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14/12/12
• UIT/Dubai (10) - Teletime: "Conferência termina com UIT dividida e tratado
enfraquecido" + Artigos e notícias sobre o tema
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Continuo a garimpagem de matérias, para registro e formação de opinião sobre o
tema.
Respondo à uma pergunta: de um modo geral, procuro adotar o procedimento de
referenciar as matérias no dia da publicação e transcrevê-las a
partir do dia seguinte.
A ideia, sempre, é incentivar a leitura na fonte para valorizar o esforço dos
jornalistas e acionar os "contadores de visitas" dos sites, importantes para
assuntos relacionados ao "patrocínio".
02.
Aqui estão algumas boas matérias de hoje, não transcritas neste "'post"/mensagem:
Leia na Fonte: Teletime
[14/12/12]
Conferência termina com UIT dividida e tratado enfraquecido - por Letícia
Cordeiro
Leia na Fonte: Convergência Digital
[14/12/12]
UIT encampa controle da Internet e provoca racha em Dubai - Luís Osvaldo
Grossmann
Leia na Fonte: Convergência Digital
[14/12/12]
Para delegação brasileira, texto da UIT não é ameaça - por Luís Osvaldo
Grossmann
03.
Permito-me destacar este texto de hoje, em que o Portal
Convergência Digital toma posição e discorda da opinião do ministro Paulo
Bernardo:
Leia na Fonte: Convergência Digital
[14/12/12]
Paulo Bernardo diz que Brasil não defendeu controle de conteúdo na Internet
- por Luís Osvaldo Grossmann e Ana Paula Lobo (não
transcrito)
Recorte:
(...) Ao participar nesta sexta-feira, 14/12, do almoço anual da Abinee, na
capital paulista, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ao ser indagado
sobre o porquê de o Brasil ter assinado um acordo, no qual países democráticos
se negaram a participar, sustentou que o tratado teve ganhos. "Digo
enfaticamente que não apoiamos o controle de conteúdo na rede ou do tráfego de
ideias. Se há alguem falando isso, está mentindo", reagiu o ministro.
É uma leitura e o portal Convergência Digital, enquanto veículo especializado
do setor se reserva no direito de discordar. O fato é que o tratado
internacional de telecomunicações ganhou um novo artigo, 5B, que diz: “estados
membros devem procurar tomar as medidas necessárias para prevenir a propagação
de comunicações eletrônicas de massa não solicitadas”. Os otimistas preferem
acreditar que o conceito se restringe a spams. Mas os 55 países que se recusaram
a aceitar o novo texto temem que possa ser usado de forma mais abrangente, com a
censura a conteúdos. (...)
04.
Abaixo estão transcritas estas matérias, com destaque para os artigos de
Cristina de Luca e Mariana Mazza:
Leia na Fonte: Portal da Band / Blog Circuito de Luca
[13/12/12]
Nova resolução da WCIT sobre a Internet preocupa - por Cristina de Luca
Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[13/12/12]
O Brasil e o Roaming Internacional - por Mariana Mazza
Leia na Fonte: Teletime
[13/12/12]
Conferência em Dubai fracassa após países se recusarem a assinar tratado -
por Bruno do Amaral e Letícia Cordeiro
Leia na Fonte: Minicom
[14/12/12]
Declaração brasileira na Conferência Mundial das Telecomunicações de Dubai
Leia na Fonte: Teletime
[13/12/12]
Para ministro, reunião de Dubai foi positiva para propostas brasileiras -
por Samuel Possebon, de Recife
Boa leitura!
Boas Festas e um ótimo 2013!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Portal da Band / Blog Circuito de Luca
[13/12/12]
Nova resolução da WCIT sobre a Internet preocupa
O tempo fechou em Dubai, onde desde o dia 5 de dezembro a União Internacional
de Telecomunicações (UIT) realiza a World Conference on International
Telecommunications (WCIT-12). Conforme o esperado, a conferência incluiu uma
resolução sobre a Internet na regulamentação de telecomunicações em revisão, a
despeito das negociações para que não o fizesse.
