WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA
Fevereiro 2012
06/02/12
• Relatório Anual da Ouvidoria da Anatel
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Transcrevo duas matérias recentes - e outra, de
2010 (para comparação) - sobre o Relatório Anual da Ouvidoria da Anatel.
Logo após, estão os comentários de Mariana Mazza, jornalista da Band,
sobre o Relatório divulgado em de 2012.
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[30/01/12]
Ouvidor aponta falhas da Anatel no tratamento às reclamações dos usuários -
por Lúcia Berbert
Leia na Fonte: Teletime
[30/01/12]
Ouvidoria sugere superintendência específica para tratar do consumidor - por
Helton Posseti
Leia na Fonte: Convergência Digital
[26/03/10]
Anatel é alvo de severas críticas. Ouvidoria quer fim da 'caixa-preta' - por
Luís Osvaldo Grossmann
Leia na Fonte: Portal da
Band - Colunas
[30/01/12]
No caminho certo - por Mariana Mazza
(...) As críticas da Ouvidoria são velhas conhecidas da Anatel, mas nunca
antes houve um ambiente tão favorável para que as sugestões desse departamento
sejam, enfim, implantadas. Cumprindo seu papel, a Ouvidoria parece estar atenta
ao que realmente é sensível para a sociedade. Tomara que não seja só ela.(...)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[30/01/12]
Ouvidor aponta falhas da Anatel no tratamento às reclamações dos usuários -
por Lúcia Berbert
Relatório recomenda mapeamento das infrações por operadoras para aplicar sanções
que desestimulem a prática de irregularidades
Além dos elogios, o Relatório da Ouvidoria da Anatel de 2012, aponta a
renitência dos elevados índices de reclamações dos usuários, que mantém o setor
dentre os mais reclamados pela da sociedade. “Boa parte dos prestadores de
serviços insiste em não alterar os seus procedimentos corretivos, não obstante a
pública e notória insatisfação dos usuários com os serviços recebidos”, destaca
o documento. E critica a atitude da agência que, embora tenha ampliado o serviço
de recebimento de queixas dos usuários, encerra os processos a partir de
informações de atendimento parcial dos procedimentos pelas operadoras.
O relatório cita o caso das reclamações por cobrança indevida que, apesar de os
regulamentos determinarem a devolução dos valores em dobro, os processos sempre
são encerrados após as prestadoras informarem a devolução do valor principal da
queixa. “Sempre dizemos que num segmento com tal porte econômico, contando com
os fluxos diários de mais de duzentos milhões de usuários, os imperceptíveis
centavos não reclamados do lado dos consumidores se transformam em milhões de
reais do outro lado”, destaca o ouvidor.
Para sanar essa deficiência, o ouvidor recomenda que, tratando-se de reclamação
sobre cobrança indevida, dentre outras informações, o roteiro da Central de
Atendimento da Anatel alerte sempre o usuário quanto ao seu direito de
recebimento em dobro. Recomenda ainda que, num segundo momento, quando da
finalização da reclamação seja obrigação da agência confirmar se o direito do
ressarcimento em dobro, assegurado nos regulamentos, foi devidamente observado
pela prestadora, propondo-se o sancionamento automático a partir da constatação
da infração.
Outra sugestão da Ouvidoria para dar maior eficiência ao tratamento das
reclamações é a adoção do mapeamento das infrações das prestadoras,
automatizando o seu sancionamento mensal. “Cabe ressaltar que o impacto da
sanção deve ser tal que desmotive verdadeiramente a prática das irregularidades
pela prestadora”, recomenda.
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Leia na Fonte: Teletime
[30/01/12]
Ouvidoria sugere superintendência específica para tratar do consumidor - por
Helton Posseti
Na esteira do processo de reestruturação da Anatel, a Ouvidoria da agência
sugere a criação de uma superintendência dedicada exclusivamente à defesa dos
direitos dos usuários. De acordo com o relatório 2012 da Ouvidoria, divulgado na
semana passada, tal superintendência teria como principal atribuição monitorar e
divulgar a qualidade dos serviços, buscar excelência no atendimento e melhor
desempenho de atuação da Anatel, concentrando o recebimento e tratamento das
demandas.
O relatório, assinado pelo ouvidor Nilberto Miranda, reconhece como positivas
diversas ações tomadas pela Anatel em prol do consumidor, como o Plano de Ação
Pró-usuários, o Fórum Alô Brasil, a criação do Índice de Desempenho de
Atendimento (IDA) e a reativação do Comitê de Defesa dos Usuários dos Serviços
de Telecomunicações (CDUST). Entretanto, todas essas iniciativas precisam de uma
"coordenação executiva unificada e por uma estrutra funcional condizente e
adequada", sob pena de "superposições de ações, perda de tempo, redução da
eficiência e dispersões".
