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21/11/12
• "Marco Civil da Internet" e a "Neutralidade da Rede" (16) - "Marco" é
retirado da pauta de votações da Câmara, sem previsão de nova data + Primeiros
"ecos" do adiamento
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
O "Marco Maia" retirou o "Marco da Internet" da pauta de votações da Câmara, sem
previsão de nova data.
Transcrevo abaixo os primeiros "ecos" do adiamento.
02.
Destaco este trecho de uma das matérias, um resumo-resumido de todo este
imbróglio:
(...)
Para entender o princípio do Marco Civil da Internet, é preciso retroceder às
primeiras leis que queriam controlar e monitorar a web. Com medo de que as
propostas restringissem a liberdade dos usuários, o Ministério da Justiça e a
Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro propuseram, em 2009, uma espécie
“Constituição” online.
O texto passou por uma consulta pública inovadora em WordPress, sofreu várias
modificações, foi para a Casa Civil e só em 2012 chegou à Câmara. Nas mãos dos
deputados, o projeto ainda correu por audiências, consultas e enfim foi
formatado na versão que Molon apresentou na primeira semana de julho. Mas não
houve consenso para a votação.
Todas as tentativas de votação esbarraram em conflitos com os deputados e nos
interesses comerciais de empresas de telecomunicações, da indústria cultural e
das empresas de internet.(...)
03.
O portal Terra publica um
"infográfico" sobre o Marco da Internet e que também vale como um resumo da
polêmica.
Faço um recorte:
Leia na Fonte: Terra Tecnologia
Marco Civil da Internet: o que muda na sua vida
(...)
Neutralidade
Se aprovado o projeto de lei do Marco Civil da Internet, o Brasil será um dos
poucos países do mundo a estabelecer a neutralidade da rede como regra. O texto
proíbe que provedores de internet discriminem certos serviços em detrimento de
outros. Isso protege o usuário de ter sua velocidade de conexão diminuída
baseada em interesses econômicos. As empresas não poderão, então, diminuir a
velocidade da conexão para serviços de voz por IP para dificultar o uso de Skype
ou reduzir a banda de um produto de uma empresa concorrente, por exemplo.
A neutralidade da rede é regra. Por isso, se algum provedor discriminar o
tráfego, terá de se explicar. O projeto prevê, porém, algumas exceções em que
pode haver discriminação. O projeto prevê que os requisitos técnicos para
estabelecer quais são essas exceções sejam determinadas por decreto
presidencial. 'A competência para a regulamentação tem que estar com a
competência maior do Estado Democrático, que é a Presidência da República',
afirmou o advogado do Idec.
Essas exceções não foram determinadas no projeto do Marco Civil, segundo ele,
porque o projeto é um marco geral sobre a internet, e não entra em questões
específicas de cada uma das áreas das quais o texto trata.
Guarda de logs
O projeto do Marco Civil da Internet obriga que os registros de conexão dos
usuários devem ser guardados pelos provedores de acesso pelo período de um ano,
sob total sigilo e em ambiente seguro. Essas informações dizem respeito apenas
ao IP, data e horas inicial e final da conexão. Além disso, o texto faculta aos
provedores a guarda de registros de Acesso a Aplicações de Internet - que ligam
o IP ao uso de aplicações da internet.
O Marco Civil estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima.
Ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário.
A disponibilização desses dados, segundo o texto, só poderá ser feita mediante
ordem judicial.
O projeto também fixa princípios de privacidade sobre os dados que o usuário
fornece aos provedores. Na internet, os dados hoje são coletados, tratados e
vendidos quase que instantaneamente. O marco civil coloca como direito dos
usuários que suas informações não pode ser usadas para um fim diferente daquele
para que foram fornecidas, conforme estabelece a política de privacidade do
serviço.
Retirada de conteúdo e responsabilidades
O Marco Civil estabelece como regra que um conteúdo só pode ser retirado do
ar após uma ordem judicial, e que o provedor não pode ser responsabilizado por
conteúdo ofensivo postado em seu serviço pelos usuários. Com isso, o projeto
pretende evitar a censura na internet: para se provar que um conteúdo é
ofensivo, o responsável deve ter o direito ao contraditório na Justiça.
