WirelessBRASIL - Bloco TECNOLOGIA
Janeiro 2012
20/01/12
• Colunista do New York Times comenta os projetos de lei SOPA e PIPA
Olá, WirelessBR e Celld-group!
Lembram-se deste "post" recente?
18/01/12
•
EUA:
"PIPA" no Senado e "SOPA" no Congresso - Entenda os projetos de lei que motivam
protestos de sites como Google e Wikipedia
O assunto está em todos os telejornais e transcrevo este texto com considerações
muito interessantes:
Leia na Fonte: Estadão/Blogs
[19/01/12]
Baixem as forquilhas contra a Sopa - por David Pogue
Sobre o autor, anoto na web:
David Pogue é
o colunista de tecnologia que escreve semanalmente para o New York Times,
vencedor do Emmy como correspondente do CBS News Sunday Morning, vencedor do
prêmio da Online News Association (Associação de Notícias Eletrônicas) em 2006
por comentários on-line e o criador da série “O Manual que Faltava”. Ele é autor
e co-autor de 40 livros, incluindo 17 nesta série e seis na linha “Para Dummies”
(incluindo Macs, Mágica, Ópera e Música Clássica). Em sua outra vida, David é um
ex-diretor de shows da Broadway, um mágico e um pianista.
Outra transcrição:
Leia na Fonte: G1
[20/01/12]
Após protestos, Congresso dos EUA adia discussão de leis antipirataria: Projetos
Pipa e Sopa previam punições mais rígidas
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
----------------------------------------------------------------
Leia na Fonte:
Estadão/Blogs
[19/01/12]
Baixem as forquilhas contra a Sopa - por David Pogue
A esta altura, vocês provavelmente já ouviram falar dos projetos de lei que
visam a deter a pirataria online (SOPA na sigla em inglês) e proteger a
propriedade intelectual (PIPA). São as propostas contra a pirataria que estão
sendo debatidas na Câmara e no Senado, respectivamente.
Talvez vocês tenham se informado a respeito na quarta-feira, quando a Wikipedia
e outros sites apagaram em protesto. (O Google cobriu seu logotipo com uma
grande tarja preta, como a da censura.)
Fiquei observando essas coisas fascinado. É a primeira vez que tantos sites
famosos da internet se unem para uma ação política. (Jenna Wotham no The New
York Times fez uma ampla análise dessa inovação no nosso país.)
Mas também fiquei um pouco alarmado. Entre os milhões que aderiram aos protestos
indignados, aposto que somente alguns leram realmente as propostas. Todos os
outros, indubitavelmente, se deixaram levar pela linguagem contundente dos
sites. Esses projetos de lei, afirmam seus opositores, permitirão que Hollywood
censure a liberdade de expressão, que se acabe com a inovação, e que “se
prejudique fatalmente a internet gratuita e aberta”, como disse a Wikipedia.
Acendam as tochas! Peguem as forquilhas!
Num acesso perverso de curiosidade, achei que talvez devesse estudar os
projetos.
Ninguém nega que essas propostas foram elaboradas pela indústria do
entretenimento – filmes, TV, música. Essa legislação quer sanar sua frustração
crônica: a maioria dos sites de pirataria, que fazem arquivos de filmes, TV,
músicas e livros gratuitos, vem de fora. Embora recebam mais visitas do que o
Google ou a Wikipedia, as leis americanas não podem tocá-los.
Os projetos Sopa e PIPA pretenderiam fechar esses sites de pirataria
pressionando as companhias aqui, nos Estados Unidos, nos lugares onde têm
jurisdição.
Por exemplo, eles obrigariam as provedoras americanas a bloquear os nomes de
domínio (por exemplo, “piracy.com”) desses sites estrangeiros. Permitiriam que o
governo processasse sites americanos como Google e Facebook, e os próprios
blogs, para que retirassem os links com os sites de pirataria. Dariam ao governo
o direito de bloquear o financiamento desses sites; e ainda poderiam forçar
empresas americanas para a remessa de dinheiro (como a PayPal) e os anunciantes
a cortar as contas no exterior.
A indignação me lembra a controvérsia a respeito do aquecimento global. Sim, há
pessoas que negam a mudança climática. Mas ninguém parece notar que estão em
dois campos totalmente diferentes, fazendo afirmações totalmente diferentes.
Alguns chegam a negar que exista sequer uma mudança climática. Outros a admitem,
mas negam que as pessoas sejam responsáveis por ela. Essas duas categorias de
pessoas realmente não estão do mesmo lado.
