WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA
Fevereiro 2012
07/02/12
• Matérias recentes sobre a "briga" da OI contra os Regulamentos de Gestão da Qualidade
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
Continuo o acompanhamento do tema e reproduzo, a título de resumo, uma matéria
do "post" que originou esta Série:
"A Oi apresentou à Anatel um pedido formal de
anulação dos dispositivos referentes às metas de qualidade da banda larga, tanto
móvel quanto fixa, que a Anatel aprovou em outubro do ano passado.
No Regulamento de Gestão da Qualidade do SCM (RGQ-SCM), a companhia pede a
anulação de todos os indicadores de rede, entre os quais os que estabelecem
patamares mínimos de velocidade média e instantânea. Pede a anulação da
obrigação de atender aos pedidos de instalação do serviço em até 10 dias úteis e
dos indicadores de reação do usuário que estabelecem, por exemplo, a relação
aceitável entre o número de reclamações recebidas pela prestadora e o número
total de assinantes.
No Regulamento de Gestão da Qualidade do SMP (RGQ-SMP), a empresa pede a
anulação dos artigos que tratam da disponibilização de mapa de cobertura da rede
em todas as suas tecnologias, pede anulação da exigência de completamento de
chamada e a anulação da exigência de entrega das mensagens de texto em até 60
segundos em 95% dos casos. No RGQ-SMP a operadora também pede a anulação das
metas de velocidade média e instantânea da banda larga e das exigências mínimas
de queda de conexão.
A Anatel, por entender que o pedido da operadora envolve o interesse de
“terceiros indeterminados”, decidiu publicar uma notificação para que a
sociedade se manifeste em um prazo de 15 dias sobre o pedido. A manifestação da
sociedade poderá ser entregue nos protocolos das unidades da Anatel localizadas
nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.
A Oi talvez tenha sido a companhia que mais fez oposição aos dois regulamentos.
O motivo principal da insatisfação eram as metas de velocidade instantânea e
média que a Anatel passou a exigir tanto no SCM quanto no SMP." [Teletime]
02.
Matérias transcritas mais abaixo:
Leia na Fonte: Teletime
[02/02/11]
Oi convoca advogados e consultores a corroborarem com pedido de anulação -
por Helton Posseti
Leia na Fonte: Portal da Band - Colunas
[06/02/12]
A tropa de elite da Oi - por Mariana Mazza
Leia na Fonte: Teletime
[06/02/11]
Anatel esclarece que pedido da Oi não interrompe contagem de prazo para metas
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[06/02/12]
Ministério da Justiça pede à Anatel que mantenha metas de qualidade da banda
larga
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Teletime
[02/02/11]
Oi convoca advogados e consultores a corroborarem com pedido de anulação -
por Helton Posseti
A
consulta pública sobre o pedido de anulação das metas de qualidade do SCM e do
SMP feito pela Oi trouxe, além de diversas manifestações de consumidores
contrárias ao pedido, também algumas que corroboram o pleito da empresa. São
manifestações de escritórios de advocacia e consultorias ligados ao setor de
telecom e que em outras ocasiões já prestaram serviço para empresa. Em alguns
casos, esses órgãos disseram explicitamente que foram instados pela Oi a
analisar seu o pedido e formalizarem suas contribuições à Anatel.
Um dos principais argumentos da concessionária foi a ausência de motivação para
a edição dos regulamentos. Esse ponto de vista, assim como a da mínima
intervenção regulatória, foi defendido por diversos advogadoscomo um ponto
favorável à anulação dos regulamentos. O jurista Carlos Ari Sundfeld, por
exemplo, considera que “o dever de motivar pressupõe revelar o porquê destes e
não de outros caminhos, que, igualmente, também propiciariam a proteção dos
consumidores e demais objetivos gerais que o regulamento pretendeu alcançar.
Falta — e este é o ponto — a demonstração de que as medidas eleitas são as
melhores para atingir os fins propostos”.