O texto, porém, prevê exceções. Um conteúdo pode ser retirado do ar sem ordem
judicial desde que infrinja alguma matéria penal (como pedofilia, racismo ou
violência, por exemplo). Isso evita que um material que possa causar riscos a
algum usuário fique no ar enquanto aguarda decisão da Justiça. O que se pretende
com isso, segundo Varella, é que a internet ganhe mais segurança jurídica na
retirada de conteúdo. A regra é que os conteúdos têm que continuar funcionando,
a não ser que firam a lei.
04.
Permito-me repetir uma pergunta feita ao longo dos anos em que tratamos do
assunto nos Grupos:
- A Internet precisa de um "marco regulatório"?
E acrescento:
-Sem um "Marco", qual a alternativa para tratar dos pontos polêmicos?
05.
Abaixo estão transcritas estas matérias:
Leia na Fonte: Folha
[20/11/12]
Votação do Marco Civil da internet é adiada pela terceira vez na Câmara -
por Erich Decat e Nadia Guerlenda
Leia na Fonte: Estadão / blog Link
[20/11/12]
Votação do Marco Civil é adiada mais uma vez
Leia na Fonte: Convergência Digital
[20/11/12]
Teles vencem e Marco Civil da Internet trava na Câmara - por Luís Osvaldo
Grossmann
Leia na Fonte: Teletime
[20/11/12]
Proposta para regular a Internet tem votação adiada; Marco Maia diz que espera
consenso - por Helton Posseti
Leia na Fonte: IDGNow!
[2011/12]
Votação do Marco Civil é retirada de pauta pela quinta vez - da Redação, com
a Agência Câmara
Leia na Fonte: Tele.Síntese
[20/11/12]
Marco Civil da Internet é retirado de pauta e votação dependerá de acordo de
lideres - por Lúcia Berbert
Leia na Fonte: Terra Tecnologia
[20/11/12]
Fator e lobby adiam votação e Marco Civil pode ficar para 2013 - por Luciana
Cobucci
Leia na Fonte: Terra Tecnologia
Marco Civil da Internet: o que muda na sua vida
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Folha
[20/11/12]
Votação do Marco Civil da internet é adiada pela terceira vez na Câmara -
por Erich Decat e Nadia Guerlenda
Sem consenso em torno do Marco Civil -- espécie de "constituição" da internet --
o governo sofreu nesta terça-feira (20) uma derrota na Câmara e se viu isolado
durante a votação, adiada pela terceira vez seguida no plenário. Em meio ao
impasse, uma nova data para se retornar o debate não foi marcada.
A ordem de votação da proposta por parte do Palácio do Planalto chegou ao
Congresso no final do dia, após reunião entre a presidente Dilma e o ministro
Paulo Bernardo (Comunicações).
No encontro, Dilma teria dado a palavra final sobre a regulamentação das
exceções à neutralidade, um dos principais entraves que persistia entre
integrantes do governo.
A presidente teria defendido que a regulamentação deverá ser feita por meio de
um decreto do Executivo, como estabeleceu o relator da matéria, Alessandro Molon
(PT-RJ).
Bernardo era a favor que a Anatel, vinculada ao ministério, fosse responsável
pela regulamentação. Dessa forma, ele poderia acompanhar de perto a elaboração
das regras que vão tratar sobre a neutralidade.
Apesar do consenso no Executivo, o governo e o PT ficaram isolados no plenário
da Câmara. Na votação por partido, PMDB, PSB, PCdoB e PSOL votaram com o governo
para incluir o Marco Civil na pauta de votação.
Na etapa da votação nominal, todos os partidos, da base aliada e da oposição,
votaram pela obstrução da pauta, impedindo a votação do texto.
O relator passou o dia em conversas para tentar convencer os parlamentares.
Chegou a alterar a redação de alguns pontos do projeto --sem, no entanto, mudar
o conteúdo.
Mesmo os integrantes da oposição que sinalizaram inicialmente a favor da votação
no último minuto mudaram de posição seguindo o argumento de pressionar o governo
para votar o fim do fator previdenciário.
"Estamos prontos para votar o texto do relator. Mas os outros partidos pediram
que votássemos para retirá-lo de pauta, e nós fizemos por solidariedade", disse
o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM).
Para o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), a introdução no debate da votação
do fator previdenciário surgiu como uma "cortina de fumaça". "Todo mundo sabe do
meu compromisso e disposição de tratar sobre esse tema. Isso foi uma
contrariedade com o projeto em si", afirmou.