Pados
O ouvidor da Anatel também contabilizou todos os processos que prescreveram
entre janeiro de 2008 e março de 2011. Ao todo, prescreveram 598 "Procedimentos
de Apuração de Descumprimento de Obrigações" (PADOs), o que custou aos cofres da
agência a não arrecadação de mais de R$ 33 milhões em multas. Nilberto Miranda
destaca que o grande número de Pados prescritos já havia sido destacado no
relatório da Ouvidoria de 2009, mas nada foi feito para sanar o problema.
Segundo Miranda, um mesmo Pado retorna até cinco vezes à área técnica para a
emissão de informes que geralmente são bastante similares. "Seja pela falta de
movimentação dos processos, seja pela ausência de decisão, as prescrições
processuais intercorrentes e quinquenais são decorrentes de inércia interna que
necessita ser identificada e combatida", diz o ouvidor.
Estrutura
Na visão de Miranda, um dos maiores empecilhos para a eficiência da agência é a
sua estrutura administrativa concebida para trabalhar organizada por serviços ao
invés de trabalhar por processos. Para ele, uma estrutura que trabalha por
processos, de forma horizontalizada e impessoal é o que, de fato, interessa à
sociedade.
"O foco da ação regulatória na sociedade, o resgate da confiança do cidadão no
setor, a revisão regimental interna que dê celeridade aos processos, a
reestruturação administrativa que horizontalize os atendimentos, a extinção das
prescrições processuais que tanto expõem a Agência, tudo isto aliado a um
programa motivacional que envolva o quadro de servidores e a consolidação dos
pleitos da sociedade num único órgão operacional complementam os grandes
desafios a serem enfrentados", resume Miranda.
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Leia na Fonte: Convergência Digital
[26/03/10]
Anatel é alvo de severas críticas. Ouvidoria quer fim da 'caixa-preta' - por
Luís Osvaldo Grossmann
Falta de transparência, decisões que beneficiam as empresas e não os
consumidores, ineficiência no atendimento às reclamações e distorções no setor
constituem os principais pontos do relatório anual da Ouvidoria da Anatel,
antecipados nesta sexta-feira, 26/3, ao Conselho Consultivo da agência.
"Abaixo a caixa-preta", disparou o ouvidor Nilberto Miranda logo na abertura de
sua exposição, referindo-se à falta de transparência. A apresentação foi
recheada de críticas à atuação do órgão regulador, especialmente no que se
refere a um trabalho que parece ser muito mais voltado ao benefício das empresas
que dos clientes.
"O que mais nos chama a atenção nesses nove anos [desde que a Ouvidoria foi
criada], é que não obstante os diversos momentos políticos, as variações da
composição do Conselho Diretor e os diferentes perfis dos titulares da
Ouvidoria, os relatórios se assemelham e apontam sempre para um desequilíbrio no
relacionamento da agência, sempre mais próximo do setor regulado e menos próximo
da sociedade", disse Miranda.
Após uma breve passagem pelo que entende como pontos positivos – como a
incorporação do Código de Defesa do Consumidor nos regulamentos ou a tarifação
por minutos, no lugar da cobrança por pulsos e o advento da portabilidade – o
ouvidor voltou à carga das falhas observadas.
Miranda destacou que a agência simplesmente repassa as reclamações dos usuários
às empresas, sem controle do processo e lamentou a demora na conclusão dos
Procedimentos de Apuração de Descumprimento de Obrigações (PADOs) pelo grande
número de casos inconclusos e com iminentes prescrições, além das sanções terem
valores que não estimulam o correto cumprimento das determinações da agência.
Nesse território, o ouvidor reclamou do episódio do Informe das Multas, quando a
própria agência municiou as operadoras com questionamentos sobre a razoabilidade
das multas aplicadas, num documento que foi incluído em 180 PADOs. "O próprio
órgão sancionador passou a oferecer argumentos para que o sancionado questione o
sancionador", afirmou.
Criticou, ainda, o mau uso dos planos alternativos de telefonia, os quais acabam
sendo mais onerosos aos consumidores que os básicos. Também disparou contra as
cláusulas de fidelidade e suas multas como instrumento de pressão aos
clientes.Reclamou ainda o peso do faturamento com a assinatura básica, que
representa 61% das receitas com serviços locais e 25% da Receita Operacional
Bruta das concessionárias.
O relatório da Ouvidoria dedica-se, também, a questionar a atuação da Anatel na
autorização da compra da Brasil Telecom pela Oi, especialmente por ter dado
margem para que a incorporação tenha causado demissões pelo menos 6 mil
empregados.
Nesse ponto, o representante das empresas no Conselho Consultivo, Luiz Francisco
Perrone – que também é diretor da Oi – sustentou que as contrapartidas exigidas
pela Anatel foram cumpridas. O que levou à ponderação de outros conselheiros de
que o problema existe justamente no grau de contrapartidas determinadas pela
Anatel.
Miranda lembrou que a agência ainda precisa se debruçar sobre questões muito
importantes relacionadas ao setor de telecomunicações, como a desagregação de
redes, e a modelagem de custos.
