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14/12/12
• UIT/Dubai (9) - Cristina de Luca: "Nova resolução da WCIT sobre a Internet
preocupa"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Recebo e agradeço esta indicação de matéria de hoje (os grifos são meus):
Leia na Fonte: Portal da Band / Blog Circuito de Luca
[13/12/12]
Nova resolução da WCIT sobre a Internet preocupa
Recortes para degustação:
"O tempo fechou em Dubai, onde desde o dia 5 de dezembro a União
Internacional de Telecomunicações (UIT) realiza a World Conference on
International Telecommunications (WCIT-12). Conforme o esperado, a conferência
incluiu uma resolução sobre a Internet na regulamentação de telecomunicações em
revisão, a despeito das negociações para que não o fizesse." (...)
(...)
Para entender o que está em jogo
Uma resolução é o mecanismo padrão pelo qual uma conferência instrui seus
órgãos subordinados (como o Conselho da UIT ou Bureaux UIT) a tomar algum tipo
de ação.
Uma recomendação é mais como uma ‘sugestão’ – sem nenhum imperativo legal
implícito, mas pode ser vinculativa para a Secretaria da UIT. E uma opinião,
mecanismo utilizado muito raramente, é uma forma de uma conferência simplesmente
sinalizar um ponto importante – de novo, sem nenhum imperativo legal implícito.
(...)
(...)
O que isso significa?
O texto proposto caminha no sentido de transformar a UIT em UII, União
internacional de Internet.
Como resultado deste processo confuso, segundo Ben-Avie Jochai, Senior Policy
Analyst, existe agora uma resolução que expande o papel da UIT no que diz
respeito à administração da Internet. O trecho do texto que afirma que os
estados membros resolvem “encarregar o Secretário-Geral a continuar a tomar as
medidas necessárias para ITU a desempenhar um papel ativo e construtivo” na
governança da Internet é particularmente preocupante. (...)
Boa leitura!
Boas Festas e um ótimo 2013!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Portal da Band / Blog Circuito de Luca
[13/12/12]
Nova resolução da WCIT sobre a Internet preocupa
O tempo fechou em Dubai, onde desde o dia 5 de dezembro a União Internacional
de Telecomunicações (UIT) realiza a World Conference on International
Telecommunications (WCIT-12). Conforme o esperado, a conferência incluiu uma
resolução sobre a Internet na regulamentação de telecomunicações em revisão, a
despeito das negociações para que não o fizesse.
No final das sessões de quarta-feira, prolongadas pela madrugada e concluídas na
manhã de quinta-feira em Dubai, o presidente da conferência, aparentemente,
transformou o que era um processo informal em voto, de acordo com a Internet
Society, que publicou uma nota formal manifestando sua preocupação com o rumos
tomados pela conferência.
“A Internet Society veio a esta reunião com a esperança de que as revisões do
tratado se concentrariam sobre questões como a concorrência, a liberalização, o
fluxo livre de informação e a regulação independente – coisas claramente
relacionadas ao campo das telecomunicações. Em vez disso, esses conceitos
parecem ter sido ampliados a partir do texto do tratado. Além disso, e ao
contrário garantias de que este tratado não seria sobre a Internet, a
conferência parece ter adotado, por maioria, uma resolução sobre a Internet.
Alterações foram aparentemente feitas ao texto, mas não foram publicadas antes
de um acordo“.
Os EUA, a União Europeia e outros países se opuseram a incluir a Internet nos
ITRs, e este tem sido um dos principais problemas no WCIT. O tratado a ser
desenvolvido na reunião deve ser assinado até sexta-feira. E diante da
impossibilidade do consenso, uma questão começa a incomodar: a UIT manterá o
princípio de só aprovar resoluções por consenso, ou cederá a manobras para
aprovar pontos controversos como este no bojo de outras resoluções que firam
princípios básicos do funcionamento da internet?
A preocupação da Internet Society recai claramente com itens sobre concorrência,
liberalização do fluxo livre de informação e regulação independente, que haviam
sido retirados, em grande parte, do texto do tratado.
Vários comentaristas no Twitter também manifestaram preocupação com o processo
de tomada de decisão.
[Ver
figura na Fonte]
Para entender o que está em jogo
Uma resolução é o mecanismo padrão pelo qual uma conferência instrui seus órgãos
subordinados (como o Conselho da UIT ou Bureaux UIT) a tomar algum tipo de ação.