Argumentos de ordem econômica e regulatória foram expostos pelas consultorias
LCA Consultoria e pela PriceWaterhouseCoopers. Esta última mencionou o benchmark
internacional realizado por ocasião da consulta pública de discussão das
propostas de regulamento, que mostrou que o método proposto pela Anatel era
divergente do que estava sendo adotado no resto do mundo.
Consumidores
Contra o pedido da Oi, manifestaram-se diversos consumidores, além de
associações de classe e de órgãos de defesa do consumidor como a ProTeste, Idec
e Procon.
A ProTeste, por exemplo, coloca que “todo o trabalho de análise dos fundamentos
invocados pela Oi já foi feito na oportunidade das consultas públicas e, com
fundamento no princípio da eficiência, é correto concluir que a análise das
mesmas questões já apresentadas no ano passado não levará a resultados
diferentes”.
Já o Idec argumenta que, ao contrário do que diz a Oi, a Anatel apresentou sim
estudos que balizaram a sua tomada de decisão. “Nos dois regulamentos houve o
esforço da agência em demonstrar os elementos de fato e de direito que
justificam a adoção de metas de qualidade. Quanto aos parâmetros técnicos das
metas, a análise da Anatel apresenta estudos internacionais, além de contar com
a experiência da pesquisa realizada em parceria com o CGI.br (Comitê Gestor da
Internet no Brasil) e Inmetro”, diz a associação.
Tchau para a Oi
Alguns consumidores aproveitaram a oportunidade para reclamar dos serviços
prestados pela operadora na suas regiões. Marlene Oliveira de Carazinho (RS) diz
que por não haver concorrência na sua cidade fica “à mercê de desmandos”.
“Enquanto era a Brasil Telecom estávamos caindo num precipício de abusos, agora
com a Oi acabamos de chegar no inferno. Se tivesse outra opção, daria um ‘Tchau’
para a ‘Oi’, diz ela.
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Leia na Fonte: Portal da Band - Colunas
[06/02/12]
A tropa de elite da Oi - por Mariana Mazza
Na
semana passada terminou o prazo para o envio de contribuições à consulta pública
sobre o pedido de anulação dos parâmetros de qualidade na banda larga
apresentado pela Oi. Para quem não está acompanhando esta novela, a operadora
quer acabar com as regras de qualidade mínima na oferta de Internet no Brasil,
recém-aprovadas pela Anatel. Caso o pedido seja aceito pela agência, os
parâmetros sequer entrarão em vigor. Não bastasse a controvérsia em torno do
pedido em si, a Anatel colocou mais lenha na fogueira, abrindo um novo debate
público na sociedade para ver se aceita ou não a solicitação da empresa.
Muita gente deu sua opinião na consulta. Foram 156 contribuições, a grande
maioria de cidadãos indignados com a possibilidade de ver soterrada a iniciativa
para garantir uma oferta com mais qualidade da Internet no Brasil. Para além das
manifestações da sociedade - que incluiu também um tuitaço que colocou a
campanha #OiContraQualidade entre os assuntos mais comentados na web na semana
passada -, há outros aspectos na consulta conduzida pela Anatel que chamam a
atenção.
Um deles é o fato de nenhuma outra operadora de telefonia fixa, móvel ou banda
larga ter se solidarizado publicamente com o pedido de anulação da Oi. Não há um
comentário sequer das rivais sobre a incapacidade de implantar as regras
definidas pela agência reguladora, como argumentado pela TNL PCS (nome formal da
Oi móvel). No campo técnico, o apoio aos argumentos pró-anulação ficou por conta
do SindiTelebrasil, sindicato patronal que representa todas as teles. O leitor
pode pensar que, se o sindicato concorda com a Oi, todas as operadoras
concordam, mas, na prática, não é bem assim. É claro que uma posição
institucional do SindiTelebrasil acaba servindo como voz de todas as companhias.
Mas o passado demonstra que, quando elas estão realmente de acordo, nenhuma
companhia se furta em reforçar seu posicionamento usando seu próprio nome nas
consultas.
