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20/07/12

• "Suspensão de novas habilitações": Comentário de José Roberto S. Pinto + Coluna de Mariana Mazza + Debate no "Celld"

Olá, WirelessBR e Celld-group!

01.
A suspensão de novas habilitações celulares e de banda larga de algumas operadoras, determinada pela Anatel, está nas manchetes.

02.
Registro mais abaixo, para nivelamento dos dois Grupos, um debate que está "rolando" no "Celld", sem os nomes dos participantes.

03.
José Roberto de Souza Pinto comenta em "pvt" e divulgo com sua autorização:

(...) Muito bla, bla, bla, para justificar a situação crítica do serviço móvel celular.
Meu argumento é muito simples:
Se a Empresa tem problemas, seja para instalar torres e ampliar o atendimento e cobertura ou no call center para atender os usuários, a medida que a Empresa deveria ter tomado é de parar as vendas até que sua infraestrutura seja compatível com a demanda.
Isto é o mínimo que deve ser exigido de qualquer fornecedor de materiais ou serviços, se não tem para entregar, então não pode, não deve vender.
Se as Empresas apresentam agora planos de investimentos e novas iniciativas para melhoria do serviço é porque reconhecem as deficiências, então porque não agiram antecipadamente, como a boa engenharia determina, de modo a atenderem os compromissos de qualidade no atendimento aos consumidores? (...)

04.
Transcrevo mais abaixo os comentários de Mariana Mazza sobre o tema:

Leia na Fonte: Portal da Band - Colunas
[19/07/12]  Um remédio forte demais - por Mariana Mazza

04.
Visito o portal Teletime e anoto estas matérias de hoje (não transcritas nesta mensagem):

TIM entra na Justiça contra a proibição de vender novas linhas

Anatel já tem defesa pronta contra ação da TIM

Plano apresentado pela Oi foi "básico", diz Bruno Ramos

Vivo, Sercomtel e CTBC também poderão ter as vendas suspensa

Mais comentários?

Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL

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Leia na Fonte: Portal da Band - Colunas
[19/07/12]  Um remédio forte demais - por Mariana Mazza

A partir de segunda-feira, 21, as operadoras móveis TIM, Oi e Claro ficarão proibidas de vender novas linhas de celular e banda larga por ordem da Anatel. O anúncio foi feito ontem à noite e pegou de surpresa as empresas. A falta de qualidade nos serviços de telefonia móvel é evidente há muito tempo. As reclamações dos consumidores não param de crescer e é praticamente impossível encontrar um cliente que não tenha sofrido com interrupções nas chamadas e ausência de sinal nas redes móveis. Mas a medida drástica tomada pela Anatel depois de tanto tempo de falhas na telefonia faz com que o consumidor (e as próprias empresas) se perguntem: a agência não podia ter agido antes para evitar que o problema chegasse a tal ponto? A resposta é "sim".

Há muitas questões problemáticas na medida adotada pela Anatel. A primeira, e mais óbvia, é que estamos falando de um setor regulado e que, portanto, espera-se que as autoridades organizem e fiscalizem a prestação do serviço para garantir que a qualidade da oferta não seja degradada. Agir de impulso, retirando as empresas do mercado, não parece uma medida equilibrada para um ramo de serviços que deveria passar por uma severa fiscalização de um órgão regulador.

Outro aspecto polêmico da suspensão é o método adotado pela Anatel para decidir quais empresas seriam punidas. A agência reguladora criou um método específico - e ainda não divulgado publicamente - para medir as falhas nas redes. É importante esclarecer alguns pontos nesta questão. A agência possui ao menos dois modelos de avaliação da qualidade dos serviços em vigor: o Plano Geral de Metas de Qualidade (PGMQ) da telefonia móvel e o Índice de Desempenho no Atendimento (IDA). Esses dois modelos foram discutidos publicamente e qualquer cidadão pode ter acesso aos parâmetros estipulados pela agência para medir a qualidade. Acontece que nenhum desses dois sistemas foi utilizado para justificar a punição das companhias. Um detalhe bastante interessante é que as empresas suspensas apresentavam bons índices considerando as metodologias consolidadas.

