WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA
Janeiro 2012
03/01/12
• Chegou a internet das coisas - por Ethevaldo Siqueira
Fonte: Ethevaldo Siqueira
[30/12/11]
Chegou a internet das coisas - por Ethevaldo Siqueira
Os sensores estão invadindo a vida humana. Eles chegam de forma quase
imperceptível e ocupam todos os espaços. Sua presença na vida humana tende a
crescer de forma exponencial
e,
por volta de 2020, nossa dependência desses dispositivos de identificação e de
comunicação será quase total. Eles serão centenas de milhões, espalhados por
todos os lados, embutidos nas paredes, nas portas, nos semáforos, nos prédios,
nos móveis, nos aparelhos domésticos, em roupas, sapatos e até em escovas de
dentes.
Eles serão ao mesmo tempo nossos anjos da guarda e espiões. De um lado, nos
darão, sim, uma sensação de maior segurança. De outro, entretanto, talvez possam
violar nossa privacidade, ao colher e transmitir dados sobre tudo que existe à
nossa volta, inclusive sobre nós mesmos.
É claro que os sensores terão muito mais funções relevantes e essenciais em
nosso cotidiano, como a proteção do meio ambiente, a vigilância das ruas, a
supervisão dos espaços públicos e privados, a racionalização do consumo de
energia e o monitoramento de pacientes em hospitais e em residências.
Nossos conhecidos
Diversos tipos de sensores já são nossos conhecidos, entre os quais, os
dispositivos de identificação por radiofrequência (RFIDs, de Radiofrequency
Identification Devices), usados nos pedágios de muitas estradas, como os do tipo
Sem Parar. Com eles, a cancela é acionada automaticamente após a leitura dos
dados de cada veículo.
Outros sensores populares são aqueles utilizados no controle de iluminação de
nossa casa: eles detectam os raios infravermelhos emitidos pelo corpo humano e
acendem as lâmpadas ou ligam o ar condicionado de um quarto ou sala só quando há
pessoas nesses ambientes.
Com esses sensores, economiza-se energia e evita-se o desperdício em casas,
prédios e locais em que comumente as lâmpadas ficam acesas centenas de horas por
mês sem a menor necessidade. Esses mesmos sensores já estão sendo utilizados em
sistemas de segurança, porque detectam luz, movimento e radiações.
O grande sucesso, nos últimos tempos, entretanto, é dos sistemas de chips
microeletromecânicos, conhecidos pela sigla MEMS (Microelectromechanical
Systems), que combinam funções eletrônicas com funções mecânicas em escala de
microscópica, quase nanométrica.
Na próxima semana, pela primeira vez na história do maior evento de eletrônica
de entretenimento do mundo, o Consumer Electronics Show (CES), de Las Vegas,
haverá uma seção inteiramente dedicada aos MEMS e suas aplicações individuais ou
em redes de sensores sem fio (Wireless Sensor Networks).
Outra seção dessa feira de Las Vegas que deve atrair a atenção dos especialistas
é a das novas gerações de chips multinúcleos, para processamento gráfico,
produção de imagens tridimensionais (3D), comunicações móveis e projetos
assistidos por computador (CAD, de Computer-Aided Design).
Esses microprocessadores avançados prometem revolucionar os equipamentos de
tecnologia pessoal, tais como smartphones, laptops, tablets e desktops. Além dos
recursos avançados de computação, eles economizam energia.
Internet das coisas
O desenvolvimento dos sensores viabiliza uma das formas mais admiráveis de
internet do futuro: a internet das coisas. A ideia dessa nova web nasceu no MIT
Auto-ID Laboratory, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e ganhou o nome
de Internet of Things (IoT), partindo de um objetivo bem simples: criar um
sistema global de registro de bens, utilizando um código de produto eletrônico (Electronic
Product Code), como sistema de numeração.
A boa notícia é que os dispositivos essenciais para viabilizar o conceito de
internet das coisas já estão prontos e disponíveis no mundo da tecnologia
microeletrônica. São, acima de tudo, os sensores dedicados, os identificadores
RFIDs e as redes de sensores sem fio.
Quando cada coisa ou objeto pode ter sua identidade e seu endereço, tudo fica
mais fácil e prático para que ele seja tratado virtualmente na internet. Assim,
os sensores nos permitirão localizar cada objeto, saber seu conteúdo, ordená-lo,
classificá-lo ou manipulá-lo.
O exemplo mais banal é o da geladeira que nos avisa de tudo que está no fim ou
vai faltar. A internet das coisas já se torna particularmente útil para muitas
pessoas e instituições que dispõem de grandes bibliotecas com milhares de livros
ou discotecas com elevado número de CDs, DVDs ou Blu-rays. Com a nova web,
localizaremos instantaneamente cada peça, obra, autor, editora ou intérprete,
editora, orquestra, data de gravação ou edição, preço, história e tudo o mais.
Entre suas muitas aplicações, a internet das coisas poderá ser utilizada nos
sistemas de controle automático dos semáforos e de controle de trânsito. Ou nas
empresas de transporte coletivo, informando aos passageiros o horário exato em
que cada ônibus ou trem vai passar pelos pontos de parada. Ou ainda equilibrar a
oferta de veículos em função da demanda de cada horário.
O papel da internet das coisas poderá ser revolucionário ainda nos
supermercados, nos sistemas de distribuição postal, nos almoxarifados e estoques
de milhões de peças e componentes.
Com essa nova web, a ordem poderá, finalmente, triunfar sobre o caos.
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