O relator Molon disse que "faltou coragem aos parlamentares". "Se a pessoa
discorda de um artigo, deve apresentar emendas ao artigo. O que não pode é haver
obstrução toda vez, porque assim não se mostra de que lado o parlamentar está".
CONTROVÉRSIAS
Em plenário, a maior controvérsia referiu-se à guarda de dados de acesso a
aplicações --que mostra, por exemplo, por quais sites o usuário da internet
circulou.
Deputados como Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e Sandro Alex (PPS-PR) defendem que
seja obrigatória aos provedores de conteúdo (sites, portais, redes sociais) a
guarda desses dados por um tempo determinado, para facilitar investigações de
usuários que cometam crimes na internet, por exemplo.
No texto do relator, a guarda desses dados é facultada aos provedores de
conteúdo. Molon entende que não é possível obrigar o proprietário de um blog
pessoal, por exemplo, a guardar os registros de quem o visitou.
Outra polêmica entre os parlamentares é o artigo do texto que veda a guarda
desses dados pelos provedores de conexão --aqueles que conectam o usuário à
internet. Muitos provedores querem ter acesso a esses dados, que podem ser
usados para fins comerciais, já que mostram os interesses dos usuários.
A neutralidade da rede, que veda dar prioridade para um tipo de tráfego em
detrimento de outro, também é tema de debates.
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Leia na Fonte: Estadão / blog Link
[20/11/12]
Votação do Marco Civil é adiada mais uma vez
Deputados não conseguem consenso para votar o projeto, mesmo com o apoio do
governo federal. Foi a sexta tentativa
SÃO PAULO – O relator do Marco Civil da Internet, Alessandro Molon (PT-RJ),
tentou até os últimos momentos desta terça-feira, 20, articular o Congresso para
a aprovação do projeto. Mas o esforço não foi suficiente para convencer os
deputados a votarem o Marco Civil da Internet, a lei discutida desde 2010 para
definir direitos dos usuários e obrigações das empresas de internet. No total,
foram seis adiamentos na votação.
O PSDB argumentou que era necessário discutir mais o projeto. Não houve número
suficiente para votar — e é difícil que o projeto volte à pauta da Câmara nos
próximos dias. A sessão extraordinária da Câmara foi encerrada às 21h20 desta
terça-feira, 20, sem a votação do Marco Civil.
“Tem muitos interesses econômicos envolvidos e contrariados, e isso torna a
aprovação do projeto muito difícil”, disse o deputado em entrevista ao Link na
semana passada.
Alvo de disputas corporativas e políticas, o texto que foi discutido por meses
em consultas públicas foi modificado na reta final de negociações. Desde julho,
sua votação foi cancelada seis vezes por falta de consenso.
A saída encontrada pelo relator foi modificar dois pontos. O primeiro, que
determina a neutralidade (que diz que empresas não podem filtrar nem discriminar
o tráfego na internet), provocou mal-estar com o Ministério das Comunicações. O
ministro Paulo Bernardo queria que a Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) regulamentasse as exceções técnicas. No final, o relator decidiu que só
um decreto presidencial poderá fazer isso.
Houve outra mudança na última hora. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, estava
preocupada com a repercussão do artigo 15 — que diz que os provedores não podem
ser responsabilizados pelo conteúdo postado pelos usuários, a não ser que
descumpram um pedido judicial de remoção. Isentas de culpa, as empresas não
precisam remover um conteúdo infrator — como ofensas ou pirataria — a não ser
que a Justiça as obrigue e o pedido não seja acatado. Ela pediu, então, que o
relator explicitasse que o Marco Civil não trataria de direitos autorais. Foi
criado um inciso no artigo 15: os provedores não podem ser responsabilizados,
mas em casos de pirataria, sim. É a exceção que levantou críticas por prejudicar
a liberdade de expressão e instituir, ainda que de forma indireta, o mecanismo
de “notice and take down” (notificação e retirada).
Longa briga. Para entender o princípio do Marco Civil da Internet, é preciso
retroceder às primeiras leis que queriam controlar e monitorar a web. Com medo
de que as propostas restringissem a liberdade dos usuários, o Ministério da
Justiça e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro propuseram, em 2009,
uma espécie “Constituição” online.