Se no campo técnico faltou apoio ao pedido da Oi, no campo jurídico a história é
outra. Grandes escritórios de advocacia e consultorias deram contribuições
rechaçando a iniciativa da Anatel de melhorar a qualidade da banda larga.
Advogados renomados no setor, como Carlos Ari Sundfeld, Floriano de Azevedo
Marques Neto e Pedro Dutra, também deram suas opiniões pessoais em favor da Oi.
Em comum, a alegação de que a Anatel deve intervir minimamente nos negócios das
companhias telefônicas e que há vícios insanáveis nos regulamentos de qualidade
elaborados pela autarquia. Houve até quem dissesse que os parâmetros são
"ilegais".
Mas existe um detalhe interessante na participação massiva de advogados na
consulta da Anatel. Esses especialistas não acordaram em uma bela manhã e
decidiram dar sua opinião sobre a polêmica da qualidade da banda larga. Eles
foram recrutados pela Oi.
Em pelo menos dois casos há uma confissão clara de que a companhia os convidou a
dar sua opinião sobre o tema. Sundfeld escreveu que foi "instado" pela companhia
a participar do debate. Já o escritório Magalhães, Nery e Dias Advogados foi
ainda mais sincero: disse que só ficou sabendo da consulta "por intermédio da
TNL PCS". Será coincidência de que todos esses advogados concordam com o pedido
da Oi?
Fiz uma busca na consulta pública realizada no ano passado para a inclusão das
novas regras de qualidade, agora atacadas pela Oi, para ver se esse mesmo senso
de cidadania atingiu os escritórios de advocacia naquela época. Estranhamente,
nenhum deles participou do debate original. Se a Anatel estava prestes a cometer
uma ilegalidade tão flagrante ao propor parâmetros mínimos de qualidade na
Internet porque nenhum desses escritórios alertou a autarquia quando as regras
ainda não tinham sido editadas?
Apenas a opinião das consultorias LCA e PriceWaterHouseCoopers já era conhecida
no ano passado. Ambas produziram estudos encomendados pela Oi e pelo
SindiTelebrasil para criticar a iniciativa da Anatel. Os estudos foram citados
nas contribuições apresentadas pelas companhias telefônicas. Mas nenhuma das
duas participou diretamente da consulta, como fizeram agora no novo debate.
É de se perguntar por que tantos argumentos de cunho estritamente jurídico foram
apresentados contra os regulamentos da Anatel. Fica a impressão que, mesmo que a
agência negue a anulação solicitada pela Oi, a nova consulta deu a chance para
que grandes escritórios de advocacia municiassem a companhia a comprar uma briga
na Justiça para derrubar as regras de qualidade. Mas há um lado bom nisso tudo.
Com a briga focada em questões jurídicas, talvez fique mais difícil para a
Anatel aceitar a solicitação da Oi. Afinal, antes das regras serem editadas, a
Procuradoria Especializada da Anatel, órgão ligado à Advocacia-Geral da União
(AGU), emitiu quatro pareceres assegurando que a agência tinha, sim, o direito
de impor os novos parâmetros. Estes documentos foram assinados por Marcelo
Bechara, que hoje integra o Conselho Diretor da Anatel. Será possível que o
Conselho Diretor concordará com a Oi e sua tropa de advogados indo contra sua
própria procuradoria? Bechara votará contra ele mesmo?
A briga por conta das regras de banda larga fica cada vez mais intrigante. Uma
coisa é certa: quanto mais os serviços de Internet se expandem, mais polêmicas
atraem. Talvez porque as empresas tenham confiado que esse serviço seria
prestado sem qualquer amarra regulatória, cabendo apenas a elas decidir o que é
bom para os consumidores. Se isso fosse bom para a sociedade, o processo de
privatização não precisaria ter previsto a existência da Anatel. Por ora, não há
previsão de quando a Anatel julgará definitivamente o pedido de anulação da Oi.
