, para fretar os aviões seriam economizados.
Em tempos de políticas públicas para reduzir o preço de tablets e massificar a Internet no Brasil é inaceitável que um estado brasileiro continue "condenado a se comunicar só por meio de barcos e aviões", como bem resume o deputado Chico Preto. Não basta apenas as teles declararem que prestam o serviço no local. As autoridades têm obrigação de fiscalizar se essa oferta é feita em condições mínimas de qualidade e garantir que a universalização das telecomunicações prevista em lei seja, de fato, uma realidade no Brasil.
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Fonte: Portal da Band - Colunas
[10/11/11]
CPIs contra as teles - por
Mariana Mazza
Não tem muito tempo que dediquei a coluna aos problemas que o estado do Amazonas vem enfrentando com as empresas de telefonia. Apesar da garantia legal de que os serviços telefônicos seriam universalizados . de que a oferta teria continuidade e o setor buscaria a modicidade tarifária, na região Norte estes pilares não têm sido cumpridos. Mas o drama com a oferta telefônica de péssima qualidade não é exclusividade dos amazonenses. Na região Nordeste a coisa também não anda nada boa.
Soube hoje que os deputados estaduais de Pernambuco resolveram investigar a fundo porque os serviços telefônicos estão tão ruins no estado. A Assembléia Legislativa instalou na semana passada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel. Esta já é a segunda CPI envolvendo os serviços de telefonia no Nordeste. A primeira iniciativa aconteceu em setembro no estado do Alagoas, batizada de CPI da TIM.
É incrível como ainda hoje os estados do Norte e do Nordeste do país são tratados com tanto descaso pelas empresas. O presidente da CPI de Pernambuco, deputado Betinho Gomes (PSB), me contou que antes de instalar a comissão, o Ministério Público e o Procon do estado tentaram fechar um acordo com as teles para melhorar a qualidade do serviço. As companhias recusaram-se a assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Quando souberam da CPI, os mesmos representantes das empresas correram para implorar aos deputados que não iniciassem a investigação. É o fim do mundo.
A investigação conta com o apoio de todos os 49 deputados da assembléia pernambucana. De certo porque cada um deles sente na pele as deficiências da oferta de telefonia móvel na região. A Anatel já foi ouvida pelos deputados e não apresentou nenhuma promessa de solução do caso por enquanto. Inclusive, é de se perguntar por que a agência reguladora não divulgou o encontro com os parlamentares, realizado ontem.
O problema enfrentado pelos pernambucanos, amazonenses e alagoanos tem uma raiz comum. A busca irresponsável do aumento do número de clientes mesmo quando as redes construídas pelas teles não são suficientes para atendê-los com um mínimo de dignidade. "É claro para a gente que as empresas se preocuparam muito em vender linhas, investindo em um marketing pesado, e agora estão com problemas para atender a demanda", aponta o deputado Betinho Gomes.
A situação é ainda mais grave se considerarmos que as empresas receberam incentivos para expandir a rede de telefonia móvel no país. Os preços mínimos do último leilão de radiofrequências feito pela Anatel foram reduzidos em troca de as empresas assumirem compromissos de ampliação do atendimento celular. Mas, pelo visto, o acordo não está sendo cumprido. Expandir a oferta com uma venda de linhas acima do que a rede suporta não é expandir de verdade. É enganar o consumidor e as autoridades. Afinal, o que se esperava era um aumento de investimentos e não a inclusão de novos clientes ao custo da qualidade do serviço.
A onda de CPIs que começa a atingir as teles mostra que a fiscalização dos serviços também tem falhas. A instalação de uma comissão parlamentar de inquérito é a última alternativa de uma sociedade que não vê seus direitos respeitados. Ai resta pressionar seus representantes públicos para cobrar uma satisfação das autoridades que deveriam zelar pelo setor.
Já está passando da hora de a Anatel e o
Ministério das Comunicações pararem de pensar apenas na próxima geração
da telefonia celular - que, se continuar assim, funcionará só nas
capitais do Sul e Sudeste - e darem um pouco de atenção à qualidade dos
serviços que estão sendo prestado hoje para os brasileiros. Não adianta
nada colocar o Brasil na vanguarda das tecnologias digitais se a maior
parte do país continua tendo acesso a serviços com padrão analógico.
Vamos ver quantas CPIs serão necessárias para que as autoridades
percebam que entre os números apresentados pelas empresas e a realidade
dos consumidores há um abismo cada vez maior.
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