O texto passou por uma consulta pública inovadora em WordPress, sofreu várias
modificações, foi para a Casa Civil e só em 2012 chegou à Câmara. Nas mãos dos
deputados, o projeto ainda correu por audiências, consultas e enfim foi
formatado na versão que Molon apresentou na primeira semana de julho. Mas não
houve consenso para a votação.
Todas as tentativas de votação esbarraram em conflitos com os deputados e nos
interesses comerciais de empresas de telecomunicações, da indústria cultural e
das empresas de internet. “Os parlamentares tinham dúvidas e resistências em
relação ao Marco Civil. Era ali que estavam concentradas as preocupações”, diz
Molon, sobre as negociações com os partidos.
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Leia na Fonte: Convergência Digital
[20/11/12]
Teles vencem e Marco Civil da Internet trava na Câmara - por Luís Osvaldo
Grossmann
Mais uma vez não houve acerto e na queda de braço por uma legislação que garanta
direitos aos usuários da Internet, o poder econômico levou a melhor. A maioria
dos deputados, sem distinção de ideologia, ficou com o setor de telecomunicações
e, por prazo indeterminado, adiou a votação do projeto do Marco Civil da
Internet.
A votação do texto tinha prognóstico promissor, especialmente depois que o
governo – com o que parecia ser uma posição decisiva da presidenta Dilma
Rousseff – garantiu apoio ao relatório do deputado Alessandro Molon (PT-RJ). Ao
longo do dia, os partidos da base governista manifestaram-se favoráveis ao
projeto, com a conhecida exceção do PMDB.
Como a falta de apoio do próprio governo fora decisiva nos outros quatro
adiamentos da votação, a busca por ele foi o primeiro alvo do relator, desde a
véspera, no que teve aparente sucesso. Em reunião com ministros nesta
terça-feira, 20/11, a presidenta teria sustentado o relatório de Molon, posição
tornada pública logo depois, durante reunião dos líderes dos partidos aliados.
Em outra frente, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, também
se reuniu com o relator afiançou ajuda – parte dela materializada em conversa
com o vice-presidente Michel Temer, que teria como resultado um racha no PMDB:
parte do partido seguiria apoiando o vice líder Eduardo Cunha (RJ), que é
contrário ao Marco Civil. Outra parte votaria pela aprovação, como sinalizou o
deputado Marcelo Castro (PI).
Mais do que isso, parte da oposição também acenou com um acordo pela votação do
projeto. Já em Plenário, PSDB e DEM prometeram apoiar o texto, com pequenas
alterações – pequenas mesmo, como mudar o nome do capítulo sobre “tráfego de
dados” para “neutralidade de rede”. Essa promessa, porém, teve duração curta.
Assim que surgiu a oportunidade de sustentar o requerimento que pedia o
adiamento da votação, o acordo se desfez.
Pode ser coincidência que pouco depois de firmar o acordo com o relator, o
deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) tenha sido cercado por lobistas das
operadoras de telecomunicações – as detentoras das redes – e, momentos depois,
anunciado que o acerto estava desfeito. Azeredo firmou posição de que só haveria
apoio com uma alteração no artigo 13, para exigir que qualquer aplicativo da
Internet fosse obrigado a guardar logs de conexão.
Fora de pauta
O requerimento, subscrito pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), teve
fortíssimo apoio no Plenário, sendo endossado por nove partidos – PSDB, PSD, PR,
PP, DEM, PDT, PTB, PSC e PRB, além da liderança da minoria. Oficialmente, a
justificativa era pressionar pela votação de outro projeto, o que altera a regra
do fator previdenciário. “Ou vota o fator, ou não vota mais nada nesta Casa”,
chegou a defender Faria de Sá.
Na prática, visto que tal projeto também não tem acordo, há dúvidas sobre o
argumento. “O fator previdenciário foi uma cortina de fumaça. Na verdade,
influências localizadas estão se sobrepondo. Há um debate sobre filigranas, mas
o Plenário sinalizou que não quer votar o Marco Civil. Enquanto permanecer o
impasse, o projeto não voltará à votação. Só colocarei em pauta se a maioria dos
líderes pedir”, afirmou o presidente da Câmara, Marco Maia.
Relator do projeto, Molon foi na mesma linha. “Gostaria de acreditar que foi o
fator previdenciário”, afirmou, para esclarecer em seguida: “Mas o que acontece
é que o Marco Civil contraria interesses econômicos poderosos dos provedores de
conexão e, lamentavelmente, a Câmara não teve coragem de enfrentar uma votação.