Mas, pelo visto, essa briga está longe de acabar.
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Leia na Fonte: Teletime
[06/02/11]
Anatel esclarece que pedido da Oi não interrompe contagem de prazo para metas
Anatel
respondeu ofício da ProTeste em que a entidade de defesa do consumidor
questiona, entre outras coisas, se o período de análise do pedido da Oi de
suspensão de dispositivos dos Regulamento de Gestão da Qualidade do SCM (RGQ-SCM)
e Regulamento de Gestão da Qualidade do SMP (RGQ-SMP) poderia interferir na data
de vigência dos regulamentos.
Para o bem dos consumidores de banda larga, Bruno Ramos, superintendente de
Serviços Públicos da agência, respondeu que o período de análise do pedido não
implica "efeito suspensivo" sobre as obrigações instituídas pelos dois
regulamentos. Assim, não há chance de o início da vigência das metas de
velocidade média e mínima - novembro de 2012 - ser postergado por conta do
período de análise do pedido da operadora.
Em entrevista à revista TELETIME na semana passada, o presidente da Anatel, João
Rezende, também rechaçou a possibilidade de que a consulta pública seja
utilizada pela Anatel para reavaliar o mérito dos regulamentos de qualidade.
"Não pretendemos reavaliar os termos do regulamento. O que fizemos foi abrir
para a sociedade, que é parte interessada de interesse difuso, a possibilidade
de se manifestar sobre a anulação ou não dos regulamentos pedida pela Oi, o que
ainda será deliberado pelo Conselho". Segundo ele, não há hipótese de a Anatel
amenizar ou alterar pontos do regulamento aprovado. "Ou se decide que eles devem
ser anulados e que o pedido é procedente ou eles ficam como estão".
Particularmente, Rezende é a favor de manter os regulamentos.
Da Redação
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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[06/02/12]
Ministério da Justiça pede à Anatel que mantenha metas de qualidade da banda
larga
Para DPDC, anulação pedida pela Oi representa retrocesso na qualidade dos
serviços ofertados ao consumidor.
O
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão da Secretaria de
Direito Econômico do Ministério da Justiça defende a fixação de metas de
qualidade para o setor, lembrando que ele é responsável por aproximadamente um
quarto do total de demandas dos consumidores apresentadas aos Procons. A nota
técnica foi enviada à Anatel em função do pedido que a empresa Oi fez para
anular itens do Regulamento de Gestão de Qualidade do Serviço de Comunicação
Multimídia e Regulamento de Gestão de Qualidade do Serviço Móvel Pessoal.
“Com o pedido de anulação das metas, há risco de retrocesso na qualidade dos
serviços oferecidos ao consumidor”, avalia Juliana Pereira, diretora do DPDC.
Conforme dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec),
o ramo de telecomunicações registrou 22,9% das queixas em 2011. O documento
enviado afirma ainda que a Anatel, ao disciplinar os serviços privados,
viabiliza o cumprimento dos direitos dos consumidores e tem como objetivo
garantir o aumento da qualidade dos serviços prestados.
A Agência abriu consulta pública entre 16 de janeiro e 1º de fevereiro, após a
Oi apresentar pedido de anulação de diversos artigos dos regulamentos de
qualidade da banda larga e da telefonia móvel, aprovados em outubro do ano
passado. Entre as metas, há indicadores de atendimento ao consumidor, critérios
de qualidade para as redes, incluindo parâmetros mínimos e médios de velocidade.
A partir de 2012, as empresas com mais de 50 mil assinantes deverão garantir a
média de 60% da velocidade contratada, subindo para 70% no segundo ano e 80% a
partir do terceiro.(Da redação, com assessoria de imprensa)
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"Posts" anteriores sobre mesmo tema:
Fonte: WirelessBRASIL:
30/01/12
•
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larga - Mariana Mazza: "Mais lenha na fogueira"
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Smolka comenta os documentos apresentados pela Oi pedindo a impugnação quase
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