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27/11/12
• UIT/Dubai (3) - Teletime: "Dubai pode ter propostas para controle da
Internet"
Olá, WirelessBR e Celld-group!
01.
A Conferência Mundial Internacional de Telecomunicações (WCIT-12),
patrocinada pela UIT, ocorrerá em Dubai, Emirados Árabes, entre os dias 3 e 14
de dezembro deste ano.
A jornalista Cristina de Luca comentou, em artigo recente:
(...) Durante o evento deverão ser revistos os regulamentos internacionais de
telecomunicações, não atualizados desde 1988. A resolução aprovada pelo
Parlamento Europeu considera que algumas das propostas que serem feitas em Dubai
podem levar a UIT a tornar-se “o poder dominante da Internet”.(...)
02.
Faço uma visita na Wikipédia para recordar o que é a UIT:
Leia na Fonte: Wikipédia
União Internacional de Telecomunicações (UIT)
A União Internacional de Telecomunicações (UIT) (em
francês: Union internationale des
télécommunications; em
inglês: International Telecommunication
Union) é a
agência da ONU especializada em
tecnologias de informação
e comunicação. Destinada a padronizar e regular as ondas de rádio e
telecomunicações internacionais, a agência é composta por todos os 193 países
membros da
ONU
e por mais de 700 entidades do setor privado e acadêmico.
Foi fundada como International Telegraph Union (União Internacional de Telégrafos), em Paris, no dia 17 de maio de 1865 e é hoje a organização internacional mais antiga do mundo. Suas principais ações incluem estabelecer a alocação de espéctros de ondas de rádio e organizar os arranjos de interconexões entre todos os países permitindo, assim, ligações de telefone internacionais. É uma das agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU), tendo sua sede em Genebra, na Suíça, próximo ao principal campus da ONU.
Os padrões internacionais que são produzidos pela UIT são denominados Recomendações (com a primeira letra em maiúsculo, para diferenciar do significado comum da palavra recomendação). A longevidade da UIT como organização internacional e sua posição de agência especializada da ONU confere maior reconhecimento internacional sobre os padrões promovidos por outras organizações que publicam especificações técnicas similares.
O trabalho da UIT é todo conduzido por seus membros. Como parte da estrutura das Nações Unidas, um país pode ser membro, nesse caso sendo chamado de Membro de Estado. Companhias e outras organizações podem possuir outra classe de associação, sendo chamados de Membro de Setor ou status de Associado. Membros de Setor e Associados possuem participação direta no desenvolvimento de padrões (o que não é permitido em outras organizações de padronização, como a Organização Internacional para Padronização (ISO).
02.
Em complemento, transcrevo, lá no final, este texto da ONU/Brasil, sobre a UIT:
Leia na Fonte: Nações Unidas no Brasil
União Internacional de
Telecomunicações (UIT) Vale conferir!
03.
Aqui estão os "posts" anteriores desta nova Série:
27/11/12
•
UIT/Dubai (2) - UIT se defende de acusações do Google e do Parlamento Europeu
25/11/12
•
UIT/Dubai (1) - Cristina de Luca: "Parlamento Europeu se opõe ao controle da
Internet pela UIT"
03.
Prossigo na coleta de matérias para "formação de opinião":
Leia na Fonte: Teletime
[26/11/12]
Dubai pode ter propostas para controle da Internet, diz site - por Bruno do
Amaral
Leia na Fonte: Teletime
[26/11/12]
UIT tenta estabelecer plano de ataque contra críticas - por Bruno do Amaral
Boa leitura!
Um abraço cordial
Helio Rosa
Portal WirelessBRASIL
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Leia na Fonte: Teletime
[26/11/12]
Dubai pode ter propostas para controle da Internet, diz site - por Bruno do
Amaral
Se por um lado a União Internacional de Telecomunicações (UIT) tem se mostrado
mais ativa na própria defesa contra acusações recentes de falta de transparência
e de tentativa de controle da Internet, por outro a organização tem tentado
ocultar aspectos em seus argumentos.