No final das sessões de quarta-feira, prolongadas pela madrugada e concluídas na
manhã de quinta-feira em Dubai, o presidente da conferência, aparentemente,
transformou o que era um processo informal em voto, de acordo com a Internet
Society, que publicou uma nota formal manifestando sua preocupação com o rumos
tomados pela conferência.
“A Internet Society veio a esta reunião com a esperança de que as revisões do
tratado se concentrariam sobre questões como a concorrência, a liberalização, o
fluxo livre de informação e a regulação independente – coisas claramente
relacionadas ao campo das telecomunicações. Em vez disso, esses conceitos
parecem ter sido ampliados a partir do texto do tratado. Além disso, e ao
contrário garantias de que este tratado não seria sobre a Internet, a
conferência parece ter adotado, por maioria, uma resolução sobre a Internet.
Alterações foram aparentemente feitas ao texto, mas não foram publicadas antes
de um acordo“.
Os EUA, a União Europeia e outros países se opuseram a incluir a Internet nos
ITRs, e este tem sido um dos principais problemas no WCIT. O tratado a ser
desenvolvido na reunião deve ser assinado até sexta-feira. E diante da
impossibilidade do consenso, uma questão começa a incomodar: a UIT manterá o
princípio de só aprovar resoluções por consenso, ou cederá a manobras para
aprovar pontos controversos como este no bojo de outras resoluções que firam
princípios básicos do funcionamento da internet?
A preocupação da Internet Society recai claramente com itens sobre concorrência,
liberalização do fluxo livre de informação e regulação independente, que haviam
sido retirados, em grande parte, do texto do tratado.
Vários comentaristas no Twitter também manifestaram preocupação com o processo
de tomada de decisão.
[Ver
figura na Fonte]
Para entender o que está em jogo
Uma resolução é o mecanismo padrão pelo qual uma conferência instrui seus órgãos
subordinados (como o Conselho da UIT ou Bureaux UIT) a tomar algum tipo de ação.
Uma A recomendação é mais como uma ‘sugestão’ – sem nenhum imperativo legal
implícito, mas pode ser vinculativa para a Secretaria da UIT. E uma opinião,
mecanismo utilizado muito raramente, é uma forma de uma conferência simplesmente
sinalizar um ponto importante – de novo, sem nenhum imperativo legal implícito.
Muitos estados membros, como EUA e países da União Eropeia, gostariam de ver a
possibilidade de inclusão da Internet nos ITRs como uma opinião, em alguns
pontos, e recomendação, em outros, mas não como uma resolução. O assunto foi
muito discutido antes e durante a reunião plenária de ontem. Uma nova resolução
para “fomentar o ambiente propício para o maior crescimento da Internet”, que
propunha retirar todas as referências à internet do texto real do Regulamento
das Telecomunicações Internacionais (ITRs), com a condição de que a resolução
seria aprovada em seu lugar, foi apresentada. Com a desculpa de que “queria ter
a sensação da plenária sobre o texto proposto”, o presidente da Conferência
colocou a resolução em votação. Inicialmente, algumas placas a favor do texto
foram levantados. O presidente, então, pediu para que todos se manifestassem a
respeito. Placas a favor voltaram a ser levantadas, bem como placas contrárias a
ela. Nesse momento, o presidente declarou que a “maioria” decidiu pela inclusão
da resolução e passou para a apreciação do próximo tópico.
Eis o texto da nova resolução: [Ler
em inglês na Fonte]
O que isso significa?
O texto proposto caminha no sentido de transformar a UIT em UII, União
internacional de Internet.
Como resultado deste processo confuso, segundo Ben-Avie Jochai, Senior Policy
Analyst, existe agora uma resolução que expande o papel da UIT no que diz
respeito à administração da Internet. O trecho do texto que afirma que os
estados membros resolvem “encarregar o Secretário-Geral a continuar a tomar as
medidas necessárias para ITU a desempenhar um papel ativo e construtivo” na
governança da Internet é particularmente preocupante.