O que está se adiando é o direito dos usuários”.
A CDTV, do Portal Convergência Digital, disponibiliza o vídeo da sessão
extraordinária da Câmara, para tratar do Marco Civil.
Assista.
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Leia na Fonte: Teletime
[20/11/12]
Proposta para regular a Internet tem votação adiada; Marco Maia diz que espera
consenso - por Helton Posseti
Mais uma vez o Marco Civil da Internet não foi votado na Câmara dos Deputados.
Dessa vez, os parlamentares aprovaram um requerimento do deputado Arnaldo Faria
de Sá (PTB/SP) para retirada de pauta do projeto, subscrito por mais oito
partidos. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), sinalizou que não está
disposto a pautar mais uma vez a matéria sem que haja garantia de que ela será
votada. “Essa matéria entra na minha lista daquelas que esta Casa ainda não está
preparada para votar”, disse no Plenário.
Mais tarde em entrevista, Maia explicou que o Marco Civil volta a pauta quando
houver um consenso entre a maioria dos líderes partidários. “Enquanto continuar
esse impasse é lamentável, mas não temos condições de colocar a matéria em
votação”, disse ele. Maia disse que ocorrerão votações no Plenário da Câmara até
o dia 21 de dezembro e que, se até lá a maioria dos líderes chegar a um
consenso, a matéria volta para pauta. “Há um debate sobre filigranas, sobre
detalhes do Marco Civil da internet. Ao mesmo tempo, a discussão dos detalhes
está superando a discussão maior de um projeto que é importante para a sociedade
brasileira e que não está sendo encarado com a devida prioridade”, analisou
Marco Maia.
Guarda de dados
Alessandro Molon (PT/RJ), deputado relator do projeto, não esconde que a
insatisfação das teles foi o que impediu pela sexta vez (cinco no Plenário e uma
em comissão especial) a votação do Marco Civil. “Sabíamos que era um projeto
difícil porque ele contraria interesses econômicos grandes dos provedores de
conexão, e infelizmente a votação não foi feita”, disse ele.
Depois de inúmeras reuniões e ajustes de redação do “texto final”, Molon não
conseguiu convencer os deputados de alguns pontos importantes. O deputado
Eduardo Azeredo (PSDB/MG), por exemplo, disse na sua justificativa do apoio ao
requerimento de retirada de pauta, que ainda tinha dúvidas sobre o Artigo 13
(que trata da guarda de informações dos usuários por parte dos provedores de
aplicativos). Essa questão, inclusive, irritou Molon. “Eu nunca vi adiar projeto
por desentendimento em torno de um artigo. Quem é contra o artigo vota contra o
artigo, destaca o artigo, emenda o artigo”, disse Molon aos jornalistas.
A questão sobre o Artigo 13 é que, pelo menos para o PSDB e também para o PPS,
ele deveria obrigar os provedores de aplicativos e conteúdos a guardarem os
registros de acesso a aplicativos, assim como o Artigo 11 obriga os provedores
de conexão a guardarem os logs de conexão. A redação dada por Molon, entretanto,
faculta aos provedores guardar ou não esses registros. Para o deputado Sandro
Alex (PPS/PR) a redação do Artigo 13 é “uma vergonha para o Parlamento”.
Molon disse que fez alguns ajustes de redação no texto para atender aos pedidos
de alguns partidos. O DEM, por exemplo, solicitou - e foi atendido - que o
título do capítulo que trata da neutralidade de rede fosse alterado de “tráfego
de dados” para “neutralidade de rede”. As alterações mais profundas foram
negadas, como essa do PSDB/PPS. “Esse foi o pomo da discórdia. Eles querem
obrigar todo mundo a guardar os logs de acesso a qualquer site. Para que você
vai obrigar uma revendedora de caminhão a guardar obrigatoriamente quem entrou
no site da empresa de caminhão”?
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Leia na Fonte: IDGNow!
[2011/12]
Votação do Marco Civil é retirada de pauta pela quinta vez - da Redação, com
a Agência Câmara
Projeto não tem data para voltar a ser apreciado pelo Plenário da Câmara.