Daí, ao que parece, a necessidade de criar um novo sistema para medir as falhas. Só que este tipo de comportamento é o exemplo clássico da tão discutida "insegurança regulatória". Em português claro, é mudar a regra no meio da partida. Esse tipo de ação aumenta o chamado "Risco Brasil" ao criar um ambiente onde as empresas privadas passam a não saber mais os parâmetros que realmente valem para a prestação do serviço no país. E, avaliando a questão de forma mais ampla, isso é extremamente danoso para a sociedade também, pois cria um clima onde as companhias se sentem cada vez menos confortáveis em investir no Brasil.

Mais uma vez, friso que não há dúvidas sobre os problemas na prestação da telefonia móvel brasileira. Uma enquete promovida pelo portal da Band mostra que dois terços dos consumidores estão insatisfeitos com os serviços das operadoras celulares. Ainda assim, a suspensão das vendas é uma medida estranha por não garantir que a qualidade irá melhorar e, ainda por cima, desequilibrar a concorrência no mercado.

Desde 2010 a Anatel discute com as companhias a melhoria dos serviços. Nesses dois anos, as empresas apresentaram diversos planos de investimentos que, em princípio, estavam sendo cumpridos. Afinal, a mesma Anatel vinha divulgando dados de melhoria no sistema e chancelando as iniciativas das companhias. O que mudou então? A virada na opinião da Anatel foi desencadeada na segunda-feira, quando o Procon de Porto Alegre proibiu a venda de linhas por todas as operadoras móveis na cidade. A ação do Procon expôs a agência reguladora. Mostrou para o consumidor que ele não pode contar com a Anatel, já que a agência não zelou pela melhoria da qualidade antes que a situação saísse do controle. E, ao invés de explicar o que havia sido feito para melhorar os serviços nos últimos tempos, o que a Anatel fez? Imitou o Procon.

Vale lembrar que os órgãos de defesa do consumidor não têm outra arma para agir na preservação da qualidade a não ser o bloqueio das vendas. A Anatel não. Se existe um órgão capaz de evitar o colapso, esse órgão é a agência reguladora. Ao deixar de fazer o seu trabalho, só restou à Anatel imitar os órgãos de defesa do consumidor. E imitar mal.

Se a medida é educativa, visando que todas as companhias se comprometam a investir na melhoria de suas redes, porque punir apenas algumas e não todas? A maior operadora do Brasil, a Vivo, ficou de fora da medida. As menores, Sercomtel Celular e CTBC Celular, também. É estranho.

A medida drástica adotada pela Anatel abre um precedente perigoso no setor ao sinalizar que a agência pode mudar as regras a seu bel prazer, usando como escudo a insatisfação dos consumidores. E engana-se quem acha que o futuro tornou-se incerto apenas para as companhias telefônicas. O consumidor também pode se dar muito mal. Ontem, os técnicos da Anatel sinalizaram que não estão à vontade com os planos que as empresas têm comercializado, especialmente os de uso ilimitado. Ao ser questionado se as empresas podem ser estimuladas a cancelar esses planos após a medida da Anatel, o superintendente de serviços privados, Bruno Ramos, respondeu apenas "acredito que não". Hummm, a Anatel "acredita" que não, mas não tem certeza. Na prática, isso significa que esses planos podem, sim, ser cancelados com o aval da Anatel, dentro do espírito da melhoria do serviço. E o consumidor que legitimamente comprou esses pacotes é que sairá lesado.