Uma A recomendação é mais como uma ‘sugestão’ – sem nenhum imperativo legal
implícito, mas pode ser vinculativa para a Secretaria da UIT. E uma opinião,
mecanismo utilizado muito raramente, é uma forma de uma conferência simplesmente
sinalizar um ponto importante – de novo, sem nenhum imperativo legal implícito.
Muitos estados membros, como EUA e países da União Eropeia, gostariam de ver a
possibilidade de inclusão da Internet nos ITRs como uma opinião, em alguns
pontos, e recomendação, em outros, mas não como uma resolução. O assunto foi
muito discutido antes e durante a reunião plenária de ontem. Uma nova resolução
para “fomentar o ambiente propício para o maior crescimento da Internet”, que
propunha retirar todas as referências à internet do texto real do Regulamento
das Telecomunicações Internacionais (ITRs), com a condição de que a resolução
seria aprovada em seu lugar, foi apresentada. Com a desculpa de que “queria ter
a sensação da plenária sobre o texto proposto”, o presidente da Conferência
colocou a resolução em votação. Inicialmente, algumas placas a favor do texto
foram levantados. O presidente, então, pediu para que todos se manifestassem a
respeito. Placas a favor voltaram a ser levantadas, bem como placas contrárias a
ela. Nesse momento, o presidente declarou que a “maioria” decidiu pela inclusão
da resolução e passou para a apreciação do próximo tópico.
Eis o texto da nova resolução: [Ler
em inglês na Fonte]
O que isso significa?
O texto proposto caminha no sentido de transformar a UIT em UII, União
internacional de Internet.
Como resultado deste processo confuso, segundo Ben-Avie Jochai, Senior Policy
Analyst, existe agora uma resolução que expande o papel da UIT no que diz
respeito à administração da Internet. O trecho do texto que afirma que os
estados membros resolvem “encarregar o Secretário-Geral a continuar a tomar as
medidas necessárias para ITU a desempenhar um papel ativo e construtivo” na
governança da Internet é particularmente preocupante.
Na opinião de Ben-Avie, embora muitos desejassem quen as resoluções feitas no
WCIT não fossem vinculativas, o Secretário-Geral poderia tratar esta resolução
como obrigatória, daria efetivamente à UIT um mandado perigoso para continuar a
manter discussões sobre a política de internet no futuro. Na prática, a nova
resolução convida os estados membros a discutirem questões de política de
internet em outros fóruns da UIT.
Assim como Ben-Avie Jochai, não acredito que a UIT seja uma instituição
apropriada para discutir a política de internet.
Na opinião de Jochai, a tomada de temperatura pode ser um sinal de que os
esforços para chegar a um consenso estão desmoronando. O prazo final para a
adoção de novas ITRs está se aproximando rapidamente. Para ter o tratado pronto
para a cerimônia de assinatura, na noite de sexta-feira, o texto do tratado deve
ser concluído muito em breve, para que a comissão editorial possa fazer o seu
trabalho ainda nesta quinta-feira, para permitir mudanças editoriais e de
tradução, bem como obter aprovação dos delegados.
@@@
BRASIL NA WCIT-12
Após discussão na reunião plenária, quatro propostas defendidas pelo Brasil
sobre roaming internacional foram aprovadas na reunião da UIT, segundo a Anatel.
A delegação brasileira atuou junto aos países presentes para aprovar provisões
que incentivam a prática de preços de roaming mais razoáveis, a maior
transparência em relação aos valores cobrados pelos serviços e condições de
acesso, a aplicação de padrões de qualidade de serviço ao usuário similares ao
oferecido aos usuários do país visitado e a criação de condições diferenciadas
para roaming em zonas de fronteira.
A delegação brasileira também enviou à CMTI-12 uma proposta de incentivo a
criação de pontos regionais de troca de tráfego internacional, com os objetivos
de criar condições favoráveis a melhoria da qualidade, conectividade e
resiliência das redes, fomentar a competição e também reduzir os custos de
interconexão de redes de telecomunicações internacionais. O Brasil conseguiu
muitos apoios à proposta, principalmente de países africanos, sul-americanos,
asiáticos e árabes, sendo que a proposta acaba de ser aprovada pela plenária da
CMTI-12.