Na opinião de Ben-Avie, embora muitos desejassem quen as resoluções feitas no
WCIT não fossem vinculativas, o Secretário-Geral poderia tratar esta resolução
como obrigatória, daria efetivamente à UIT um mandado perigoso para continuar a
manter discussões sobre a política de internet no futuro. Na prática, a nova
resolução convida os estados membros a discutirem questões de política de
internet em outros fóruns da UIT.
Assim como Ben-Avie Jochai, não acredito que a UIT seja uma instituição
apropriada para discutir a política de internet.
Na opinião de Jochai, a tomada de temperatura pode ser um sinal de que os
esforços para chegar a um consenso estão desmoronando. O prazo final para a
adoção de novas ITRs está se aproximando rapidamente. Para ter o tratado pronto
para a cerimônia de assinatura, na noite de sexta-feira, o texto do tratado deve
ser concluído muito em breve, para que a comissão editorial possa fazer o seu
trabalho ainda nesta quinta-feira, para permitir mudanças editoriais e de
tradução, bem como obter aprovação dos delegados.
@@@
BRASIL NA WCIT-12
Após discussão na reunião plenária, quatro propostas defendidas pelo Brasil
sobre roaming internacional foram aprovadas na reunião da UIT, segundo a Anatel.
A delegação brasileira atuou junto aos países presentes para aprovar provisões
que incentivam a prática de preços de roaming mais razoáveis, a maior
transparência em relação aos valores cobrados pelos serviços e condições de
acesso, a aplicação de padrões de qualidade de serviço ao usuário similares ao
oferecido aos usuários do país visitado e a criação de condições diferenciadas
para roaming em zonas de fronteira.
A delegação brasileira também enviou à CMTI-12 uma proposta de incentivo a
criação de pontos regionais de troca de tráfego internacional, com os objetivos
de criar condições favoráveis a melhoria da qualidade, conectividade e
resiliência das redes, fomentar a competição e também reduzir os custos de
interconexão de redes de telecomunicações internacionais. O Brasil conseguiu
muitos apoios à proposta, principalmente de países africanos, sul-americanos,
asiáticos e árabes, sendo que a proposta acaba de ser aprovada pela plenária da
CMTI-12.
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Leia na Fonte: Portal da Band / Colunas
[13/12/12]
O Brasil e o Roaming Internacional - por Mariana Mazza
Nesta quinta-feira, 13, a Anatel anunciou que as propostas da delegação
brasileira sobre a regulação do roaming internacional foram aprovadas na
Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (CMTS-12), que acontece
até amanhã em Dubai. À primeira vista, a notícia é positiva. O cerne das
propostas brasileiras é promover a redução dessa taxa, que apavora quem viaja
para o exterior.
Nem mesmo o comando da Anatel acreditava que as sugestões encaminhadas pelo
Brasil seriam aprovadas no encontro. Na última terça-feira, o presidente da
agência não estava muito otimista depois de voltar de Dubai. João Rezende, em
debate realizado no Senado Federal, chegou a dizer que a proposta levada pelo
governo não tinha sido aprovada. Segundo o presidente da Anatel, a pressão dos
Estados Unidos havia minado a estratégia brasileira de promover a redução do
custo do roaming,
Mas parece que as coisas mudaram nos últimos dias e o grupo que analisava a
proposta resolveu apoiá-la no fim das contas. Mas antes que os viajantes de fim
de ano saiam comemorando e decidam usar seus celulares em território estrangeiro
apostando que a conta não será tão salgada, um alerta importante é necessário. O
que foi aprovado parece ser mais uma carta de intenções do que o estabelecimento
de uma política global clara sobre o roaming. Não há pelo menos no material
divulgado pela Anatel nenhuma diretriz concreta sobre quais medidas os países
deverão adotar para garantir mais transparência e menos custo neste serviço.
Como é comum em reuniões entre nações como a CMTS-12, o que existe é um
indicativo de que os países que compõem a União Internacional de
Telecomunicações (UIT) devem promover medidas~ para atingir esses objetivos
quase filosóficos de buscar uma relação mais equilibrada entre as empresas e os
clientes que fazem chamadas em território estrangeiro. As propostas apontam
quatro objetivos: ampliar a transparência nas informações fornecidas sobre o
roaming; garantir a qualidade das chamadas em trânsito; buscar a cooperação
entre os países para evitar cobranças em regiões fronteiriças; e promover a
competição entre os operadores para reduzir o custo final do serviço.