O importante agora é que o consumidor fique atento para não permitir que as empresas cometam abusos sob a proteção de liminar da Anatel. Impedir a venda é varrer o problema para debaixo do tapete, sem garantir de forma alguma a melhoria do serviço, além de restringir a concorrência no setor. O assunto ainda irá render. As empresas dizem que irão tomar "todas as medidas necessárias" para restabelecer a oferta do serviço. O que significa dizer, em último caso, levar a briga para a Justiça. E enquanto a Anatel e as companhias brigam, o consumidor continuará desamparado, esperando que em algum momento a qualidade do serviço seja vista como uma questão estratégica e não apenas como um joguete para, de tempos em tempos, afagar a sociedade fingindo que algo está sendo feito para melhorar o atendimento.

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DEBATE NO CELLD-GROUP

Amigos do Celld,
Estamos cada vez mais percebendo a atuação de órgãos públicos e Procons, bem como a Mídia em geral, massacrando as Operadoras de Telefonia no
Brasil. Vejam por exemplo no RS, onde nenhuma operadora pode vender mais nada.
Tudo bem, as operadoras não são 'santas', mas acho que alguém devia pelo menos levantar o outro lado da moeda.
- As dificuldades de implantação das operadoras estão ficando cada vez maiores. Existem municípios que criam suas próprias leis, da forma
como desejam os seus totalmente leigos secretários. E ninguém faz nada.
As operadoras não conseguem implantar novas torres, o serviço congestiona, e o problema sobra pra quem? o Consumidor.
E o Governo ou ANATEL faz o que? Nada.

- Outro ponto que antes não se falava, mas que agora também está em evidência, é sobre Dados. E a questão do que foi 'contratado', e o que
está sendo 'experimentado'.
Quando o sujeito não consegue manter seus Megas constantes, ele se desespera. Acontece que esse mesmo sujeito não leu o contrato, ou pelo
menos desconhece as regras básicas de qualquer sistema móvel, onde existe uma certa 'tolerância', seja em termos de Voz, ou em taxas de
dados.
Se o cara mora num buraco, ou se esconde num 'bunker' no subsolo de um edifício no centro da cidade, como pode querer uma qualidade?
Basta conhecer as leis básicas de física para perceber que os enlaces estão susceptíveis a todos os tipos de problemas.
E nesse caso, ser coerente. Você comprou um serviço móvel, e consegue usá-lo bem na maioria dos locais. Se no seu bunker ficar ruim:
paciência!

Embora pareça que estou defendendo as operadoras, na verdade este meu e-mail foi mais um desabafo. Como profissional em busca de colocação em Projetos LTE, onde mais e mais sites deverão ser necessários, acabamos tendo toda essa imposição arbitrária e sem fundamentos de prefeituras que não deixam colocar mais nada, em nenhum lugar. E ainda querem cobertura, qualidade, e capacidade!!!
Ai, ai...
Desculpem o desabafo.

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> - Outro ponto que antes não se falava, mas que agora também está em
> evidência, é sobre Dados. E a questão do que foi 'contratado', e o que
> está sendo 'experimentado'.
> Quando o sujeito não consegue manter seus Megas constantes, ele se
> desespera. Acontece que esse mesmo sujeito não leu o contrato, ou pelo

Porque o contrato diz algo bem diferente da comunicação das operadoras, né ? Então a culpa é do contrato ou da própria operadora ?

> menos desconhece as regras básicas de qualquer sistema móvel, onde existe
> uma certa 'tolerância', seja em termos de Voz, ou em taxas de
> dados.
> Se o cara mora num buraco, ou se esconde num 'bunker' no subsolo de um
> edifício no centro da cidade, como pode querer uma qualidade?
> Basta conhecer as leis básicas de física para perceber que os enlaces
> estão susceptíveis a todos os tipos de problemas.

E isso é lembrado com que frequência pela comunicação ou pelos canais de venda da operadora ?

> E nesse caso, ser coerente. Você comprou um serviço móvel, e consegue
> usá-lo bem na maioria dos locais. Se no seu bunker ficar ruim:
> paciência!