Adiamento atende aos interesses das empresas de telecomunicações
A votação em Plenário do marco civil da internet (PL 2126/11) foi adiada mais
uma vez nesta terça-feira (20) depois que oito líderes de partido pediram a
retirada do projeto da pauta. O Plenário acatou o requerimento de retirada de
pauta do marco civil, apresentado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
PSDB, PSD, PR, PP, DEM, PDT, votaram sim para o requerimento. Devido ao pedido
de verificação de votação, vários partidos entraram em obstrução, provocando o
fim da sessão do por falta de quórum. Diante de tanta controvérsia, a proposta
agora não tem data para voltar à Ordem do Dia do Plenário.
Durante a votação do requerimento o presidente da Câmara, deputado Marco Maia
(PT) chegou a afirmar que se a votação do Marco Civil fosse adiada mais um vez o
projeto não teria data para retornar à pauta, já que no seu entendimento o
Plenário estaria dando uma demonstração clara de não querer votá-lo. Devido ao
fato de a votação ter sido adiada pela quinta vez, o projeto não será mais
incluído na lista de Marco Maio de projetos que o Plenário deseja votar.
““Há um debate sobre detalhes, influências pontuais, que estão se sobrepondo ao
interesse maior. Essa matéria voltará à pauta assim que tivermos um acordo
definitivo por parte da maioria dos líderes. Enquanto continuar o impasse, não
teremos condição de votar”, disse o presidente.
Discordâncias de outros partidos em relação ao conteúdo do projeto _ o deputado
Eduardo Azeredo (PSDB/SP) chegou a afirmar que ainda havia um pequeno ajuste a
ser negociado no artigo 13 _ provocaram a adesão de mais lideranças à obstrução.
A não votação, agora, atende aos interesses das operadoras de telefonia, que
defendem que a Câmara espere o resultado da Conferência Mundial de
Telecomunicações, promovida pela União Internacional das Telecomunicações (UIT)
em Dubai, entre os dias 3 e 14 de dezembro deste ano. O texto do Marco Civil
reforça o princípio da neutralidade, incluído na pauta de discussões em Dubai,
que obriga as operadoras a tratar os clientes da mesma forma, sem discriminação
de velocidade, conteúdo e serviço acessado.
O relator do Marco Civil, deputado Alessandro Molon (PT/RJ), estava confiante na
votação hoje. Mais cedo, em reunião com a ministra das Relações Institucionais,
Ideli Salvati, o deputado obteve a confirmação de que o governo apoiaria o seu
substitutivo à proposta e que orientaria os partidos da base governista a
votar favoravelmente à matéria. Ao longo do dia o texto chegou a sofrer novas
alterações, ainda não divulgadas pelo relator, que limitou-se a dizer que, na
essência, o substitutivo
apresentado na semana passada foi mantido, apenas com ajustes na redação.
“Não há alterações de conteúdo”, garantiu.
Conforme o relator,
pressões dos provedores de conexão têm impedido o consenso em torno do
texto. Os provedores são contra o princípio da neutralidade – dispositivo que
obriga os provedores de conexão a tratar com igualdade todos os dados
transmitidos, independentemente de conteúdo, origem e destino, serviço, terminal
ou aplicativo. Além disso, os provedores estariam insatisfeitos com a proibição
de guardar os registros da navegação dos usuários de internet. “Se essa
proibição deixar de existir, a privacidade do internauta estará em risco”,
destacou Molon.
O relator considera o princípio da neutralidade de rede o ponto central do
projeto, pois impede que os provedores façam distinção de velocidade entre um ou
outro site ou aplicativo. Alguns deputados, no entanto, manifestaram-se contra a
neutralidade e defenderam a possibilidade de o provedor dar preferência, na
transmissão de dados, para o consumidor que pagar mais.
Segundo Molon, para que o projeto volte à pauta, é preciso que a sociedade se
organize para pressionar os parlamentares dos partidos que solicitaram a
retirada de pauta. “É lamentável que a Câmara tenha mais uma vez negado ao
internauta brasileiro o direito à liberdade de expressão, à privacidade, a uma
internet neutra”, criticou.
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Leia na Fonte: Tele.Síntese
[20/11/12]
Marco Civil da Internet é retirado de pauta e votação dependerá de acordo de
lideres - por Lúcia Berbert
O relator do projeto, deputado Alessandro Molon, atribuiu o adiamento à pressão
das teles.
