WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA
Fevereiro 2012
07/02/12
• "Espectro": "O controle absoluto do ar" - por Mariana Mazza
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Em eras hiper-jurássicas, meu primeiro contato com a eletrônica foi através do
curso por correspondência do Instituto Radiotécnico Monitor. Eram os chamados
"bons tempos" e as poucas "ondas radioelétricas" saracoteavam alegremente por aí
pelo "éter", que hoje Mariana Mazza simplifica para "ar". :-)
Em coluna recente, Mariana trata do tema
"espectro de radiofrequência", (lembro que a palavra "espectro" é sinônimo de
fantasma!), que assombra as telecomunicações: :-)
Leia na Fonte: Portal da Band - Colunas
[31/01/12]
O controle absoluto do ar - por Mariana Mazza (transcrição mais
abaixo)
02.
"Espectro" é um tema recorrente em nossos fóruns e permito-me listar os "posts"
dos últimos anos que trataram do assunto.
Lá no final desta página, coleciono os 50 primeiros resultados de uma pesquisa
de matérias feita no e-Thesis, com
base no termo "espectro".
Coleção de "posts":
05/05/11
• O
espectro de 700 MHz (1) - Coleção de matérias para ambientação
05/03/11
• Frequência
e backhaul, dois desafios da LTE - por Miriam Aquino [Entrevista com Ken Wirth,
presidente de Redes 4G/LTE da Alcatel-Lucent]
09/12/10
•
"Dezembro com 4G" (5) - e-Thesis: "Brasil precisa harmonizar espectro" +
"Espectro no Brasil: como atender os novos serviços? – Parte I e II"
17/03/10
•
"Março com
4G" (23) - "Espectro" (2)
16/03/10
•
"Março com
4G" (22) - "Espectro" (1)
18/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (3) - Anatel prorroga licenças MMDS + Decisão sobre
"2.5 GHz" desagrada mercado + Associação GSM acusa Anatel
16/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (2) - Comentários de Rubens Kuhl
14/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (1)
14/10/09
•
Telebrás
e Eletronet: de novo... (81) - Plano de Banda Larga + "Espectro de 2,5 GHz" +
Helio Costa "enquadrado" pelo Presidente
30/05/09
• Espectro
de frequências (1) : Ambientação
10/05/09
•
"Espectro de
2,5 GHz" - Mais uma "aula" - TelecomOnline: "2,5 GHz: os caminhos mais
adequados" por Newton Scartezini"
06/05/09
•
"Espectro de
2,5 GHz": "Espectro para mobilidade: quem dá mais? por Jana de Paula" + Notícia:
"Empresas de MMDS temem ser prejudicadas"
23/03/09
•
WiMAX de
Março (14) - 2009 - "OLPC com WiMAX + "Criticas na Câmara" + WiMAX e LTE +
"Necessidade de espectro"
17/03/09
•
WiMAX de
Março (06) - 2009 - "A semana na Anatel" + "WiMAX da Clearwire" + "LTE e WiMAX:
cobertura ou banda?" + "Escassez de espectro"
18/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (3) - Anatel prorroga licenças MMDS + Decisão sobre
"2.5 GHz" desagrada mercado + Associação GSM acusa Anatel
16/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (2) - Comentários de Rubens Kuhl
14/02/09
•
Espectro: MMDS + "2.5 GHz" (1)
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Portal da
Band - Colunas
[31/01/12]
O controle absoluto do ar - por Mariana Mazza
Uma
das áreas mais obscuras do setor de telecomunicações é a gestão do espectro de
radiofrequência. Não é à toa. Pouca gente entende como a distribuição dessas
fatias de ar funciona e a importância dessas vias para a comunicação moderna.
Basicamente, só quem é engenheiro acaba ficando confortável com o emaranhado de
bandas, faixas, subfaixas, destinações e atribuições que compõem essa fatia tão
importante (senão a mais importante) do ramo das telecomunicações.
Talvez seja por isso que tantas coisas estranhas acontecem nesse nicho
regulatório. Coisas que rompem a lógica e contradizem políticas antes anunciadas
como a "salvação da lavoura" por empresas e autoridades públicas. Nesta
terça-feira, a Anatel fez uma audiência pública sobre o edital para o leilão do
4G, quarta geração da telefonia móvel. Na língua do setor, o documento se chama
"Edital de licitação de 2,5 GHz e 450 MHz". Com esse título, não é surpresa
alguma apenas empresas terem participado do evento.
Algumas coisas estranhas aconteceram na audiência. Antes de tudo, vale frisar
que, enfim, alguém explicou um pouco melhor a proposta de leilão da Anatel. O
primeiro anúncio, feito pelo conselheiro Rodrigo Zerbone há duas semanas, gerou
mais dúvidas do que esclarecimentos. Hoje, o superintendente de Serviços
Privados, Bruno Ramos, foi um pouco mais feliz na missão hercúlea de traduzir o
documento.