Como podem ver, não estamos falando de um plano de ação imediato, que possa ser
adotado pelos países nos próximos dias. O que podemos esperar é que, pelo menos
aqui no Brasil, a Anatel construa uma regulação mais amigável para quem viaja ao
exterior. Mas tornar o custo roaming menos proibitivo não é uma tarefa tão
simples, pois exige a ação dos demais países também. Isso é necessário porque a
cobrança do roaming internacional tem dois componentes que pesam no bolso do
viajante. Um deles é a própria taxa de roaming, cobrada pela operadora da qual o
usuário é cliente. A segunda pegadinha é que o viajante será cobrado pela tabela
da operadora do país visitado e não a do seu país de origem.
Ou seja, franquias e planos especiais (como os famosos ilimitados) não nos sevem
de nada no exterior, pois a cobrança será feita a cada chamada com a tabela da
rede do país visitado. Mesmo atender chamadas ou manter habilitados os serviços
de dados, como recebimento de e-mails, pode gerar uma bela dor-de-cabeça ao
cliente desavisado. Tudo porque também se paga roaming para receber as ligações
e baixar dados em um celular em trânsito.
Com tantos empecilhos, boa parte dos brasileiros simplesmente não usa o celular
quando viaja para o exterior. Se a Anatel promover medidas que realmente reduzam
este custo, a ação será muito bem vinda. Mas existe um outro lado dessa história
que pode incentivar a nossa agência reguladora a agir mais rapidamente do que os
órgãos administrativos de outros países. Os grandes eventos esportivos que serão
sediados pelo Brasil a partir do próximo ano, como a Copa das Confederações,
trarão milhões de visitantes estrangeiros e, obviamente, seus celulares para cá.
E, com os problemas que temos tido com a qualidade da rede móvel, é de se
esperar que a Anatel esteja preocupada com o roaming internacional. A agência
terá muito trabalho para garantir o cumprimento da mais básica de suas propostas
aprovadas hoje: a garantia de qualidade nas chamadas feitas em trânsito.
A necessidade de que o Brasil, sendo o país-sede da Copa do Mundo de 2014 e das
Olimpíadas de 2016, dê o tom de uma nova política de roaming internacional mais
justa para os viajantes pode gerar um excelente legado para os brasileiros. O
simples fato de a delegação brasileira ter levado o roaming à pauta do CMTS-12
já é um bom sinal pois há anos o Brasil vinha fechando os olhos para as
extorsivas cobranças desse serviço. Pelo visto, agora a Anatel acordou para o
problema.
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Leia na Fonte: Teletime
[13/12/12]
Conferência em Dubai fracassa após países se recusarem a assinar tratado -
por Bruno do Amaral e Letícia Cordeiro
Pode-se afirmar que a Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais (WCIT-12)
fracassou. Apesar dos esforços na reta final do evento em Dubai, as negociações
na noite desta quinta-feira, 13, foram encerradas por falta de tempo para
maiores deliberações, o que provocou um racha nas delegações entre os países a
respeito dos novos Regulamentos de Telecomunicações Internacionais (ITRs), que
sofreram poucas alterações em relação à versão encaminhada mais cedo para a
Comissão Editorial. A divisão aconteceu basicamente por causa de um motivo: a
inclusão da Internet nas ITRs. Assim, sem mais tempo para argumentos e com a
pressão da União Internacional de Telecomunicações (UIT) para fechar a redação,
países opositores optaram por simplesmente não assinar o tratado.
A UIT esperava um consenso para fechar os pontos e encerrar os trabalhos com
definições, o que simplesmente não aconteceu. Na sexta-feira, 14, dia de
encerramento da WCIT-12 em Dubai, o texto final do tratado com as últimas
atualizações de redação dos ITRs aprovadas sem o consentimento de países
importantes será lido em plenário e preparado para a cerimônia de assinatura que
encerra oficialmente a conferência.