O plenário da Câmara adiou nesta terça-feira (20) à noite a votação sobre o
substitutivo ao Marco Civil da Internet, após aprovação de requerimento do
deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que pedia a retirada da matéria de pauta
porque queria votar o fim do fator previdenciário. O presidente da Câmara,
deputado Marco Maia (PT-RS), alertou que a retirada de pauta seria entendida por
ele como uma matéria que o plenário não queria votar. Ele disse que a proposição
só voltará para a pauta após acordo da maioria dos líderes.
Para o relator da matéria, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), faltou coragem aos
deputados em mostrar de que lado estão. Ele acredita que a volta do projeto à
pauta dependerá de pressão da sociedade aos líderes. O deputado não acredita no
argumento apresentado pelo PSDB, de que faltou acordo sobre um artigo. “Nunca vi
deixar de votar um projeto por causa de divergência de um artigo, o partido
poderia apresentar um destaque, pedir a votação em separado”, disse.
Molon atribui a retirada da matéria à pressão das teles contra o projeto. “Elas
querem guardar os dados de navegação dos internautas, quebrar a privacidade
deles”, disse.
Para as teles, o projeto favorece “descaradamente” aos provedores de conteúdo e
que levará a oferta única de conexões, prejudicando os usuários. Reclamam também
da impossibilidade de guardar os dados de navegação dos internautas,
impossibilitando que essas informações possam ser usadas no direcionamento de
publicidade. A guarda de logs, pelo projeto, só é permitida para os provedores
de conteúdo.
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Leia na Fonte: Terra Tecnologia
[20/11/12]
Fator e lobby adiam votação e Marco Civil pode ficar para 2013 - por Luciana
Cobucci
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, conversa com o deputado
Alessandro Molon, relator do projeto do Marco Civil da Internet, durante ....
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, conversa com o deputado
Alessandro Molon, relator do projeto do Marco Civil da Internet, durante sessão
plenária: votação foi adiada mais uma vez
Pela 5ª vez desde que entrou na pauta de votações da Câmara dos Deputados, o
plenário rejeitou votar o projeto do Marco Civil da Internet - uma espécie de
Constituição da rede, com regras e direitos dos usuários da web. A alegação
oficial foi "falta de acordo" - mesmo depois de alguns partidos que colocavam
obstáculos à votação do texto afirmarem ter chegado a um acordo com o relator da
matéria, o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).
Infográfico: Entenda o que muda na sua vida com o Marco Civil da Internet
(transcrição do texto do infográfico mais abaixo)
Nos bastidores, no entanto, venceu o lobby das teles, que não têm interesse na
aprovação da chamada "neutralidade" da rede. Pelo dispositivo, o mais polêmico
do texto, as provedoras de conexão ficam proibidas de selecionar o conteúdo ao
qual os internautas terão acesso em detrimento de outros - mediante o pagamento
de uma taxa pelo provedor de conteúdo, por exemplo, para manter sua página no
topo dos resultados das buscas. A medida protege o usuário de ter a velocidade
de conexão diminuída por interesses econômicos das provedoras de acesso.
Assim que começou a discussão do tema, os deputados aprovaram um requerimento
que retirou o projeto do Marco Civil da pauta de hoje sob a alegação de que não
havia acordo entre os líderes partidários. O presidente da Casa, Marco Maia
(PT-RS), ameaçou não colocar mais o assunto em pauta até o final do seu mandato,
que termina em fevereiro do ano que vem.
"Se ela sair (de pauta) de novo, vai entrar na minha conta de matérias que não
vou pautar. Há vontade de não votar do plenário. Digo isto para não pairar
dúvidas", afirmou o presidente, que depois contemporizou: "Enquanto houver falta
de consenso entre os líderes, a matéria não entrará em votação". Desde que
entrou na pauta de votações da Casa, há três semanas, Marco Maia não promove as
rotineiras reuniões semanais entre os líderes das bancadas para definir a pauta
de votações.
Uma condição imposta pelos deputados foi a apreciação do projeto que acaba com o
fator previdenciário antes da votação do Marco Civil. O fator previdenciário é
um cálculo que desestimula a aposentadoria precoce.
Dubai
Como pano de fundo e usado como pretexto por muitos parlamentares para não votar
o Marco Civil, está a realização da conferência da União Internacional de
Telecomunicações da Organização das Nações Unidas, marcada para dezembro, em
Dubai. Parlamentares de oposição alegam que "não faz sentido" o Brasil sair na
frente da discussão mundial e afirmaram que iriam trabalhar para que a votação
da matéria acontecesse somente após a conferência mundial.