Apesar de você chamar de serviço móvel, várias operadoras vendem 3G como se fosse substituto para banda-larga fixa. As leis de Maxwell e Nyquist garantem que essa conta não fecha, então você já pensou em comentar isso com os gerentes de produto das operadoras ?

> Embora pareça que estou defendendo as operadoras, na verdade este meu
> e-mail foi mais um desabafo. Como profissional em busca de colocação em
> Projetos LTE, onde mais e mais sites deverão ser necessários, acabamos tendo
> toda essa imposição arbitrária e sem fundamentos de prefeituras que não
> deixam colocar mais nada, em nenhum lugar. E ainda querem cobertura,
> qualidade, e capacidade!!!

E eles querem isso por que alguém prometeu, não ? O que o PROCON de Porto Alegre está pedindo é para nivelar as promessas com a realidade, não para que a cobertura seja 100%...

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As leis de Porto Alegre são as mais restritivas em relação às instalações de novos sites pelas operadoras. Outros municípios copiaram a legislação de Porto Alegre e também adotam as mesmas ou quase as mesmas restrições.

Para prover serviço decente as operadoras precisam investir. E quem em muitas vezes nem querem. Mas com as restrições, nada de novos sites, nada de novos investimentos e nada de melhoria.

Com estas leis absurdas, não teremos avanço.

Exemplo ao contrário do que vemos no Brasil. No Japão, nos grandes centros, para o LTE e em caminho ao 4G, as operadoras já instituem que tem que haver sites com no máximo 150m de distância entre eles. Ou seja, se for preciso de sites com distância inferior, a operadora irá implantar o site.

Li muito sobre as legislações criadas pelos municípios, como no caso de Porto Alegre e outras e não há o menor sentido deles pregarem isso. E na maioria dos casos, os reais objetivos são outros que o bem da sociedade.

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Srs, essa conta certamente não é população consumidora que tem que pagar. É fato, os serviços móveis são ruins e em todas as operadoras, os investimentos não acompanham a demanda.
Entendo que o debate tem que ser ampliado e todos os interessados tem que participar, todos: Governo em todas as esferas, Anatel, sociedade, Procon e operadoras principalmente.
Se nada for feito as operadoras vão continuar vendendo sem limite e o serviço congestionando cada vez mais.
A reclamação dos dois lados são legítimas mas chegou a hora de mudar as história com atitudes.

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Por que as operadoras não se unem e compartilham torres ao invés de ficarem sabotando-se entre si e com isso prejudicando o consumidor?

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Antigamente, havia este tipo de sabotagem. Mas atualmente, elas já fazem isso. Só que nem sempre é possível de se fazer por questões técnicas.

As leis dos municípios são restritivas, no caso de Porto Alegre a mais restritiva do Brasil e acredite, muito mal fundamentadas. Chegam a ser ridículas.

E tem outra coisa, se elas não fossem restritivas, não sobraria nenhum argumento das operadoras para não investir, ou seja, teríamos mais chances de sermos bem servidos em qualidade!!!

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As operadoras de telecom já compartilham torres, hoje em dia em algumas cidades realmente a legislação ambiental é que está prejudicando a expansão mais ágil da cobertura.

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Essa reclamação toda é por problemas somente em POA, mas sinceramente, quando retorno para capital, me sinto muito bem atendido pelas operadoras que utilizo! Atualmente moro no interior do RS, e aí o negócio é bem pior!
Trabalho em uma empresa com um plano corporativo com mais de mil linhas ativas, situada a 800 m da ERB mais próxima...e o serviço é uma piada! Indisponibilidade constante, e qual é o tratamento do problema? Zero!
Tenho um pacote de dados, no mesmo valor que um usuário da região metropolitana, para utilizar somente 2G.
Por isso, POA ainda é um "paraíso" em comparação ao desserviço que as operadoras prestam no interior!
Enquanto for analisado os KPIs das operadoras, pela média, vamos continuar sendo mal atendidos.