Mas vamos às esquisitices. O ponto alto do evento foi a participação do
SindiTelebrasil, sindicato patronal que representa as teles móveis e fixas que
atuam no Brasil. Para surpresa geral da Nação, o SindiTelebrasil parece não ter
gostado nada do edital - desenhado exatamente para atrair o interesse das teles,
segundo Zerbone e Ramos.
O diretor do sindicato, Sérgio Kern, listou três itens mais inconvenientes na
proposta da Anatel. O primeiro é a vinculação da venda da faixa de 2,5 GHz -
radiofrequência de alta capacidade, antes usada por empresas de TV por
assinatura - à negociação da faixa de 450 MHz - faixa de alta abrangência, que
era usada para serviços limitados, especialmente para a comunicação da Polícia
Federal. A segunda reclamação é com relação às metas de abrangência,
compromissos de expansão da oferta de 4G em todo o país. Por fim, Kern reclamou
que a Anatel ainda não destinou para as móveis a faixa de 700 MHz, chamada de
"dividendo digital" pelas teles. Essa faixa está em uso por empresas de
radiodifusão e, em princípio, só pode ser renegociada a partir de 2016.
Que as teles sempre estão interessadas nas faixas que elas ainda não têm, não é
novidade nenhuma. As operadoras de telefonia móvel são as únicas que jamais
devolveram espectro sem uso. Se sentem donas do ar e, com esse pensamento, acham
que todas as frequências têm que ser, obrigatoriamente, destinadas para elas.
Vale até exigir que a polícia saia do caminho, em um movimento que custará aos
cofres públicos pelo menos US$ 40 milhões.
Na época em que a Anatel "limpou" a faixa de 450 MHz, fechando o acordo de
realocação dos terminais da PF, essa faixa era considerada essencial para levar
banda larga ao interior do país. Essa fatia do espectro é mesmo muito nobre, por
atingir longas distâncias de cobertura, com custos reduzidos. A Telebrás se
interessou pela faixa e chegou a solicitar o uso público prioritário ao
Ministério das Comunicações. Ouviu um solene "não". A solicitação custou a
cabeça do presidente da estatal, Rogério Santanna, acusado de tumultuar o setor
com seus pedidos de verba e insumos para colocar o Plano Nacional de Banda Larga
(PNBL) de pé. Se era para entregar a faixa de graça a alguém, que fosse para as
teles. O comando do setor passou meses analisando a possibilidade de ceder, sem
custo, a faixa para a Oi.
O governo acabou mudando de ideia e colocando a faixa à venda por um preço
mínimo no leilão que acontecerá neste ano. Mas vejam que interessante: agora as
teles não querem mais a faixa. Dizem que o futuro da banda larga rural só pode
ser resolvido com a negociação dos 700 MHz e que os custos de utilização dos 450
MHz são proibitivos. Se o 450 MHz é uma faixa tão ruim, porque não deixaram a
Telebrás ficar com ela?
Mais um aspecto interessante, para dizer o mínimo, é o ódio súbito pelos
compromissos de abrangência fixados pela Anatel. Nos últimos anos, um lobby
fortíssimo atingiu o setor de telecomunicações para convencer que o futuro da
telefonia móvel era a tecnologia Long Term Evolution (LTE). E, por isso, valia à
pena desalojar o tímido serviço de TV por assinatura via MMDS, que utilizava a
faixa onde o LTE iria florescer, o 2,5 GHz. O lobby funcionou. A faixa está
sendo limpa com uma estratégia de indenização frágil e que pode deixar muitos
empresários a ver navios. Caminho aberto para termos o que há de mais moderno em
telefonia móvel em todo o Brasil, correto? Não.
As teles querem que a Anatel exija a instalação de 4G apenas nas sedes e
subsedes da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Ou seja, o 4G será,
literalmente, "para inglês ver". O resto do país continuará no 3G, com sorte, se
os argumentos das teles forem aceitos.
No tabuleiro técnico das destinações de radiofrequência, no fim, o que prevalece
é a política. Inevitável a impressão de que as faixas de radiofrequência estão
caindo nas mãos das operadoras móveis apenas para tirar concorrentes do mercado
e não para fazer o setor avançar, como propagam as autoridades. O resultado do
leilão do 4G continua um mistério por conta das confusas regras criadas pela
Anatel. Mas hoje, as teles mostraram que nada é tão ruim que não possa piorar.
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Pesquisa e-Thesis com o termo "espectro"
6.
Ainda este ano, haverá 6 bilhões de conexões móveis no mundo
(Tecnologia/White-paper)
26.
Carrier-Ethernet da Ciena visa evolução à 4G
(Tecnologia/O que se fala...)
44.
Até 2015, haverá mais de 1 mlhão de assinantes de MVNO na
A.Latina
(Tecnologia/Opinião Abalizada (OPAB))
45.
GSMA defende 700MHz para banda larga móvel na região
Ásia-Pacífico
(Tecnologia/White-paper)