Ainda sem muito alarde, o site WCITLeaks.org tem apresentando documentos
atribuídos à UIT que mostram propostas de modificações nas ITRs (regulamentações
internacionais de telecomunicações) a serem apresentadas na Conferência Mundial
de Telecomunicações Internacionais (WCIT-12) que acontece em dezembro, em Dubai,
nos Emirados Árabes. As propostas, vindas da Rússia, Estados Árabes e outros
membros da entidade, contêm pontos polêmicos, incluindo a inserção de termos
vagos que poderiam permitir a censura e acesso a informações para fins escusos.
O site foi lançado em junho deste ano por Jerry Brito e Eli Dourado,
especialistas em tecnologia da empresa norte-americana Mercatus Center, e conta
com uma postura agressiva contra a UIT. Brito e Dourado acusam a entidade de não
ser transparente ao impedir o acesso público aos documentos de propostas para o
WCIT e de reuniões, ainda que os mesmos documentos possam ser legalmente
distribuídos. Dessa forma, criaram a página para permitir o envio anônimo dos
textos que, se verdadeiros, mostram pontos preocupantes sobre a neutralidade da
rede no mundo.
Um dos documentos mais recentes, datado de 13 de novembro de 2012, trata da
proposta do governo russo de modificações nas ITRs que pede que "Estados Membros
devam ter o direito soberano de regular a Internet no seu território nacional,
assim como gerenciar os nomes de domínio nacionais da Internet". A Rússia também
propõe regular as atividades de serviços de acesso à rede. Se aprovadas, essas
alterações poderiam significar um consentimento da UIT – e, consequentemente,
das Nações Unidas – do direito de controle da web, incluindo censura e quebra de
sigilo, alegando necessidade de “manter a segurança, integridade e
confiabilidade da operação do segmento nacional de Internet".
A proposta dos Estados Árabes (constituído de países como Emirados Árabes,
Iraque, Egito e Líbano, entre outros) contém elementos semelhantes, como a
alegação de que os Estados "devem, se assim estabelecerem, poder controlar todos
os nomes, numerações, endereçamentos e recursos de identificação em seus
territórios para telecomunicações/TICs internacionais". Além de promover termos
vagos sobre segurança na rede, sugere também um papel maior para a União
Internacional de Telecomunicações. Em uma das modificações propostas, o texto
pede que a implementação dos princípios dos ITRs, operadores e Estados Membros
"devem obedecer às recomendações relevantes da UIT tendo implicações políticas e
regulatórias".
Modelo de negócios
A Associação Europeia de Operadores de Redes de Telecomunicações (ETNO) também
propõe revisões nas regulamentações, mas com interesses diferentes: atacar os
provedores de conteúdo over-the-top (OTT). O texto diz: "para garantir um
retorno de investimento adequado em infraestrutura de banda larga, agências
operacionais devem negociar acordos comerciais para conseguir um sistema
sustentável de compensação justa para serviços de telecomunicações e, onde
apropriado, respeitar o princípio de envio de pagamentos da parte remetente".
Como era de se esperar, o governo dos Estados Unidos – onde está a maioria das
empresas OTT atualmente – opõe-se à proposta das teles europeias. Conforme
antecipado em TELETIME na edição 159, de outubro, já foi decidido pelo governo
que o Brasil também não apoiará a proposta da ETNO.
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Leia na Fonte: Teletime
[26/11/12]
UIT tenta estabelecer plano de ataque contra críticas - por Bruno do Amaral
Entre os documentos vazados pelo site WCITLeaks.org, está uma apresentação que
mostra a preocupação da União Internacional de Telecomunicações (UIT) com a
opinião pública. De acordo com as acusações, as defesas da UIT insistem em
omitir os pontos propostos para a Conferência Mundial de Telecomunicações
Internacionais (WCIT-12), que acontece em dezembro, em Dubai, Emirados Árabes. E
a entidade tem sentido isso. "Por que estamos recebendo tanta cobertura
desfavorável da mídia? O que podemos fazer sobre isso?", questiona o texto.