E, finalmente, sintetizou as críticas à atuação do órgão regulador na forma como
o trabalho se reflete entre os clientes. Ele insistiu que os segmentos regulados
pela Anatel representam, juntos, cerca de 62% das reclamações relacionados ao
Serviço de Atendimento ao Consumidor, conforme relatório do Departamento de
Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça.
“É enorme o volume de reclamações. É sistemático o posicionamento dos vários
órgãos de defesa do consumidor, públicos e privados, e da imprensa com críticas
contundentes ao setor, todos expressando insatisfação da sociedade. Essa é uma
realidade incontestável”, conclui o ouvidor da Anatel.
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Leia na Fonte: Portal da
Band - Colunas
[30/01/12]
No caminho certo - por Mariana Mazza
A Ouvidoria da Anatel divulgou hoje seu relatório anual. Muita gente não deve
sequer saber que a agência tem uma ouvidoria. Mas tem. E mesmo tendo pouco poder
dentro da autarquia, este setor tem sido um raro caso de revolta interna às
estratégias traçadas pela Anatel com foco nas empresas de telecomunicações.
O documento assinado pelo ouvidor Nilberto Miranda joga luz à necessidade de a
agência estreitar verdadeiramente os laços com os consumidores do setor. Há
várias dívidas históricas, mas, ao invés de se focar no passado, Miranda projeta
as necessidades atuais e futuras de a Anatel atender aos anseios da sociedade.
O ouvidor levanta alguns pontos interessantes. Um deles é a retomada do discurso
em favor da criação de uma área específica dentro da Anatel (uma
superintendência) apenas para tratar do Direito do Consumidor nas
telecomunicações. Motivos não faltam para um tratamento mais racional das
demandas que partem da sociedade.
Primeiro porque este é um passo natural na política de transparência adotada
pela nova gestão da Anatel, inaugurada com a posse de João Rezende na
presidência da autarquia. Abrir as reuniões ao público e dar acesso pleno aos
processos que circulam na agência são medida importantes e festejadas pela
Ouvidoria. Mas ainda não são suficientes para reduzir o abismo entre o
tratamento dado às companhias telefônicas e o retorno esperado à sociedade.
O ouvidor dá alguns exemplos dos problemas básicos que a Anatel ainda enfrenta
em sua atuação como reguladora e fiscalizadora de serviços. Uma revelação
chocante é que a agência costuma dar como "resolvida" reclamações envolvendo
cobrança indevida nas contas telefônicas mesmo quando a companhia não devolve o
valor em dobro como manda a lei e os regulamentos da própria autarquia.
Mais um aspecto preocupante da burocracia anatelina é a quantidade de processos
que ainda prescrevem dentro do órgão. Nos últimos dois anos, nada menos do que
2.673 processos contra as teles prescreveram. Caso esses processos tivessem sido
concluídos dentro do prazo, as empresas poderiam ter sido multadas em mais de R$
33 milhões. Para se ter uma ideia de como isso é sério, para que haja uma
prescrição na Anatel, o processo deve ter ficado sem decisão por cinco anos
(qüinqüenal) ou sem qualquer movimentação dentro da agência por três anos
(intercorrente).
Sob o lema "País sem desigualdade é país conectado", o relatório da ouvidoria dá
especial atenção à necessidade de que a agência avance nas estratégias para
difundir a banda larga no Brasil. Sem medo de usar o termo "universalização" da
Internet, o ouvidor aponta a necessidade de a Telebrás voltar a ser o centro do
Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), hoje dominado por acordos fechados com as
concessionárias privadas de telefonia fixa.
As ações de estreitamento do contato com a sociedade, como o Fórum Alô Brasil -
onde a agência promove debates com a população e órgãos de defesa do consumidor
-, foram comemoradas pela Ouvidoria. Mas com uma ressalva: é preciso que a
Anatel realmente dê um retorno às demandas coletadas nesses eventos para que o
projeto não seja "esvaziado". Miranda também destaca a importância de a Anatel
prestar atenção à mobilização social, cada vez mais intensa com o avanço
tecnológico.
Por falar em manifestações da sociedade, a divulgação do relatório da Ouvidoria
nesta segunda-feira é muito oportuna. Hoje acontece um tuitaço contra o pedido
da Oi para anular as regras de qualidade na Banda Larga, que entram em vigor
neste ano. O tópico #OiContraQualidade chegou a ficar em primeiro lugar entre os
mais comentados do Twitter. Obviamente, com todos criticando a iniciativa da Oi.
A criação dos parâmetros de qualidade está listada no relatório da Ouvidoria
como um dos avanços recentes da Anatel no atendimento das necessidades da
sociedade. Infelizmente, a reabertura do debate provocada pelo pedido de
anulação da Oi não foi comentada no documento.
Ainda assim um novo tempo parece surgir no setor de telecomunicações. As
críticas da Ouvidoria são velhas conhecidas da Anatel, mas nunca antes houve um
ambiente tão favorável para que as sugestões desse departamento sejam, enfim,
implantadas. Cumprindo seu papel, a Ouvidoria parece estar atenta ao que
realmente é sensível para a sociedade. Tomara que não seja só ela.