O grupo opositor foi liderado pelos Estados Unidos e contou, até o momento, com
adesões de Austrália, Canadá, Estônia, Filipinas, Lituânia, Polônia, Reino Unido
e República Tcheca. Além desses, Japão, Letônia, Noruega e Sérvia afirmaram ao
final das plenárias desta quinta que no momento não assinariam o tratado com os
novos ITRs, mas que gostariam de poder consultar seus respectivos governos e
entidades
Consequências
O tratado perde força sem assinaturas de mercados importantes, algo inédito na
UIT. Na prática, o que acontece em seguida é que esses países em desacordo não
terão voz na implementação de novas diretrizes, no planejamento e na coordenação
de grupos de trabalho. Em compensação, eles não serão obrigados a seguir os ITRs
nem devem sofrer sanções. Conexões internacionais continuam sendo resolvidas com
acordos comerciais, mas as nações que optarem por não seguir as ITRs podem se
ver em um limbo, sem definições e padrões de elementos fundamentais das
telecomunicações.
Ainda falta o posicionamento de importantes peças do jogo, como a União
Europeia, que poderá se manifestar apenas por escrito, nas considerações finais
(o Parlamento Europeu já se posicionou contra a interferência da UIT na
regulamentação da Internet).
Historicamente, o Brasil sempre assinou os tratados. TELETIME adiantou em
outubro que o Ministério das Comunicações estava comprometido em submeter os
novos ITRs ao Congresso, mas tudo pode ter mudado. A delegação brasileira,
embora tenha sido nada menos do que a quarta maior comitiva, atrás apenas dos
Emirados Árabes e dos Estados Unidos e da Nigéria, nesta ordem, teve
participação discreta nos plenários nos pontos mais polêmicos, apesar de ter
encabeçado o grupo de trabalho sobre o artigo dedicado à segurança – outro ponto
cheio de desacordos e controvérsias.
Troca de farpas
O problema foi centrado na Internet e no papel da UIT. Apesar de negar
veementemente e sucessivas vezes no período pré-conferência, a entidade acabou
mostrando uma inclinação para assumir papel central nas recomendações a serem
seguidas, de acordo com os ITRs.
O secretário geral da UIT, Hamadoun Touré, divulgou nesta quinta um comunicado
no qual reitera que a conferência não trata de controle da Internet. Mas logo
revela que o tratado sobre a web é "uma resolução não-vinculativa que visa
promover o desenvolvimento e crescimento da Internet". Touré ainda deixa claro:
"É uma tarefa que é central para o mandato da UIT para conectar o mundo".
O representante da entidade ainda tentou alienar a polêmica a respeito da
inclusão da web no tratado ao afirmar que "a palavra Internet foi repetida
durante toda a conferência" e que ele acredita que isso significa simplesmente
que a "realidade atual" é que "as telecomunicações e a Internet estão conectadas
inextricavelmente".
A questão é que os ITRs ditam recomendações, mas a soberania de cada País
prevalece sobre elas. Assim, a decisão dos Estados Unidos pode ser considerada
como um posicionamento político. Tanto que foi emitido um comunicado diretamente
da Casa Branca, atribuído a especialistas em cibersegurança, telecomunicações e
conselheiros da administração Barack Obama. "Não devemos confundir
infraestrutura de telecomunicações com as informações que nelas trafegam. O
consenso global por uma Internet livre e aberta é avassalador", diz o texto.
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Leia na Fonte: Minicom
[14/12/12]
Declaração brasileira na Conferência Mundial das Telecomunicações de Dubai
O Brasil se preparou intensamente para esta Conferência. Realizamos mais de 30
reuniões abertas à sociedade, a minuta dos ITRs (International Telecomunication
Regulations) foi colocada em consulta pública, e o processo de construção das
propostas brasileiras contou com avaliação de diversas instâncias da sociedade.
O resultado desse processo foi uma ampla adesão de representantes dos mais
diferentes setores da sociedade.
A delegação do Brasil aqui presente é expressão de nossa democracia e dos
valores que compartilhamos. A governança da internet no Brasil não é diferente.