Tanto que o suposto documento interno diz que a "cobertura da mídia tem sido
dirigida por uma campanha amplamente financiada e organizada dos EUA" com o
propósito de "desacreditar a UIT e a WCIT para minimizar as chances de que novas
ITRs (regulamentações internacionais de telecomunicações) possam afetar o fluxo
existente de fundos para o tráfego da Internet". Segundo o documento, o
principal argumento das companhias norte-americanas contra as mudanças nos
modelos de negócios é que isso penalizaria países em desenvolvimento.
No documento, a UIT diz que, como a maioria desses países é membro da entidade,
"a crítica implica que, ou os países em desenvolvimento são incapazes de
entender o que é do próprio interesse, ou os seus governos não agem pelo
interesse nacional".
A estratégia que a UIT pretende adotar é a de contra-atacar em mídias sociais e
com esclarecimentos públicos, como tem ocorrido na última semana. Palestras de
agências de relações públicas como a Burson-Masteler foram marcadas em setembro,
durante um retiro para gerentes sênior da UIT em Genebra, na Suíça. Por ter sido
marcada antes da adesão pública do Google e do Parlamento Europeu, o documento
do evento afirma que questões como uma eventual campanha massiva dos países
desenvolvidos contra as modificações nas ITRs poderiam ser mitigadas pelo time
da UIT. Talvez a instituição esteja começando a rever esses pontos.
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Leia na Fonte: Nações Unidas no Brasil
União Internacional de
Telecomunicações (UIT)
Breve história: Em 24 de maio de 1844, Samuel Morse enviava sua primeira
mensagem pública por meio de uma linha telegráfica entre Washington e Baltimore,
inaugurando com este simples ato a era das telecomunicações. Aproximadamente dez
anos depois, o telégrafo já era um meio utilizado pelo grande público, porém, as
linhas telegráficas não atravessavam as fronteiras nacionais. Cada país
utilizava um sistema diferente pelo qual as mensagens eram transcritas e
traduzidas antes de serem transmitidas pela rede telegráfica do país vizinho.
Dada a lentidão e as dificuldades operacionais desse sistema, muitos países
decidiram estabelecer acordos que facilitassem a interconexão das redes
nacionais. A contínua expansão das redes de telégrafos em um número crescente de
países finalmente resultou na reunião de 20 Estados com o objetivo de formar um
acordo-marco de interconexão internacional. Na ocasião, o grupo acordou normas
comuns para facilitar a interconexão internacional e também estabeleceu regras
de funcionamento que deveriam ser respeitadas pelos países.
Em 17 de maio de 1865, após dois meses e meio de negociação entre os 20 Estados,
foi assinada em Paris a primeira Convenção Internacional do Telégrafo e foi
criada a União Internacional do Telégrafo para facilitar eventuais alterações
futuras ao acordo inicial. Anos depois, a organização passou a se chamar União
Internacional de Telecomunicações e hoje, 145 anos após sua criação, a
organização é formada por 192 Países Membros e mais de 700 Membros de Setor e
Associados (setor público e privado incluindo universidades e centros de
pesquisas). A sede da UIT fica localizada em Genebra na Suíça e a UIT possui
Escritórios Regionais e Escritórios de Área em todo o mundo.
Objetivos e Missão
A UIT é a Agência do Sistema das Nações Unidas dedicada a temas relacionados às
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Ao longo dos seus 145 anos de
existência, a UIT tem coordenado o uso global compartilhado do espectro de
radiofrequência, promovido a cooperação internacional na área de satélites
orbitais, trabalhado na melhoria da infraestrutura de telecomunicações junto a
países em desenvolvimento, estabelecido normas mundiais para prover interconexão
entre vários sistemas de comunicação, além de dedicar especial atenção a temas
emergentes mundiais tais como mudanças climáticas, acessibilidade e
fortalecimento da segurança cibernética.