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Leia na Fonte: Terra Tecnologia
Marco Civil da Internet: o que muda na sua vida
O Brasil discute há três anos o projeto do Marco Civil da Internet, considerado
hoje um texto pioneiro no mundo ao estabelecer regras, direitos e deveres no
ambiente virtual brasileiro. O texto do projeto de lei, finalizado após a
realização de audiências públicas em todo o Brasil e depois de receber sugestões
de todo tipo em plataformas como o Twitter e portal e-Democracia da Câmara dos
Deputados, está prestes a ser votado no Congresso.
O texto é considerado uma "Constituição da internet", já que estabelece regras e
conceitos básicos da internet, aonde se apoiarão projetos e leis futuras sobre o
mundo digital. O projeto estabelece que a liberdade de expressão, a proteção da
privacidade e dos dados pessoais dos usuários, o estabelecimento da neutralidade
da rede são princípios básicos das internet, e estabelece quem são os atores e
quais responsabilidades de cada um no ambiente online.
Mas e o que muda na vida do usuário se o projeto atual for aprovado? O Terra
conversou com o advogado do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Guilherme
Varella, para elucidar os principais pontos do Marco Civil da Internet.
Neutralidade
Se aprovado o projeto de lei do Marco Civil da Internet, o Brasil será um dos
poucos países do mundo a estabelecer a neutralidade da rede como regra. O texto
proíbe que provedores de internet discriminem certos serviços em detrimento de
outros. Isso protege o usuário de ter sua velocidade de conexão diminuída
baseada em interesses econômicos. As empresas não poderão, então, diminuir a
velocidade da conexão para serviços de voz por IP para dificultar o uso de Skype
ou reduzir a banda de um produto de uma empresa concorrente, por exemplo.
A neutralidade da rede é regra. Por isso, se algum provedor discriminar o
tráfego, terá de se explicar. O projeto prevê, porém, algumas exceções em que
pode haver discriminação. O projeto prevê que os requisitos técnicos para
estabelecer quais são essas exceções sejam determinadas por decreto
presidencial. 'A competência para a regulamentação tem que estar com a
competência maior do Estado Democrático, que é a Presidência da República',
afirmou o advogado do Idec.
Essas exceções não foram determinadas no projeto do Marco Civil, segundo ele,
porque o projeto é um marco geral sobre a internet, e não entra em questões
específicas de cada uma das áreas das quais o texto trata.
Guarda de logs
O projeto do Marco Civil da Internet obriga que os registros de conexão dos
usuários devem ser guardados pelos provedores de acesso pelo período de um ano,
sob total sigilo e em ambiente seguro. Essas informações dizem respeito apenas
ao IP, data e horas inicial e final da conexão. Além disso, o texto faculta aos
provedores a guarda de registros de Acesso a Aplicações de Internet - que ligam
o IP ao uso de aplicações da internet.
O Marco Civil estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima.
Ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário.
A disponibilização desses dados, segundo o texto, só poderá ser feita mediante
ordem judicial.
O projeto também fixa princípios de privacidade sobre os dados que o usuário
fornece aos provedores. Na internet, os dados hoje são coletados, tratados e
vendidos quase que instantaneamente. O marco civil coloca como direito dos
usuários que suas informações não pode ser usadas para um fim diferente daquele
para que foram fornecidas, conforme estabelece a política de privacidade do
serviço.
Retirada de conteúdo e responsabilidades
O Marco Civil estabelece como regra que um conteúdo só pode ser retirado do ar
após uma ordem judicial, e que o provedor não pode ser responsabilizado por
conteúdo ofensivo postado em seu serviço pelos usuários. Com isso, o projeto
pretende evitar a censura na internet: para se provar que um conteúdo é
ofensivo, o responsável deve ter o direito ao contraditório na Justiça.
O texto, porém, prevê exceções. Um conteúdo pode ser retirado do ar sem ordem
judicial desde que infrinja alguma matéria penal (como pedofilia, racismo ou
violência, por exemplo). Isso evita que um material que possa causar riscos a
algum usuário fique no ar enquanto aguarda decisão da Justiça. O que se pretende
com isso, segundo Varella, é que a internet ganhe mais segurança jurídica na
retirada de conteúdo. A regra é que os conteúdos têm que continuar funcionando,
a não ser que firam a lei.