No caso da Sopa, também há dois grupos. Alguns aprovam os objetivos dos projetos
de lei e reconhecem que a pirataria de software fugiu do controle; eles só
contestam a abordagem dos projetos. Se o braço legal da indústria do
entretenimento fugir do controle, afirmam, será possível considerar quase todas
as outras coisas como um site de pirataria. O YouTube, por exemplo, porque
inúmeros vídeos incluem trechos de programas de TV e músicas que têm direitos
autorais a receber. O Facebook poderia ser outro, porque as pessoas muitas vezes
se conectam com vídeos e músicas que têm direitos autorais. O Google e o Bing
seriam responsáveis por retirar todos os links de um site questionável. Uma
gigantesca dor de cabeça.
Mas há outro grupo de pessoas com uma ideia diferente. Elas sequer concordam com
o objetivo dos projetos de lei. Não querem que seus filmes gratuitos lhes sejam
retirados. Um grande número delas acredita que o acesso gratuito a música e
filmes é um direito seu de nascença. Não querem que o grande governo mau acabe
com seu divertimento gratuito.
Acho que as companhias cinematográficas chegaram à era digital praticamente num
estado de idiotia. As normas para assistir a filmes online em sites autorizados
são absurdas (24 hora para acabar o filme? Eles nunca ouviram falar em hora de
dormir?). E há muitos filmes, até os mais compridos, que você não pode alugar ou
fazer streaming online (a trilogia original de Guerra nas Estrelas, os três
primeiros da série Indiana Jones, e centenas de outros.)
Esses estúdios deveriam se dar conta de que se você não dá às pessoas uma
maneira legal de comprar o que elas querem, elas acharão outra maneira para
consegui-lo.
Ao mesmo tempo, o que os sites de pirataria fazem não parece muito honesto. Sim,
um dos subterfúgios da internet é você poder fazer cópias infinitas de alguma
coisa e distribuí-las sem custo algum. Mas isso não faz com que seja legal
roubar, principalmente quando o produto roubado está à venda a um preço razoável
de fontes legítimas. Sim, mesmo que a companhia que você está roubando seja bem
grande, lucrativa e dirigida por idiotas.
Nesse caso, a solução é trabalhar na redação desses projetos para excluir os
abusos que os grandes sites temem. (E consertar a outra questão menor, a de que
os projetos não funcionarão. Por exemplo, eles fizeram com que as companhias
americanas de internet bloqueassem seu acesso a nomes de domínio como
“piracy.com”, mas você ainda poderia consegui-los teclando seus endereços
numéricos subjacentes, como 197.12.34.56. Em outras palavras, qualquer pessoa
com um mínimo de habilidade técnica superaria facilmente as barreiras.)
Como se verificou, foi exatamente isso que ocorreu. Dezenas de parlamentares, e
a própria Casa Branca, tiraram o apoio a esses projetos de lei; seus
patrocinadores estão pensando em realizar grandes mudanças nas propostas. (Eles
poderiam examinar, primeiro, as sugestões feitas no Editorial do The New York
Times de quarta-feira: “a legislação poderia ter mais emendas para tornar mais
restrita a definição de criminalidade e deixar claro que ela se destina somente
a websites estrangeiros. E poderia reforçar as garantias de um processo devido.
As partes privadas precisam primeiro ter um mandado judicial para bloquear
operações com um website que consideram que está infringindo os seus direitos
autorais”.)
Em outras palavras, os protestos foram eficazes. Não existe nenhuma
possibilidade de os projetos se transformarem em lei na sua forma atual.
Mas foi um sucesso piegas; a linguagem alarmista usada por alguns sites foi tão
inconsistente quanto a linguagem do Congresso à qual se opuseram. (Na verdade,
tenho um pouco de simpatia pela frustração do pessoal no setor de música. Ela
foi explicada de modo simpático por Cary Sherman, diretor executivo da Recording
Industry Association, dos Estados Unidos. “É muito difícil conter a
desinformação quando aqueles que a difundem também são donos da plataforma”).
Finalmente, não muitas pessoas admitiram que a oposição estava invocando dois
pontos totalmente diferentes – o grupo do “você está indo pelo caminho errado” e
o grupo do “queremos nossos filmes ilegais”.
No novo mundo da internet versus governo, o sistema funcionou: as pessoas se
expressaram, o governo ouviu e isso é bom. Mas vamos agir com responsabilidade,
minha gente. Ambos os lados têm obrigação de fazer a coisa certa.
/ Tradução de Anna Capovilla e Terezinha Martino
--------------------------------------
Leia na Fonte: G1
[20/01/12]
Após protestos, Congresso dos EUA adia discussão de leis antipirataria: Projetos
Pipa e Sopa previam punições mais rígidas
Na última quarta, diversos sites saíram do ar contra os projetos de lei.