A UIT tem ainda por objetivo “Conectar o Mundo” por meio da mobilização de
recursos humanos, técnicos e financeiros necessários ao alcance das metas de
conectividade estabelecidas no marco da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da
Informação (CMSI) e das Iniciativas Regionais. Desta forma, a UIT está
comprometida em apoiar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em
2015 e fomentar a redução da brecha digital em todo mundo.
O trabalho realizado pela UIT abarca três setores:
Setor de Normalização das Telecomunicações (UIT-T): o UIT-T é dedicado
principalmente à elaboração de normas como resultado do trabalho realizado em
conjunto entre os principais representantes do setor industrial para a criação
de um consenso mundial sobre as novas tecnologias. As normas facilitam o acesso
das indústrias aos mercados mundiais uma vez que garantem o funcionamento, a
interoperabilidade e a integração dos sistemas de comunicação em todo mundo.
Setor de Radiocomunicações (UIT-R): as principais tarefas do setor também
incluem a elaboração de normas sobre sistemas de radiocomunicações que garantam
a utilização eficaz do espectro de radiofrequências e a realização de estudo
relativos ao desenvolvimento de sistemas de radiocomunicações. O setor também
realiza estudos sobre desenvolvimento de sistemas de radiocomunicações para as
operações de ajuda em caso de catástrofes, incluindo previsão, detecção, alerta
e assistência em caso de desastre.
Setor de Desenvolvimento das Telecomunicações (UIT-D): a missão principal do UIT-D
é garantir a todos os habitantes do planeta o direito à comunicação por meio do
acesso à infra-estrutura e aos serviços de informação e comunicação. Para
alcançar tal objetivo a UIT-D assiste países na área das tecnologias da
informação e da comunicação por meio da mobilização de recursos técnicos,
humanos e financeiros necessários ao acesso a essas tecnologias. O UIT-D foi
criado principalmente para difundir o acesso equitativo e sustentável às TICs a
um custo acessível.
Presença Regional
A política da UIT em matéria de presença regional está concebida de forma a
permitir a União trabalhar juntamente com os seus Membros e adaptar suas
atividades às necessidades dos países. Os Escritórios Regionais e de Área
prestam assistência às atividades da União e buscam priorizar atendimento às
necessidades dos países sob sua responsabilidade conforme distribuição
geográfica. Além disso, representam a UIT em sua totalidade e tem também a
responsabilidade de representar, disseminar informação e assistir aos membros no
marco das atividades dos três Setores da União. A sede do Escritório Regional é
em Brasília e os três Escritórios de Área na região estão localizados em
Barbados, Santiago do Chile e Tegucigalpa.
No Brasil, foi estabelecido, em 1992, o Escritório da UIT para a Região das
Américas, com o principal objetivo de atuar no marco das estratégias de
desenvolvimento do setor das telecomunicações na região, assistindo os países em
desenvolvimento. Atualmente, o Brasil é signatário de projetos de cooperação
técnica internacional com a UIT. No ano passado, o governo Brasileiro foi
homenageado pela UIT com o prêmio Mundial de Telecomunicações e Sociedade da
Informação em virtude dos esforços nacionais em favor da inclusão digital.
A UIT desempenhou no Brasil ou um papel essencial quando da privatização e
modernização das telecomunicações brasileiras, processo acompanhado da criação
do atual órgão regulador, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Nos
últimos anos, a UIT esteve envolvida em importantes projetos e ações de apoio à
integração das comunidades indígenas, de crianças e jovens brasileiros na
Sociedade da Informação e projetos de cooperação com o Brasil no marco do
Ministério das Comunicações e da Anatel, sempre com vistas ao desenvolvimento
das telecomunicações no Brasil.