Ela é implementada com base no modelo multissetorial, integrando as visões do
governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade científica e
tecnológica. Defendemos em todos os foros internacionais que o modelo atual de
governança da internet deve ser aperfeiçoado para que seja verdadeiramente
construído sobre as bases do multilateralismo, do multissetorialismo, da
democracia e da transparência.
Nesse sentido, deriva dos entendimentos desta delegação multissetorial nosso
firme compromisso com a UIT (União Internacional de Telecomunicações) e com os
resultados desta Conferência. Estamos convictos de que os princípios básicos de
nossas instituições não estão de forma alguma ameaçados por este tratado. Pelo
contrário, estão mais fortes do que antes. Considerando o volume e a diversidade
das propostas apresentadas, o Brasil se pautou pela busca de um caminho que
contemplasse as preocupações de todos e permitisse soluções consensuais.
Desta forma, a fim de atender as expectativas de alguns Estados Membros, estão
ausentes do Tratado referências à governança da internet e ao conteúdo. A
resolução que aprovamos não faz parte do tratado e, ainda que o fizesse, não
conflita com o mandato que a esta organização foi dada pela Cúpula Mundial da
Sociedade da Informação. O mesmo princípio se aplica aos Artigos 5A (segurança e
robustez das redes) e 5B (bulk communications). Os trabalhos desta conferência
foram pautados exclusivamente pelo respeito ao mandato da UIT e o escopo
definido para os ITRs, qual seja, desenvolver as infraestruturas de
telecomunicações.
Não nos afastamos de nossos compromissos inalienáveis com os direitos humanos e
com o direito de acesso aos serviços de telecomunicações internacionais. Como
princípios básicos e desejo de todos, direitos humanos e direito ao acesso estão
no Preâmbulo do Tratado. As decisões relacionadas a roaming são importantes para
os usuários finais. Uma resposta global que endereçasse esse tema era um
sentimento comum. No aspecto dos pontos regionais de troca de tráfego, também
aprovado nesta Conferência, entendemos que haverá menor centralização, o que
assegurará ganhos de qualidade, ampliação de cobertura e redução de preços.
Os avanços obtidos na infraestrutura de telecomunicações por meio deste Tratado
se traduzirão em claros benefícios para os usuários. Isso é inclusão digital.
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Leia na Fonte: Teletime
[13/12/12]
Para ministro, reunião de Dubai foi positiva para propostas brasileiras -
por Samuel Possebon, de Recife*
O ministro da Comunicações Paulo Bernardo declarou nesta quinta, 13, em Recife,
durante o lançamento comercial do serviço 4G na cidade, que ficou satisfeito com
o resultado da reunião de Dubai e com a receptividade das propostas brasileiras.
"Acho que conseguimos conquistas importantes na área de roaming internacional e
na negociação para os pontos de troca de tráfego de Internet", disse ele a este
noticiário. Para Bernardo, a conquista dos pontos de troca de tráfego (PTTs) foi
fundamental porque é um gasto importante do Brasil com infraestrutura de
telecomunicações internacionais. "Hoje gastamos US$ 500 milhões ao ano com essa
infraestrutura porque 80% do tráfego de Internet tem que ir para Miami. A ideia
é ter um PTT internacional no Brasil para evitar esse tráfego". Segundo ele,
começam agora as conversas com as operadoras interessadas e com a Telebras para
viabilizar a construção do PTT.
No caso do roaming, o ministro diz que a redação aceita foi negociada com o
Brasil e que atende às preocupações do País. "Originalmente, os EUA estavam
preocupados em a possibilidade de se falar em preços, mas não é isso que
queremos. O que o Brasil pediu foi transparência nos planos, regras para evitar
roaming indevido nas fronteiras e qualidade de serviço, e isso conseguimos",
disse o ministro.
Em relação às políticas de Internet, Bernardo comemorou o fato de ter sido
aceita a proposta apoiada pelo Brasil de que países em desenvolvimento
participem mais ativamente dos organismos de governança internacional da rede.
*O jornalista viajou a convite da Claro.