O Congresso norte-americano anunciou o adiamento da votação do projeto de lei
antipirataria Pipa (siga para ato para proteção da propriedade intelectual) e
deixou "em espera" outro projeto semelhante, o Sopa (Stop Online Piracy Act),
segundo comunicados divulgados nesta sexta-feira (20). Na última quarta (18),
diversos sites ficaram fora do ar em protesto contra o Pipa e o Sopa.
Entenda os projetos de lei
O Stop Online Piracy Act (Sopa), que tramita na Câmara dos Representantes dos
EUA, é um projeto de lei com regras mais rígidas contra a pirataria digital no
país. Ele prevê o bloqueio no país, por meio de sites de busca, por exemplo, a
determinado site acusado de infringir direitos autorais. O foco está
principalmente em sites estrangeiros, contra os quais as empresas americanas
pouco podem agir. No Senado, circula o Protect IP Act, o Pipa, outro projeto
sobre direitos autorais que mira a internet.
Ambos são apoiados por empresas de entretenimento, constantes alvos de
pirataria, mas são questionados por companhias de internet, como Google,
Facebook, Amazon e Twitter, que interpretam as medidas como um tipo de censura
aos sites e à liberdade de expressão.
Propostas não foram abandonadas
O Senado norte-americano anunciou o adiamento da votação do Pipa, que estava
prevista para a próxima terça-feira (24), "por causa dos eventos recentes”,
anunciou o senador Harry Reid.
Sobre o Sopa, a Câmara de Representantes anunciou que “adiará” a consideração do
projeto de lei até que haja um consenso mais amplo sobre a solução para o
“problema da pirataria on-line”. O senador Lamar Smith, autor do projeto, emitiu
um comunicado, dizendo que o problema é grande demais para ser ignorado. "Ouvi
os críticos sobre a proposta e é claro que precisamos revisar a as maneiras de
solucionar o problema”, afirmou.
Os dois projetos já haviam pedido apoio de alguns parlamentares no dia dos
protestos. Apesar de anunciar o adiamento da votação do Pipa, o senador Reid
deixou claro que a questão ainda precisa ser resolvida. “Não há razão para que
os problemas levantados por esse projeto de lei não possam ser resolvidos. A
pirataria custa à economia norte-americana bilhões de dólares e milhares de
empregos todos os anos”, diz o comunicado.
“Vivemos em um país em que as pessoas esperam, de maneira correta, que sejam
compensadas de maneira justa por um dia de trabalho –seja essa pessoa um mineiro
no deserto de Nevada ou uma banda de Nova York”, afirmou Reid, completando que
admira o trabalho que Leahy Patrick, senador que criou o Pipa, colocou no
projeto de lei. “Recomendo que Leahy procure um equilíbrio melhor entre a
proteção da propriedade intelectual e a manutenção da abertura e da inovação da
internet”.
Lamar Smith, autor do Sopa, assumiu ter deixado o projeto de lei “em espera”,
mas afirmou que “continuará a trabalhar com empresas de internet e detentores
dos direitos autorais para combater a pirataria on-line e proteger a propriedade
intelectual norte-americana”.
Protestos
Na internet, a principal ação contra o Sopa e o Pipa veio da Wikipédia,
enciclopédia on-line colaborativa, cuja versão em inglês ficou fora do ar
durante toda a quarta.
O Google em inglês não ficou fora do ar, mas também publicou uma mensagem em sua
página inicial, convidando cidadãos americanos a participarem de um
abaixo-assinado contra as propostas. Um dia depois, a empresa divulgou que 4,5
milhões assinaram o documento.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, também postou na rede social sobre os
projetos: "Não podemos deixar que as leis pouco pensadas fiquem no caminho do
desenvolvimento da internet. Facebook se opõe ao Sopa e ao Pipa e continuaremos
a nos opor a todas as leis que irão prejudicar a internet."
O site de classificados Craigslist, o site de criação e hospedagem de blogs
WordPress e o Mozilla Firefox também estamparam mensagens em suas páginas
iniciais. Não há números oficiais de quantos sites aderiram aos protestos, mas
as estimativas são de que 10 mil tenham participado.
Fechamento do Megaupload
Na última quinta (19), com base em leis já existentes nos EUA, o FBI, a polícia
federal americana, fechou um dos maiores sites de compartilhamento de arquivos
do mundo, o Megaupload. O fundador da companhia e vários de seus executivos
foram acusados formalmente de violar leis antipirataria dos EUA, informaram
promotores federais do país.
Em represália, também na quinta, o grupo hacker Anonnymous anunciou no Twitter
que derrubou os sites do FBI, do Departamento de Justiça americano, da Universal
Music, da Associação de Filmes dos EUA e da Associação da Indústria Fonográfica
do país.